terça-feira, abril 24, 2007

Minha vizinha, que dá janela com minha janela, é pintora de flores. Os cavaletes estão sempre visíveis, através da janela entreaberta e, na janela, ela tem sempre uma planta, um pé de beijo, uma begônia e tal. Suas flores, que ela faz diariamente, são vendidas numa feira, aos sábados, pela manhã, no Campo São Bento. Com relação às flores, sempre tive um entendimento inconsciente de sua beleza. Fui tomar consciência delas mesmo, depois de meus 30 anos...
O Campo São Bento, aos sábados pela manhã, é como uma festa do interior. E, em seu portão que dá para a Gavião Peixoto, é onde são vendidos os filhotes de cachorro. Fica um engarrafamento de gente pra ver os bichanos e, se eu passo por ali naquele dia e horário, fico sempre tentando descobrir o motivo pelo qual os filhotes de bicho me inspiram tão mais ternura que os filhotes de gente.
Será o que há comigo?

Um comentário:

Círia disse...

Quando eu era criança, adorava brincar com flores... assim como hoje adoro ler suas descrições, parece que eu estou vivenciando o que tu dizes... tu és o meu escritor preferido, Luís...
BJ
Círia
Obs: que tal fazer um livro depois com essas considerações e cenários todos? ficaria lindo: as histórias de sua mãe, as brigas de vizinho, a vista da janela... formaria um livro de pequenos contos ou crônicas maravilhoso...