Os dias sem sol me enganam e não acordo na hora certa, de
todos os dias.
Estou para começar outra tela de Carinhas...
Quando eu e Pedro estivemos em Marapé, em setembro, e fiquei
doente, me dei conta de que Marapé não está mais em Marapé. Tinha uma
amendoeira – que em Marapé são chamadas de castanheiras - que ficava ao lado da
gruta de Nossa Senhora de Fátima, no sopé da encostazinha onde está a igreja,
castanheira que não está mais lá, cortaram.
Esta castanheira, com suas franjas de folhas e galhos, era o
lugar onde o pessoal que vinha dos cantos de roça, deixavam os cavalos
amarrados, descansando, enquanto entravam nas vendas pra dar um trago.
Quando vim morar aqui na minha rua, era o ano 2000, vi que a
castanheira de Marapé – que em Niterói chamam de amendoeira – está ao lado de
minha casa, quer dizer, bom leit@r, eu só me dei conta disso, verdadeiramente,
depois que vi ela não estar mais em Marapé.
E ela está solitária aqui, sem cavalos em baixo de sua
sombra.
E, me lembrei que da vez em que estivemos em Paquetá, que tinha
pensado isso, que Marapé está agora em Paquetá, leit@r!
E que as cidades e as árvores são como sombras que mudam de
lugar! Que dependem de, como que, onde o olho de sol está a vê-las, ta se
ligando?
Até pensei em me mudar pra Paquetá, enquanto Marapé estiver
por lá. Só que não sou um homem que esteja com toda essa bola, então, fico aqui,
quer dizer, enquanto estou aqui e, enquanto não não sou possuído de outra
coisa, de outra pessoa?
As coisas todas mudam de lugar, ta ligado? Não são fixas!
Os significados da gente também. Por isso é que é esse caos,
caldo maravilhoso. As pessoas deixam de significar um certo sentido e aquele
sentido aparece noutra pessoa. Tudo se movimenta grandemente na caldeira. É
tudo leviano e profundo, quer dizer, tudo é tudo, como diria meu amigo Ciro. E
nada é nada, como diria um outro amigo.
Mora na filosofia, leit@r!
Fui.
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