quinta-feira, setembro 30, 2010

Eu havia me surpreendido primeiro, porque imaginando os instrumentos penetrantes e invisíveis que são as palavras em nosso ouvido a fertilizar nossa imaginação de formas, cores e dos sentidos nos quais elas estão envolvidas, fiquei a pensar que elas são, assim, como instrumentos de qualidade masculina, fálica e, imediatamente me remeti a uma passagem do mito judaico-cristão da criação do mundo em que Deus ao dizer algo como façam-se os céus, nesse seu ato seminal, os céus, então, são feitos no interior da grande cabeça cósmica que é o universo, os céus que envolvem a terra.
Quer dizer, generoso leit@r, a palavra, aí, nesse episódio, é como uma primeira flor andrógina que reunisse a qualidade masculina de fertilizar e a qualidade feminina de gerar os céus sobre a terra, tudo, ao mesmo tempo.
E, depois, Simone me lembrou haver, ainda na Bíblia, uma passagem chamada “parábola da semeadura” em que as palavras são tidas como sementes que fertilizam as mentes dos fiéis e tal. Ainda assim, nesse lance, como semente fertilizante, de caráter masculino, elas não perdem o aspecto de androginia, porque fiéis são gerados da boa nova e tudo. Quer dizer, generoso eleit@r, hoje é o último dia pra votar.
Já votou hoje Luís Capucho+Cinema Íris?
Vote e ouça:

http://abarata.com.br/adm/enquete/Default.asp

Um comentário:

Lu Caruso disse...

Então a palavra é que cria a coisa, e não a coisa tem um nome que seria a palavra?