segunda-feira, dezembro 23, 2019

Hoje o Victor Lambert mandou no in box essa tirinha que fez para Antigamente, a música com que começa o Crocodilo. Eu não o conheço ainda, mas ele é amigo do Leonardo Marona. Vocês podem imaginar a minha alegria de ver a Antigamente na sua tirinha, desse jeito, ne.

Sobre a Antigamente, o Bruno escreveu:

O disco começa e termina, por acaso, com muita fumaça e cigarros. A primeira, “Antigamente”, produzida por Gustavo Galo e com guitarras de Vitor Wutzki, é uma destas canções narrativas em que Luís conta uma história e insere reflexões que são antes impressões intelectuais não conclusivas a partir da experiência vivida. Cantada na primeira pessoa, o personagem se lembra que “antigamente/ quando não tinha mais nada/ na noite fria e quente/ saía para pedir cigarro”. Tendo conseguido o cigarro com alguém na rua, observa que “tem gente que gosta de ver símbolo nisso”, e concorda: “o fogo realmente tem muito significado/ e a fumaça que completa a gente com seu corpo meio transcendente/ assim fluido, aquece meu espírito frio”. A partir de então, a sensação da fumaça toma o corpo todo e se estende à própria sensação subjetiva da fruição do tempo, que “passa mais lubrificado, agarra menos, é mais livre, mais solto, mais gostoso, mais completo”. Adiante, Luís canta: “dizem que a vida não é só sexo, acha brasa na ponta do cigarro”, deixando entrever que se a vida não é só sexo, a premissa é sempre de uma presença intencionalmente sexuada. Emenda, para terminar, no refrão: “vou fumando noite adentro o cigarro que você me deu”; dividido com Júlia Rocha, que coloca sua voz de timbre a um só tempo sóbrio e sexual como numa cópula vocal uma nuance do “grão” da voz que é pra mim um dos pontos altos do disco.

Para ouvir é aqui:  https://www.youtube.com/watch?v=lHkkpQBCiYg


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