É amanhã:
terça-feira, março 31, 2015
Depois de muitas e irritantes tentativas de tirar um acorde
do violão, consegui voltar a fazer um mi maior. O leit@r sabe, ao voltar do
coma, eu tava sequelado.
A médica disse que se chamava incoordenação motora. Eu não
tinha mais destreza alguma pra ousar sair dali, do mi maior, e fiquei nele.
Marcos Sacramento tinha me dado uma letra: Inferno.
“Aqui é meu inferno
Seta no rabo
Rabo arrastando
Pobre diabo
Pobre diabo
Meu rabo
Meu lugar
Meu inferno
Pobre rabo
Pobre inferno
Pobre de mim.”
Legal poder lembrar disso outra vez.
Vejam:
segunda-feira, março 30, 2015
domingo, março 29, 2015
No dia de meu aniversário chamei Felipe pra gente tocar as
músicas do show Poema Maldito. Eu tinha convidado os lala filmes e Edil, que fez um
bolo delicioso, salgado. Pedro chegou depois. Então, num momento, saímos tentando encontrar o som do
Poema Maldito, minha música com o Tive e que nomeia o disco. Os lala filmes pegaram
tudo e cederam nossa tentativa pra gente ir divulgando o show do dia 1º de
abril, no Teatro Popular Oscar Niemayer, 20 horas, com curadoria da Astronauta
Discos.
Vejam:Poema Maldito - Luís Capucho from lala on Vimeo.
sábado, março 28, 2015
Vim alimentar os gatinhos de Pedro e fazer um pouco de
companhia pra eles, que me adoram, leit@r silencioso. Dona Preta fica mais na
dela, come e fica por aí, sozinha e quieta. Mas os filhotes querem estar
comigo, encostados em mim, como sombra, ta ligado? Eu curto muito isso. Eles
são muito lindos.+++++++++++++ - esses + foi
01Ted*-++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++,
.... foi Ted quem escreveu, o leit@r entende, eles são muito + e têm presença
de Paraíso.
Fui.
Cultura & Lazer - em Folha de Niterói:
Luís Capucho
apresenta novas
canções
O cantor e compositor Luís Capucho
apresenta, na quarta-feira (01/
04) às 20h, no Teatro Popular, as novas
canções de seu quarto álbum,
“Poema Maldito”, lançado no final
do ano passado. Gravado por Felipe
Castro no Tomba Records Stúdio
(Niterói), o disco traz Luís aliado a
novos parceiros.
O show é realizado pelo projeto
“Quartanauta”, uma parceria com o
selo niteroiense Astronauta, abrindo
o espaço para artistas independentes.
apresenta novas
canções
O cantor e compositor Luís Capucho
apresenta, na quarta-feira (01/
04) às 20h, no Teatro Popular, as novas
canções de seu quarto álbum,
“Poema Maldito”, lançado no final
do ano passado. Gravado por Felipe
Castro no Tomba Records Stúdio
(Niterói), o disco traz Luís aliado a
novos parceiros.
O show é realizado pelo projeto
“Quartanauta”, uma parceria com o
selo niteroiense Astronauta, abrindo
o espaço para artistas independentes.
sexta-feira, março 27, 2015
Eu e Felipe continuamos ensaiando pra o show do dia 1º no
Teatro Popular Oscar Niemayer, em Niterói. Quarta-feira próxima, dia 1º.
Eu já disse, o pessoal do coletivo lala filmes esteve num
dos ensaios. Pedi que filmassem Os
Gatinhos de Pedro pra divulgar o show e vejam:
Os Gatinhos de Pedro - Luís Capucho from lala on Vimeo.
quinta-feira, março 26, 2015
CELSO BLUES BOY (BRILHO DA NOITE)
Eu me lembro de ter começado a fazer grandes mergulhos na
música brasileira de classe média, nos anos 80. Eu era um cara bem tristinho e
a música brasileira de classe média meio que me ajudava nisso, me amparava. Eu
não curtia a músicas que não fossem tristes. Então, quando apareceu o pessoal
do rock brasileiro, eu não entrei naquela onda, leit@r. Não tinha tristeza ali.
Era uma coisa mais revoltada, mais rasa, uma bateria que não tinha evolução e
raro swing, então, eu não entrava, passava ao largo, meus ouvidos queriam mais
que aquelas bandas conseguiam fazer. Demorei bastante pra assimilar o Cazuza, o
Renato Russo, o Herbert Vianna, porque no fim, tudo veio cair na MPB, ta
ligado?
música brasileira de classe média, nos anos 80. Eu era um cara bem tristinho e
a música brasileira de classe média meio que me ajudava nisso, me amparava. Eu
não curtia a músicas que não fossem tristes. Então, quando apareceu o pessoal
do rock brasileiro, eu não entrei naquela onda, leit@r. Não tinha tristeza ali.
Era uma coisa mais revoltada, mais rasa, uma bateria que não tinha evolução e
raro swing, então, eu não entrava, passava ao largo, meus ouvidos queriam mais
que aquelas bandas conseguiam fazer. Demorei bastante pra assimilar o Cazuza, o
Renato Russo, o Herbert Vianna, porque no fim, tudo veio cair na MPB, ta
ligado?
Então, Ruth me emprestou o livro que Maria Juçá escreveu,
assim, uma biografia do Circo Voador, que é o que dava vazão pro pessoal do
rock. Então, eu identifiquei muita coisa ali. Eu vi que um cara que andava pela
noite bebendo com o pessoal do Cão sem Dono – grupo de música do Paulo Baiano e
do Marcos Sacramento – era um personagem importante do circo. Mas eu sempre fui
um tipo meio à margem de tudo, então, eu não sabia quem era o Fernando Libardi.
Eu só era amigo do Sacramento e do Baiano, se liga.
assim, uma biografia do Circo Voador, que é o que dava vazão pro pessoal do
rock. Então, eu identifiquei muita coisa ali. Eu vi que um cara que andava pela
noite bebendo com o pessoal do Cão sem Dono – grupo de música do Paulo Baiano e
do Marcos Sacramento – era um personagem importante do circo. Mas eu sempre fui
um tipo meio à margem de tudo, então, eu não sabia quem era o Fernando Libardi.
Eu só era amigo do Sacramento e do Baiano, se liga.
Mas o que eu quero dizer, é que a leitura do livro me fez ir
no youtube ouvir as bandas que tocaram no Circo. A impressão não mudou.
Continuo não gostando daquilo. Um dos que gostei, é a guitarra do Celso Blues
Boy.
no youtube ouvir as bandas que tocaram no Circo. A impressão não mudou.
Continuo não gostando daquilo. Um dos que gostei, é a guitarra do Celso Blues
Boy.
Vejam:
quarta-feira, março 25, 2015
Os rapazes da Lala Filmes vieram aqui no meu níver. Continuei
fazendo minh’As Vizinhas de Trás. Chamei o Felipe e tocamos minhas músicas do
Poema Maldito. Edil veio e fez bolo. Tirou fotos. Quando Pedro chegou cantamos o
Parabéns.
Foi um presente pra mim, leit@r silencioso, ter amigos e o
meu trabalho de arte registrado porque, aí, vai rolando uma divulgação e mais
leit@res silenciosos poderão se dar conta de que ando fazendo um lance bonito e
tudo. Eu sei que haverá bondosos leit@res que torcerão o nariz pra minha
estética, mas isso é um risco inevitável. Então, ta lindo!
Esse meu dia de aniversário especial assim, não tem a ver
com o filme Peixe, cuja produtora é a Dilúvio Produções. O Peixe ainda ta
multiplicando as células que conformarão seu corpo, ainda ta multiplicando as
células, como na multiplicação dos peixes de jesus.
A vida é livre!
Fui.
Edil tirou muitas fotos, vejam:
terça-feira, março 24, 2015
Eu e Felipe acabamos de ensaiar o Poema Maldito, disco que
apresentaremos ao vivo no Teatro Popular Oscar Niemayer do 1º de abril,
quarta-feira que vem, às 20 horas. O teatro é muito bonito, à beira do mar, e é
onde começa o Caminho Niemayer, que vai de fora a fora, na orla de Nikity City.
Estamos animadíssimos, porque o palco é enorme, e tem um som muito bom, tem luz
boa, é um teatro de verdade.
Vou mandar um papo reto pro meu silencioso leit@r, eu já disse, a idéia era que as pessoas se espremam pra
entrar e que ocupem todo o teatro, pra não ficar uma coisa triste, aquele
teatrão com umas poucas pessoas sentadas em lugares esparsos e a gente naquele
palcão enorme, tocando o Poema Maldito. Eu não devia aceitar fazer show assim,
em lugares enormes, porque o silencioso leit@r sabe, não tenho público que
encha o lugar. A não ser que viessem as pessoas que me curtem do Brasil
inteiro, o povo de São Paulo, de Minas, da Bahia, Paraná, Pernambuco... aí, sim,
lotava.
De qualquer modo, a gente vai apresentar o disco lá e
animados... vai que o povo de Nikity resolve conhecer o som do luís capucho e,
aí, vem silenciosos leit@res da Engenhoca, do Fonseca, de Jurujuba, do Buraco
da Onça, do Palmares, tudo...
Fora isso, fazendo As Vizinhas de Trás novas.
Pedro fotografou, duas:
sexta-feira, março 20, 2015
Fazendo nov’As Vizinhas de Trás.
Pedro me deu uma revista de moda pra que eu tivesse
referências de luz pras bichanas e acabo pegando outras coisas além da luz, por
isso, minh’As Vizinhas de Trás quase são bonecas, mas não são, porque sem
querer elas aparecem com alma, leit@r. Eu vi uma vez n’algum lugar que o
fotógrafo americano Robert Mapplerthorpe
dizia não saber porque suas fotos ficavam boas. Eu também não sei, boas ou
ruins, de onde vem a expressão das Vizinhas. Ontem, uma delas apareceu com uma
cara enojada, de quem visse um panorama desastroso dentro da própria cabeça. Não
foi minha intenção fazê-la assim. Não sou esse pintor todo, com controle. Elas
meio que aparecem pra mim, à revelia, quer dizer, elas chegam apavorando, ta
ligado, silencioso leit@r?
Fui.
quinta-feira, março 19, 2015
Eu e Pedro fomos assistir, ontem, à temporada de shows, às quartas-feiras,
no Bar Semente, na Lapa, de lançamento do disco novo de Marcos Sacramento “Autorretrato”.
Eu tenho dito aqui no Blog Azul de que a cada show novo de Sacramento, ele está
melhor. E continuo dizendo, ele continua ficando melhor. O que aconteceu agora
é que o Sacramento que é amigo da gente, o Sacramento de verdade, o Sacramento
íntimo, o do “Autorretrato” foi pro palco. Ele está amigo do público,
silencioso leit@r. E teve até uma hora em que ele, quando passou os primeiros
minutos, depois da primeira música, quando sentiu ter entrado na corrente de
fluxo do show, assim, quando foi tomado pela força, disse:
- Agora, relaxei. Eu tava com medo, mas agora relaxei. Eu
não conheço vocês... – e passados uns segundos de suspense continuou - ...
brincadeira, conheço todo mundo aqui... – e saiu nomeando alguns que conhecia.
Ele tava meio que homenageando os ídolos da MPB, silencioso leit@r. Cantou uma
música de sua autoria, dizendo que fez uma música de Chico Buarque, depois
cantou outra que fez de Caetano Veloso, mas a que cantou pros seus gatinhos Preto
e Raja e que não disse que fez de Roberto Carlos foi a que fez a imaginação da
gente, a minha imaginação, ter espasmos, bom leit@r, que coisa!
Também, como homenagem, levou pro show uns tiques de Angela
Rorô, o leit@r sabe, aquele negócio de ficar prisioneiro da força da camisa e
ficar o tempo todo tentando se encaixar na bichana.
Eu e Pedro estávamos numa mesa logo no gargalo do palco. E,
aí, o Sacramento cheio de amor veio pra mim e me beijou carinhoso, enquanto
cantava. Tudo amor, leit@r.
Tinha uma mulher na mesa com a gente que era amiga do
Sacramento. Eu perguntei a ela, como assim, se eu não te conheço? Aí, eu vi que
os amigos de Sacramento estão em camadas, que eram camadas de amigos na plateia,
tipo, Roberto, porque a mulher elegante disse:
- Sacramento foi a estrela do espetáculo que ajudei na
pesquisa e que escrevi com Sérgio Cabral “È com esse que eu vou”. Você viu?
- Vi, sim. Ele até, com os atores, dedicou o espetáculo a
mim, no dia em que fui – eu disse. Aí, ela tirou da bolsa um jornal e começou a
ler, enquanto o show não começava.
Quarta que vem tem mais show de Marcos Sacramento, leit@r, no Semente, da
Lapa.
Pedro, amor puro, fotografou a gente:
terça-feira, março 17, 2015
Hoje faremos, eu e Felipe, um
segundo ensaio do show de apresentação do Poema Maldito no Teatro Popular Oscar
Niemayer, em 1º de abril, 20 horas.
Além disso, terminando mais uma
de minh’As Vizinhas de Trás.
Também uma resenha do Poema
Maldito, feita pelo músico sergipano Rubens Lisboa:
N O V I D A D E S
* O
cantor, compositor e escritor Luís Capucho nasceu em Cachoeiro de Itapemirim
(ES), mas desde a adolescência reside em Niterói (RJ). Participante da mesma
safra de artistas em que surgiram Pedro Luís e Arícia Mess, ele foi incluído,
pela imprensa dos anos noventa, em um movimento que ficou conhecido como
“Retropicalismo”. Com canções gravadas por Rita Peixoto, Daúde, Eleonora
Falcone, Suely Mesquita, Clara Sandroni e Cássia Eller, Capucho vê agora a
chance de disseminar sua obra para zonas mais abrangentes com a promessa de Ney
Matogrosso em incluir algumas de suas criações no seu próximo disco. Enquanto
isso não se concretiza, o artista lançou recentemente, de maneira independente,
o seu quarto CD (o sucessor de “Lua Singela”, de 2003, “Cinema Íris”, de 2012,
e “Antigo”, de 2013). Intitulado “Poema Maldito” e produzido pelo músico Felipe
Castro, o álbum se faz composto por onze faixas autorais, cinco delas feitas
com colaboradores. São canções apresentadas em estado praticamente cru,
basicamente no formato voz e violão com intervenções sonoras adicionais em
alguns momentos feitas por baixo, guitarra e piano. Capucho interpreta suas
canções com a propriedade de quem as pôs no mundo, mas é fato que elas poderão
crescer com o acréscimo de novas nuances através de outras vozes. Não são
músicas fáceis de serem assimiladas em um primeiro momento, requerendo maior
atenção do ouvinte médio para se ater a melodias pouco convencionais e captar o
real sentido de versos muitas vezes chocantes. Entre os melhores momentos do
repertório estão as faixas “Soneto” (parceria com Marcelo Diniz), “Formigueiro”,
“Meu Bem” e “Cavalos”.
Retirado do blog Musiqualidade: http://www.infonet.com.br/rubens/ler.asp?id=170323
segunda-feira, março 16, 2015
Eu não queria ter dito que a poesia fosse reflexiva. Em vez
disso, ouvindo agora a entrevista para a Rádio Câmera, quando o Marco Antunes
leu um trecho do texto do Leonardo Davino e me perguntou sobre a maldição da
poesia, mesmo que eu não seja um leit@r da forma poesia, eu deveria ter dito
poesia contemplativa, porque primeiro a poesia é isso, leit@r, acho.
O silencioso leit@r sabe, os meus livros estão cheios de
poesia sem que sejam livros de poesia.
E não disse o nome de meu amigo espanhol, o Tive – José Maria
Martinez, que fez comigo a Poema Maldito. Foi como quando no show do Bulha em
que introduzi longamente “O Camponês” falando de meu parceiro nessa canção e
não disse o nome do Marcos Sacramento, que tava lá, assistindo ao show, quieto,
ligado.
Também fico grilado de estar insistindo nisso, mas o disco
se chama Poema Maldito e, aí, o assunto é esse. E isso vai tomando sentidos que,
aos poucos, vão se abrindo. Porque, como
me disse outro dia o amigo Luiz Ribeiro:
- Só dá pra falar em sentido como se falássemos de “trânsito”,
um sentido que é trajeto, percurso, nunca um lugar estável, né?
Então, leit@r, que o Poema Maldito tenha uma longa estrada e
possa, por isso, encher-se de sentidos. Tudo o que ficou nas entrelinhas e que
não veio ainda à superfície, mas que vai na sua hora. Porque tem aquela lei:
uma coisa de cada vez.
Fui.
domingo, março 15, 2015
sábado, março 14, 2015
quinta-feira, março 12, 2015
Iremos apresentar, eu e Felipe, o disco Poema Maldito, ao
vivo, no Teatro Popular Oscar Niemayer, sob a direção de Rafael Saar, sem
sacanagem, no dia 1º de abril, às 20 horas, a convite do selo Astronauta
Discos.
O selo do Leo é, na verdade, um selo de rock e o Poema
Maldito cabe em qualquer lugar, eu acho.
Fora isso, Pedro me mandou uma foto de Fred e Ted. Eles estão
ficando com um aspecto bem selvagem, por conta de ficarem a maioria do tempo
sós, agora que Pedro tem ido muito para Piabetá.
Vejam:
quarta-feira, março 11, 2015
Dia meio que
perdido, fiquei doente.
Vou ficar
quietinho em casa, tive febre na madrugada.
Já estava
estranho, com um cansaço nas articulações há uns dois dias. Aí, agora estourou a febre. Não sei o que é.
Fora isso,
Ruth e Pedro fizeram minh’As Vizinhas de Trás a partir de capa do disco dos
Beatles A Hard day’s Night.
Vejam:
terça-feira, março 10, 2015
Eu tava dizendo pra Mônica sobre minhas nov'As Vizinhas de Trás. - À medida que vou conseguindo fazer os volumes, que vou melhorando minha tecnica - estava pensando- elas vão perdendo a humanidade e ficando mais bonecas, entende?
Porque quando eu faço elas
chapadas, a pessoa que vê intui os volumes dentro daquela expressão do desenho.
Então a intuição da pessoa imagina ela melhor do que ela é. Mas se eu faço os
volumes, se eu como que deixo ela melhor acabada, como eu não sei pintar com
maestria, elas ficam robotizadas, duras, com uma única expressão, fixa, como
bonecas....rs... eu tou achando isso lindo! he he he! - mas, aí, a Mônica não concordou. Disse que eu estou fazendo pessoas.
Vejam:
segunda-feira, março 09, 2015
sábado, março 07, 2015
Máquina de Escrever (Cover- Luís Capucho)
Fiquei muito emocionado de ouvir esses garotos ( Nabuco e
Abener) tocando e cantando minha Máquina de Escrever. Me lembrei de eu
desbastando a letra de Mathilda no quintal da casa, em Papucaia, e colocando a
melodia. Mamãe ainda era viva e ficava ouvindo de longe, sem olhar, eu repetir
infinitamente cada frase melódica, pra ver se era aquilo mesmo. Eu estava na
cabeça com aquela música “tava jogando sinuca, uma nega maluca, me apareceu...”,
então, silencioso leit@r, posso afirmar que Máquina de Escrever é filha desse
samba de Evaldo Ruy e Fernando Lobo, um samba sobre paternidade...
Abener) tocando e cantando minha Máquina de Escrever. Me lembrei de eu
desbastando a letra de Mathilda no quintal da casa, em Papucaia, e colocando a
melodia. Mamãe ainda era viva e ficava ouvindo de longe, sem olhar, eu repetir
infinitamente cada frase melódica, pra ver se era aquilo mesmo. Eu estava na
cabeça com aquela música “tava jogando sinuca, uma nega maluca, me apareceu...”,
então, silencioso leit@r, posso afirmar que Máquina de Escrever é filha desse
samba de Evaldo Ruy e Fernando Lobo, um samba sobre paternidade...
Eu disse pra o Nabuco agora, quando ele me mandou a música e
me adicionou no facebook, que eu chorei, me lembrei de eu fazendo. E que nunca
iria imaginar ela assim, vejam:
me adicionou no facebook, que eu chorei, me lembrei de eu fazendo. E que nunca
iria imaginar ela assim, vejam:
sexta-feira, março 06, 2015
Um Poema Maldito para Americana, SP.
Eu fico muito feliz que os meus discos e livros e, agora,
minh’As Vizinhas de Trás apareçam como obra a despeito de qualquer coisa que
não seja o meu desejo de fazer, de expressar um lance, uma idéia, emoção.
Sim, depois disso tem de haver o investimento que torne o
lance real pra que ele seja de conhecimento e gosto das pessoas. Daí, que estou
para sempre agradecido ao pessoal que, por último, tornou possível o CD Poema
Maldito, através do crowndfunding.
E fico feliz também por ter uma obra dita marginal, crua,
como dizem, mas não menos fora do que seja essencial na vida da gente. Então,
silencioso leit@r, mesmo que a maioria não conheça o meu trabalho de arte,
mesmo assim, pouco conhecido, ele tem força de aparecer e vai cavando o seu próprio
espaço aos pouquinhos, se liga.
Eu vejo que estou falando como artista. Eu demorei demais
pra assumir isso. Eu já disse muitas vezes que é difícil se assumir artista, o
bom leit@r sabe. Mas, aí, a obra vai convencendo a gente. Eu posso decidir por
não fazer mais nada daqui pra frente. Posso decidir ficar louco no meu
apezinho, olhando pro céu da janela e só. Mas, agora, já foi. Como pra outras cidades, mandei o CD pra
Americana-SP, pro Biajoni.
Fui.
quinta-feira, março 05, 2015
Chegaram as telas que encomendei para fazer novas As
Vizinhas de Trás. Também meu pensamento está no Diário da Piscina, livro para o
qual começo a vislumbrar os alinhavos finais, embora ainda não seja um panorama
do fim, se liga. Pensando também nos shows que quero fazer de apresentação do
Poema Maldito.
Tenho dois shows agendados para abril: o primeiro deles será
dia 1º no imenso Teatro Popular, às 20 horas, o teatro que o Oscar Niemayer
projetou para seu caminho em Niterói. É
um convite do Leonardo Rivera, dentro da programação de shows de seu selo
Astronauta Discos.
Depois, dia 26, faremos em Botafogo, no estúdio Audio Rebel,
também às 20h. Pedi ao Alan Athayde um help, como ele fala, e ele me helpou.
Também há as helpagens de Ruth, que estão acontecendo sem
que se veja, mas que logo irão surgir à superfície, deixando de ser
possibilidades.
Esses shows, faremos eu e Felipe. O Rafael é quem dirige a
gente.
Também começando a juntar os trapinhos, a mexer os
pauzinhos, para o filme Peixe, um documentário de Rafael Saar comigo.
Então, o leit@r pode ver que estou metido em muita coisa que
curto muito fazer e que a gente vai aprendendo sempre, solucionando as questões
que vão chegando e tal.
É noise na cabeça.
Fui.
quarta-feira, março 04, 2015
Ney Matogrosso reúne em CD canções de compositores que desafiaram a pecha de malditos
Criatividade é a marca desses autores que conseguiram ocupar espaço singular na MPB
Ailton Magioli - EM CulturaPublicação:03/03/2015 08:20Atualização: 03/03/2015 08:28
Ao anunciar o desejo de fazer um disco dedicado às canções de Jards Macalé e Jorge Mautner, entre outros, Ney Matogrosso acabou trazendo de volta a produção dos chamados malditos da MPB – time de compositores que, na década de 1970, foi solenemente ignorado pela indústria fonográfica e pela grande mídia. Incluído na seleção, Itamar Assumpção (1949-2003) veio à cena na década seguinte, via Vanguarda Paulistana, enquanto Luís Capucho surgiu nos anos 1990, fornecendo canções para Cássia Eller (Maluca) e Pedro Luís e A Parede (Máquina de escrever).
Fui alçado a essa posição por Ney Matogrosso”, diz Capucho, para quem a simples inclusão de seu nome na lista de prováveis autores a serem gravados pelo cantor já o coloca em posição de destaque ao lado de Macalé , Mautner e Itamar. Para reforçar a seleção, Ney poderia convocar, ainda, Tom Zé, Sergio Sampaio (1947-1994), Luiz Melodia, Torquato Neto (1944-1972) e Walter Franco, o autor-intérprete de Cabeça, a sensação do 7º Festival Internacional da Canção (FIC), em 1972. Aquela letra estranha e o uso pioneiro de recursos eletrônicos nos arranjos provocaram imensa polêmica envolvendo público e crítica.
Às vésperas de completar 72 anos, Jards Macalé, o mestre dos mestres de então, acredita que Ney Matogrosso, ao escolher tais autores para um disco, contribui para desmistificar o rótulo de maldito.“Ele deu entrevistas admitindo que não considera o adjetivo apropriado para definir esses compositores”, justifica. Para ele, a escolha do cantor se deve mais ao tipo de linguagem adotada pelos hoje benditos malditos. Gravado por Gal Costa e O Rappa (Vapor barato), Macalé acredita que Ney, “um artista singular”, vai contribuir para popularizar ainda mais suas canções. “Sempre o admirei tanto como intérprete quanto por sua postura corajosa em relação à vida”, elogia.
CONCEITO
Apesar de não ter inéditas a oferecer no momento, Macalé não esconde que pensa em compor algo especialmente para Ney cantar. “Dei a ele um CD de parcerias minhas com o poeta Wally Salomão. São músicas de linguagem forte e inventiva. Creio que escolherá as que mais lhe tocarem a sensibilidade e couberem no conceito do disco”, acrescenta Jards Macalé. Na opinião dele, a performance e a interpretação de Ney, destaque do grupo Secos e Molhados, são vitais. “Sua voz especialíssima e a expressão corporal são responsáveis por torná-lo único, um grande artista”, elogia. Ser tachado de maldito até a década de 1970 era um elogio e fazia a diferença, diz Macalé. “Era a marca de inventividade. Dos anos 1980 em diante, no entanto, aquilo se transformou em maldição pelo fato de não se compreender o que significava estar fora do padrão estabelecido como normal. De maldito passou-se a amaldiçoado”, analisa. Com isso, prejudicou-se bastante o entendimento da obra dos chamados malditos. “O rótulo assustava as pessoas”, acredita ele, ressaltando, no entanto, o fato de esses autores terem influenciado as gerações seguintes de artistas.
Macalé enfrentou o preconceito do “amaldiçoamento” com trabalho. “Superei as dificuldades trabalhando continuamente em minha linguagem pessoal”, explica. Segundo ele, a indústria fonográfica, na época, estudou até criar um nicho para os malditos. “Pensaram em um selo que os identificasse, mas a moda passou e ficou apenas o adjetivo”, relembra ele, que prossegue na ativa sem se incomodar com rótulos.
NICHO
Na estrada ao lado do filho Diogo Franco, de 30, Walter Franco vai comemorar suas sete décadas de vida no palco. “Consegui criar um nicho para o meu trabalho, independentemente do rótulo de maldito”, comemora o autor de Cabeça, atribuindo a continuidade de sua carreira ao apoio de parte da imprensa escrita, atenta ao trabalho dele e dos colegas. “Fomos capa da Veja”, diz, lembrando que a reportagem focalizou também João Bosco e Luiz Melodia, entre outros artistas dos anos 1970. “Mas não foi um espaço aberto para grandes eventos”, ressalta Walter Franco, que chegou a assinar contrato com multinacionais como a CBS.
Graduado em teatro pela antiga Escola de Artes Dramáticas (EAD), em São Paulo, ele afirma que se não fosse essa formação, dificilmente teria sobrevivido ao rótulo. “Ser maldito, na verdade, é quase uma honra”, assume, citando os poetas Charles Baudelaire (1821-1867) e Vladimir Maiakovski (1893-1930) como legítimos representantes da “raça”. “Depois que tiraram as ciências humanas do ensino, houve um embrutecimento e as pessoas deixaram de entender o significado do rótulo. Hoje, nem todos têm percepção histórica do que é ser maldito”, acrescenta Walter Franco. O preconceito pode prejudicar da agenda de shows à empatia com o público. “Virou um clichê, um estigma”, lamenta.
Ao comentar o interesse de Ney Matogrosso pelo trabalho dos chamados malditos, Franco lembra que o cantor é um dos grandes artistas que o Brasil ainda não entendeu. “Atualmente, vivemos num mundo muito preconceituoso e perigoso”, constata Walter Franco, admitindo que adoraria ter uma de suas inéditas gravadas pelo cantor.
Rótulo traz orgulho
Recém-chegado de Cuba, Jorge Mautner, de 74 anos, lembra que na época de sua estreia na literatura, em 1962, ser classificado de maldito era elogio. “Todos que inovam em determinado período são chamados assim”, diz ele, salientando a importância do comportamento e da moral de uma época na disseminação de rótulos dessa natureza. “Augusto dos Anjos foi um maldito”, reforça, salientando que o artista é responsável pelo rótulo que recai sobre si próprio.
Feliz com a hipótese de Ney Matogrosso interpretar suas canções, ele diz que o cantor já havia gravado Sem medo de assombração, parceria com Nelson Jacobina, para a trilha do seriado Sítio do Picapau Amarelo, da TV Globo. “Pelo que consta, agora ele está interessado no que já gravei: músicas de que ele gosta e não aconteceram”, diz o compositor. Mautner acaba de lançar um box com sua produção dos anos 1980, do qual consta o disco Antimaldito, por meio do qual respondia aos estereótipos.
“Malditos, na verdade, são benditos. Eles promovem os avanços”, afirma Mautner, que convidou o amigo Caetano Veloso para produzir o álbum, que saiu em 1985, com a sonoridade eletrônica em voga naquela época. A propósito do desejo de Ney Matogrosso de gravar seu repertório, Mautner ressalta: “Ele é uma figura importante desde a democratização do Brasil, quando já preconizava a questão LGBT”. O compositor diz que jamais se preocupou com clichês impostos à obra que construiu como cantor, compositor e escritor. “O rótulo de maldito é maravilhoso”, afirma.
Fiador da qualidade
Para se ter uma ideia da ligação de Ney Matogrosso com o universo libertário, além do fato de integrar o grupo Secos e Molhados em plena ditadura militar, vale lembrar: o cantor foi fundamental para que Luís Capucho viabilizasse seu novo CD, Poema maldito, por meio do financiamento coletivo, via crowdfunding. Ney foi um dos principais “sócios” do projeto. “Ele entrou como pessoa física e comprou uma cota-empresa”, conta, orgulhoso, o capixaba. O disco foi produzido em parceria com a plataforma Variável 5, de Belo Horizonte.
Com repertório de várias canções inéditas, Capucho diz que o gesto do cantor significa muito para ele. “Ney tem me colocado na mesma posição de compositores estabelecidos, o que de certa forma me põe como um autor de qualidade”, diz. Apesar de não ser um seguidor dos chamados malditos – era um menino na década de 1970 –, Luís acabou atraído pelo rótulo, que hoje se aplica a ele. “Os temas são os mesmos, mas a minha produção não tem ligação direta e nem foi inspirada na deles”, conclui Capucho. Dono de trajetória construída na cena underground, ele não se considera um maldito.
Saiba mais
Na contramão
Classificados de gurus do inconformismo, ícones da música anticomercial, inovadores e provocadores naturais e eternos inquietos, os malditos da música brasileira, como lembra o blog Mosca na Sopa, vieram à cena no período pós-tropicalista. Com o passar dos anos, acabaram se tornando uma espécie de gênios compreendidos pelo público interessado em algo musicalmente genuíno. Se Torquato Neto e Sergio Sampaio não suportaram o peso do rótulo e morreram precocemente, outros, como Luiz Melodia, integraram-se ao mercado, tendo sua produção registrada e veiculada no rádio e na TV. Com o fim praticamente decretado das gravadoras e o advento das redes sociais, esses artistas encontraram na cena independente e em jovens fãs a trincheira ideal para enfrentar o novo mercado que se abre para a música.
O cantor e compositor carioca Jards Macalé se apresenta no festival Mimo, em Olinda (PE), em 2013
Às vésperas de completar 72 anos, Jards Macalé, o mestre dos mestres de então, acredita que Ney Matogrosso, ao escolher tais autores para um disco, contribui para desmistificar o rótulo de maldito.“Ele deu entrevistas admitindo que não considera o adjetivo apropriado para definir esses compositores”, justifica. Para ele, a escolha do cantor se deve mais ao tipo de linguagem adotada pelos hoje benditos malditos. Gravado por Gal Costa e O Rappa (Vapor barato), Macalé acredita que Ney, “um artista singular”, vai contribuir para popularizar ainda mais suas canções. “Sempre o admirei tanto como intérprete quanto por sua postura corajosa em relação à vida”, elogia.
CONCEITO
Macalé enfrentou o preconceito do “amaldiçoamento” com trabalho. “Superei as dificuldades trabalhando continuamente em minha linguagem pessoal”, explica. Segundo ele, a indústria fonográfica, na época, estudou até criar um nicho para os malditos. “Pensaram em um selo que os identificasse, mas a moda passou e ficou apenas o adjetivo”, relembra ele, que prossegue na ativa sem se incomodar com rótulos.
NICHO
Ao comentar o interesse de Ney Matogrosso pelo trabalho dos chamados malditos, Franco lembra que o cantor é um dos grandes artistas que o Brasil ainda não entendeu. “Atualmente, vivemos num mundo muito preconceituoso e perigoso”, constata Walter Franco, admitindo que adoraria ter uma de suas inéditas gravadas pelo cantor.
O cantor e compositor Jorge Mautner, sempre na ativa. O músico Walter Franco, em registro de 2000
Recém-chegado de Cuba, Jorge Mautner, de 74 anos, lembra que na época de sua estreia na literatura, em 1962, ser classificado de maldito era elogio. “Todos que inovam em determinado período são chamados assim”, diz ele, salientando a importância do comportamento e da moral de uma época na disseminação de rótulos dessa natureza. “Augusto dos Anjos foi um maldito”, reforça, salientando que o artista é responsável pelo rótulo que recai sobre si próprio.
Feliz com a hipótese de Ney Matogrosso interpretar suas canções, ele diz que o cantor já havia gravado Sem medo de assombração, parceria com Nelson Jacobina, para a trilha do seriado Sítio do Picapau Amarelo, da TV Globo. “Pelo que consta, agora ele está interessado no que já gravei: músicas de que ele gosta e não aconteceram”, diz o compositor. Mautner acaba de lançar um box com sua produção dos anos 1980, do qual consta o disco Antimaldito, por meio do qual respondia aos estereótipos.
“Malditos, na verdade, são benditos. Eles promovem os avanços”, afirma Mautner, que convidou o amigo Caetano Veloso para produzir o álbum, que saiu em 1985, com a sonoridade eletrônica em voga naquela época. A propósito do desejo de Ney Matogrosso de gravar seu repertório, Mautner ressalta: “Ele é uma figura importante desde a democratização do Brasil, quando já preconizava a questão LGBT”. O compositor diz que jamais se preocupou com clichês impostos à obra que construiu como cantor, compositor e escritor. “O rótulo de maldito é maravilhoso”, afirma.
Fiador da qualidade
Para se ter uma ideia da ligação de Ney Matogrosso com o universo libertário, além do fato de integrar o grupo Secos e Molhados em plena ditadura militar, vale lembrar: o cantor foi fundamental para que Luís Capucho viabilizasse seu novo CD, Poema maldito, por meio do financiamento coletivo, via crowdfunding. Ney foi um dos principais “sócios” do projeto. “Ele entrou como pessoa física e comprou uma cota-empresa”, conta, orgulhoso, o capixaba. O disco foi produzido em parceria com a plataforma Variável 5, de Belo Horizonte.
Com repertório de várias canções inéditas, Capucho diz que o gesto do cantor significa muito para ele. “Ney tem me colocado na mesma posição de compositores estabelecidos, o que de certa forma me põe como um autor de qualidade”, diz. Apesar de não ser um seguidor dos chamados malditos – era um menino na década de 1970 –, Luís acabou atraído pelo rótulo, que hoje se aplica a ele. “Os temas são os mesmos, mas a minha produção não tem ligação direta e nem foi inspirada na deles”, conclui Capucho. Dono de trajetória construída na cena underground, ele não se considera um maldito.
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Na contramão
Classificados de gurus do inconformismo, ícones da música anticomercial, inovadores e provocadores naturais e eternos inquietos, os malditos da música brasileira, como lembra o blog Mosca na Sopa, vieram à cena no período pós-tropicalista. Com o passar dos anos, acabaram se tornando uma espécie de gênios compreendidos pelo público interessado em algo musicalmente genuíno. Se Torquato Neto e Sergio Sampaio não suportaram o peso do rótulo e morreram precocemente, outros, como Luiz Melodia, integraram-se ao mercado, tendo sua produção registrada e veiculada no rádio e na TV. Com o fim praticamente decretado das gravadoras e o advento das redes sociais, esses artistas encontraram na cena independente e em jovens fãs a trincheira ideal para enfrentar o novo mercado que se abre para a música.
terça-feira, março 03, 2015
O Luiz Ribeiro postou no Indique um livro, dessa vez, um
texto sobre o Mamãe me adora. Me chamou a atenção que ele faça leituras
parabólicas de meus livros. Eu gostei disso e corri atrás pra saber o que era. No
fim, perguntei a ele.
Como conclusão, ele me disse uma coisa que eu adorei para
um livro de viagem, que é o caso de Mamãe me adora:
Ele disse:
- “Só dá pra falar em sentido como se falássemos de
"trânsito", um sentido que é trajeto, percurso, nunca um lugar
estável...”
Aqui o texto dele:
http://indiqueumlivro.literatortura.com/2015/02/27/mamae-me-adora-de-luis-capucho/
http://indiqueumlivro.literatortura.com/2015/02/27/mamae-me-adora-de-luis-capucho/
segunda-feira, março 02, 2015
Eu gosto muito de olhar pela janela do apezinho, à noite,
depois que o bairro começa a dormir.
Não que eu seja notívago, porque depois que comecei com os
remédios, eles disciplinaram meus horários, aí, durmo cedo pra poder acordar
mais na boa pro remédio da manhã. Só que uma vez ou outra, fico até mais tarde.
Eu tava dizendo pro Pedro sobre como a noite é bonita, enquanto voltávamos de
Piabetá, no sábado. Estava tentando dizer sobre o calor entusiasmador das luzes
que se acendem nos prédios, nas ruas, em tudo, o leit@r sabe. Aí, entrou no
ônibus uma menina com um bustiê faiscante, com os brilhos que ondulavam logo
abaixo de seus peitos, porque caía uma franja de cordões até ao umbigo nu. Ela
chamou a atenção do ônibus inteiro sem que parecesse um exagero o exagerado
bustiê e o shortinho. Estava muito linda. E parou no meio do ônibus, segurando
a onda da roupa atraindo todo mundo até que o namorado passasse pela roleta. E
foram pra trás do ônibus sentar. Depois, saltaram numa passarela da Avenida
Brasil e sumiram numa rua estreita.
Pedro disse:
- É, sim. As pessoas entram perfumadas nos ônibus,
arrumadas...
Mas, aí, eu gosto de ficar olhando pela janela, vendo todas
as coisas já assentadas e o silêncio de cachorros que latem, longe. Moro num
bairro que, resolvido os vizinhos de trás, à noite se assenta, firma no chão. E é bom demais pra dormir.
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