sexta-feira, agosto 31, 2007

Hoje saiu no JB

Por e-mail - Clara Sandroni
Depois de projetos sobre as obras de Sinhô, Baden Powell e autores antigos, Clara Sandroni inventaria as diversas formas de amor em seu novo CD autoral, Cassiopéia.

O que diferencia seu trabalho "autoral de intérprete" dos discos com a obra de Sinhô ou Baden?
A esses CDs (Sinhô, Notáveis desconhecidos, Saravá Baden) chamo de projetos. São parcerias que têm uma estética definida. Cassiopéia chamo de autoral porque tudo é escolha minha, as canções, os músicos, os arranjadores e também palpito nos arranjos. Neste CD até toco violão em cinco faixas.

Por que autores como Mathilda Kóvak, Luís Capucho, Paulo Baiano e Carlos Fuchs, incluídos no CD, permanecem pouco conhecidos?
Carlos Sandroni, Maria Olívia, Luiz Tatit... É difícil para o mercado absorver novidades e a contestação do status quo. Mas a arte cult influencia silenciosamente. E em algum momento ela aparece com a força de quem está aí há tempos.

Em qual corrente se situa na MPB?
Sou cada vez mais eclética e me deixo influenciar por tudo. Por outro lado, cresci ouvindo João Gilberto e seus discípulos, Clube da Esquina, Elizeth Cardoso, Vinicius e Baden, Fagner, Rita Lee, e mais recentemente esta turma toda que você cita.
[ 31/08/2007 ]

Faz um sol branco, de inverno.
Mamãe conversa com seu Valmir sobre as dificuldades da saúde, do cuidado com que precisamos nos precaver das doenças. Conversa sobre o proprietário de nossa casa, que morreu no início do ano.
- Se morrer, não volta mais - ela disse.
Seu Valmir não está na sala, conversa com mamãe de pé, na escada.
Pedro foi ao banco.
Ao meio-dia iremos ao médico-cardiologista do posto de saúde do bairro. Levarei para o banco de espera uma edição de 1942, do Dom Casmurro. É uma edição em que a grafia das palavras da língua portuguesa é toda diferente da que se grafa hoje em dia no Brasil. Isso é legal, porque ajuda-nos a recuar melhor no tempo e quase estar no Rio daquele tempo.
Antes, eu estava curtindo um livro dele em que o Rio de Janeiro está cheio de chácaras em torno à enseada de Botafogo, com carros puxados a cavalos e bondes cortando a cidade.
Aqui mesmo em Nikity City, que naquela época era chamado de Praia Grande, deveriam ser maravilhosos os bairros do Ingá e Icaraí, que hoje, com suas muralhas de edifícios e as praias sujas, têm a beleza maravilhosa da nostalgia, assim, da eternidade…
Passo por essas praias todos os dias em que vou nadar e o mar junto da areia é tão lindo, precioso e vivo como o sol. Não vai morrer, se liga…

quinta-feira, agosto 30, 2007

Ontem, depois que tomei o Efavirenz e que me deitei para esperar o sono e, quem sabe, as vaquinhas amordaçadas, fiquei a devanear, normalmente, como sempre foram meus devaneios antes do sono, sem revestimento de cor, sem episódios esquisitos, normal.
Já disse para meu bom leit@r, antes, sobre esse Efavirenz, que, mesmo sem fome, tenho vontade de comer algo, na esperança de tirar a impressão indefinível dele. Pois, então…fiquei compondo um prato delicioso de abobrinha, bom leit@r...
É assim:
Primeiro piquei em rodelas, numa tábua de bater bife, quatro abobrinhas e esquartejei minimamente cada rodela.
Depois fiz o mesmo com uma cebola grande e o esquartejamento, dessa vez, foi mais mínino ainda, ta se ligando? Esquartejei também alguns dentes de alho e coloquei três tomates bem grandes para ferver e soltar aquela membrana que lhe serve de casca.
Feito isso juntei tudo isso esquartejado numa frigideira alta, joquei azeite e coloquei num fogo brando. Cobri com uma tampa.
Imaginei tudo sendo vagarozamente cozido pela água que saía dos próprios legumes…hummmm…que delícia!
Um dia farei para tirar a prova…
Quem tiver dicas para incrementar ou melhorar minha abobrinha, não se aveche…
É isso.

quarta-feira, agosto 29, 2007

Marcos Sacramento vai estar, hoje, fazendo show de lançamento de seu disco “Sacramentos” em Piracicaba, SP, bom leit@r. E o Shiraga, que mora lá perto, noticiou em seu blog. Vejam a foto que usou:




Sacramento foi meu primeiro parceiro de letras para minhas melodias. Algumas letras fizemos juntos, algumas melodias também.
Eu dizia:
- Para um cara como você, que tem potência e uma voz que alcança os tons mais altos, é mais fácil fazer melodias, não?
- Nunca penso nisso – ele respondia – eu vou fazendo, não complica, Luís… - e a gente continuava a fazer…
Sacramento tem um grande volume de trabalho fora do samba. Além de grande cantor, é excelente compositor, mas é o samba que ta espraiando com ele. E Clara Sandroni, além de gravar música minha e de Mathilda no Cassiopéia, também gravou ele e Paulo baiano, meus amigos de infância…rs.
Essa turma, a que me beiro desde quase garoto, está ficando a cada dia que passa um pouco mais conhecida com o seu trabalho de artista da música. Um vai puxando o outro para a luz que lhe vem chegando. Acho que funciona assim, para a gente que não teve dinheiro, no sapatinho…rs.
Eu gosto bastante quando sai matéria sobre algum trabalho que eu tenha feito. Adoro as matérias na internet, em jornais e revistas, quando elas aparecem.
Mas me agrada também ser esse artista um tanto obscuro e minhas músicas e livros estarem transitando entre as pessoas apenas pelo afeto, no sapatinho, no sapatão, devagar, ta se ligando, bom leit@r?
È isso…

terça-feira, agosto 28, 2007

A cada dia os efeitos do Efavirens vão se redefinindo.
Já não sinto os efeitos sutis, assim, espirituais do bichano. Agora, ele,de modo muito delicado, mais se parece com os efeitos do terrível Crixivan. Estufa-me um pouco a barriga e é como se eu tivesse constantemente de ressaca. Aos pouquinhos, conseguirei dizer a meu bom leit@r, o que ele me faz sentir.
Sei que falar de doença ou de remédios é de pouco interesse, mas ganhei esse blog da Suely Mesquita, ele é meu, e tenho falado nele, desde então, tudo o que eu quero.
Comecei a escrever aqui em 2003. Esse blog tinha outro nome e tinha outra cor.
Antigamente tinha links aqui no blog que levavam do outro blog azul à antiga Blog Rosa, onde comecei e esse blog ficou meeeeeeeeeu! Meeeeeeeeeeeeeeeeeu! Meeeeeeeeeeeeeeeeu!
Hi hi hi hi hi hi hi hi hi hi…

segunda-feira, agosto 27, 2007

Nesse final de semana estivemos em Papucaia e, de lá, fomos até Friburgo, na casa do Ciro. Ciro me disse que o pessoal com quem ele estava negociando um show pra eu fazer na cidade, respondeu que eu não tinha o perfil para o que eles queriam.
Acordei imerso num torpor irritante de Efavirenz.
Terei de tomar agora os remédios para pressão e o Biovir.
Depois, até a noite, quando repetirei o Efavirenz, estarei esquecido dos remédios. E, sabe Deus, se das vaquinhas amordaçadas…
Mario Lugarinho, que fez a orelha do Rato, no dia de seu lançamento, falou-me de quatro coisas relacionadas ao espraiameento de meu trabalho de escritor. Uma delas era que havia o interesse de tradução para a língua inglesa do Cinema Orly por parte de um amigo seu. Outra, era que ele mesmo havia feito um trabalho escrito sobre o Rato e, ontem, me avisou que esse trabalho sairá numa revista da USP. As outras coisas esse pobre blogueiro desmemoriado precisa perguntar outra vez, esqueceu…
Faz um tempo Winston Leyland, editor da Gay Sunshine, antes, editora de Jornal, hoje, de livros, procurou-me. Disse que meu livro, Cinema Orly, não seria entendido por falantes de outra língua que não fosse latina. Eu pensei: então pra que me procurou, pow!
O Tive, amigo espanhol, transcreveu ele pro espanhol, mas não rolou nada. A Billy, para o Italiano, mas nada também. Meus amigos têm boa vontade, o que falta é bala na agulha…he he he!

sexta-feira, agosto 24, 2007

Está um dia de sol belíssimo!
O remédio, que nos dois primeiros dias causou-me efeitos, digamos, metafísicos, deixa-me agora apenas imerso numa tontura e uma coisa indefinida na boca. Não é exatamente um gosto, não é uma ardência, não é dor. Não, não é isso. É uma impressão, bondoso leit@r.
Tenho vontade de comer alguma coisa, mesmo sem fome, para tirar essa impressão que me ficou.
Quanto às vaquinhas amordaçadas e coloridas, deixemos as bichanas a me buscar…
Tirei uma foto:

quinta-feira, agosto 23, 2007

Ainda sobre os remédios que voltei a tomar, sobre as vaquinhas amordaçadas que me buscam, estou, aos poucos, tirando minhas conclusões, porque gostei das bichanas, tão coloridas, tão engraçadinhas e terríveis…
Tenho a sensação nostálgica delas, quando tomo os comprimidos, mas essa noite não vieram. Nem meu pensamento ganhou algum revestimento. Ficou a imaterialidade deles, comum em meu cérebro, sem nenhuma casca, despercebidos, mas protegidos.
Fiquei bem…
Somente perdura certa tontura e um desconforto estomacal e, explico melhor, o meu estômago e cabeça sempre tão discretos, começaram a fazer-se notar, ta se ligando?
Quanto às vaquinhas, não sei se fizeram-se revelar vindas das profundezas intergaláticas do cosmo infinito ou se são daqui mesmo, das entranhas sanguinolentas desse blogueiro contumaz que lhes fala, queridos leit@res.
Ontem, passeando na Net, achei uma outra resenha sobre o Rato, dessa vez, na G On Line. Veja:


Rato









Por Ferdinando Martins 17.08.07

Luis Capucho volta amadurecido em novo romance


Cinema Orly, de Luis Capucho, influenciou toda uma geração de gays – aquela que saía do armário na época em que as paradas começavam a surgir, e a livraria Futuro Infinito era ponto de encontro para os mais intelectualizados.

Agora, oito anos depois, ele enfrenta o medo do segundo romance. Com Rato, da Editora Rocco, Capucho mostra-se um autor mais amuderecido, sem os arroubos de Cinema Orly, mais denso e profundo. O estilo também melhorou. Agora, as frases correm soltas, mas unem-se em uma história coesa, com bom ritmo, agradável de ler.


A trama é singela. Em uma casa caindo aos pedaços, à sombra dos grandes edifícios do centro da cidade, alugam-se vagas para rapazes. Além dos hóspedes, moram lá Dona Creuza e seu filho, um rapaz calado, enrustido, que contempla à distância o corpo de outros homens. A chegada de Plínio, um novo morador, faz com que o rapaz seja tentado a sair do casulo que criou para si e se envolver, de verdade, em uma paixão por outro homem.
Enquanto Cinema Orly dirigia-se a um público específico, habituado à movimentação da cultura gay e ao circuito de pegação, Rato parte para um público maior. Indo além da questão da homossexualidade, revela a fragilidade de limites entre masculino e feminino. Volta-se para um público maior, mais amplo, indicando que a orientação sexual é tema para todos – gays ou não.


quarta-feira, agosto 22, 2007

Tive um sonho estilo Efavirenz.
Estava andando numa rua quando veio um rebuliço em minha direção. Perguntei pra alguém se acontecia alguma coisa. Alguém disse:
- Acontece.
Então, o povo começou a esconder-se entre os edifícios. O que acontecia era que um monte de vaquinhas amordaçadas vinha farejando o pessoal, por isso o rebuliço. No sonho, as vaquinhas amordaçadas também pareciam-se com copos de leite, aquelas flores, bondoso leit@r. E, no sonho, isso era algo muito temível.

Quando fui me esconder tinha uma menina no meu lugar. Dei um puxão nela tão violento que lancei a bichana longe e fiquei escondido, esperando que as vaquinhas amordaçadas- flores copos de leite me encontrassem, porque eu era o que procuravam. Isso tinha a ver com os comprimidos de Efavirenz, que haviam me dado consciência das vaquinhas e de sua busca, bom leit@r.
Que horror…

terça-feira, agosto 21, 2007

Sinto-me meio grogue depois de iniciar-me no Efavirenz. Meio uma tontura, uma pressão na cabeça, algo indefinível que me faz querer ficar parado, quieto num canto. E ontem, meus devaneios na cama, na hora de dormir, estavam revestidos de uma outra casca, outra cor. Estavam diferentes! Seus episódios eram outros também, incomuns, engraçados. Não sei explicar muito, eram evoluções espirituais, se liga…
Ao menos, não são como as ratazanas de Crixivan, o leit@r mais antigo, da época da blog rosa, há de se lembrar delas, das grotescas e infernais ratazanas de Crixivan afogadas e inchando-se enjoadas em meu estômago, mortas, mas físicas...
A única lembrança com elas foi que minha barriga estufou um pouquinho, depois que tomei o comprimido, bom leit@r. Mas estufada de uma nebulosa fina, delicada, indefinível, assim, um troço espiritual, ta se ligando, meu bondoso leit@r?
Então, é isso!

segunda-feira, agosto 20, 2007

Eu me lembro da primeira vez em que vi o Servio Tulio.
Éramos rapazinhos notívagos que gostávamos de andar enturmados nas noites de Nikity City. Um pedaço da turma encontrou o outro. Estávamos na praia do Saco de São Francisco naquela noite e foi quando vi o Sérvio pela primeira vez.
Ele foi quem eu vi entre os meninos e meninas do outro pedaço da turma que vinha em nossa direção.
Como eu, ele cantava e tocava, fui vendo sem surpresa e isso nos aproximou, se liga.
Tudo era somente de rua…
Hoje, recomecei com os remédios do coquetel.
Ele surpreendeu-me com um comentário, vejam:

Servio Tulio disse...

Oi Luis.Menino, outro dia eu estava conversando com a Nina. Lembro-me que alguns anos atrás, ela tinha uma mania maluca de falar que o coquetel era nocivo justamente porque dava a impressão ao paciente que ele estava mais prejudicado do que parecia. Pode até ser. A gente nunca sabe quando e como as coisas reagem em cada indivíduo porque cada ser é um único exemplar sobre este planeta. E isso é um milagre. Mas quando ela me falou isso, é que ela era ligada numa religião não sei das quantas, e estava numa fase estratosférica demais que achava que tudo era a tal da “energia”... E eu pensei, -“Energia é? Pois sim.....então enfia o seu dedo na tomada filha, e aprenda com o choque!”Enfim. Acabamos brigando feio naquela época porque achei uma postura irresponsável dela. Ainda mais sendo uma pessoa razoavelmente conhecida no mundo todo. Obviamente, o tempo passou, fizemos as pazes e ela sacou a besteira que estava dizendo. Eu, por exemplo, sou um cantor, vivo feliz porque consigo cantar, tenho minha voz. Você também tem a sua. O esforço que você disse que faz para cantar é o seu esforço. E que maravilha que você continue firme e forte! Eu também tenho lá minhas dificuldades. Assim como todos os cantores têm as suas. Dificuldades, limites....Todos nós que gostamos de cantar estamos sempre nos esforçando para passar o recado. O importante é passar o recado. O resto, creia-me, é bobagem. Tem gente que tem a maior facilidade do mundo para flutuar feito um rouxinol pelas escalas e não consegue passar recado algum. Vazio total. Pense nisso. O que eu quero dizer é, defenda-se! E não deixe de tomar os seus remédios. Pode ser que amanhã você não precise mais deles. Pode ser que precise. Cada um tem lá suas necessidades. E o mundo está sempre girando em torno de seu eixo. O importante é que estejamos passando o recado. AbraçãoST
3:35 AM

sábado, agosto 18, 2007

Enquanto estou a escrever e apenas para melhor situar meus silenciosos leit@res, a ninhada inteira de alguma cachorra da vizinhança chora. Silenciou-se…e outros cachorros latem ao longe, galos cantam em meu vale, pardais gritam. É uma manhã de sábado confortante, sei lá, sinto assim.
Eu adoro cantar, apesar de não ser um cantor que faça interpretação, adoro cantar. Tenho um jeito único(quero dizer que canto apenas de um jeito, se liga) e verdadeiro de cantar minhas músicas.
Depois que fiquei com essa voz que tenho hoje, essa voz velha e abrasante, para fazê-la é nessessário tanto esforço físico de meus músculos envolvidos na produção dos sons dela, que pode parecer, para alguém que nunca antes me tenha visto cantar, que eu esteja a fazer um esforço de interpretação, mas , eu garanto que o meu esforço não passa de um esforço físico, vocal de cantar, apenas isso. E, também, estou sempre muito envolvido com a emoção da música, por isso gosto tanto. Ontem, disse pra o Pedro:
- É muito louco que um cara que tenha voz como a minha tenha a pachorra de cantar, né? Bom, ao menos, é interessante…
- É, sim, Luís- ele disse.
E se eu gosto tanto de cantar, não é menor o meu prazer em ver uma outra pessoa a assumir a emoção de alguma música que eu tenha feito. A música fica mais bela, assim, acredito mais nela, que ganha outra emoção além da minha, não sou mais apenas eu que valido a canção, se ligou?...por isso, fica melhor.
Além de a música ganhar essa validade, ao ser cantada por outra pessoa, tem também a beleza singular de cada cantor que faz a gente sacar outras possibilidades pra bichana, que estavam lá latentes, mas que a gente, que inventou, não extraiu totalmente, deixou de sacar, ta ligado?
Então, é o máximo ser cantado!
Às vezes, o cantor não consegue chegar no ponto da música.
Isso já aconteceu.
De alguém não encontrar o lugar onde está a música e aí não consegue dar validade pra ela. Se não consegue a validade, não consegue mais nada além. Tem um ponto, onde é preciso chegar para que a partir dele eu reconheça minha música com todas as novidades de interpretação o cantor trouxe, ta se ligando?
É como fazer bolo ou doce…

sexta-feira, agosto 17, 2007

Esses são meu últimos dia sem remédios para o HIV.
O médico perguntou porque eu não queria voltar a eles, pediu que eu desabafasse. Eu disse:
- Não quero me sentir doente!
E ele falou umas coisas que eu não me lembro mais por não servirem em absoluto de conforto...
Começarei na segunda-feira.

quarta-feira, agosto 15, 2007

Está um pouco de calor. A cidade, com seus recantos pitorescos, que vejo com Pedro, tem um quê de nostálgico, assim, de eternidade, uma coisa que a gente sente, mas não sabe explicar direito.
Às vezes, com ele, tento entrar por esse assunto e tal, mas não vamos muito longe, se liga, digo a mim mesmo, vamos ser objetivos e nos manter na superfície, que é onde as conversas são possíveis…
Ganhei um livro da Mathilda. O autor é um cara chamado Rainer Maria Rilke. Pedro fotografou, veja:


terça-feira, agosto 14, 2007

Ontem, tivemos consulta com o infectologista que monitora nosso vírus HIV. Ele disse que meu cd4 vem caindo e que preciso voltar aos remédios do coquetel. Receitou um esquema, que eu trouxe pra casa. E disse:
- Vou levar, mas só começarei com eles, na segunda-feira, tudo bem?
- Tudo certo- o infectologista respondeu e sorriu. Mas ele deu um sorriso tão lindo, tão lindo, mais lindo que o anoitecer da enseada de Botafogo e muito mais lindo que a Praia de Copacabana, bondoso leit@r! Ele estava feliz. Certamente, que não era pelo fato de ter me empurrado os remédios. Estava feliz.
Hoje, será o show de lançamento do disco de Clara Sandroni na Modern Sound, em Copa. Eu e Pedro iremos.
O programa que fizemos na sexta-feira vai ao ar pela TVE e chama Super Tudo. Passa no sábado e na quarta. Clara Sandroni falou sobre seu disco, as músicas, os compositores, os músicos, tudo. Estávamos eu, Mathilda e Paulo Baiano, que também foi gravado no disco. Estava Carlos Fuchs e Sacramento estava chegando da França e não foi.
O Super Tudo vai ao ar dia 22. Não sei o horário…

No blog da Clara, abaixo, tem uma crítica do cd:
http://blogdomauroferreira.blogspot.com/2007/08/clara-expe-meandros-do-amor-em-cd.html

quinta-feira, agosto 09, 2007

Amanhã irei numa reunião de divulgação do novo disco de Clara Sandroni!
Mathilda, que também foi um dos compositores escolhidos para estar no disco, escreveu:


“Queridos: minha amiga que dispensa apresentações, Clara Sandroni, vai lançar um CD (abaixo), que tem duas músicas de minha autoria, uma de Luís Capucho e outra, de Ivan Zigg. Fico duplamente feliz: por ter músicas interpretadas por esta que considero uma das maiores cantoras do planeta, com seu estilo inconfundível, seu timbre único, e seu jeito de conciliar técnica e emoção, raro, e por ela ter escolhido e colhido outras canções, presentes no CD O OVO, que dirigi, ao lado de Suely Mesquita, Pedro Luís e Arícia Mess. O que prova que ela é a Clara do Ovo. hi hi hi hi! Levei anos insistindo para que ela gravasse minhas criações pret a chantez e, finalmente, venci pela insistência. É mesmo um privilégio, uma felicidade, um luxo só, ser cantada pela Clara. Uma artista tão cuidadosa na escolha de seu repertório, pesquisado sempre com muito critério. De fato, a primeira vez que toquei "Mary Shelley", no violão, ela disse: "vou gravar esta música!" E me disse exatamente quando. Mulher de palavra! Verso! Som! E muito humor. Meu próximo passo será convencê-la a se tornar comediante de um roteiro de minha lavra, porque, além de cotovia ímpar, ela é perfomer magnética e histriônica. Então, corram pra vê-la. A moça tem pedigree, ainda por cima. Neta de Austregésilo de Athayde, ela será presidente, tenho certeza, da Academia Brasileira de Letras de Música, para a qual me candidato ao fardão, contanto que seja Chanel.
Clara é tradição, na melhor acepção da palavra. E é avant garde. É clássica. É moderna. É séculos XIX, XX e XXI. E eu realmente tirei bilhete premiado na loteria das artes e ciências. O CD é muito bonito mesmo! Já furei de tanto ouvir. E estarei lá, pra aplaudir, macaca de auditório desde os anos 80, esta que agora entrou para o meu repertório. Afe! Beijo grande e compareçam, porque a noite vai ser tão iluminada, que eu vou de óculos escuros. Mathilda Kóvak”

Também eu sinto-me orgulhoso por estar entre os escolhidos para o disco!
Clara Sandroni canta minha “O Amor é Sacanagem”.
Rapazinho, eu assistia Clara Sandroni cantar no famoso e saudoso Disco Voador e jamais iria imaginar que um dia, num contexto absolutamente outro de minha história, iria vê-la cantando música minha.
Ainda não vi, na verdade. Sinto-me ansioso pra vê-la cantando identificada com “O Amor é Sacanagem”, curtindo a idéia da música, assim, como quem tivesse encontrado uma turma.
Vejam o flyer:



terça-feira, agosto 07, 2007

Hoje, quando fechei o portão atrás de mim e estava indo no sacolão, Bob começou a latir em minha direção. Eu disse:
- Oi, Bob - e continuei meu caminho.
Ele deu mais alguns latidos, atravessei a rua, entrei no sacolão e deixei Bob pra lá.
No Rato, descrevo o cachorro Peri, que era, assim, um Bob também. Quando do lançamento do Rato, minha médica infectologista esteve no dia e comprou um livro. E depois, na primeira consulta que tive com ela, era seu assistente quem estava. Eu fui o terceiro a chegar, portanto deveria ter sido o terceiro a ser atendido.Vieram me avisar que a Dr Jaqueline queria falar comigo e que eu esperasse. E porque a doutora queria falar-me fiquei por último.
Fui atendido pelo assistente e quando de ir embora, ainda esperei por ela, que veio toda sorridente:
- Desculpa, Luís, pedi que esperasse porque queria dizer-lhe que já li seu livro. Eu adoro ler, e você é um bom escritor, queria te dizer. Adorei a história, lembra coisas que eu vivi. Só fiquei, ao final, com dó de Peri, coitado…bom, mas é um cachorro e a vida não é perfeita… coisas da vida – então, agradeci e quando já estava saindo, ela disse, porque ela é implicante:
- Só não precisava de tanta exclamação! Você coloca tanta exclamação! E não precisa, Luís – então, eu disse:
- Ta bom, vou prestar atenção nisso – mas eu não me lembrava das exclamações, bom leit@r. Não lembrava!
E quando eu conseguir reler meu livro, coisa que ainda não consegui fazer, prestarei atenção nelas…
É isso!

segunda-feira, agosto 06, 2007

Bob é um cão!
É um pudoll negro e simpatissíssimo, muito inteligente e educado.
Ficou conosco por três dias e não tivemos do que reclamar. Agora, que estamos amigos, vem aqui em casa mais comumente e, se fica alegre conosco, late pra caramba e abana o rabo veloz.
Mamãe, que é uma mulher sociável por excelência, também adora o Bob, que depois de entrar e de festejar estar em nossa casa, se refestela deitado de barriga em nossa sala, as pernas abertas, de trás. E fica, absorto, olhando pra rua…
Estive pensando em adotar o jeito de Bob para estar com as pessoas. Embora eu jamais quereria ser tratado como um cão, agir como um deles, pode ser em algumas circunstâncias uma boa pedida, generoso leit@r, e em outras pedidas, a melhor, ta ligado?
Me lembro agora que há um tempo atrás, esteve um cara aqui em casa a dizer-me sobre meu livro, Cinema Orly, que ele simplesmente amava as coisas que não eram ditas em meu livro, aquelas coisas que eu deixei de dizer, mas que estavam nele, ta se ligando, leit@r?
Esse pensamemto pode com perfeição aplicar-se ao cachorro Bob, meu leit@r, porque Bob tem um latido, digamos assim, sonoro e emocionado, mas mudo... e esse silêncio é o que eu deveria pensar em adotar.

Contudo, não sou assim. Digo tudo o que quero, e sem querer saber, minhas entrelinhas não são por minha conta, se liga…

sábado, agosto 04, 2007

Está um sábado lindo como um domingo, em Nikity!
Do sol da tarde, muito rapidamente, porque nesse horário tudo é muito rápido, sombras de luz atravessam a cortina ao vento da janela e se movem na parede de meu quarto. Que coisa!
Ouvimos os barulhos que vêm dos vizinhos.
Vem fumaça de churrasco, do vizinho de baixo.
Hoje será audição do disco de Glauco Lourenço, na casa de Mathilda Kóvak.
Marcos Sacramento está na França.
Claudia Maia está de namoro inter-estadual.
Kali C. foi pro Ceará.
Mamãe ta vendo novela na sala.
Fátima, minha vizinha de janela, aquela que é pintora de quadros com flores, foi pra Minas semana passada e o Bob ficou conosco. Em troca, trouxe de Minas muitas qualidades de doce.
Eu e Pedro acabamos de comer doces de todas as qualidades que Fátima trouxe de Minas.
Bob tornou-se nosso amigo.
Já anoiteceu…