domingo, setembro 17, 2017

Lançamento Diário da Piscina - Belo Horizonte

Quando ouvi pela primeira vez o Bruno Cosentino cantar
Homens Flores no Cine Joia, logo que o Exército de Bebês começou os primeiros
acordes da música, um barulho de obra, no prédio do cinema, entrou na música e
foi como se ela fosse mais pra baixo, como se a música tivesse mesmo de ser
começada mais embaixo no buraco do chão e ganhasse mais envergadura pro tanto
ainda que ela haveria de se abrir, de subir, de se enovelar pro alto,  desde o barulho da obra recontruindo o prédio
do cinema.
As minhas gravações domésticas, muito antigas, ainda em fita
cassete, também têm esses barulhos surpreendendo as músicas e ficaram nas
gravações com seus sentidos completando elas: choro de bebês, latidos de
cachorros, gritos ao longe, apitos, tudo que vinha da rua e entrava na casa, se
relocando no sentido delas.
Desde que começamos com essas apresentações dos lançamentos
do livro Diário da Piscina, esses barulhos têm vindo surpreender a gente com
seus sentidos sonoros, acidentes de percurso, completando elas, que ficam mais
perfeitas.
Aconteceu no loki bicho, SP e aconteceu no 171, BH.
O joão tinha me dito que no 171 passou trem, cachorro latiu,
se eu tinha ouvido. Não, não ouvi. Mas agora olhando a gravação que Pedro fez
no celular, eu compreendo porque é que eu não tava entendendo a hora de entrar
na “Antigamente”. Na hora, eu achei que era a guitarra que o Vitor tava fazendo
é que estava derrubando a entrada. Mas não era. Era um cachorro que latia na
rua, que roubou minha entrada, que refez ela, colocou noutro lugar.


Vejam:

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