segunda-feira, abril 02, 2007

Estivemos a olhar uma casa para alugar em meu bairro.
Era uma casa velha, mas da janela, a gente ficou olhando o céu com riscas brancas, suaves, de nuvens, o céu azul pálido e profundo, e a gente dentro da casa no fundo de meu vale, eu e Pedro.
Depois, eu colhi uns ramos de boldo que entravam em pontas pela janela de um dos quartos e viemos embora.
Era uma casa velha! Olhamos de volta pra ela de minha rua e, dentro de meu vale, eu e Pedro entramos em minha casa atrasados, logo que atravessamos a rua.
Mamãe estava deitada na sala com seu corpo frágil, de velhinha, miúdo, no que Pedro tem chamado de sumiê, e reclamou por não termos avisado nada de nossa demora e por termos deixado que ela ficasse preocupada.
Então, pedi que nos desculpasse.
Pedro entrou no banho.
Almoçamos.
Nenhum de nós pode voar.
Os ramos de boldo ficaram na cozinha, verdes, no armário, brilhantes como são as folhas impermeáveis.
Está anoitecendo...

2 comentários:

Fábio Shiraga disse...

É uma pena que não possamos voar.
O Arnaldo Baptista achava que sim, dizia que se eles tem três carros, ele poderia voar.

Círia disse...

Que seria de nós se não pudéssemos "voar"?... graças a Deus, eu vôo... rs