Como é natural dos meses de inverno, o sol, filtrado hoje por
nuvens e pelos vidros da janela fechada, entra inclinado na sala e reverbera no
novo piso, leit@r. Gosto de acordar com o novo desenho e cor do chão, que me
choca, me acende.
O piso antigo, pálido, modorrento, me deixava só com meus
pensamentos. Eu seguia horas afora conduzido apenas pelas aberturas que minha
própria cabeça cavava dentro do dia, entende leit@r.
O novo piso, não.
Assim que acordo e que saio do quarto pro assoalhado do chão
da sala, ele grita pra mim, cintilante de luz:
- Olha, eu estou aqui! Você está pisando em mim, estou por
fora de você e sou real! – e, aí, não estou só, leit@r, porque ele berra
iluminado.
Sem mais – Fui.
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