Pensativo sobre o prefácio de Sergio Buarque de Holanda para o livro Clara dos Anjos, de Lima Barreto, numa edição de 1974, da editora brasiliense – presente do Valfredo.
Isso se junta ao que estive conversando com o Marcelo sobre ele ter se lembrado de quadros naifs, ao ler a introdução do Mamãe me adora.
Não tinha me dado conta de que a descrição com que introduzo o Mamãe me adora, é como naqueles quadros naifs que já vi venderem no calçadão da Avenida Atlântica, em Copacabana: barracos coloridos conglomerados no morro iluminados de sol.
Marcelo me explicou, se me lembro bem, que naif tem a ver com o que está preso à origem, como num cordão umbilical. Por isso a ingenuidade infantil do que se conhece como pintura naif.
E por isso, concluímos mais uma vez, o Mamãe me adora lembra arte naif por conta da proximidade com mamãe, com minha origem.
Voltando ao prefácio do Sergio Buarque de Holanda, onde, em outras palavras, se diz que a literatura com base confessional de Lima Barreto é uma literatura menor que a literatura de imaginação de Machado de Assis ou João do Rio, fiquei pensativo, bom leit@r, porque, confessional, próximo do aut@r, portanto, perto da origem e naif.
E, aí, comecei a desconfiar do prefácio, porque vôo de imaginação e proximidade com a origem, a meu ver, não garantem literatura alguma.
Quer dizer, pode-se fazer literatura de ambos os modos.
Por exempo, ouçam essa música que João me mostrou, ontem: