segunda-feira, abril 25, 2016

Sou quieto e silencioso, onipresente nos barulhos de Meus Vizinhos de Trás e fico inseguro de deixar fluir os meus próprios barulhos e tudo. Então, minhas janelas que dão para o meio do quarteirão, dão pra umas casas abandonadas que vão ruindo pra sempre pra dentro delas mesmas e por sobre seus telhados cresceu uma ramagem que cobre tudo, faz uma cama de folhas muito aconchegante, cheia de frescor e tal, e, por vezes, quando estou nessas janelas à noite, vejo gatos solitários que cruzam meio por dentro e meio sobre as folhas. Vejo os seus vultos de passagem para a rua de trás, mesclados de sombras da escuridão com a pouquíssima luz que as folhas rebatem, vindas de meu apezinho, talvez, e sentindo como eles são bonitos, espertos, atravessando no escuro a rama espessa sobre as ruínas das casas abandonadas e tudo.
Eles passam durante o dia também, porque gatos são onipresentes do dia e da noite, e hoje, quando acordei e fui pra janela, estava um deles passando, cheirando folha por folha, devagar, como quem procurasse algo e, aí, afundou-se para dentro dos cipós, pra dentro da casa carcomida e sumiu de vista.
Fora isso, decidindo pelas cores que vou colocar nos fundos de minhas novas As Vizinhas de Trás.

Yahahhahahhahahhaha!

Nenhum comentário: