sexta-feira, setembro 16, 2011

Acabo de ouvir Dona Cleonice Berardineli falando no Sesi, do centro do Rio.

Quando soube que ela iria falar, peguei o ônibus e fui.

Falou sobre José Regio e Mario de Sá Carneiro, dois poetas portugueses do início do século XX.

Foi muito prazeroso pra mim ouvi-la.

É uma mulher muito elegante e fala limpinho, como um córrego dentro da mata.

Mas a gente tava afundado no centro do Rio, onde os edifícios enormes escondem o céu. E tinha um lance amável no jeito dela, muito gostoso.

Eu adorei.

Mudando o assunto, restaurei outra de minhas velhas músicas.

Dessa vez, uma parceria com Marcos Sacramento, “O Camponês”.

Minha restauração, por conta de minhas sequelas vocais, deixa tudo como que envolto por uma crostra de ferrugem, digamos assim, e dessa maneira é delicioso trazer de volta essas músicas.

Veja:

O Camponês

(luís Capucho/ Marcos Sacramento)

A lua cobre o campo onde o camponês canta o seu amor

Eu sou o camponês solitário como a flor

A luz de lua não me basta

Eu sou o camponês que canta o bad trip

Que sobrevoa a coroa das matas

Ninguém sobe aos céus sem voar nos olhos

Que o meu canto é triste dentro da solidão das matas

Eu o camponês que romantiza no ar

Que finaliza a lua melada martiriza meu caminho

Ninguém sobe aos céus sem o meu carinho

Pobre dos andarilhos sem rumo

Completamente apaixonados pelo mundo

Eu o camponês que olha, dorme e não sabe de nada.

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