Acabo de ouvir Dona Cleonice Berardineli falando no Sesi, do centro do Rio.
Quando soube que ela iria falar, peguei o ônibus e fui.
Falou sobre José Regio e Mario de Sá Carneiro, dois poetas portugueses do início do século XX.
Foi muito prazeroso pra mim ouvi-la.
É uma mulher muito elegante e fala limpinho, como um córrego dentro da mata.
Mas a gente tava afundado no centro do Rio, onde os edifícios enormes escondem o céu. E tinha um lance amável no jeito dela, muito gostoso.
Eu adorei.
Mudando o assunto, restaurei outra de minhas velhas músicas.
Dessa vez, uma parceria com Marcos Sacramento, “O Camponês”.
Minha restauração, por conta de minhas sequelas vocais, deixa tudo como que envolto por uma crostra de ferrugem, digamos assim, e dessa maneira é delicioso trazer de volta essas músicas.
Veja:
O Camponês
(luís Capucho/ Marcos Sacramento)
A lua cobre o campo onde o camponês canta o seu amor
Eu sou o camponês solitário como a flor
A luz de lua não me basta
Eu sou o camponês que canta o bad trip
Que sobrevoa a coroa das matas
Ninguém sobe aos céus sem voar nos olhos
Que o meu canto é triste dentro da solidão das matas
Eu o camponês que romantiza no ar
Que finaliza a lua melada martiriza meu caminho
Ninguém sobe aos céus sem o meu carinho
Pobre dos andarilhos sem rumo
Completamente apaixonados pelo mundo
Eu o camponês que olha, dorme e não sabe de nada.
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