Ontem, o dia inteiro sem energia elétrica.
O pessoal de baixo pediu que eu descesse e ligasse pra ampla do telefone deles. Desci e fiquei observando-os, enquanto ouvia a gravação interminável da ampla falando no meu ouvido. Não estava ninguém em casa, somente o casal de velhos, quer dizer, têm a minha idade, mas já são avós. Fiquei me lembrando de mamãe, que também não tinha expediente de resolver coisas, assim, burocráticas. Depois, quando a atendente falou, disse alguma coisa como “ mandaremos o pessoal da emergência verificar o problema”, mas só vieram hoje.
Acordei cedo para ir ao médico, mas não havia ônibus, então, fiquei ouvindo a rádio tupi, enquanto terminava de acordar. Depois, ao invés de limpar a casa, voltei a ler o livro do William Burroughs.
Fiquei deprimido...pelo que entendi, o prazer da droga é vegetar. Possivelmente, esse será um estado superior ao do animal que somos.
Fui.
3 comentários:
prosa límpida e seca. como hoje.
rsr..!
ao nosso redor, milhares de atendentes de telemarketing e vidas banais. a arte como escapatória. desesperada e nem tão poderosa assim, mas uma via. para uma vida.
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