sexta-feira, janeiro 31, 2014



Preciso comprar telas novas para minhas novas “Vizinhas de Trás”.

Além disso, parado aqui na minha sala de piso novo, tentando me organizar.

Não vou me sujeitar a qualquer ordem.

Sou um quieto, parado, preso, rebelde.

As Vizinhas de Trás são uma organização a que me sujeito, leit@r.

Me sujeito a tirar o piso velho de formipiso e tacos e assentar o piso novo azulejado.

Me sujeito à ordem de um texto.

À organização de uma canção.

Também há uma ordem a que me sujeito na preparação do arroz para o almoço.

E há outras ordens a que não tenho acesso, que são assim de pernas pro ar, leit@r generoso, mas a que também estou sujeito, por exemplo, a ordem descontinuada da brisa que entra janela adentro e me assopra as costas, refrescando.

Sim, fui!

quinta-feira, janeiro 30, 2014



Casa ainda revirada para o assentamento do piso. Mas a sala pronta.

Ari disse que poderá vir na segunda-feira, para fazer um dos quartos. Aí, ficará faltando apenas o quarto de mamãe para terminar o chão. Comprei piso diferente pros quartos. Não sei se vai ficar bom.

Ari tinha dito:

- Você ficou muito tempo pra escolher esse piso, Luís.

- Não. Eu vi na loja e comprei.

- Pois, é. É preciso escolher bem, porque é uma coisa que você vai ter de conviver pra sempre... – aí, leit@r, abri um horizonte de céu negro na cabeça, porque imediatamente pensei ter transformado minha sala num chão de cozinha para a eternidade. Mas, agora, habituado a seu azulejado que cintila no chão novo, tou curtindo bastante o piso. Pedro disse que tem estilo. Eu achei chique!

Quando disse isso pra minha Vizinha de Janela, ela olhou pra mim muito séria e mandou:

- Não é chique, Luís!

Fui.

quarta-feira, janeiro 29, 2014

Olívia e Benjamin cantam Maluca


O Benjamin perguntou quem ganhou. Quem ganhou fui eu,
leit@r. E um presentaço! Quem me avisou foi a Patrícia Palumbo, de São Paulo. A
Olivia e Benjamin são vizinhos dela. E tem o bichinho da Olivia e a cuspida!
Ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Vejam:

terça-feira, janeiro 28, 2014



Com a escavadeira e o martelo, ontem, esperei dar 11 horas para começar a preparar o chão de um dos quartos para o Ari vir assentar o piso. O Ari não deu certeza de quando virá, então, silencioso leit@r, eu já havia ouvido que as obras atrasam e a minha não está diferente.
Enquanto escavava, encontrei um lugar onde eu batia com a escavadeira e a primeira camada de cimento saía inteiriça, como fosse uma casca, uma pele, e aquilo foi me animando e eu batia com gosto, porque, apesar de como o meu bom leit@r saber, eu ter o que minha Vizinha de Janela diz ser ouvido de tuberculoso, não me incomodo com os barulhos que eu mesmo faça.
Mas, aí, depois de meia hora de estampidos no chão de cimento, comecei a ficar preocupado com o Pessoal de Baixo, eu sofria com os passarinhos engaiolados do Pessoal de Baixo – mesmo que eu tenha lhes avisado da obra. E me deu vontade de chegar na janela e gritar que já estava acabando. Mas não gritei. Continuei o trabalho.
Depois de três horas de marteladas, dei-me por satisfeito.
Moral da estória: fiz um trabalho que, a meus olhos, ficou bom.
Fui.

segunda-feira, janeiro 27, 2014

Pedro veio, ontem, e fotografou minhas novas Vizinhas de Trás.
Quis aparecer como garoto-propaganda – sim, elas estão à venda – e, então, o bom leit@r poderá ver que as Vizinhas sou eu, mamãe, Eva, a Serpente, tudo.



Pedi a ele que fotografasse em separado a de que falei ontem, minha Mona Lisa.
Veja:


domingo, janeiro 26, 2014



As novas “Vizinhas de Trás” não ficaram prontas ainda. E estou gostando de como estão se conduzindo.
Como eu disse ao meu leit@r, estou padronizando telas onde caibam quatro delas, em retrato 3x4.
Até uma medida, não tenho controle da expressão das bichanas, que depois de pintadas me surpreendem com o sentimentozinho que têm, “As Vizinhas”.
E também, algum leit@r já avisou não gostar de minhas Carinhas, disse que prefere as que são alegres e festivas, que combinem com as cores vivas e tudo.
Eu não sei, faço minhas meninas com muito prazer, e gosto delas assim mesmo, tristes, assustadas, coitadas.
E nessa tela nova, inesperadamente, uma das quatro está rindo sem sorrir, assim, quase uma Mona Lisa, leit@r!
Pedro disse que mais tarde vem fotografar...
Ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

sábado, janeiro 25, 2014



Começando uma nova tela de “As Vizinhas de Trás”.
Ontem, me inscrevi no projeto Arte na Rua 2014, de Niterói. A idéia é mostrar na voz e violão um apanhado de músicas de meus discos já lançados: Lua Singela, Antigo e Cinema Íris. Além do ainda inédito Poema Maldito. Tomara, eu seja selecionado.
Fui.

sexta-feira, janeiro 24, 2014



Suadouro da manhã. Cigarras gritando ascendendo o dia.
Abri a janela. Comecei a digitalizar minha agenda de 1988, ano em que me empreguei como professor do Estado.
Peguei isso, veja, leit@r:

“17 de abril de 1988

Não há nenhuma flor agora.
Faz meses e não existe flores. Não estou perguntando que fim levaram todas as flores.
Existem sobrados muito brancos, que quando a família acorda – e eles têm o seu quarto de dormir, sempre no segundo andar – quando ela acorda, as flores estão entrando pela janela, caídas suspensas nos ramos, há ramos curvando-se à varanda.
Essa é uma maneira feliz de se viver as flores. Deve haver outras maneiras e disto podemos ter certeza, porém aqui onde vivo, não há nenhuma flor e delas, ninguém tem falta. Também, não há nenhuma exclamação. O que há é essa afirmativa: não há flor – o tom é monótono. Dos entristecidos, dos melancólicos...
Sou uma pessoa burra, paralisada. E isto não é pela ausência de flores. As flores não são burras. As pedras, sim, são desprovidas de inteligência, por que são paradas. A inteligência das pedras tem sua existência fora das pedras. No entanto, as galinhas e as minhocas são inteligentes nelas e não fora delas. Isso é reparável. Sempre fui uma pessoa burra. Sempre tive essa posição fixa dos burros, das pedras.
Às vezes, fico parado embaixo das plantas, à sombra do meio-dia, ruminando minha existência burra, espantando as moscas, suspendendo a pata e deixando-a cair gostosa no chão. Se tiver alguma formiga passando, ela é esmagada e não percebo.
Há muitas coisas que não percebo e tais coisas são como pedras, melhor, como montanhas, mais simples, sem inteligência dentro, uma pedra no meu caminho, que não percebo.
Ao que percebo, devo a minha liberdade. Através da percepção cavo buracos que atravessam os mundo.
Ao que acabo de dizer, julgo um dito difícil. Eu não entendo. O que importa é que sou um homem infeliz. E quero registrar minha infelicidade, agora, na agenda. Nessa hora em que as flores não existem e que me dão direito à infelicidade. Entendo a infelicidade como uma chance a ser aproveitada, antes que acabe.
Uma coisa que me incomoda é o tom contínuo, o ritmo continuado de minha emoção, quando escrevo. Gostaria de modificar essa melodia. Isso seria possível, se eu usasse agora uma exclamação, uma interrogação, uma frase curta, um período longo. Pelo uso de cores?
Flores vermelhas ao sol!
Há flores!”


quinta-feira, janeiro 23, 2014



De manhã, e a gente já começa a suar no abafado do dia.
E, aí, de vez em quando vem um ventinho janela adentro.
Eu curto muito a manhã do verão, o calor, ficar sem camisa, a delícia da brisa, quando ela vem com seu vagãozinho de brinquedo.
O dia vai avançando e o janeiro vai ficando mais foda, mas eu acho delicioso, tudo que é casa da minha comunidade-condomínio escancarada de calor, os barulhos de ventiladores barulhentos atravessando as paredes finas da comunidade, entre um ônibus e outro que passa bafejando a rua e tal.
Os passarinhos engaiolados do Pessoal de Baixo gritando, os pardais soltos no bairro gritando, gritos que vêm do morro, tudo.
Não é exatamente uma zona, leit@r, porque dentro de casa, revirada para o piso azulejado que estamos aprontando no chão, tem como eu gosto, o meu silêncio. Porque a obra deu uma parada...
Mas essa dinâmica do verão, de tudo ficar mais exposto, assim, pronto pra sair, até que nas horas mais altas do dia tudo ficar paralisado de torpor, eu gosto.
Fui.

quarta-feira, janeiro 22, 2014



Quando estávamos sobre o piso arrancado e o Ari sugeriu o que eu deveria fazer, prontamente, eu disse:

- Melhor, não, Ari. Não vou conseguir isso, faça você... - mas, aí, depois, peguei a talhadeira e o martelo e a manha, leit@r.

É fácil e bom.

Deixei o chão esburacado pela retirada dos tacos, liso para o assentamento do novo piso.

De início, por causa do desenho em xadrez preto e branco, desapontado, achei que tínhamos deixado minha sala, como fosse uma cozinha.

Para o Ari, ficou como um imenso tabuleiro de damas.

Mas acostumado a ele, os efeitos azulejados que brotam do chão à posição das luzes que batem aqui, me agradam demais e vi que, mesmo no ímpeto, fiz uma boa escolha de revestimento.

Ficou lindo!

Ui.

terça-feira, janeiro 21, 2014



Casa revirada para assentar o novo piso.

Estou de ajudante de pedreiro para economizar mão de obra.

Deixamos a sala pronta.

E todas as coisas vieram pra ela pra ajeitarmos um dos quartos.

Sozinho, com o que aprendi, preparei o quarto da frente para o pedreiro vir fazer o acabamento.

Ele só poderá vir na segunda-feira.

Então, hoje vai dar pra nadar.

Fui.

segunda-feira, janeiro 20, 2014



Revirando a casa para obra.
Por mania, separei minhas agendas todas e vou digitalizar. Enquanto isso, sem perder de vista o Poema Maldito e o Diário pra 2014.
Porque blog é diário, ao acaso, um dia da agenda de 1989:

“2 de março de 1989
Estou em casa entediado.
Leio desde ontem. O Marquinho veio conversar comigo e me deixou zonzo. Sinto que o meu corpo é uma clausura desconfortável de ver. É possível ser liberto com a ajuda dele. Ele sendo belo e inocente...”.

sábado, janeiro 18, 2014

Pedro veio aqui, ontem, e pedi que fotografasse As Vizinhas de Trás novas. 
Veja, bom leit@r:


sexta-feira, janeiro 17, 2014

quinta-feira, janeiro 16, 2014

Meio-dia e as cigarras gritam no meu vale.

Não sei quanto tempo vai demorar, mas estamos na reta final do Poema Maldito.

O disco bruto ta pronto. É basicamente minha voz e violão com eventuais intervenções do Felipe Castro, que fez as gravações. 
Fui.






sábado, janeiro 11, 2014

Para a emoção de ser a capa da Cachoeiro Cult, em minha cidade natal, um poema de Alberto Caieiro:

O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
   Alberto Caeiro



sexta-feira, janeiro 10, 2014

SATED SP Depoimentos - Jean Genet por Sérgio Mamberti



Na parte em que Jean Genet escreve e reescreve a peça de teatro “Os Negros” e além de um grande poeta escritor de livros, se estabelece como autor de teatro, ao lado de Samuel Beckett e Èugene Ionesco.

quinta-feira, janeiro 09, 2014



Ainda não terminei as novas Vizinhas de Trás.
Quero padronizá-las em telas com quatro Carinhas, como já disse. E como, no post de ontem, falei sobre os olhares duros que elas têm, uma delas, no entremeio das outras, ficou de olhos moles, mas não lânguidos.
Ensimesmados, talvez.
Fora isso, não tenho pegado o violão. Há estas fases, em que ele fica parado, mas a postos, ali na sala.
Sou fundamentalmente um cara confuso, atolado no meio das palavras moles. É um atoleiro, não é? As palavras...
Vou tentar, no final de semana, que Pedro venha fotografar as novas meninas pra mostrar ao leit@r.
Elas são pra serem vistas.
Fui.

terça-feira, janeiro 07, 2014



Acabo de saber pelo Bruno que saiu entrevista que ele fez comigo pra Cachoeiro Cult.
Ainda não tenho a revista para mostrar, mas já estou muito grato, entusiasmado e feliz, afinal, voltar à cidade natal assim, na capa, é demais, leit@r!
Assim que tiver, mostro...
Fui!

segunda-feira, janeiro 06, 2014



Começando uma tela de Carinhas.
Tentando arrematar os fios da meada para seguir o ano com alguma concentração.
O problema é que tudo é expansão, leit@r.
Fui...

domingo, janeiro 05, 2014

A gente tinha ido ver a exposição das obras de Yayoi Kusama, no CCBB. E fomos conhecer o Morro da Conceição, que fica ali perto. Ruth logo se identificou com as obras e, aí, leit@r, achei identidade entre minhas Carinhas e as bolinhas de Yayoi. Identidade entre tudo e as casinhas do Morro da Conceição, que Pedro disse serem assim, finas e longas, para ficarem livres de imposto alto, quer dizer, em tudo tem de haver algum senso de economia, de exploração, de poderio.

Acabo de olhar na internet que os falos de Yayoi estão motivados em seu medo de ser penetrada, mas, ao vivo, seu barco é delicioso, paradisíaco, uterino, leit@r.

Veja:


sábado, janeiro 04, 2014

Inhamis Oficina | Ar Condicionado



Agora, que em quase tudo que é canto, funciona um ar condicionado, a impressão é que o calor ficou no dobro, que o verão tornou-se um troço insuportável. Então, quando saímos do 100, ontem, na volta de nosso passeio de férias ao Rio, entramos no que parecia um forno, que era a noite no terminal, até que, novamente, entrássemos na geladeira do 30, para chegarmos em casa.
Aí, quando estava em casa, fiquei um tempão pra me ambientar e achar que era possível viver aqui, exalando calor das paredes, do teto, de tudo.
Mas, eis a solução:

quinta-feira, janeiro 02, 2014

Gilberto Gil - Era nova

As Vizinhas de Trás, por Ruth Castro, pra Barra da Tijuca:

Feliz 2014, leit@r! Tudo de bom, sempre!

Fora isso, o narrador do Diário da Piscina, fã de Gilberto Gil, adora essa canção: