terça-feira, agosto 12, 2014



A música Cavalos funciona no disco Poema Maldito, assim, como um canal de saída-entrada, uma música de passagem para os meus outros discos e para minha literatura. É que chamei o Paulo Baiano, que produziu o Lua Singela e o Cinema Íris, para colocar um piano.

Além disso, ela faz parte da narrativa do Cinema Orly, leit@r:

“Estou no Orly, fumo o meu cigarro na sua poltrona suja, tenho trinta anos, tive tempo e chance suficientes para ter um amor e fatalmente estava lá, sujeito a apenas sexo. Eu fazia isso com alegria profunda e vendo nos filmes aqueles homens nus com seus paus enormes que se arregaçavam para entrar nas bocas, nas bocetas e cus das mulheres, eu sentia meu peito escancarado, desabrochado, rachado, envolvido de calor, aberto, vivo, úmido, intumescido, encharcado, dilatado, arregaçado também. Fiz uma música:

cavalos

(Luís Capucho)

A     A #11     F#m b6     D

você me lembra cavalos

me lembra flores

e tem alguma coisa da luz dos diamantes

alguma coisa

sua gema folhuda

seu facho escancarado

seu volume de rosas

deitado na minha poltrona

nem mesa nem cadeira

nada me seduz na vida

nada me conduz no mundo

só sua imagem de cavalos

me lembra flores

e tem alguma coisa da luz dos diamantes

alguma coisa.”


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