segunda-feira, novembro 12, 2018


O nosso show na Casa Gramo, em SP, foi muito bonito, uma coisa é olhar e outra coisa é fazer. Eu adoro fazer e eu adoro olhar, então, toquei alguma coisa de olhos fechados e toquei músicas de olhos abertos. E encontrei e conheci gente que se relaciona com a minha música, então, encontrar essas pessoas, de frente com elas, falando comigo, me deixa mais forte. Também fiquei mais forte, porque conseguimos ir todos pra lá, o Vitor, o Felipe, o Lucas.
O Vitor foi quem deu a partida, aí, todos fomos num “é nóis”, além do Pedro Spagnol e Gui, no vídeo, o Boi, no som, o Beto com a casa, e o meu Pedro, na produção.


quinta-feira, novembro 08, 2018

A gente vai apresentar as músicas em SP, no sábado, agora. E eu tou feliz de ter conseguido que todo mundo vá. A gente já tocou com Lucas, já tocou com Vitor e já tocou com Felipe. Mas dessa vez estaremos todos ao mesmo tempo.
Vamos tocar músicas de meus discos que não tocamos há algum tempo, músicas que estamos sempre tocando e também, músicas que não estão em disco nenhum, músicas que não têm registro ainda. É sempre bom demais ir até outra cidade pra mostrá-las. Pedro é quem organiza e conduz. Você sabe, não sou um artista de sucesso. E outro dia o Felipe estava falando de um certo nosso fracasso empresarial. A gente tem criado um circuito doméstico, com algumas poucas entradas em casas de show e, dessa forma, temos sido do tamanho que a gente tem e temos ocupado o nosso lugar, na verdade, onde sempre estamos. Não somos bárbaros ou bélicos, não temos esse nariz em pé todo. Apenas força e coragem. Nossa música ainda é de ouvir. Então, convido aos amigos de São Paulo pra ir nos ver. Ver e ouvir. Se dançar, devagar.


terça-feira, novembro 06, 2018

a vida é livre - luís capucho no palco lapa 145

Sábado que vem, apresentaremos na Casa Gramo, em SP, esse
show que fizemos na lapa do rio, no fim de semana que passou. A vida é livre,
junto com Inferno, Fonemas, Bengalinha, Vai Querer?, Bichinhos, foi uma das
primeiras músicas que fiz nessa versão de mim mesmo em que eu estive com voz
monocórdia e dois ou três acordes.

Então, minha mãe estava comigo, pra que eu pudesse ficar brincando de fazer
música e de fazer livros. Mas também nunca foi uma brincadeira, porque as brincadeiras
são mais etéreas ou mais estéreis que fazer músicas e livros. Não sei. O certo
é que A vida é livre, mais as outras que citei acima, estão no meu disco Lua
Singela, que seria como ganhar todas as bolinhas de gude de um jogo de
triângulo, se isso fosse uma brincadeira.

Se tiver sido uma brincadeira, meus parceiros no jogo Lua Singela, foi uma
turma grande, e não tenho como agradecer estarem comigo. É só ver a ficha
técnica do disco.

A brincadeira que não é uma brincadeira, mas que também é, tem novos companheiros
que continuo não tendo como agradecer.

Venham todos os amigos da cidade mais domesticadamente selvagem do Brasil!

segunda-feira, novembro 05, 2018

Tinha uma brincadeira, quando eu morava em Alegre, no ES, acho que em 1968, que era assim, as meninas ficavam em roda, batiam três palmas e cantavam:

                                  "revolução (três palmas)
                                    vai ter (três palmas)
                                   se não disser (três palmas)
                                 o nome de (três palmas)
                                              uma religião...

... aí, cada menininha da roda tinha que dizer o nome de uma religião. E depois repetiam indefinidamente batendo as palmas e trocando os nomes. Nunca mais vi essa brincadeira depois daquele tempo. Não sei se era geral, se tinha em tudo que era lugar.
Alguém já viu?

domingo, novembro 04, 2018

a vida é livre - luís capucho no palco lapa 145

O show de ontem foi demais em todas as coisas, foi uma noite
muito bonita, com todos os erros dela. E quando os meninos chegaram, vieram com
uma guitarra, pra que eu fizesse o show com eles. Topei, mas depois de um
tempo, decidi pegar o violão de volta. E me sentei.
Minha camisa de fazer shows ganhou um botão dourado de
Claudia e no 1:31 min, dessa filmagem do Pedro, ele cintila nela, na altura do
peito. Esse show, eu sinto, é no mesmo circuito do que temos feito nas casas
dos amigos. E isso continuará no sábado que vem, na Casa Gramo, em SP. A vida é
livre!


Vejam:

quinta-feira, novembro 01, 2018


Amanhã, tocaremos eu, lucas e felipe, nesse bar à beira da Rua da Lapa. A gente já anda um tempo querendo lugar pra tocar. Começamos, no ínicio do ano, eu e Vitor, tocando na casa dos amigos – o que chamamos De Casa em Casa – e viemos com isso até agora. O Vitor teve que dar um tempo, mas o Felipe já estava com a gente e continuamos. Depois, veio o lucas.
Ontem, estivemos na Rua da Lapa para conhecer a Rosângela, a Dona do bar. Eu disse que tocaríamos música autoral e ela quis saber se era pra o pessoal dançar. Eu disse que não, que era pra ouvir. Mas que tem quem dance, se quiser. Aí, ela disse que também compunha e falou da casa dela, de quanto tempo tem o bar e das coisas que serve.
Todos temos muito respeito pela morte, tem a mesma grandeza de estarmos vivos. E vai ser a primeira vez que apresentarei as músicas no Finados. Quando saíamos do bar, conversamos sobre a nuvem negra sobre nós, com essa república. Aí, falamos que a nuvem negra foi sempre, porque, afinal, foi uma eleição, da nuvem negra. Vamos fazer o melhor disso. Vamos celebrar nossos mortos.
Na semana que vem, a gente se junta, os três, ao Vitor, pra tocar na Casa Gramo, em São Paulo.
Chega mais!


sábado, outubro 27, 2018


Ontem, no show da Raquel Martins que veio de SP e homenageou a compositora Luhli, da dupla Lulhi/Lucina. O meu circuito, dentro do show, também era da mesma homenagem e tê-la como sombra ou luz, na direção da Raquel, deixou tudo na maravilha: com muita água de cachoeira, homenagem do Rodrigo Bucair.
Fora isso, o astral da presença de cada convidado, todos no fluxo.
Obrigado, Raquel!


quarta-feira, outubro 24, 2018

Com exceção do Diário da Piscina (editora É/2017), meus livros não estão mais em catálogo. Por isso eu mesmo vendo os que ainda tenho comigo. Meus últimos Mamãe me Adora, os vendi há uns quinze dias, para a Biblioteca de um centro cultural trans, em Buenos Aires,  o Bachillerato Mocha Celis. Há muito não tinha o Rato(Rocco/2007) e hoje fiquei feliz de ter conseguido alguns pra ter comigo:

Embora não tenhamos a privacidade de uma casa somente nossa, temos agora uma sala, banheiro e cozinha, com geladeira, pia e fogão.
Se antes habitávamos apenas um quarto lá fora,hoje nossa parte da casa melhor se assemelha a uma residência comum. O fato de mamãe me adora é o que torna isso aqui um lar pra mim. Antes daqui, meu lar ainda era seu corpo, posto que sempre moramos no lar de alguma patroa. (Rato –pg24)

terça-feira, outubro 23, 2018


Eu gostei muito do governo do PT, porque é um partido democrata e porque foi durante o seu governo que se fortaleceram os movimentos sem terra, também do pessoal que não tem onde morar, as lutas identitárias, se fortaleceu as reivindicações do pessoal preto, do pessoal índio, do trabalhador, do pessoal da roça, essas coisas todas e também outras que eu não sei, e que, agora, é inacreditável que, independente desse lance de partidos de direita ou esquerda, os brasileiros quase todos queiram votar numa pessoa muito maluca, que é contrária a qualquer clamor que venha de encontro à moral e aos interesses doidos dele. E por conta de dizer que o PT é corrupto, acho que é muita inconsequência dos brasileiros botar todas as conquistas a perder. Porque corromper é do caráter da gente, todo mundo sabe disso. Por isso é que tem de haver vigilância, tem de haver tratos, que dificultem os roubos. E quem é que vai vigiar o governo do maluco, se ele é doido e sem controle?

sábado, outubro 20, 2018

Maluca (cifra)

A Maluca é a minha música mais conhecida, por conta de ter
sido gravada pela Cassia Eller e, por isso, de vez em quando me pedem sua cifra
no in box. Um rapaz acabou de me pedir, então, pedi ao Pedro que filmasse o
braço do violão, enquanto toco, do modo simples como faço, e subi no youtube,
agora. É pra quem quiser tentar, vejam:

quarta-feira, outubro 17, 2018


Acho uma total maluquice alguém que venha argumentar a favor do Bolsonaro aqui nas minhas postagens. Eu reajo às candidaturas que nem dormideira. Não dá gente. A minha relação com a política é a mesma da que tenho com o futebol, o samba-enredo e a música clássica. Pra mim é tudo igual. Ver uma partida de futebol, um desfile de escola de samba ou ouvir uma música clássica equivale, pra mim, a ver todas as partidas de futebol do mundo, a todos os desfiles de escolas de samba no Rio, e todas as músicas clássicas do mundo. Me fazem dormir, não tem sedução. Porque eu não tenho predileção por nenhuma dessas coisas.
Então, deixe de vir colocar comentários nas minhas postagens tentando diminuir os meus compartilhamentos. Essas coisas que eu ando compartilhando aqui é por que o Bolsonaro é a pessoa pública mais ignóbil que eu já vi na minha vida. Quem me conhece sabe que pouco compartilho aqui, senão os textos que eu mesmo faço no Blog Azul, então, agora, tenho feito compartilhamentos da rede. Mas é isso. Não tem volta. Não dá. Não dá pra ser dormideira com isso. Já é uma decisão bem desenhada. Eu tou vendo que o gigante acordou. Todo mundo sabe da ignorância dele. Então, pare. É escroto.

terça-feira, outubro 09, 2018


Eu sei que tem uma coisa de dizer que o voto é secreto, a gente vota numa cabine inviolável visualmente e tudo. Os meus candidatos a presidente e governador não estão mais participando da eleição, não tiveram votos suficientes e saíram da disputa. Eu não acompanho a política, quando vejo, já está tudo formado, e escolho com o bonde andando. Quando vi que o Guilherme Boulos estava ligado aos sem teto, quis imediatamente dar o meu voto a ele. Acho que é isso. Do meu ponto de vista, todo o resto se ordena melhor, se todos têm onde morar, um endereço.
Entre os meus amigos aqui, tem uma minoria que faz a política do Bolsonaro e a maioria, agora, é Haddad. A minha bolha não representa a maioria brasileira. Não vou ficar inimigo dos que votarão no Brucutu, se não são meus inimigos. Eu entendo que o brasileiro tenha apreço por essa masculinidade mais escrota, todo mundo sempre soube disso, isso sempre foi claro. Eu mesmo amo a masculinidade e com a kali c. fizemos até música pra isso. Mas isso de falar em colocar ordem com a violência, de colocar criancinha à mão armada, não dá, tou fora, ne.
Hoje, quando voltava pra casa, passou por mim um senhor com a camisa do Bolsonaro. Eu senti que ele como eu, não entendia ou não se ligava nas forças que vão formando a política. Achei que estava com aquela camisa por simpatia, como tenho simpatia pela atitude do Guilherme Boulos. O senhor e a maioria do povo brasileiro acredita que ser macho é de grande importância e que ser macho é ser Brucutu.
Vamos aguardar o desenrolar da história.

Meus livros para a Argentina e Cosme Velho

De agora em diante não terei mais Rato nem Mamãe me Adora comigo. Vendi meus dois últimos Mamãe me Adora para o Mocha Cellis - BACHILLERATO POPULAR TRANS, em Buenos Aires, na Argentina. E também para o Cosme Velho, no Rio.
Os livros acabando assim é uma sensação de dever cumprido. E de que o mundo se renova em outras coisas. Quando acabarem os meus últimos Cinemas Orly e Diários da Piscina, aí, será mundo novo total. Porque tendo-os aqui comigo, parece que me prendo neles.
E é preciso soltar, eu sei. Vida nova!

sexta-feira, outubro 05, 2018

Soltando o dia preso - Luís Capucho

Uma chuva fina, hoje, que, antes,
sempre me fazia sair de casa. Eu gostava muito de sair nos dias de chuva fina
assim e ficar andando pelas ruas... e terminar no Buraco? Acho que essa é a
idéia, muito loucamente, de “Soltando o dia preso”(Renato França/luíscapucho),
letra que fiz na época do Buraco – um lugar de encontro dos rapazes e moças
deslocados, aqui, da cidade de Niterói.
Esse registro é de setembro de
2017, quando eu e Pedro, viajamos de BH até Vitória, pra lançar nessas cidades
o Diário da Piscina. O registro é do Sesc Glória, em Vitorinha.
Eu teria muito o que dizer aqui,
agora, sobre postar essa música, hoje, no Blog Azul. Me vem à cabeça, falar das
pessoas todas, amigas, que junto comigo, com nossa iniciativa de viajar de
trem, terminou no que o Pedro registrou em seu celular e que coloquei no
youtube.


Fora isso, somos o que fazemos
com o que fizeram de nós – Sartre!

quarta-feira, outubro 03, 2018


Eu presto muita atenção nas coisas que estão próximas a mim. E se estou abstraído num livro, na internet, encontro informações esmiuçadas de pessoas e coisas e o que ta fora, ta fora, próximo ou longe. Posso também esmiuçar a mim mesmo e, nisso, todo dia eu vou tentando me organizar aqui, no apezinho, amiúde. Mas também muita ignorância, uma coisa, assim, ao mesmo tempo, obssessiva e sem saber.
Então, isso que ouço dizer, de a sociedade brasileira ser hospitaleira e alegre, eu sempre acho violenta, ameaçadora. Eu sei que aqui no apezinho está construído pra mim um ambiente protetor, a que os amigos vêm aumentar e dar calor. Mas o caso é o que é, sempre viver na ameaça.
Há uma loja, em Icaraí, de roupas para os empregados, assim, uniformes:
roupas de camareiras, de babás, de jardineiros, porteiros, tudo que é trabalho. É uma coisa violenta, ali, com a vitrine enorme dando pra rua. Porque não são roupas para noivos, roupas para senhoras de andar na rua, roupas de crianças, de juventude érótica e livre. Não são roupas, que lembrem a liberdade da vida e que se tenha o desejo de comprar.
São roupas meio que na escravidão.
Aí, a loja faliu.


terça-feira, outubro 02, 2018


Vi no jornal que Bolsonaro cresceu nas pesquisas de voto e cresceu entre as mulheres, depois das manifestações do dia 29. È uma coisa que, se a gente confia na informação, não dá pra entender.
Fora isso, tentando me organizar aqui, sempre pensando e sem saber por onde começar, quer dizer, tenho coisas pra começar e não começo. Por exemplo, desisti de começar pelas janelas ou pelas As Vizinhas de Trás. No fim, e sem saber a hora, começarei pel’As Vizinhas...
É uma coisa louca, ter escolhido pintar sempre a mesma coisa, mas é como viver todos os dias em que o sol nasce outra vez. O sol se repetir todos os dias é loucura?
É.

domingo, setembro 30, 2018


Foi meio um sonho, meio um pesadelo, a manifestação contra o Brucutu, ontem, na Cinelândia. De um modo ou de outro, a textura da tarde, o carnaval das pessoas juntas na praça, as palavras de ordem, a performance da menina nua com ele no corpo, tirando ele do corpo, os amigos que encontramos aleatórios, sem sentido, tudo muito lindo ali, mas depois, olhando ali mesmo, sonho e pesadelo, todos assombrados pela ideia do Brucutu, uma coisa pesada e violenta.
Depois, durante o caminho entre a




Cinelândia e a Praça XV, na enxurrada de gente que era desembocada na 1º de março, eu vi que o movimento era forte como um rio grande. Aí, eu perguntei ao Edil como é que a gente poderia usar aquela força, como se usássemos a força de um rio para uma hidrelétrica. Ele disse que não sabia se era manipulável. O lute como uma garota, cheio de garotos dentro, é um mistério grande.
Na volta pra casa, ainda viemos na onda. O coro das meninas na Estação das Barcas, o coro delas dentro das Barcas e o seu coro atravessando as ruas de Niterói.
Pedro fotografou a luta dela.
Pegamos o 30.
#lulalivre!

quinta-feira, setembro 27, 2018


A Vizinha de Baixo gritou para os passarinhos engaiolados que calassem a boca, e acordei. Os dias começaram a ser de não colocar a camisa para ficar em casa. Depois da montanha de Bactrim, meu rim piorou, aí, um dos médicos que me acompanhava, disse não poder fazer nenhuma intervenção no meu corpo, com o rim assim. E me deu alta. Me encaminhou para a nutricionista. Ela inseriu leite e aveia, na minha dieta.
Eu curti. Durante o inverno, teve um dia em que acordei com uma vontade louca de beber leite morno. E tomei. Foi só isso. Aí, quando ela disse que devo tomar leite, me lembrei. Também aveia. Falou de outras minúcias, mas não dei atenção. Só essa modificação já é bastante. Me ensinou a fazer um sal de ervas. Vou fazer.