segunda-feira, março 16, 2015

Eu não queria ter dito que a poesia fosse reflexiva. Em vez disso, ouvindo agora a entrevista para a Rádio Câmera, quando o Marco Antunes leu um trecho do texto do Leonardo Davino e me perguntou sobre a maldição da poesia, mesmo que eu não seja um leit@r da forma poesia, eu deveria ter dito poesia contemplativa, porque primeiro a poesia é isso, leit@r, acho.
O silencioso leit@r sabe, os meus livros estão cheios de poesia sem que sejam livros de poesia.
E não disse o nome de meu amigo espanhol, o Tive – José Maria Martinez, que fez comigo a Poema Maldito. Foi como quando no show do Bulha em que introduzi longamente “O Camponês” falando de meu parceiro nessa canção e não disse o nome do Marcos Sacramento, que tava lá, assistindo ao show, quieto, ligado.
Também fico grilado de estar insistindo nisso, mas o disco se chama Poema Maldito e, aí, o assunto é esse. E isso vai tomando sentidos que, aos poucos, vão se abrindo. Porque,  como me disse outro dia o amigo Luiz Ribeiro:
- Só dá pra falar em sentido como se falássemos de “trânsito”, um sentido que é trajeto, percurso, nunca um lugar estável, né?
Então, leit@r, que o Poema Maldito tenha uma longa estrada e possa, por isso, encher-se de sentidos. Tudo o que ficou nas entrelinhas e que não veio ainda à superfície, mas que vai na sua hora. Porque tem aquela lei: uma coisa de cada vez.

Fui.

Nenhum comentário: