terça-feira, maio 20, 2008

Está um dia lindíssimo aqui no vale onde moro!
Achei blogs em que se fala super bem do Rato.
Em especial esses comentários no Blog Tom Zine:
Veja, bom leit@r:

alex e! disse...
...oi de novo, Tom. Fiquei um pouco confuso... todos os trechos que cê citou são do Luiz Capucho, certo? e são igualmente da mesma obra? certo também....??? Enfim, de qualquer maneira, não o conhecia. E gostei. Me senti meio que magnetizado por esse misto de crueza, aridez de estilo e força bruta. É como um jorro de esperma, porém de um altíssimo nível literário e valor estético notável. Me lembrou uma certa frase que cê postou do Flaubert.....rs Beijo pra ti.....
Quarta-feira, Maio 14, 2008 4:56:00 PM


Tom disse...
Alex, todos os trechos pertencem ao livro "Rato" do Luis Capucho.
Quinta-feira, Maio 15, 2008 9:10:00 AM


Tom disse...
O Luis Capucho é um desses escritores que não fazem concessão com sua literatura. Leia dele também o excelnte "Cinema Orly" onde fala da pegação em cinema e outras cositas mas.
Quinta-feira, Maio 15, 2008 9:18:00 AM


FRAGMENTO DE “RATO” LIVRO DE LUIZ CAPUCHO

“Seu pau, grande e murcho entre nuvens de espuma, pendido sobre o saco pequeno, com a glande inteira coberta pelo prepúcio que se fechava em um bico de pele mais escura, mais negra que a pele de todo seu corpo, torceu meu coração, secou minha garganta, deixou-me as pernas bambas.Entretido no banho, o Guilherme não viu meu olho seco no vão da porta, mas o Artur, o rapaz da poliomielite que mora em seu quarto, veio chegando e me pegou com a boca na botija.”

“Não gosto de ficar doido em casa, perto de mamãe. Prefiro ter minhas longas viagens longe de seus olhos, fora de casa, para evitar ver, por exemplo, que a pele de mamãe tem pequeníssimos poros esponjosos e protuberantes e que mamãe é um animal ressonando na cama de baixo do beliche.Todos sabemos que somos animais.Porém, sentir que mamãe é um animal sonhando na cama debaixo do beliche é um estranho sentimento. (...) Quando estou doido, tenho medo de mamãe. Estranho sua presença. Sinto sua presença esquisitíssima, absurda. Quando estou em meu estado de consciência cotidiano, penso friamente que mamãe não é real, mas é medonho vê-la de verdade participando de meu mundo quando ele está traduzido em fantasia, sob o feito da maconha, porque ela parece deixar de ser uma idéia de mãe solta pela Cabeça para ser um sentimento. O sentimento-mãe na minha vida pela primeira vez, visto pendurado na parede do tempo. (...)E mamãe ressona na cama de baixo, animal insuportável.”---

“Para mim, o canibalismo sugere o ato mais profundo do amor. Deve ser por isso que usamos o verbo comer no lugar de fazer sexo. E, como comer sugere violência, a morte do que está sendo comido em prol da sobrevivência do que come, o amor, a morte e a violência são cores de um mesmo prisma. Também adoro o verbo meter, que é igualmente violento. Meter a mão na sua cara! Meter o pau no seu cu! Enfim, devo ser um cara bélico, por gostar tanto assim. Não sei.Há pessoa que quando estão diante do mar, se pegam com sede ou com vontade de fazer xixi. Eu, quando estou diante de Plínio, sinto vontade de fazer cocô.Quando encontramos pelas bordas dessa cidade algum esconderijo para treparmos, o esconderijo geralmente está infestado de pelotas de cocô, fede a cocô. Sempre imagino, então, que muitos outros homens usaram aquele mesmo esconderijo para dar o rabo, muitos homens também foram comidos ali e o amor entre dois homens fede a cocô.”
---Luiz Capucho é autor de “Cinema Orly”
postado por TOM às
08:14 em 13/05/2008

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