Os shows que tenho feito, são de músicas de ouvir, de
contemplar pra dentro. Não são músicas de animação de festa, como são as
músicas que tocam na Lapa, à noite. Mas acho legal que no Bar Semente, antes que a
noite se instaure no segundo show do sábado, tenha o meu show, à noitinha, pra
abrir os trabalhos, antes dos embalos depois e tudo.
Dessa vez, quando comecei, começaram a entrar pelo Semente
adentro, pelas janelas, pela porta e também atravessando as paredes e pela
clarabóia, bem na hora que anoiteceu, vieram entrando, serpenteando por dentro
das minhas músicas, sorrateiramente, diabólicamente, filhasdaputamente, as
melodias de um show católico de um palco enorme do outro lado da rua, naquela
praça que continua depois dos Arcos e tudo. Eram músicas que serpenteavam
dentro das minhas feito o capeta e foi muito foda. Abuso de poder total!
Eu pensei em parar de tocar, mas continuei e n’algumas
músicas rolou alguma trégua. Foi muito foda tocar daquele jeito, mostrar as
músicas, que são pouco conhecidas, pra quem estava entrando em contato com elas
pela primeira vez. E mesmo pra quem conhecia e tava com a oportunidade de ver
elas ali tocadas ao vivo, não poder ouvi-las puras. Foi muita decepção pra mim.
Aí, pensei em ter uma banda, que não deixasse as serpentes de som deles entrar assim por minhas músicas...
... ao menos, os meninos que vieram falar comigo depois, disseram que foi mais encanação de minha parte e que tava tudo certo pra eles, mas sei lá...
... ao menos, os meninos que vieram falar comigo depois, disseram que foi mais encanação de minha parte e que tava tudo certo pra eles, mas sei lá...
Pedro fez uma fotos:
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