terça-feira, julho 01, 2014



Marapé ficou pra mim, como o meu lugar mítico, maravilhoso, leit@r.
Quando vim morar nessa rua, onde moro há mais de dez anos, reconheci na amendoeira da calçada, a aura das castanheiras de Marapé. E na casa abandonada, ao lado, reconheci a mesma tranquilidade do sol que envolvia as vendas que havia lá.
Depois, eu já disse aqui no Blog Azul, Marapé migrou para Paquetá e não existe mais em Marapé. Quando estivemos em Marapé, eu e Pedro, nem as pessoas restavam mais. Só havia o Pingüim e o Antoin. A Lolóia, coitada, era uma fraude de Lolóia. Mas mesmo só havia o Pingüim e o Antoin. Não vou me alongar sobre os outros que sumiram, pra o post não ficar enorme, porque, você sabe, leit@r, não curto posts longos.
E, eu já disse do baile funk que começou nas sextas-feiras de minha rua.
Não sei se já disse que imagino a polícia ter reprimido o bichano, que veio junto com a boca do Pessoal do Tráfico. Eu não sei, porque eu não entendo nada, tudo pra mim é como imaginação e não faz diferença. Por isso, talvez, o Baile Funk volte.
Na sexta-feira, o que eu ouvia na madrugada da rua, nos meus cochilos imensos, que naquela madrugada era como um ir saindo de um coma, o que eu ouvia era um batuque de macumba, que chegava até aqui vindo da Rua de Trás.
E no meu cochilo - que também não é em nada diferente de imaginação e que por isso também não sabe nada - a castanheira-amendoeira de Marapé, que vive na calçada ao lado da entrada para a comunidade-condomínio em que moro, era árvore daquela história que, em época de estudante, uma vez li num livro de antropologia:
Numa tribo africana em que a velha feiticeira estava para morrer, uma menina mais estranha foi identificada como a nova feiticeira. Essa menina gostava de fazer companhia às baleias que encalhavam na praia, gostava de de se acompanhar das árvores mais altas da savana, gostava de andar sozinha a esmo e tal.
Então, de meu cochilo, saltei sonâmbulo no chão da casa e fui até o potinho de sal grosso, que na arrumação da casa, descobri, deixado por mamãe, que ela tinha suas manhas, se liga.
Aí, abri a janela e joguei três pitadas de sal lá fora, na madrugada, no batuque da macumba, perto da árvore.
Era três horas, em ponto.
Alívio.
Sonho.
Dormi, outra vez.

Fora isso, veja As Vizinhas de Trás de mudança para Sampa, que Pedro ajeita:

Um comentário:

Anônimo disse...

Três da madrugada: hora cheia!