sábado, setembro 11, 2010

Quando eu nasci e invadi o mundo com o meu primeiro choro, pelo buraco de minha boquinha sem dentes, foi quando o mundo, então, começou a me invadir também. Eu o invadia com o meu choro inicial e ele me invadia, antes de tudo, de ar, de atmosfera.
Naquela hora, me pluguei a ele, que já vinha existindo pelos séculos afora e que, simultaneamente, se plugou a mim, através de meus buraquinhos do corpo, quando eu olhava para a mancha do vulto que era mamãe, quando eu sentia o seu calor e cheiro, por meus buracos, o mundo entrava em mim, ao mesmo tempo em que meus humores, meus dejetos, meus barulhinhos e as minhas coisas todas possíveis de serem geradas no corpinho que eu era, saíam de mim, pelos meus buraquinhos e ocupavam, junto comigo, o pequeno espaço do mundo que eu tinha à margem de mamãe, que tinha as mãos mais veludosas e azuis de todo o universo e que ela gostava de passar ao leo em mim, às vezes, sobre os meus buraquinhos tenros e suaves, rosas, de bebezinho. Pode-se dizer que esse meu início tenha sido de puro sexo e, isso, foi do que mais gostei.

Vote em mim, generoso, leit@r!
Vote no Cinema Íris:
http://abarata.com.br/radio_barata_festival_bandas.asp

2 comentários:

Anônimo disse...

Capucho, está rolando um boneco "luisinho", em sua homenagem no blog da Simply Mari!
bjs
Adriana

Lu Caruso disse...

Já votei. Mas só pode uma vez né.
bjs