Eu não queria ter dito que a poesia fosse reflexiva. Em vez
disso, ouvindo agora a entrevista para a Rádio Câmera, quando o Marco Antunes
leu um trecho do texto do Leonardo Davino e me perguntou sobre a maldição da
poesia, mesmo que eu não seja um leit@r da forma poesia, eu deveria ter dito
poesia contemplativa, porque primeiro a poesia é isso, leit@r, acho.
O silencioso leit@r sabe, os meus livros estão cheios de
poesia sem que sejam livros de poesia.
E não disse o nome de meu amigo espanhol, o Tive – José Maria
Martinez, que fez comigo a Poema Maldito. Foi como quando no show do Bulha em
que introduzi longamente “O Camponês” falando de meu parceiro nessa canção e
não disse o nome do Marcos Sacramento, que tava lá, assistindo ao show, quieto,
ligado.
Também fico grilado de estar insistindo nisso, mas o disco
se chama Poema Maldito e, aí, o assunto é esse. E isso vai tomando sentidos que,
aos poucos, vão se abrindo. Porque, como
me disse outro dia o amigo Luiz Ribeiro:
- Só dá pra falar em sentido como se falássemos de “trânsito”,
um sentido que é trajeto, percurso, nunca um lugar estável, né?
Então, leit@r, que o Poema Maldito tenha uma longa estrada e
possa, por isso, encher-se de sentidos. Tudo o que ficou nas entrelinhas e que
não veio ainda à superfície, mas que vai na sua hora. Porque tem aquela lei:
uma coisa de cada vez.
Fui.
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