Hoje
o Victor Lambert mandou no in box essa tirinha que fez para Antigamente, a
música com que começa o Crocodilo. Eu não o conheço ainda, mas ele é amigo do
Leonardo Marona. Vocês podem imaginar a minha alegria de ver a Antigamente na
sua tirinha, desse jeito, ne.
Sobre
a Antigamente, o Bruno escreveu:
O
disco começa e termina, por acaso, com muita fumaça e cigarros. A primeira,
“Antigamente”, produzida por Gustavo Galo e com guitarras de Vitor Wutzki, é
uma destas canções narrativas em que Luís conta uma história e insere reflexões
que são antes impressões intelectuais não conclusivas a partir da experiência
vivida. Cantada na primeira pessoa, o personagem se lembra que “antigamente/
quando não tinha mais nada/ na noite fria e quente/ saía para pedir cigarro”.
Tendo conseguido o cigarro com alguém na rua, observa que “tem gente que gosta
de ver símbolo nisso”, e concorda: “o fogo realmente tem muito significado/ e a
fumaça que completa a gente com seu corpo meio transcendente/ assim fluido,
aquece meu espírito frio”. A partir de então, a sensação da fumaça toma o corpo
todo e se estende à própria sensação subjetiva da fruição do tempo, que “passa
mais lubrificado, agarra menos, é mais livre, mais solto, mais gostoso, mais
completo”. Adiante, Luís canta: “dizem que a vida não é só sexo, acha brasa na
ponta do cigarro”, deixando entrever que se a vida não é só sexo, a premissa é
sempre de uma presença intencionalmente sexuada. Emenda, para terminar, no
refrão: “vou fumando noite adentro o cigarro que você me deu”; dividido com
Júlia Rocha, que coloca sua voz de timbre a um só tempo sóbrio e sexual como
numa cópula vocal — uma nuance do “grão” da voz que é pra mim um dos pontos altos
do disco.
Para ouvir é aqui: https://www.youtube.com/watch?v=lHkkpQBCiYg
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