Marapé ficou pra mim, como o meu lugar mítico, maravilhoso,
leit@r.
Quando vim morar nessa rua, onde moro há mais de dez anos,
reconheci na amendoeira da calçada, a aura das castanheiras de Marapé. E na
casa abandonada, ao lado, reconheci a mesma tranquilidade do sol que envolvia
as vendas que havia lá.
Depois, eu já disse aqui no Blog Azul, Marapé migrou para
Paquetá e não existe mais em
Marapé. Quando estivemos em Marapé, eu e Pedro, nem as
pessoas restavam mais. Só havia o Pingüim e o Antoin. A Lolóia, coitada, era
uma fraude de Lolóia. Mas mesmo só havia o Pingüim e o Antoin. Não vou me
alongar sobre os outros que sumiram, pra o post não ficar enorme, porque, você
sabe, leit@r, não curto posts longos.
E, eu já disse do baile funk que começou nas sextas-feiras
de minha rua.
Não sei se já disse que imagino a polícia ter reprimido o
bichano, que veio junto com a boca do Pessoal do Tráfico. Eu não sei, porque eu
não entendo nada, tudo pra mim é como imaginação e não faz diferença. Por isso,
talvez, o Baile Funk volte.
Na sexta-feira, o que eu ouvia na madrugada da rua, nos meus
cochilos imensos, que naquela madrugada era como um ir saindo de um coma, o que
eu ouvia era um batuque de macumba, que chegava até aqui vindo da Rua de Trás.
E no meu cochilo - que também não é em nada diferente de
imaginação e que por isso também não sabe nada - a castanheira-amendoeira de
Marapé, que vive na calçada ao lado da entrada para a comunidade-condomínio em
que moro, era árvore daquela história que, em época de estudante, uma vez li
num livro de antropologia:
Numa tribo africana em que a velha feiticeira estava para
morrer, uma menina mais estranha foi identificada como a nova feiticeira. Essa
menina gostava de fazer companhia às baleias que encalhavam na praia, gostava
de de se acompanhar das árvores mais altas da savana, gostava de andar sozinha
a esmo e tal.
Então, de meu cochilo, saltei sonâmbulo no chão da casa e
fui até o potinho de sal grosso, que na arrumação da casa, descobri, deixado
por mamãe, que ela tinha suas manhas, se liga.
Aí, abri a janela e joguei três pitadas de sal lá fora, na
madrugada, no batuque da macumba, perto da árvore.
Era três horas, em ponto.
Alívio.
Sonho.
Dormi, outra vez.
Fora isso, veja As Vizinhas de Trás de mudança para Sampa, que Pedro ajeita:
Um comentário:
Três da madrugada: hora cheia!
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