Soneto de Marcelo Diniz que musiquei, ontem:
O que move é movido, de acidente
em acidente, a bola de bilhar
dispara, no universo, a pervagar
no encalço de outra bola contingente;
desejo e desejado, a inconseqüente
incoerência que faz de todo amar
um afogar a sede neste mar
voraz de quem a mesma sede sente;
desassossego, nada em si é só:
decerto o travo doce do perfume
é cúmplice do espinho e anela o nó
que faça a flor nascer do negro estrume;
o que move é movido, o dominó
de amores é o domínio do ciúme.
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