domingo, agosto 18, 2013

O silencioso leit@r que olhou o Blog Azul, ontem, viu o que disse sobre eu e mamãe não termos tido casa, quando eu era pequeno. E que isso era a impressão de estar em todo lugar e em lugar nenhum.
E viu em outros posts que não tenho falado mais do incômodo de ter vizinhos que marcam território com barulho, quer dizer, bom leit@r, moradia sempre foi um lance cármico na minha estória e não vou ficar insistindo nisso.
E também viu que estou adorando o livro do americano Henry David Thoreau, que no século XIX, construiu sua casa na floresta, à beira do lago Walden.
Então, ele fala bastante de sua casa na floresta e vou transcrever aqui um trechinho bem bonito que sublinhei no livro:
“O tempo e o espaço haviam mudado, e eu morava mais perto daqueles lugares do universo e daquelas épocas da história que mais tinham me atraído. Onde eu vivia era remoto como muitas regiões vistas à noite pelos astrônomos. Costumamos imaginar lugares raros e maravilhosos em algum canto mais celestial e longínquo do sistema, para além da costelação da Cassiopéia, longe do barulho e da agitação. Descobri que minha casa realmente tinha esse lugar nessa parte tão retirada, mas sempre nova e inviolada, do universo. Se valesse a pena se instalar naquelas paragens perto das Plêiades ou das Híades, de Aldebarã ou de Altair, realmente era lá que eu estava, ou pelo menos a uma igual distância da vida que deixara para trás, tremeluzindo diminuto com um raio de luz, tão delgado como o delas, para meu vizinho mais próximo, que o veria apenas nas noites sem luar. Tal era o lugar da criação de que me fiz posseiro.”


Nenhum comentário: