Depois da escama saída do corpo de Tritão – Ney Matogrosso
no filme Peixe, de Rafael Saar - e que costuramos sobre o breve que mamãe me
deixou, coloquei, como patente, num dos ombros, a escama de pirarucu, que
Rafael me deu, em nosso último show Poema Maldito. Essa nova patente, conversa
com a patente do show mais anterior, uma patente que Ruth Castro me deu, e que foi
retirada de uma das roupas de Prince.
Então, silencioso leit@r, isso é complicado de explicar,
porque vai sendo contada uma estória, à medida que novas coisas vão sendo
coladas a ela, à camisa, assim, como se fosse uma cruz que eu levasse, ou uma
árvore de natal he he he.
Tenho pensado, se minha camisa não se tornará uma caricatura
idiota de um espírito idiota que visto ou se conseguiremos mantê-la como objeto
sagrado, de culto, respeito, poder, ta ligado? Como se as coisas colocadas
nela, se imbricassem de tal forma, que ficasse centradas nela, força e beleza, luz,
e ela fosse uma espécie de brasão meu, de minha bandeira, meu selo, meu tótem.
O fato é que para o próximo show no Escritório, com Bruno
Cosentino, Exército de Bebês e Felipe Castro, colocamos dourado sobre o branco
da escama de pirarucu, para que os olhos postos sobre ela, possam correr para
as franjas douradas do breve que mamãe me deixou e para a escama dourada de
Tritão, que colocamos em seu centro.
Pedro tirou fotos, vejam:
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