sexta-feira, maio 30, 2014



O sol entre de esguelha pela janela da casa, Lucy in the sky with diamond.
Preciso tirar a poeira dos móveis, limpar as crostas de poeira que se entranham no piso crespo da cozinha. Trocar a porta do quarto, onde os cupins fizeram colônia.
Comprar pincel novo.
Fui.

quarta-feira, maio 28, 2014



terça-feira, maio 27, 2014



A loja onde havia meus pincéis preferidos, fechou.
Apesar de ter andado pelo bairro e cidade a procurar pincéis daquele jeito, ainda não descobri onde os encontro. Eu sei que cada quadro será cada quadro, assim como cada música ou livro é cada música ou livro. Mas é que o quadro, leit@r, é o efeito direto da qualidade das pinceladas do pincel e me ficou a impressão, mesmo que falsa, de que aqueles são Os Pincéis, ta se ligando?
È possível que isso seja aquilo que, no trabalho, apenas o trabalhador veja. E quem está a ver o resultado, assim, aquilo que ficou pronto, não perceba. E que tenha sido apenas um vínculo afetivo com o pincel que tenha ficado, leit@r, e que seja apenas uma questão de acostumar-se com o novo tipo de pincel e tudo.
Por exemplo, eu fiquei um tempo grande até que percebesse a “liga” de se escrever no computer. Mas, agora, flui bem.
Fui.

segunda-feira, maio 26, 2014

Depois de ter sovado o “Diário...”, tenho dado meus petelecos nele.
Pobre de mim – tive a pretensão de dar-lhe um toque de realidade eterna, escolhendo nomes da antiguidade romana para os que vão diariamente à piscina, como ela fosse assim um Olimpo. Mas nem mesmo sei se alcancei o fio de realidade transitória que vai desfolhando cada dia vindo sobre seu diário e tal. Também não consegui olhar pros escritos de forma panorâmica, para ter uma ideia do que fiz. Estou perdido dentro de seu embrolho, leit@r.
Fui.



domingo, maio 25, 2014



Eu ouço tudo o que se diz na minha comunidade-condomínio, porque além da proximidade e das paredes muito finas, tenho ouvido de tuberculoso.
Ontem, dos Vizinhos de Trás, veio isso:
- Eu não enlouqueci, mãe. Eu nasci! – e eu entendi tudo, leit@r. Me identifiquei...
Outra coisa, na semana que passou:
A caminho da natação um senhor que junto a um menino descarregava uns entulhos de um carro, disse:
- Deus não é masculino nem feminino, Deus é homem – ao que o menino ecoou, concordando:
- Deus é homem! - e isso não entendi.
Fui.


sábado, maio 24, 2014

O clipe que Rafael Saar fez comigo e Kali, da música O Castelo (Kali C/Luís Capucho) voltou a aparecer na internet, no Blog do Canal Brasil, contextualizado entre vídeos subversivos.
“Alguns músicos não ficam satisfeitos com a mensagem apenas na letra e no som. Então resolvem investir na ousadia e na crítica também através das imagens, via videoclipe. Selecionamos alguns clipes “subversivos” recentes para vocês:”
Veja AQUI, leit@r!


sexta-feira, maio 23, 2014

Todo Seu - Musical - Filipe Catto - 21/05/2014


Estou no Pedro fazendo companhia pra Dona Preta, sua gata.
Dessa vez, além dos problemas com a cozinha tive problemas
com o som do computer. Demorei a entender o bichano. Às vezes, pessoas e bichos
são mais fáceis de serem entendidos.  O
leit@r sabe, as coisas nos deixam sozinhos a resolvê-las, enquanto pessoas e
bichos, não. Daí que meus desentendimentos com Dona Preta e com Pedro são bem
mais fáceis de serem resolvidos.
Então, Pedro, on line, me explicou como ouvir o som.
Eu queria ouvir um programa que Klaudia me mandou, do
príncipe da jovem guarda, Ronnie Von. Era uma entrevista com Felipe Catto, um
príncipe de agora e de depois, depois de amanhã, música dele com o Moska.
E a surpresa ficou pro final, quando ao anunciar entre os
seus shows, um show de músicas interpretadas por Cassia Eller, cantou minha
Maluca.
Alegria!
 Ouçam:

quinta-feira, maio 22, 2014

Então, é isso leit@r.

As coisas se deslocam e são muito difíceis de serem apreendidas pelas palavras. É uma perda de tempo tentar pegá-las, mas a tentativa é boa.

Vejam quanta gente e há quanto tempo nos movemos por elas, pelas palavras.

Fui.
Fachada da Livraria Chardon, no Porto.


quarta-feira, maio 21, 2014



Aos poucos a casa vai se aprumando.
Porque mexi no piso e tudo o mais se deslocou, leit@r, o trabalho parece não querer terminar.
Fui.

terça-feira, maio 20, 2014



A cidade fora do verão é outra cidade, embora o Pessoal de Baixo continue com os pássaros engaiolados que gritam.
Ainda mais: minhas “Vizinhas...” se espalham por toda a casa e o sol nunca é a pino, entra enviesado, de banda, pelas janelas envidraçadas da sala.
Alvíssaras!
Fui.

segunda-feira, maio 19, 2014

Eu disse que iria fazer um showzinho pra eles, enquanto eles falavam do que viesse à cabeça, que não era um lance assim de ficar parado, contemplativo, olhando, quer dizer, era pra contemplar também e tal.

Eles disseram:

- Mas e você?

- Eu também vou conversar, e contemplar e tocar – eu disse.

Aí, começaram os indecisões de qual lugar seria o ideal para fazer. E decidiram que o melhor seria na piscina.

Fomos.

O bom leit@r sabe, as coisas íntimas que vivi, enquanto mostrava as músicas, eram incríveis pra mim, no sentido de gostosas, fluidas, sem atravancos – quer dizer, eu tinha bebido um pouco de vinho. E via que as palavras que eu cantei corriam por minha cabeça, que seguiam um leito que ía se abrindo, como uma estrada que vai se abrindo à luz de um farol, bom leit@r.

Pedro fotografou.

E isso já são outras fabulações.
Depois, descanso com Preta:


sexta-feira, maio 16, 2014



No médico, tirei a roupa para a anotação dos sinais vitais.

Para as medidas, a enfermeira, entre pigarros, tocava em mim com muito cuidado, leit@r, ela tinha um melindre grande para me laçar o braço com o aparelho de pressão, para me laçar com a fita métrica que media minha cintura, meu tórax, meu pescoço, tudo. Era gostoso o modo dela. Eu curti.

Depois, quando saí da sala e esperava pelo atendimento do doutor, fiquei reparando nos outros pacientes e médicos que andavam de um consultório a outro, gente esperando, as reclamações, as impaciências e tal.

Então, quando fui pegar meus remédios, a moça da farmácia não quis me entregar, porque eu estava com uma receita velha. Aí, eu insisti que precisava deles, que era uma bobagem que eu tivesse de ter uma receita nova, porque ela poderia olhar no sistema – o sistema é o grande lance de agora, leit@r – que guarda todas as informações a meu respeito, então, ela poderia olhar no sistema que minhas receitas médicas tem sido as mesmas há muito tempo. Há muito tempo não há remédios novos para mim e tal.

Mas, aí, mesmo que o sistema seja o mote da hora, ela quis falar com o chefe da farmácia. Insistiu com ele que minha receita era velha.

Então, ouvi o chefe dizer pra ela que olhasse no sistema, onde estavam minhas receitas, se havia tido alguma modificação e não tinha.

Então, eu não entendi, porque mesmo que tivesse havido alguma modificação, a receita não estaria no sistema, leit@r?

Aí, eu disse:

- O que você quer, gastar papel e tinta com uma receita nova?

E, por sorte, voltei pra casa com os remédios.

Fui.

quinta-feira, maio 15, 2014



Dia de médico.
Estou participando de um protocolo sobre o vírus HPV em homens infectados com o HIV. O leit@r poderia pensar que eu estivesse aprendendo sobre o HPV no meu corpo, mas não. É aquela tradição de médicos. Não sei nada sobre a pesquisa. Apenas me empresto aos experimentos da equipe da Fiocruz, que ta fazendo a coisa.
Fora isso, outra coisa estranha: mosquitos precisam de água para a reprodução. Estamos passando por falta de chuvas, esse ano. Mas minha casa, que não tinha mosquito, tem mosquito pra caramba, agora.
Finalmente, minha cama, que estava desarmada desde a obra de assentamento do piso novo, foi colocada no quarto.
Também comecei uma nova tela de “Vizinhas de Trás”.
Depois, de ter sovado o “Diário...”, tenho dado petelecos nele, enquanto descansa.
Fui.

quarta-feira, maio 14, 2014



Enfim, cheguei ao final da estória de Catarina.

Seu pai, o senhor Sloper, conseguiu com que ela não se entregasse à paixão que sentia pelo caçador de dotes Morris Townsend. Assim, toda a estória se passa sem que nada aconteça, as coisas não vão adiante, o senhor Sloper morre, e a vida de Catarina fica em suspense, leit@r. O livro termina com ela sentada na sala de sua bela casa da Praça Washington a fazer costuras à mão, senhora engordada, nos movimetos do dia.

A vida é bela.

Fui.

segunda-feira, maio 12, 2014



O tempo é novidadeiro e o tempo é sempre o mesmo.
Depois de passear pela cidade, ontem, enquanto preparávamos um lanche, ouvimos música. Acho que quando colocamos o Sergio Sampaio, estávamos na novidade e no sempre mesmo do tempo.
Veja:


domingo, maio 11, 2014

Achei na internet um link da constelação de artistas da música de agora, no Brasil. Quem me achar na confusão dos nomes poderá ouvir músicas do meu CD Lua Singela.
É nóis:
http://everynoise.com/engenremap-morebrazilianpop.html

sábado, maio 10, 2014



Sovando o “Diário...” vi que ainda há muito o que bater para que o bichano se aprume. É porque as sovas são diferentes para cada livro. Daí, que somos sempre iniciantes, leit@r.
Vou lá, outra vez...

sexta-feira, maio 09, 2014



Amanheceu um dia embruscado.
Tinha feito planos de “socar” mais um pouco o Diário da Piscina e é isso que farei.
A cada nova sova que o bichano vai levando, suas modificações de relevo vão se tornando mais sutis, vão se apequenando. Ás vezes, é uma coisinha a toa, nada notável. Então, não é bom mostrar agora, porque precisam de frescor  pra que seus efeitos de última pancadaria, parte do livro, se façam presentes.
Tão se ligando?
Sei lá...
Fui.

quinta-feira, maio 08, 2014



Há muito o que fazer.
Tem um bicho que rói a madeira, que vai se transformando num pozinho caído sob os móveis. Depois, o móvel carcomido, quebra na mão, feito folha seca, leitor. Eu não sei a diferença entre broca e cupim, mas quando olho esse pozinho sob os móveis, penso, broca. E quando vejo a madeira carcomida, penso cupim.
Então, leit@r, dependendo do ponto de vista em que se olhe o trabalho da broca-cupim é uma construção.
O que estou roendo no Blog Azul?
Fui.

quarta-feira, maio 07, 2014



Ontem, era já quase meia-noite, quando os trabalhadores da prefeitura vieram trabalhar em frente a nossa comunidade-condomínio. Era um barulho muito estranho de máquinas, de trator e, ainda não saí pra ver o que era, qual o resultado, mas imagino que estivessem recapeando o chão da rua.
Com o barulho, a quase madrugada, e o portão aberto, escancarado, e muita gente entrando para a casa de trás, me senti um tanto ameaçado, leit@r.
É ameaçador que eu poste meu sentimento-pensamento-imaginação no Blog Azul.
Já faz tempo o movimento de ameaça flui, conduz-se no mistério em nosso torno, porque o tempo, que eu e você não notemos, é ameaçador.
A noite é uma ameaça.
Não, não acho que eu esteja paranóico, não tenho a angústia e o terror da paranóia.
Estou meio confuso, mas lúcido.
É só.
Fui.

terça-feira, maio 06, 2014



Quando a bomba que leva água a minha caixa d’água dispara o automático, vem um barulho abafado de água caindo aqui.

Também chegam os barulhos abafados dos aviões passando, no alto do céu, acima dos telhados do bairro.

E a luz do sol, filtrada pelas janelas de vidro fechadas, bate no meu novo piso.

Preciso me organizar aqui.

Há muito o que fazer...

Fui.

segunda-feira, maio 05, 2014

La Nave Va - Luís Capucho/Manoel Gomes


Ontem, estava no Pedro.
Enquanto ele ajeitava o quintal e Preta, querendo entender o
que se passava, rondava por ali, eu, que estava por ali também, pensando,
decidi pegar o violão de cordas velhas e tocar.
Como você sabe, fizemos um disco, com o Felipe Castro, no Tomba Records, o Poema Maldito, voz e
violão, e estamos mexendo os pauzinhos pra conseguir que ele chegue até você,
silencioso leit@r, e devemos abrir uma campanha de crowndfunding, quer dizer,
estamos mexendo os pauzinhos, como dizia mamãe.
Mas isso, os pauzinhos ainda estão se batendo, leit@r.
Voltando ao Pedro - que mexia os pauzinhos na arrumação de seu quintal - eu tocava o violão de cordas velhas.
E tocava uma das músicas do Poema Maldito, com letra do
Manoel Gomes – o Grodisli Dinossauro -, La nave va.
Pedro disse, vou filmar.
Veja:

La nave va 
(luís capucho/manoel gomes)

La nave va

 eu eu olho a nave pela janela
 voando e eu parado olhando a nave voando
 nave bela, sofisticada
 e que me leva a outros mundos
 eu parado na janela, a janela parada comigo
 janela, objeto comum, vulgar
 que não me leva a lugar nenhum
 mas é por causa dela que eu viajo na nave
 é ela que me leva
 é ela que é bela
 eu aprendi a amá-la através dos anos.

domingo, maio 04, 2014



O Pessoal de Baixo acaba de acender o domingo com a iluminação de músicas bregas que vão entrando pela minha casa fechada... “me dê uma chance de explicar, que sem você não sei viver...lá lá lá lá lá... desde que a gente se separou que não sinto quem eu sou.. lá lá lá lá lá...lá... me dê uma chance de explicar, o quanto eu amo você... lá lá lá lá lá ...”... e vou pro Pedro.
Fui.

sexta-feira, maio 02, 2014



Ontem, estivemos na Kali.
Antes, paramos num cachorro-quente delicioso da praia, e fomos.
Então, Pedro estava dizendo de minha casa estar se tornando um atelier.
- E que, agora,  que você tem um novo piso e tal – ele falava, leit@r, desenvolvendo a idéia chique do atelier e tudo.
Ruth também havia me falado do simbolismo de fazermos um novo piso.
Valfredo também freudializaria o tabuleiro de meu novo chão.
Então, estive pensando, quando voltamos da Kali, quando ajeitei o colchão no chão da sala para deitar, que deve ser por esse motivo, que até hoje não tenho conseguido voltar, para seus lugares antigos, as coisas reviradas.
É que elas terão novas posições, calma!
Moral da estória: quando toquei um pouco, Pedro fotografou.
Também fotografou minhas Vizinhas, que estão na parede da escada.
Além disso, um prospecto de meu primeiro show após o coma, numa versão minha toda machucada de sequelas, em Botafogo. Tinha a participação dos amigos: Gilly, Jefte, Bia, Lucinha, Suely, Mathilda, Kali, Rodrigo, Sacramento.
Foi festa.
Ficou bonito, veja.
Fui.




quinta-feira, maio 01, 2014




Com a revirada barulhentérrima que fizemos no chão da casa para o assentamento do novo piso, minhas taruíras companheiras desapareceram assustadas, e uma delas, leit@r, que o acaso fez salvar, teve um fim trágico.

Era uma taruíra jovem, ainda não tinha atingido, talvez, 10 cm.

Foi na época em que me preparava para o Arte na Rua, da prefeitura de Niterói, e coloquei meu violão na capa para ir no Pedro experimentá-lo e ver se a bateria estava bem, nos aparelhos dele.

A bichana, assustadíssima, estava escondida, ali, na capa mais dura do violão, leit@r.

E quando cheguei na casa silenciosa do Pedro e tirei o bichano da capa, vi quando ela saiu, tímida, sem supor a presença silenciosíssima da Preta.

Era daquelas taruíras mais escuras e que, a despeito do que dizem ser especismo do macaco e das bananas e quem sabe dos viados, certamente, se incluiria nessas campanhas d’agora #somostodosmacacos #somostodosbananas e não sei se estaria na de #somostodosviados. Mas companheira que era, de meu lar, minha casa, minha família, entraria no meu euísmo, que dizer, no que se alista sob a cerquilha #luiscapucho.

Moral da estória: foi comida.