O silencioso leit@r que olhou o Blog Azul, ontem, viu o que
disse sobre eu e mamãe não termos tido casa, quando eu era pequeno. E que isso
era a impressão de estar em todo lugar e em lugar nenhum.
E viu em outros posts que não tenho falado mais do incômodo
de ter vizinhos que marcam território com barulho, quer dizer, bom leit@r,
moradia sempre foi um lance cármico na minha estória e não vou ficar insistindo
nisso.
E também viu que estou adorando o livro do americano Henry
David Thoreau, que no século XIX, construiu sua casa na floresta, à beira do
lago Walden.
Então, ele fala bastante de sua casa na floresta e vou
transcrever aqui um trechinho bem bonito que sublinhei no livro:
“O tempo e o espaço haviam mudado, e eu morava mais perto
daqueles lugares do universo e daquelas épocas da história que mais tinham me
atraído. Onde eu vivia era remoto como muitas regiões vistas à noite pelos
astrônomos. Costumamos imaginar lugares raros e maravilhosos em algum canto
mais celestial e longínquo do sistema, para além da costelação da Cassiopéia,
longe do barulho e da agitação. Descobri que minha casa realmente tinha esse
lugar nessa parte tão retirada, mas sempre nova e inviolada, do universo. Se
valesse a pena se instalar naquelas paragens perto das Plêiades ou das Híades,
de Aldebarã ou de Altair, realmente era lá que eu estava, ou pelo menos a uma
igual distância da vida que deixara para trás, tremeluzindo diminuto com um
raio de luz, tão delgado como o delas, para meu vizinho mais próximo, que o
veria apenas nas noites sem luar. Tal era o lugar da criação de que me fiz
posseiro.”
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