Tensão com as assistentes sociais, na Fiocruz.
Elas não estavam sabendo ao certo sobre como se conduzir com
o papel que levei para ser preenchido. Uma foi chamando a outra e eu também não
estava entendendo. Aí, eu tava muito nervoso, bom leit@r, eu ía ficando mais
nervoso, porque, segundo elas, no sistema tava dizendo isso e tal. E eu falei,
mas o sistema ta errado, vocês não tão sabendo, no sistema ta dizendo que a
minha gratuidade nos ônibus foi indeferida, mas não é verdade – e, aí, leitor,
mostrei pra elas o meu Passe Especial. E disse do coma de um mês que me deixou
com sequelas motoras e que a gratuidade era importante pra compor minha renda e
tal.
Eu estava nervoso e eu tremia, quer dizer, eu estava
totalmente sem razão e as assistentes sociais ali, sem entender nada e me
deixando sem razão, porque o sistema e tal.
Aí, chegou uma assistente social aleijada, mais coroa, com
aquela máscara de maquiagem que as funcionárias públicas têm, e ficou escorada
na muleta, assistindo. E eu ía ficando nervoso com a falta de entendimento
entre a gente e tal. Então, uma das assistentes sociais começou a atender o
celular e cruzou uma conversa entre o meu atendimento, eu disse que não estava
sendo entendido e que estava sendo mal atendido. Então, a assistente social com
a muleta, se jogou numa cadeira atrás da mesa à minha frente, e disse pras
outras, meio que em tom de desafio:
- Deixem, agora é comigo! Deixem comigo, que não estamos
aqui de brincadeira! O que é que o senhor não está entendendo?– e aí foi minha
oportunidade de dizer pra ela o quanto sério era pra mim o benefício da
gratuidade e tomei fôlego na calma de dizer pra ela o que eu não estava
entendendo enquanto ela armou uma fisionomia de descaso pra me ouvir falar,
quer dizer, ela estava me deixando falar, mas pela cara, era só um idiota
falando, porque ela estava certa de que o sistema dentro do computer, era o que
elas iriam seguir.
Uma dentre as três assistentes sociais, a que não estava
entendendo e que tinha chamado as outras pra tentar entender, eu vi, pela
fisionomia dela, que ela estava me acompanhando, que ela tava cúmplice de meu
nervoso, mas ela, como eu, estava vendo que o sistema é que iria conduzir a
todos nós, e me olhava piedosa e quieta.
Eu fiquei com muita raiva da assistente social aleijada,
porque o aleijão dela, naquela situação, ficou como o símbolo do poder do
sistema dentro do computador.
Então, eu disse pra ela que elas não estavam confiando em
mim, como outros médicos que já tive na Fiocruz, pra quem não importava o que
eu dissesse, porque eles, clinicamente, sempre se conduziam pelo que estava
dentro do sistema, no computador! E que eu não era menos confiável que o tal
sistema e tudo, leit@r!
Então, aconteceu o que eu temia. Elas, as Três Graças que
faziam aquela dança confusa em torno a meu atendimento - quer dizer, quem fez
isso foi a aleijada – não quiseram mais me ouvir. Me madaram direto para
conversar com a minha médica.
Eu fui.
Mas ela não me atendeu, leit@r.
Não estava no sistema que fosse dia de me atender, ta ligado? E me mandou de volta pras Três Graças...
Vim embora...
Que merda!
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