A música Cavalos funciona no disco Poema Maldito, assim,
como um canal de saída-entrada, uma música de passagem para os meus outros
discos e para minha literatura. É que chamei o Paulo Baiano, que produziu o Lua
Singela e o Cinema Íris, para colocar um piano.
Além disso, ela faz parte da narrativa do Cinema Orly,
leit@r:
“Estou no Orly, fumo o meu cigarro na sua poltrona suja,
tenho trinta anos, tive tempo e chance suficientes para ter um amor e
fatalmente estava lá, sujeito a apenas sexo. Eu fazia isso com alegria profunda
e vendo nos filmes aqueles homens nus com seus paus enormes que se arregaçavam
para entrar nas bocas, nas bocetas e cus das mulheres, eu sentia meu peito
escancarado, desabrochado, rachado, envolvido de calor, aberto, vivo, úmido, intumescido,
encharcado, dilatado, arregaçado também. Fiz uma música:
cavalos
(Luís Capucho)
A A #11
F#m b6
D
você
me lembra cavalos
me
lembra flores
e
tem alguma coisa da luz dos diamantes
alguma
coisa
sua
gema folhuda
seu
facho escancarado
seu
volume de rosas
deitado
na minha poltrona
nem
mesa nem cadeira
nada
me seduz na vida
nada
me conduz no mundo
só
sua imagem de cavalos
me
lembra flores
e
tem alguma coisa da luz dos diamantes
alguma
coisa.”
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