segunda-feira, junho 30, 2014



Quando o André veio me visitar, ele, sentado em minha sala, disse ter alguém no morro olhando pra minha casa. Eu fui olhar, mas não vi.
Depois, fiquei sabendo pelos vizinhos que o lugar de onde se olha pra minha casa é uma boca.
Minha Vizinha de Janela tem visto garotos armados correndo de um morro a outro, pelo chão de nosso vale.
E, ontem, Pedro veio comprar pão aqui no quarteirão e viu os rapazes armados, pulando o muro da igreja batista, de que mamãe gostava.
Tem-se dito na rua que as UPPs, no Rio, é que estão infestando assim a rua com o pessoal do tráfico.
Eu, já disse: Não posso falar, os vizinhos de trás.
Fui.

sexta-feira, junho 27, 2014



Mais uma de minh’As Vizinhas de Trás” se prepara para ir morar em São Paulo, com o Rodrigo. Então, bondoso leit@r, com as palavras, que vos digo nesse post do Blog Azul, acontece o mesmo que acontece com as cores das Vizinhas. É preciso encontrar o ponto de onde partir para todo o restante do fio da meada, se liga. Então, uma cor sugere a outra, que sugere a outra e assim por diante, até formá-las na tela inteira, completa.
Ou no caso do post, o parágrafo inteiro, completo e tal.
Após ter mostrado para o Rodrigo todas as Vizinhas que tenho prontas, ele, pra meu orgulho, escolheu essas, veja:

quinta-feira, junho 26, 2014

Então, tinha pensado em fazer um fundo único para minhas nov’As Vizinhas de Trás”. Imaginei, silencioso leit@r, laranja.
Muito indeciso se iria funcionar o fundo inteiro, perguntei ao Joel, pra quem elas seriam.
Ele disse:
- Faça um fundo, se possível, algum, laranja...rsrs... tenho apreciado esta cor!
Formou. 
Pedro tirou retrato:

quarta-feira, junho 25, 2014



Avançando nas sugestões que me aparecem depois de ter decidido por um fundo inteiro para “As Vizinhas de Trás” novas. Sem que eu perca de vista a série de “Vizinhas de Trás” de fundos de cores sortidas, estive pensando em fazer as “Vizinhas Azuis”, as “Vizinhas Vermelhas” e as séries delas carmim, café, rosa e tal.
Então, leit@r, estou pensando que, com elas, vou sempre em busca de um padrão. E acho que esse é um exercício que faço desde quando era muito pequeno e que me distraía equilibrando, no arame farpado da cerca, as florezinhas que encontrava no pasto. Isso  descrevi num dos devaneios do “Mamãe me adora”, ta se ligando, generoso e bom, leit@r?
Vejam essas de 2013, antes que eu decidisse por fazê-las de quatro em quatro:

terça-feira, junho 24, 2014



Avançando n”As Vizinhas de Trás” novas.
Já faz um tempo, tem me vindo à cabeça um fundo inteiro pra elas, ao invés de um fundo diferente pra cada, bondoso leit@r.
Isso vinha enquanto eu estava fazendo as bichanas, mas eu não tinha coragem pra mudar o padrão com que elas estavam vindo desde que apareceram pra mim. Aí, veio a Mônica e sugeriu isso.
Me encorajei.
Fiz.
Acho que ficou bonito.
Quando estiverem prontas, mostrarei.

segunda-feira, junho 23, 2014



Continuando a olhar pras coisas da casa e tentando uma ordem de arrumação. As “Vizinhas de Trás” que comecei para o Joel estão ficando bonitas, nos seus retratos 3x4. Três delas já se mostraram na tela e tem uma última para aparecer. Nessa semana termino.
Fora isso, computador estranho.
Fui.

sexta-feira, junho 20, 2014



Computador pifando em meio à arrumação das coisas.

Comecei a pintar um’A Vizinha de Trás” para o Joel, de Sampa, mas tenho sido muito lento, por conta da arrumação das coisas.

Além disso, tenho feito quase que diariamente o show Poema Maldito, aqui comigo, voz e violão, na sala.

È uma espécie de delírio, e o silencioso leit@r, talvez, não consiga imaginar o que isso é pra mim. Porque as músicas têm saído limpas, ainda galvanizadas por uma camada de sujeira, muito tênue, sutil, se liga. E não imaginava isso, bom leit@r. Já não estou mais um Tom Waits, assim, sequelado, e nem mais um aveludado, suavíssimo, Caetano Veloso, ta se ligando, leit@r.

Com modéstia camponesa, de quem cresceu na roça, cada vez mais sinto que ocupo o luís capucho.

E lembro a tudo.

Fui.

quinta-feira, junho 19, 2014



Ainda mexendo nas coisas da casa, Leit@r.
Então, vou achando as coisas. Por exemplo: achei meus cabelos, um embolo deles, de quando foram cortados pela primeira vez. Isso deveria ser um costume da época de mamãe, no interior.
Coloquei-os numa caixinha de madeira e vou continuar guardando.
Também achei desenhos. Tem um caderninho de desenhos que fiz em 1969. E outro de 1979.
Por que guardamos desenhos?
Vejam esse de 79, era meio hippie, talvez:


quarta-feira, junho 18, 2014



Computador estranho. Não confia mais em algumas páginas e não vai até elas.
No blog veio. Além disso, data e horário não estão batendo com data e horário do ano do senhor de junho de 2014. Quando acertei, melhorou tudo...
Fui.

terça-feira, junho 17, 2014

Desenho encontrado entre meus guardados. Sou eu no hospital, em coma.
Está sem assinatura, mas deve ter sido o João quem fez:


segunda-feira, junho 16, 2014

Ainda revirando os guardados, arrumando aqui.
Pedro esteve comigo ontem, ajudando.
Estou de campanhia nova, a boca onde se pendura o lustre da sala, consertada.
Hoje, continuarei sozinho a lida, leit@r.
Quando escrevi o livro Rato, coloquei o narrador a escrever numa escrivaninha que ficava num corredorzinho, entre a cozinha e a sala. A escrivaninha era encostada numa parede onde se pendurava um retrato de cristo, na velha Cabeça de Porco. E era ali que o livro ía sendo gerado. Esse retrato também serviu de inspiração para o meu amigo Marcos Sacramento, que fez poesia dele. E que musiquei, mas que só me lembro de trechos. Vou ver se ele se lembra e mostro.
Pedi a Pedro que fotografasse, veja:


sábado, junho 14, 2014



Continuando a arrumar as coisas aqui.
Ontem, sexta-feira, Pedro consertou a campanhia de minha casa.
Na madrugada, o baile funk inflamou muito, muito som sobre o casario do vale.
Antes, cabelos ao vento e noite caindo embaixo dos edifícios da Moreira Cesar, show de Kali C.
Hoje, tentativa de consertar a boca, onde se prende a lâmpada no teto da sala.
Fui.

sexta-feira, junho 13, 2014

Ajeitando os guardados: texto do Leonardo Lichote, n'O Globo:



Como é natural dos meses de inverno, o sol, filtrado hoje por nuvens e pelos vidros da janela fechada, entra inclinado na sala e reverbera no novo piso, leit@r. Gosto de acordar com o novo desenho e cor do chão, que me choca, me acende.

O piso antigo, pálido, modorrento, me deixava só com meus pensamentos. Eu seguia horas afora conduzido apenas pelas aberturas que minha própria cabeça cavava dentro do dia, entende leit@r.

O novo piso, não.

Assim que acordo e que saio do quarto pro assoalhado do chão da sala, ele grita pra mim, cintilante de luz:

- Olha, eu estou aqui! Você está pisando em mim, estou por fora de você e sou real! – e, aí, não estou só, leit@r, porque ele berra iluminado.

Sem mais  – Fui.

quinta-feira, junho 12, 2014

Essa noite, imaginei assim "As Vizinhas de Trás", leit@r:
Devo fazê-las desse jeito. Acho que ficarão felizes. Mas nada a ver com a religião, entende, leit@r? Mais a ver com as poses delas, rígidas à mesa.
Fui.

quarta-feira, junho 11, 2014



Acertando o post de ontem:
Deu uma chuva.
Minha Vizinha de Janela deu-me uma tinta que vai servir como base para a tinta da porta nova, comprada para substituir aquela em que os cupins fizeram colônia.
O tempo vai passando.
Tingi um tampo da porta com a tinta e apareceram os calombos do compensado. Trabalho mau feito de quem fez a porta.
Então, me lembrei daquilo que estava escrito na serraria: que na natureza, nada é igual, que as madeiras não são iguais, por serem naturais.
Não são como azulejos, leit@r.
Mas um calombo na porta é um mal serviço.
Ontem, fomos assistir ao show da Maria Alcina, no Rio.
Frágil força da flor.
Fui.
Pedro tirou retrato:




Fora isso um texto do Contrera sobre meu Cinema Íris, AQUI.
 

segunda-feira, junho 09, 2014

Exposição Fique à Vontade, de Ricardo Pimenta

Vejam, silenciosos leit@res, As Vizinhas de Trás e as outras obras que aparecem nos painéis da Exposição bolada por Ricardo Pimenta, Fique à Vontade, no MAC.

domingo, junho 08, 2014

O artista plástico Ricardo Pimenta convocou as pessoas a participarem dos painéis que queria criar nas paredes do MAC, aqui em Niterói.
Eu soube e quis levar As Vizinhas de Trás.
Minha Vizinha de Janela também levou um abstrato. 
Ontem, foi a festa de inauguração. 
Pedro tirou fotos:


sábado, junho 07, 2014



Eu me lembro de, quando criança, nas vezes em que morei com tia Maria, na hora do café da manhã, as abelhas estarem em torno ao coador de café, sustentado numa armação que tinha um espaço embaixo para colocar o bule. Era uma casa daquelas feitas isoladas, no pasto, com uma varanda alta que alcançávamos por uma escada. A casa era toda no alto, meio uma palafita, leit@r, no meio do pasto. Embaixo dela, era o chão batido, que enxergávamos pelas frestas do assoalho, ta se ligando, silencioso leit@r.
E na direção da janela da cozinha, eu me lembro bem, tinha entulhado muito pó de café, que era jogado ali, para a feitura dos cafés novos, toda manhã.
Estou dizendo isso, porque na semana passada, ao passar na rua da praia, tinha um cara vendendo, no chão da calçada, essa estrutura de fazer café. Vinha com um coador de pano. Comprei!
Demorei um tempo para tirar um bom café de meu novo aparelho de fazer café da manhã. Mas aprendi. Hoje, consegui um café daqueles. Há uma série de detalhes envolvidos.
Quando chegarem as abelhas, vou dizer.
Fui.

Filipe Catto canta Cássia Eller - Maluca


Os cupins que, no verão, aparecem voando em torno às
lâmpadas de casa onde moro, silenciosos colonizaram a porta do quarto da frente. A gente nunca reparou, mas, agora, basta que enconstemos nela pra que se parta, uma palha. Então, leit@r, como é comum em minha floresta, comecei a tentar abrir um caminho, a cortar mato, a contornar as pedras, a ver a melhor direção rumo à nova porta, enquanto pelo caminho passarinhos gritam, felinos passeiam pelas brenhas, cobras rastejam e tudo.
Moral da estória: o Ari, que viria agora me ajudar, furou comigo.
Além disso, minha obra completa para Sampa, para o Rodrigo. 
Também em Sampa, gravado por Klaudia, o adorável e enlouquecido Filipe Catto:

sexta-feira, junho 06, 2014

Texto muito lindo sobre As Vizinhas de Trás:

 “Estou querendo escrever o que sinto por As Vizinhas de Trás do Luís Capucho. Tenho 13, como o número da minha casa. Eu falo pelos dedos aqui. Até já reclamaram da minha verborragia confessional. Mas venho aqui falar sobre elas e os dedinhos travam como quando estão diante do alicate mortífero das manicures. A questão é que elas me dizem muito, mas falam é para meu inconsciente. Sabem silêncio eloquente? É assim que elas são. Suas vozes, assim como certas frequências de som que não ouvimos, só estão disponíveis para o inconsciente. E não é que o danado cismou em ter sintoma histérico de mutismo? Então, por enquanto, o que digo é o seguinte: olhem para as moças. Sintam a combinação do espanto de não ouvi-las e de ao mesmo tempo ouvi-las demais. Não desistam, pois o inconsciente às vezes entrega o jogo. E mesmo quando é doloroso é bonito. A complicação que somos dói muitas vezes, mas é bela, faz a beleza não pronta de fábrica ser criada. Beleza não criada geneticamente é uma coisa que me encanta. Olhem para as carinhas e escutem o tal do "the sound of silence". Quando isto se tornar vibração sonora ou, melhor dizendo, vibração de linguagem já decifrada, a experiência vai ser incrível.”                                                                                                                                                Mônica Ribeiro.



Minha parceira e amiga, Kali C, mandou:

"Queridos amigos,

Este ano não fiz aquelas famosas festinhas para comemorar meu aniversário. Disse apenas que não fiz a festa, mas podem acreditar, ainda estou comemorando. E quando fizer um mês de meu aniversário, sexta, 13 de junho, às 18
:30,(dia de bruxa - lua cheia) farei um show no projeto ‘Arte na rua’ (promovido pela Fundação de Artes de Niterói), na esquina da Moreira César com Ary Parreiras, aqui em Nikity. Neste show saltimbanco serei acompanhada pela minha banda de um homem só, formada pelo meu querido hermano, multi instrumentista, o Federico Poika. Espero vocês lá para continuar festejando com alegria e amor."

quinta-feira, junho 05, 2014

Luís Capucho - Ponto Máximo


Ontem, estive revendo o vídeo que Rafael Saar fez comigo
cantando Ponto Máximo (luís capucho/Marcos Sacramento), numa versão apenas voz e violão, bem diferente de como essa música ficou na versão de meu disco Lua Singela, arranjada pelo Rodrigo Campelo.
Olhando para o vídeo, vejo que, muito no início, já era uma
pegada, um movimento para que eu chegasse no Poema Maldito, disco voz e violão que gravei agora e que espero logo tê-lo acessível para o meu leit@r silencioso.
Vejam:

quarta-feira, junho 04, 2014



Terei uma d’As Vizinhas de Trás exposta no MAC, leit@r!
Foi minha Vizinha de Janela quem me avisou.
Hoje pela manhã, estive no museu para levar minha “Vizinha...” e o Ricardo Pimentel, aut@r do projeto, me recebeu dizendo:
- Essa é uma idéia afetiva. O meu trabalho de arte é esse, os painéis com as pinturas de vocês! – aí, leit@r, filmou uma entrevista comigo. Eu fiquei muito emocionado. As entrevistas com os artistas convidados serão parte da exposição.
Se der, vou tirar fotos dos painéis, para que o meu silencioso leit@r veja.
Olha:
“Oportunidade para exposição no MAC. Atenção a data!
O artista plástico Ricardo Pimenta Mendes convida todos para a exposição coletiva no MAC, dia 7 de junho às 17:00 h. E aproveita para convidar artistas para enviarem trabalhos/propostas para exposição no MAC!

CONVITE de Ricardo Pimenta Mendes.

Amigos artistas, farei uma exposição no MAC no dia 7 de junho!!!! Será um projeto participativo, no qual convido a todos que queiram expor no MAC, a mandarem um trabalho de parede de até 0,25m², ou seja: 50 X 50 cm, 25 X 100 cm etc etc. Com esses trabalhos farei quatro painéis de 2 X 10 m. A única exigência que faço, é todos comparecerem na inauguração, que será dia 7 de junho às 17:00 h. Os interessados deverão levar suas obras no MAC entre os dias 2 e 6 de junho!!!”

terça-feira, junho 03, 2014

Moonlight Sonata


Assim como sempre é repetido o tema das “Vizinhas de Trás” e, assim como elas são sempre outras, também se repetem os posts e dias, e são sempre outros posts e outros dias, no diário do Blog Azul.
Eu não me esqueço de que, na época em que eu procurava editora
para o meu Cinema Orly, uma editora de São Paulo, a única que se dispôs a me dar alguma satisfação, escreveu-me dizendo sobre os motivos porque não publicaria o livro. Ela escreveu-me dizendo que meus personagens não se desenvolviam e que o meu texto era repetitivo por demais, leit@r.
Então, eu sei que tenho isso de ficar me repetindo. Mas é
que houve um mal-entendido, porque na minha cabeça, depois de ter sido alertado sobre a tal repetição – algo de que não me havia dado conta – foi justamente nela em que eu via as qualidades do livro. Por que, como eu havia conseguido escrever um livro de pura repetição e não ter embrenhado os meus leit@res no atoleiro do mais perfeito tédio?
Sou suspeito para dizer , mas com minh”As Vizinhas de Trás”
é possível que aconteça o mesmo, quer dizer, leit@r, sua repetição não é entediante, mas curiosa. Estimulante, talvez. E é na repetição que vou desenvolvendo as bichanas, tão se ligando?
E vejam como o tema da repetição se desenvolve no rock and
roll ou numa sonata.
Fui.

segunda-feira, junho 02, 2014



Amanheceu um dia lindo de inverno, com um sol branco.
Não sei como é isso, se eu levo a vida cantando ou se deixo a vida me levar, leit@r.
Confuso...
Fui.

domingo, junho 01, 2014



Ontem, comecei uma nova tela de “As Vizinhas de Trás”.
Consegui aprontar uma, a primeira delas, na tela onde estarão quatro Vizinhas. É bom olhá-la pronta, mas ainda não consegui ver a cor com que pintarei seu fundo. Acho que pintarei todas as Vizinhas primeiro, para ver se enxergo a cor com que pintarei o fundo de cada uma delas.
Tive alguma dificuldade com o pincel novo que usei.
Embora o resultado seja sempre o mesmo, a cada pincel novo que começo a usar, há como uma mudança de método para fazê-las, leit@r silencioso. Os pincéis novos são muito leves e espalham pouco a tinta. Isso mudou o ritmo das bichanas. Mas são elas ainda, são as Vizinhas que estou pintando.
Fui.