Em 1999, quando escrevi o Cinema Orly, achei que fosse morrer. Estava tão envolvido com manuscrever o livro, era tão vital pra mim, que quis deixar registradas algumas de minhas letras de músicas que se realcionassem ao tema do manuscrito, queria deixar essa notícia, pra quem por acaso chegasse a vê-lo. O meu silencioso leit@r sabe, mesmo na iminência da morte é bom que a gente ainda tenha preservada um pouco de nossa vaidade. E, aí, recheei a narrativa com letras de música.
Passado um tempo, reuni com os amigos os registros que tinha das músicas, que na casa de um e de outro, deixei gravadas em fita cassete. Mas, aí, a música “Cavalos”, cuja letra eu havia colocado no livro, ninguém tinha. A Suely Mesquita tinha, mas como a fita estava acabando, eu tinha gravado só até a metade e eu queria ela toda, inteira.
O “Cavalos” estava inteiro preservado na minha cabeça, mas eu não conseguia mais tocar no violão, nem conseguia fazer a melodia como eu queria, porque não alcançava todas as notas da melodia como era a música.
Moral da história: ontem, consegui executar “Cavalos” tal qual era há mais de dez anos atrás, claro, que envelhecida com a sequelar capa de ferrugem vocal que a torna, assim, para mim, uma jóia recém-recuperada.
Ta gravada aqui, no meu computer.
Ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Eis a letra:
cavalos
(Luís Capucho)
A A #11 F#m b6 D
você me lembra cavalos
me lembra flores
e tem alguma coisa da luz dos diamantes
alguma coisa
sua gema folhuda
seu facho escancarado
seu volume de rosas
deitado na minha poltrona
nem mesa nem cadeira
nada me seduz na vida
nada me conduz no mundo
só sua imagem de cavalos
me lembra flores
e tem alguma coisa da luz dos diamantes
alguma coisa
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