sexta-feira, novembro 30, 2012
Já faz um tempo, a sala tem amanhecido repleta de asas de cupim. É hora de chamar Dorinha de novo. Fico sempre adiando. Gostaria de eu mesmo organizar tudo. Gostaria de ter evitado que os cupins tivessem entrado na casa. É muito difícil compreender e ter controle sobre as coisas. A casa de trás ainda está vazia, os novos vizinhos ainda não vieram. Com o calor, não se pode viver na casa fechada. Não se pode evitar os dias de chuva. Poderia evitar a vinda de Dorinha, se eu mesmo pegasse na lida. Isso faria com que eu soubesse onde está cada coisa e eu faria tudo do melhor jeito, porque sou eu quem sou o dono da casa. Não fico atrás dela dizendo: faça isso, faça aquilo, coloque isso aqui assim e isso ali daquele jeito. Ela faz o que ela quer, silencioso leit@r. Limpa tudo do jeito e estilo dela, paraibano. E, depois, eu tenho de descer na casa de baixo para perguntar onde foi que ela colocou a caixa de fósforos, por exemplo. Tenho saudades de mamãe, muita saudade. Talvez, mamãe soubesse fazer a correição dos cupins. Mas o meu silencioso leit@r, urbano, não domina esse vocabulário que era de mamãe da roça. Não vou encher meu bom leit@r de loucura. Vou tomar banho.
quinta-feira, novembro 29, 2012
Tive mandou
e-mail:
“Melhoréi o
rascunho:
Me dio un vuelco el corazón,
se me salió el
alma por la boca cuando,
al desperezarte cual un guepardo,
me permitiste descubrir el manantial
que nacía en tu ombligo
al desperezarte cual un guepardo,
me permitiste descubrir el manantial
que nacía en tu ombligo
y comenzaba a salpicar
al borde del elástico.
Nunca antes sentí
tal convulsión,
salvo en la tierna infancia,
asistiendo a la cópula voraz
de dos caballitos del diablo.
salvo en la tierna infancia,
asistiendo a la cópula voraz
de dos caballitos del diablo.
Nunca jamás,
ni con la bomba de Hiroshima,
ni ante el
cadáver sangriento
de un niño palestino.
(caballito del diablo é louva-a-deus)”
de un niño palestino.
(caballito del diablo é louva-a-deus)”
quarta-feira, novembro 28, 2012
Tive, meu amigo espanhol, me mandou um poema, com algumas
explicações.
Ontem, quando li pela primeira vez, achei um estranho poema.
Depois, achei que começava a compreender o espanhol.
Veja, bom leit@r:
“Rascunhéi um
poema para você:
POEMA MALDITO
a Luís Capucho
Me dio un vuelco el corazón,
se me salió el alma por la boca
al verte desperezar tal que un guepardo
y, con ese gesto,
descubrir el manantial que te nacía
en el ombligo y comenzaba a salpicar
al borde del elástico.
Nunca sentí mayor convulsión
ni tan adentro,
salvo la primera vez
en que asistí, en vivo y en directo,
a la cópula voraz de dos mantis.
Nunca jamás,
ni con la bomba de Hiroshima,
ni ante el cadáver sangrante
de un niño palestino.
(nota: vuelco é virada; desperezar é despreguiçar; manantial é manancial; salpicar é respingar; mantis é louva-a-deus)”
POEMA MALDITO
a Luís Capucho
Me dio un vuelco el corazón,
se me salió el alma por la boca
al verte desperezar tal que un guepardo
y, con ese gesto,
descubrir el manantial que te nacía
en el ombligo y comenzaba a salpicar
al borde del elástico.
Nunca sentí mayor convulsión
ni tan adentro,
salvo la primera vez
en que asistí, en vivo y en directo,
a la cópula voraz de dos mantis.
Nunca jamás,
ni con la bomba de Hiroshima,
ni ante el cadáver sangrante
de un niño palestino.
(nota: vuelco é virada; desperezar é despreguiçar; manantial é manancial; salpicar é respingar; mantis é louva-a-deus)”
terça-feira, novembro 27, 2012
Essa, se minha memória não é enganada pela minha fantasia, é
a visão que tínhamos de nossa escola, onde fiz o ginásio, no alto do morro do
Aquidabã, em Cachoeiro do Itapemirim. Peguei a foto do mural da Lourdinha,
minha amiga de classe, e ela acaba de confirmar que, sim, essa era a nossa visão
lá do morro.
A foto foi feita por seu irmão e essa pedra pontuda no
centro chama-se Itabira. A outra, bem à esquerda e esmaecida na distância,
chama-se O Frade e a Freira.
Nossa escola tinha uns alto-falantes que, na hora do
recreio, jogavam músicas americanas em cima da molecada, que ficava toda um grau
acima.
Em silêncio, eu adorava quando tocava Elton Jonh, que me
fazia planar desembestado e livre sobre tudo.
Que coisa!
Fui.
segunda-feira, novembro 26, 2012
Teuda tem uma história misturada a do Grupo Galpão e misturada
à vida da cultura brasileira e quando eu dizia ao João, que é de BH, que eu
tinha avistado uma ponta de iceberg cujo fundamento estava no pensamento
mineiro, junto a SP e RJ - eu falei assim mesmo, silencioso leit@r, e concluí
dizendo que o Nordeste tinha uma participação no fundamento do iceberg
vislumbrado, quer dizer, eu falei meio sem saber direito, um lance abstrato,
metafórico, não objetivo.
Então, o João disse:
- Quer ler a monografia que fiz sobre a Teuda?
- Quero, sim – eu disse sem convicção. Mas, aí, fui vendo, à
medida que o livro fluía, que tinha a ver com a ponta de meu metafórico e
abstrato iceberg.
É isso aí.
Fui.
sábado, novembro 24, 2012
Mais uma coleção partindo para Americana, SP.
Seu mais novo dono, Luiz Biajoni, é autor. Escreveu Elvis e
Madona, Sexo Anal, Buceta, Boquete e Virgínia Berlim. Quem quiser conhecer seu
trabalho, veja aqui: http://www.biajoni.com.br/
Ahêh, quem vai queeeeereerrr?
quinta-feira, novembro 22, 2012
STEREOMOB - Eu Sou Spartacus
O vídeo-clip que mais gostei, ontem, no XI Araribóia Cine, em que concorreu o “Eu quero ser sua mãe”. Me lembrei da ap da Regina Carioca, sempre com muita música:
quarta-feira, novembro 21, 2012
"Eu quero ser sua mãe" no XI Araribóia Cine
21 de novembro de 2012
19h30 – MAC | Sessão Som da UFF
“Eu Quero Ser Sua Mãe”, vídeo de Rafael Saar, foi selecionado para a “Sessão Som da UFF” do XI Araribóia Cine.
Debate Marildo Nercolini (UFF), músicos e cineastas. 14 anos
Vídeo-clipes: “A ultima embarcação” [O Diva Intergaláctico], de Rafael Saar; “RJ no País das Maravilhas” [Carta na Manga], de Arthur Moura; “Nos” [2Portas], de Thiago Fusco; “Eu Sou Spartacus” [Stereomob], de André Tostes; “Abstração” [Antiéticos], de Antiéticos; “Worm Love” [Chinese cookies Poets], de Gyodai; “Mohandas” [Banda Mohandas], de Banda Mohandas; “Luz Fria” [Harmada], de Rodrigo Séllos; “Volta Pra Mim” [Drops 96], de Bernardo d´Ávila; “Com açúcar ou adoçante?” [Cicero], de MASSA PRODUTORA; “Eu quero ser sua mãe”, Luís Capucho, de Rafael Saar.
Debate Marildo Nercolini (UFF), músicos e cineastas. 14 anos
Vídeo-clipes: “A ultima embarcação” [O Diva Intergaláctico], de Rafael Saar; “RJ no País das Maravilhas” [Carta na Manga], de Arthur Moura; “Nos” [2Portas], de Thiago Fusco; “Eu Sou Spartacus” [Stereomob], de André Tostes; “Abstração” [Antiéticos], de Antiéticos; “Worm Love” [Chinese cookies Poets], de Gyodai; “Mohandas” [Banda Mohandas], de Banda Mohandas; “Luz Fria” [Harmada], de Rodrigo Séllos; “Volta Pra Mim” [Drops 96], de Bernardo d´Ávila; “Com açúcar ou adoçante?” [Cicero], de MASSA PRODUTORA; “Eu quero ser sua mãe”, Luís Capucho, de Rafael Saar.
segunda-feira, novembro 19, 2012
Em Nickity City os dias começaram a ficar mais claros,
azuis.
Ainda faço companhia para Tininha e ela parece gostar muito
de minha presença na casa. Se saio do lugar, me acompanha. Não gosta de ficar
sózinha num cômodo, quando estou aqui. Então, gosto muito disso, bom leit@r.
Não há palavras. Não há invasão. Não há dominação. É amor...
domingo, novembro 18, 2012
A abertura do XI Araribóia Cine 2012 vai ser bem legal e a
entrada é franca, silencioso leit@r.
Veja:
sábado, novembro 17, 2012
Fazendo companhia pra Tininha e achando estranho sentir frio
em novembro. Não quero que minha memória seja ruim, mas ela é. Não me lembro de
frio nessa época do ano.
Ontem, compartilhei no facebook, um flyer de meus discos e
livros para, no caso de querer presentear para o Natal, o bom leit@r poder
comprá-los comigo. Mas tinha esquecido do Ovo.
sexta-feira, novembro 16, 2012
quinta-feira, novembro 15, 2012
Soneto de Marcelo Diniz que musiquei, ontem:
O que move é movido, de acidente
em acidente, a bola de bilhar
dispara, no universo, a pervagar
no encalço de outra bola contingente;
desejo e desejado, a inconseqüente
incoerência que faz de todo amar
um afogar a sede neste mar
voraz de quem a mesma sede sente;
desassossego, nada em si é só:
decerto o travo doce do perfume
é cúmplice do espinho e anela o nó
que faça a flor nascer do negro estrume;
o que move é movido, o dominó
de amores é o domínio do ciúme.
quarta-feira, novembro 14, 2012
terça-feira, novembro 13, 2012
Chico Buarque lê Inocentes do Leblon Carlos Drummond de Andrade
Ainda na leitura do livro que Luciano me deu sobre Drummond, vi que em 2003, o compositor Belchior lançou pela revista Caras um CD duplo com músicas de poemas do poeta mineiro, além de gravuras com sua cara.
O Cd chamou-se “As Várias Caras de Drummond”.
Um dos poemas que escolheu para musicar foi “Inocentes do Leblon”.
Veja silencioso leit@r:
Trouxe bailarinas?
trouxe imigrantes?
trouxe um grama de rádio?
Os inocentes, definitivamente inocentes, tudo ignoram,
mas a areia é quente, e há um óleo suave
que eles passam nas costas, e esquecem."
segunda-feira, novembro 12, 2012
Ganhei um livro sobre Carlos Drummond de Andrade, que
Luciano me deu.
A primeira vez que li sua epígrafe, achei que se tratava de um homem de sorte, muita sorte. Depois, achei evasivo, dúbio.Veja, bom leit@r:
A primeira vez que li sua epígrafe, achei que se tratava de um homem de sorte, muita sorte. Depois, achei evasivo, dúbio.Veja, bom leit@r:
“Que lembrança darei ao país que me deu
Tudo o que lembro e sei, tudo quanto senti?” Legado – Carlos
Drummond de Andrade, Claro Enigma.
domingo, novembro 11, 2012
sábado, novembro 10, 2012
Estive assistindo a algumas sessões de curtas de um festival de cinema que Rafael participou. Então, rolou um papo de que um filme só se tornaria bom depois de ter passado pela apreciação positiva do público. Quer dizer, silencioso leit@r, não sei se era exatamente isso o que estavam dizendo, mas era o que eu estava entendendo, então, eu falei que tenho essa sensação desde que comecei a fazer minhas primeiras músicas, porque, quando alguém dizia que era legal, então, todos os defeitos que eu estava enxergando, todas as costuras mal feitas de meu esboço de música desapareciam e a música ficava inteira, sem buracos, perfeita. Foi assim com Maluca, que teve o seu primeiro registro formalizado com Rita Peixoto e Carlos Fuchs.
sexta-feira, novembro 09, 2012
Entrei num grupo que estuda Análise do Discurso.
Então, comentando com os amigos, Marcelo disse que tinha um
texto legal para pensar o assunto, um texto de Michel Focault, chamado: A ordem
do discurso.
E mandou pra mim.
Filosofia...
Michel Focault é quase como ler um texto de Jesus.
O que ele está dizendo?
quinta-feira, novembro 08, 2012
quarta-feira, novembro 07, 2012
Rita Peixoto e Carlos Fuchs - Minha casa é um céu
Então, ontem fiz uma abobrinha com jiló que Pedro me deu e quando comi, vi que era assim que mamãe fazia.
Que delícia!
Fora isso, quero mostrar minha música que Rita Peixoto gravou, no piano de Carlos Fuchs. Minha casa é um céu, veja:
Rita Peixoto e Carlos Fuchs - Minha casa é um céu
terça-feira, novembro 06, 2012
Documentário: A Carne é Fraca
Ontem, assisti ao documentário “A carne é fraca”, sobre a matança de animais para o nosso consumo. Comecei a seguir essa pista outra vez, depois de ter reencontrado a Bia, que nos anos 80, já era uma menina que não comia carne. E que agora me falou do especismo.
Então, silencioso leit@r, veja o que é isso:
segunda-feira, novembro 05, 2012
Suely Mesquita cantando Romena com Luís Capucho e Paulo Baiano
É bastante pretensioso que eu comece a pensar a partir dos que, vindos também de Cachoeiro do Itapemirim, se tornaram grandes nomes da música brasileira, como Roberto Carlos e Sergio Sampaio e, menos ainda, porque fiz alguns livros, me atreveria a pensar em Rubem Braga, porque, afinal, sou um pobre homem que tenho prontos alguns livros e músicas para um público muito, muito pequeno. E que, comparado ao público desses grandes artistas da cultura brasileira, vindos da cidade em que nasci, o silencioso leit@r sabe, sou ninguém.
Mas estou partindo de uma pergunta que, de Minas, o Miguel Anunciação me fez, sobre o comentário do João, de que eu pudesse ser, de alguma forma, assim, uma espécie de evolução desses artistas já consagrados de minha cidade.
O meu silencioso leit@r sabe que a gente cria nossa auto-imagem também a partir do que escolhemos daquilo que os outros tenham dito sobre nós. Bem, comigo é assim. Sou um cara altamente influenciável, embora, assim como mamãe, e apesar disso, eu pense que eu não seja uma tábua no mar.
A primeira pessoa que me chamou a atenção para a possibilidade de haver alguma tradição nisso, foi o compositor Sergio Natureza.
Naquela época, ele produzia um disco e show no teatro Rival do Rio de Janeiro, em que vários artistas interpretavam Sergio Sampaio. Então, ele creditou minha presença no show e disco e me disse isso, nas outras palavras dele, que eu fazia parte dessa mesma linha devolutiva.
Conscientemente, não consigo imaginar diálogo algum entre mim e meus conterrâneos.
Estou mais para o que Suely diz no início dessa música, Romena, gravada pelo Roberto Maxwel,em Santa Teresa, na casa do Baiano, para um documentário abortado que ele queria fazer sobre mim.
Vejam:
domingo, novembro 04, 2012
Com Rafael e João e Pedro, preparando um armado de
apresentação de meus livros e músicas na rede, para o bom leit@r ver, ouvir, ler,
baixar alguma coisa, conhecer melhor o que tenho feito há tanto tempo e que não
tinha organizado pra mostrar, espalhado que ficava sem um centro onde se
pudesse entrar em contato, porque ficava esquecido aqui na câmara escura da minha
casa.
Quer dizer, o Silvio tinha feito há tempos atrás um site que
mostrava o Cinema Orly e o Lua Singela e todas as outras coisas daquela época,
de dez anos atrás. Mas a gente foi esquecendo o singelo site que ele fez pra
mim, porque o site sumia, depois aparecia e sumia outra vez, essas coisas que a
gente não entende direito e que acontecem na rede.
Tamos armando esse, então, com coisas anteriores e coisas
que vieram depois daquele.
Muito bom. Aguardem, pls.
quinta-feira, novembro 01, 2012
"The Logical Song" (Supertramp) written and composed by Roger Hodgson
Pensando na vida.
Nos acontecimentos que me dão direção, que ocupam meu pensamento e com os quais estou envolvido até o caroço, quer dizer, vou com eles como quem viaja num trem. Então, silencioso leit@r, sempre há a possibilidade de o maquinista se descuidar e descarrilhar ou vir um trem na direção oposta e ter um desastre. Pensando no maquinista, no trem, no motor, no vapor.
Sem conclusão.
Faço minhas as palavras que Pedro postou no face, ontem, tradução de uma música americana:
"Tem vezes, quando todo o mundo dorme
Que as questões seguem profundas demais
Para um homem tão simples
Por favor, me diga o que aprendemos
Eu sei que soa absurdo
Mas por favor me diga quem eu sou"
Que as questões seguem profundas demais
Para um homem tão simples
Por favor, me diga o que aprendemos
Eu sei que soa absurdo
Mas por favor me diga quem eu sou"
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