Bora tocar Mamãe me adora:
https://www.cifraclub.com.br/luis-capucho/mamae-me-adora/
terça-feira, maio 31, 2016
Yes-the gates of delirium - (soon...)
Devia ser no final dos anos 70, eu já morava em Niterói. E
tinha uma turma mais estranha que eu, assim uns garotos que eu achava mais
selvagens, ao mesmo tempo que eram mais bonitos, as roupas eram mais lindas,
mais esvoaçadas e brilhantes, como cabelos. Eu tinha essa turma na mira, mas de
fato não me enturmei. Por que eu era mais ressabiado e não conseguia ir pra
onde eu queria, sei lá, eu tinha um corpo muito pequeno, era meio viadinho e
tudo, aí, não conseguia me enturmar com eles.
tinha uma turma mais estranha que eu, assim uns garotos que eu achava mais
selvagens, ao mesmo tempo que eram mais bonitos, as roupas eram mais lindas,
mais esvoaçadas e brilhantes, como cabelos. Eu tinha essa turma na mira, mas de
fato não me enturmei. Por que eu era mais ressabiado e não conseguia ir pra
onde eu queria, sei lá, eu tinha um corpo muito pequeno, era meio viadinho e
tudo, aí, não conseguia me enturmar com eles.
E eles ouviam rock, tinha uns discos, umas vitrolas, tinham
quartos, onde ouviam as músicas e eu ficava andando pelas ruas, o vento a me
deixar transparente, o pensamento cheio de nuvem, sei lá, eu ainda não era
corpo e não ainda pensamento, e isso me deixava sem direção, daí, não me
enturmava com eles, tudo muito difuso. E, ontem, tava me lembrando deles,
porque ouvi essa música:
quartos, onde ouviam as músicas e eu ficava andando pelas ruas, o vento a me
deixar transparente, o pensamento cheio de nuvem, sei lá, eu ainda não era
corpo e não ainda pensamento, e isso me deixava sem direção, daí, não me
enturmava com eles, tudo muito difuso. E, ontem, tava me lembrando deles,
porque ouvi essa música:
segunda-feira, maio 30, 2016
Daqui do apezinho a gente vê pala janela a trepadeira que
cobre toda a casa do terreno ao lado, uma casa abandonada e muito velha que
pelo aspecto a gente vê que foi uma venda. A trepadeira vem pra cá também, pra
o terreno onde está a nossa comunidade-condomínio e está por sobre toda a
casinha dos Vizinhos de Trás.
Em frente à venda abandonada e coberta pela trepadeira
frondosa, dando para a rua, tem uma árvore na calçada, tão frondosa, mas tão
frondosa, que me fez pensar, na primeira vez em que vi, há bem mais de dez
anos, que eu moro num lugar especial, que concentra uma energia telúrica, um
lance que vem de debaixo do barro do chão, como o baião, as estrelas artesianas
ou o magma fervente, que faz a árvore, uma amendoeira, se iluminar assim. E que
faz a trepadeira sobre a casa dos Vizinhos de Trás também ser muito iluminada,
com o seu mundo de coisas vivas, os bichinhos, os passarinhos, os gatos que
atravessam o telhado e somem pra dentro do mato, o seu ecossistema e tudo.
Do outro lado da rua, para o leit@r ver que não estou
tirando essa estória do nada, a estória das forças telúricas que me faz pensar
que moro num lugar de concentração espectral incrível, estão enfileiradas três
igrejas: uma espírita, uma batista e a mais nova delas, que não sei a especialidade,
mas que é a mais ativa de todas e nesse momento vem uma cantoria de lá.
Daí, que eu também, o meu espírito usufrui dessa fonte,
porque ele tem essa mesma vibração, essa mesma frequência espectral que eu vejo
ter o lugar onde moro, com as igrejas enfileiradas na frente.
Fora isso, comecei a fazer um’As Vizinhas de Trás’ bem
grande e sozinha, a maior que já fiz. É diferente pintar maior e tou
aprendendo.
É isso aí!
domingo, maio 29, 2016
Começou, ontem, em Santa Teresa, uma exposição de fotos
tiradas pelo Jorge Ferreira, que fotografa as beiras negras da cidade. Numa
vez, em que com Paulo Baiano, apresentei minhas músicas na Sala Funarte, ele
apareceu e me fotografou também, que sou um preto da música que o Jorge
Ferreira sacou.
Eu e Pedro, depois do almoço, vamos.
A mostra tem curadoria da Ruth Castro, que me mandou a foto
da foto na sala de exposição.
Vejam:
sexta-feira, maio 27, 2016
quinta-feira, maio 26, 2016
Cinema Orly, 1999, narra a trajetória de um personagem gay que transita entre o seu cotidiano marcado por um emprego, as parcas relações familiares e os momentos de “pegação” no Cinema Orly, ambiente propicio às relações masculinas. Os dramas os preconceitos, a simulação de permissividade de um ambiente exclusivo para gays como forma de “limpar” das ruas os “dejetos humanos”, seres abjetos, e alocá- los todos num único lugar distante, e ao mesmo tempo próximo, das pessoas comuns: eis o cenário deste romance em que se flagra a todo instante cenas de interferência ou ruídos da subcultura gay, no momento de discutir as várias temáticas homoeróticas, sugeridas ao longo da narrativa, como a que se segue:
Para um homem, basta ter o seu pau crescido para dar a ideia de atividade. Se uma mulher está mamando essa piroca, então a piroca passa a ser passiva contra a atividade de uma boca responsável pelos estremecimentos de gozo do dito homem. Nós, os que chupávamos as pirocas na penumbra das fileiras das poltronas do cinema, eramos vistos como bichas passivas. O que, me parecia, acirrava a ideia da superioridade do homem macho. Essa superioridade masculina, a rudeza e violência com que os homens fodiam, fazia-me pensar no que há de mais delicado, exatamente, como a força violenta das águas produz eletricidade e a eletricidade produz luz, que não é um objeto, mas faz parte do mundo das coisas delicadas e nos é difícil saber de que material é feito seu corpo. É essa masculinidade que eu engolia, mergulhado entre as pernas do meu namorado .
Luiz Capucho – Cinema Orly.
Retirado de: http://seculodiario.com.br/blogs/phil/2015/10/19/fanzine-a-mosca/
Para um homem, basta ter o seu pau crescido para dar a ideia de atividade. Se uma mulher está mamando essa piroca, então a piroca passa a ser passiva contra a atividade de uma boca responsável pelos estremecimentos de gozo do dito homem. Nós, os que chupávamos as pirocas na penumbra das fileiras das poltronas do cinema, eramos vistos como bichas passivas. O que, me parecia, acirrava a ideia da superioridade do homem macho. Essa superioridade masculina, a rudeza e violência com que os homens fodiam, fazia-me pensar no que há de mais delicado, exatamente, como a força violenta das águas produz eletricidade e a eletricidade produz luz, que não é um objeto, mas faz parte do mundo das coisas delicadas e nos é difícil saber de que material é feito seu corpo. É essa masculinidade que eu engolia, mergulhado entre as pernas do meu namorado .
Luiz Capucho – Cinema Orly.
Retirado de: http://seculodiario.com.br/blogs/phil/2015/10/19/fanzine-a-mosca/
quarta-feira, maio 25, 2016
Ontem, Janaína me disse que receberei a medalha José Cândido
de Carvalho, no dia 29 de junho. Vou reservar a data e peço aos amigos que
também a guardem, pra me alegrar com a presença, no dia. É uma medalha com que a
Câmara Municipal de Niterói homenageia aos que contribuem para a cultura da
cidade.
A iniciativa da homenagem é do vereador Leonardo Giordano e
o motivo disso é que, para Niterói, minha obra literária tem importância para a
identidade e direitos LGBTs. Essa homenagem me deixa muito satisfeito, sinto-me
abraçado, e vou pendurá-la na minha camisa de fazer shows Poema Maldito.
Fora isso, pedi ao Pedro Carneiro que produzisse uma música
muito chorosa que fiz e ele me mandou pra ouvir, somente na ideia, ela ainda
não ficou pronta. Então, ouvi milhões de vezes, porque a produção de uma música
é um lance incrível, leitor, a música sai do osso e ganha carne e espírito.
Então, ouvi milhões de vezes, não somente porque ando mesmo choroso, mas para
apreciar as cores e forças que saem dela, subindo e descendo, numa estrada,
assim, de força de som e luz.
Essa música não é para os discos que estão caminhando: o
Crocodilo, o Homens Machucados, o Vogal. Quando eu disse pra o Pedro que não
sabia onde colocá-la, ele disse:
- Eu sei... é pra vida!
É isso.
terça-feira, maio 24, 2016
Dizem que nada acontece por acaso, porque tudo tem sentido e
se encaixa de algum jeito com o que a gente ta vivendo. Não que as coisas
precisem ter sentido, porque também elas podem ser aleatórias e funcionarem do
mesmo jeito, quer dizer, não irão deixar de existir por isso. É bem horrível,
quando se quer dizer alguma coisa e, aí, a pessoa fica dando volta, inventando
estória, tentando valorizar o que vai ser dito e tudo. Então, eu já disse logo
o que eu tava pra dizer: que nada é por acaso. E não há como ter prova disso,
mas a estória é a seguinte:
O Xarlô me deu uma calça dourada para eu usar nos shows
Poema Maldito. Ela precisava de uma bainha, de uns ajustes. Eu pedi a minha
Vizinha do apezinho de baixo, se ela saberia ajeitar. Ela falou que sim, a
bainha e pences ela saberia. Então, ela disse pra que eu descesse com meus
sapatos, que era para fazer a altura da bainha direito. Peguei o tênis e a
calça e desci. Depois, voltei aqui no apezinho por algo de que não me lembro.
Ela fez essa foto no espelho, um duplo. Só vim a saber no dia seguinte, quando
me mandou por e-mail: um tênis duplicado,
vazio, sozinho e duplo.
Mil coisas, leit@r:
segunda-feira, maio 23, 2016
Eu sempre soube que a natureza é meio como um mestre da
gente, ensina de uma maneira bem óbvia, tão óbvia que a gente depois nem mais
se dá conta do que ela ta falando pra gente. A gente nem mais se dá conta da
sintonia que a gente tem com ela, que é um lance que conforta, que é meio bobo,
mas consolador. E eu sei que já fizeram esses estudos, onde os sígnos, os
astros nas órbitas com a natureza e força deles, é que nos move por dentro e
por fora e que somos conduzidos pela força em nosso torno, das estrelas, dos
movimentos invisíveis nos ceús... ai, eu sinto hoje que eu tou meio doido,
leitor!
E triste como o dia nublado:
1- Triste
(luís capucho)
Você disse que eu sou triste
Tem gente que é triste mesmo, tem
a natureza triste
Triste como a natureza desse dia
nublado
Céu pesado sobre a cidade
O mar cinza
Dia nublado é triste
Do jeito como você disse triste
pode ser que eu seja triste mesmo
Do jeito como você disse triste
pode ser que eu seja foda
Foda como a natureza dese dia
nublado
Céu pesado sobre a cidade o mar
cinza
Dia nublado é triste.
sábado, maio 21, 2016
Eu sei que é meio idiota dizer assim de algo que todo mundo
sabe, que todo mundo viu, um lance que ta aí, sem novidade e sem importância e
tal. Mas, ontem à noite, tava uma lua deslumbrante aqui no meio de nosso vale,
com um halo enorme em seu torno e com umas estrelas dentro. E tinha um funk
vindo de um dos lados do morro, que era o lance mais lindo. Me recostei no muro
pra ficar olhando as evoluções dele, embaixo da lua linda, na noite fria, as
pererecas quicando na noite, entre os dois morros e tudo, a noite toda sexual,
gritando vale afora e vale adentro de minha rua, cheia de pererecas quicando.
Então, eu disse pro Pedro que na primeira vez que ouvi funk,
que não gostei, que vi que era uma música feita em casa, que não me envolvia em
nada, um batuque, uma sacanagem na letra, uma melodia que era a repetição de um
lamento e só. Mas depois, com o tempo, com o pessoal fazendo os bailes, aí, foi
ficando um som cheio de detalhe, foi formando uma tradição de trabalhar o ritmo
e foi pegando um embalo todo pirotecnico, colorindo o céu de nosso vale, ontem,
com a lua coroando tudo. Aí, Pedro não disse nada, ficou na dele. E entramos.
quinta-feira, maio 19, 2016
Dando uma última lida no Diário da Piscina pra mandar pra
editora É.
Minha impressão é a de que não sei o que tou fazendo e que,
por isso, não saberia falar de meus livros. Isso é um pouco verdade,
ensimesmado na leitura do que eu mesmo escrevi, sou um cara ingênuo assim. Mas
em alguma medida eu sei. E é um livro bem diferente dos outros, um diário, todo
voltado pras minhas idas à piscina, assim, meio ouroborus, no sentido de que os
dias vão mordendo para sempre o próprio rabo. Espero ele seja útil, como os
outros estão se tornando.
Fora isso, um Mamãe me adora e um Cinema Orly para Botafogo:
quarta-feira, maio 18, 2016
Estive no estúdio 304, do Pedro Carneiro, pra gravar uma de
minhas músicas, a “Vale”.
E tenho estado bem animado, porque tenho uns projetos, com a ajuda dos amigos, que vão se aprumando e nos levando com eles. E, leit@r, a
verdade é que nem sinto que sejam meus, como numa conversa com o Xarlô, ontem,
sinto que é assim, um carrêgo, como ficou no meu entendimento, um cortejo de
coisas em que a gente vai no fluxo, sendo levado.
Ao mesmo tempo, sem perder o sentido do que eu disse há
tempos, na “Vale”.
Vejam:
1- Vale
(luís capucho)
Cada pessoa tem seu próprio mundo
O meu no vale onde moro
Sem isso nada faz sentido, nada
vale, não fosse nele que vivo
Todos os dias de manhã no meu
quarto
O ceu de gritos de pardais
Como o poeta disse antes algo
como as estrelas gritam
O vento acenas nas folhas das
árvores nos lados do morro
E eu olhando pela janela as luzes
acesas do bairro
Outra pessoa em outra janela
atende o celular
E eu ouço ela dizer oi meu amor
O que você está fazendo vem pra
cá, pega o ônibus
Estou terminado de fazer o jantar
Vem comer comigo
Aí, eu saio da janela, você sabe,
sumo dentro de casa
Cada pessoa tem seu próprio
mundo, o meu nesse corpo onde moro
Sem isso nada faz sentido, nada
vale, não fosse nele onde vivo
Todos os dias de manhã no meu
quarto
ceu de gritos de pardais
Como o poeta disse antes algo
como as estrelas gritam
No céu as estrelas, as
estrelas
No céu as estrelas, as estrelas
Tralalalala tralalalala
As estrelas
terça-feira, maio 17, 2016
Tenho acordado angustiado e com medo. Pode ser que no meu
céu haja agora algum planeta retrógrado e que, por isso, eu não esteja me
alimentando direito, que o meu mundo tenha se apertado e que caiba somente a
mim, claustrofóbico, sem horizonte, de teto baixo, sem luz. Junto disso, o meu
mundo está cheio de amor, eu mesmo estou cheio de amor, silencioso leit@r, do
que se diz que os dias são feitos e que, assim, sem amor nada haveria.
E é uma angústia, um medo, que me faz chorar ouvindo a
música sertaneja que vem do Vizinho de Trás. E que vão dizer que não é, que vão
dizer que é mentira, ilusão de palavra pura.
Yahahahhhaahah!
sábado, maio 14, 2016
Muito honestamente, esse terreno da política, assim como o
do futebol e o do samba, são campos, ou quadrados ou esferas, pra onde o meu
entendimento não avança, na minha alma não brota nada em direção a esses
lugares – eu não sei sambar, não sou um entendido - embora, eu tenha recebido
com alegria verdadeira a notícia de que tenha sido aprovado na câmera de
vereadores de Niterói, o projeto do vereador Leonardo Giordano de homenagear a
minha obra literária com a medalha escritor José Cândido de Carvalho, porque
ela é importante para o reconhecimento da identidade e direitos da população
LGBTs. Então, eu acabo vendo que eu tou nesse terreno da política, silencioso
leit@r, mas sei lá. E, agora, não tem como a gente – todo mundo – não ficar falando
disso, em que por um caminho, na minha cabeça, surreal, a presidente Dilma
Rousseff, eleita democraticamente pela maioria de brasileiros, foi afastada do
governo, e de novo a maioria de brasileiros apoia essa ideia?
Caramba!
sexta-feira, maio 13, 2016
Então, agora, em nome dos brasileiros, como foi anunciado na
sessão em que os senadores votaram a admissibilidade do processo de impeachment
da presidente Dilma Roussef, a nossa política ficou na mão de uma nova matilha,
que como estamos vendo já de início, é menos preocupada com nossa precariedade
de direitos. Então, tá. Cadê a saída:
quinta-feira, maio 12, 2016
Leitura do poema "No meio do caminho"
A primeira vez que te vi, não imaginei nada e também não
senti, como quando vi pela primeira vez um japonês, quando pela primeira vez comi
um ovo e quando vi pela primeira vez uma pedra no meio do caminho e de que
nunca me esquecerei:
senti, como quando vi pela primeira vez um japonês, quando pela primeira vez comi
um ovo e quando vi pela primeira vez uma pedra no meio do caminho e de que
nunca me esquecerei:
quarta-feira, maio 11, 2016
Bruno Cosentino lança um álbum sexual, em letra e música
‘Babies’, seu segundo disco solo, traz canções próprias e inédita de Calcanhotto
Cosentino. Álbum une versos de erotismo explícito e rock cru e dançante - Daryan Dornelles / Divulgação
POR LEONARDO LICHOTE
11/05/2016 11:14 / atualizado 11/05/2016 11:15
RIO - Na capa de seu primeiro disco solo, “Amarelo” (2015), Bruno Cosentino mostrava seu peito nu, em preto e branco. Agora, em “Babies”, o que era sugestão se afirma declarado em vermelho, na expressão de gozo, com dedos, lábios e língua. A diferença visual reflete a própria diferença entre os álbuns, explica o compositor:
— “Babies” é como se fosse uma acentuação da parte sexual do “Amarelo”. Aquele era um disco sobre minha relação amorosa com a minha mulher, com os apelos eróticos do mundo ao redor, mas era mais contemplativo. Este é mais de ação, não só nas letras como também no som, que tem mais apelo ao corpo, à dança.
As letras de que fala Cosentino trazem versos como “O cheiro do seu sexo deixa um rastro/ E eu macho só não me acho só” ou “Se não sou mais do que um caralho duro/ Fiquem sabendo que ele é a flor, o fruto/ Toda pureza do meu coração de homem mau”. Um disco masculino no cenário da nova música brasileira, no qual o debate de gênero é frequente:
— Não me sinto participando desse debate coletivo, mas é meu tempo, acabo me inserindo nisso — diz o artista, que lança o disco hoje no Espaço Sesc. — O tema começou a me interessar quando casei e passei a dividir a vida com uma mulher, notar as diferenças. Fui me interessando pela permissividade dos homens gays no uso do corpo. Falando com Luís Capucho sobre seu livro “Cinema Orly”, onde gays se encontram, ele disse: “É um livro muito masculino”. Isso me abriu uma percepção sobre a diferença na sexualidade do homem e da mulher.
Como ele mesmo ressalta, a sonoridade — dada pela banda Exército de Bebês e pelo produtor Pedro Carneiro — conduz o espírito do álbum.
— Queria um disco bem cru, o que aparece muito claramente em “Electric fish” e “Nunca mais” — explica Cosentino. — O Exército de Bebês tem uma pegada de funk, de groove. E o Pedro Carneiro é um artista no estúdio, mais que um técnico. Ele tira um som pensando artisticamente, sobretudo.
O repertório do álbum inclui canções de Cosentino com parceiros como Omar Salomão, Márcio Bulk (que assina a arte do disco) e Eucanaã Ferraz — o poeta também é parceiro de Adriana Calcanhotto em “Nunca mais”. Cosentino gravou ainda uma parceria de Luís Capucho e Marcos Sacramento, “Homens flores”.
Bruno Cosentino (part. Marina Lima)
Onde: Espaço Sesc — R. Domingos Ferreira 160 (2548-1088).
Quando: Quarta, 20h30m.
Quanto: R$ 20.
Classificação: Livre.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/musica/bruno-cosentino-lanca-um-album-sexual-em-letra-musica-19277873#ixzz48NOckQKH
© 1996 - 2016. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.
‘Babies’, seu segundo disco solo, traz canções próprias e inédita de Calcanhotto
Cosentino. Álbum une versos de erotismo explícito e rock cru e dançante - Daryan Dornelles / Divulgação
POR LEONARDO LICHOTE
11/05/2016 11:14 / atualizado 11/05/2016 11:15
RIO - Na capa de seu primeiro disco solo, “Amarelo” (2015), Bruno Cosentino mostrava seu peito nu, em preto e branco. Agora, em “Babies”, o que era sugestão se afirma declarado em vermelho, na expressão de gozo, com dedos, lábios e língua. A diferença visual reflete a própria diferença entre os álbuns, explica o compositor:
— “Babies” é como se fosse uma acentuação da parte sexual do “Amarelo”. Aquele era um disco sobre minha relação amorosa com a minha mulher, com os apelos eróticos do mundo ao redor, mas era mais contemplativo. Este é mais de ação, não só nas letras como também no som, que tem mais apelo ao corpo, à dança.
As letras de que fala Cosentino trazem versos como “O cheiro do seu sexo deixa um rastro/ E eu macho só não me acho só” ou “Se não sou mais do que um caralho duro/ Fiquem sabendo que ele é a flor, o fruto/ Toda pureza do meu coração de homem mau”. Um disco masculino no cenário da nova música brasileira, no qual o debate de gênero é frequente:
— Não me sinto participando desse debate coletivo, mas é meu tempo, acabo me inserindo nisso — diz o artista, que lança o disco hoje no Espaço Sesc. — O tema começou a me interessar quando casei e passei a dividir a vida com uma mulher, notar as diferenças. Fui me interessando pela permissividade dos homens gays no uso do corpo. Falando com Luís Capucho sobre seu livro “Cinema Orly”, onde gays se encontram, ele disse: “É um livro muito masculino”. Isso me abriu uma percepção sobre a diferença na sexualidade do homem e da mulher.
Como ele mesmo ressalta, a sonoridade — dada pela banda Exército de Bebês e pelo produtor Pedro Carneiro — conduz o espírito do álbum.
— Queria um disco bem cru, o que aparece muito claramente em “Electric fish” e “Nunca mais” — explica Cosentino. — O Exército de Bebês tem uma pegada de funk, de groove. E o Pedro Carneiro é um artista no estúdio, mais que um técnico. Ele tira um som pensando artisticamente, sobretudo.
O repertório do álbum inclui canções de Cosentino com parceiros como Omar Salomão, Márcio Bulk (que assina a arte do disco) e Eucanaã Ferraz — o poeta também é parceiro de Adriana Calcanhotto em “Nunca mais”. Cosentino gravou ainda uma parceria de Luís Capucho e Marcos Sacramento, “Homens flores”.
Bruno Cosentino (part. Marina Lima)
Onde: Espaço Sesc — R. Domingos Ferreira 160 (2548-1088).
Quando: Quarta, 20h30m.
Quanto: R$ 20.
Classificação: Livre.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/musica/bruno-cosentino-lanca-um-album-sexual-em-letra-musica-19277873#ixzz48NOckQKH
© 1996 - 2016. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.
terça-feira, maio 10, 2016
segunda-feira, maio 09, 2016
A Fonemas (luís capucho/Marcos Sacramento) do Lua Singela, foi upada no site Cifras. É a segunda música que fiz depois de Inferno, logo que reaprendi o violão. É facinha de tocar, dois acordes. Bora lá pegar o violão, gente:https://www.cifraclub.com.br/luis-capucho/fonemas/
sábado, maio 07, 2016
Máquina de Escrever (Cover- Luís Capucho)
O generoso leit@r sabe que eu adoro demais cantar as minhas
próprias músicas. Tanto, que quando eu acordei vítima de incoordenação motora, sequela de minha neurotoxoplasmose, eu chorei demais por isso, por não poder tocar e cantar mais como antes. Mas, aí, alguns anos depois, tirar no violão dois ou três acordes limpos... ou sujos, foi suficiente pra eu ver que havia
uma infinidade de melodias que eu poderia fazer apenas com esse número pequeno de notas e vi que tinha uma estética bacana na minha voz sequelada e tudo e o leitor pode imaginar o entusiasmo que foi pra mim, voltar a cantar aquelas músicas de dois, três acordes que eu tava fazendo.
próprias músicas. Tanto, que quando eu acordei vítima de incoordenação motora, sequela de minha neurotoxoplasmose, eu chorei demais por isso, por não poder tocar e cantar mais como antes. Mas, aí, alguns anos depois, tirar no violão dois ou três acordes limpos... ou sujos, foi suficiente pra eu ver que havia
uma infinidade de melodias que eu poderia fazer apenas com esse número pequeno de notas e vi que tinha uma estética bacana na minha voz sequelada e tudo e o leitor pode imaginar o entusiasmo que foi pra mim, voltar a cantar aquelas músicas de dois, três acordes que eu tava fazendo.
E se é tão bom assim cantar a mim próprio, o bom leitor
imagine, plis, a maravilha que não é, então, ser cantado, assim, bem cantado, com emoção, com verdade, mesmo que cheio de limites, como fiquei. A maravilha que é pra mim, ter alguém me cantando. Caralho, é bom demais!
imagine, plis, a maravilha que não é, então, ser cantado, assim, bem cantado, com emoção, com verdade, mesmo que cheio de limites, como fiquei. A maravilha que é pra mim, ter alguém me cantando. Caralho, é bom demais!
É assim, quando me pedem a cifra de uma música e, aí, eu
peço depois pra ver, como a Letícia, que se filmou tocando “Velha” pra eu ver e coloquei no meu canal no youtube. Eu fiz uns outros pedidos, pra se mostrarem me cantando, mas neguinho fica amarelando, tudo bem, eu fico esperando.
peço depois pra ver, como a Letícia, que se filmou tocando “Velha” pra eu ver e coloquei no meu canal no youtube. Eu fiz uns outros pedidos, pra se mostrarem me cantando, mas neguinho fica amarelando, tudo bem, eu fico esperando.
Mas, aí, ser cantado por Ney Matogrosso, por Cassia Eller,
pelo Bruno Cosentino, pelo Gustavo Galo, é foda!
pelo Bruno Cosentino, pelo Gustavo Galo, é foda!
E adoro essa versão de Máquina de Escrever, minha música com
letra de Mathilda:
letra de Mathilda:
https://www.youtube.com/watch?v=Wvolz3jCjBA
sexta-feira, maio 06, 2016
Leonardo Giordano
2 h ·
LUÍS CAPUCHO RECEBE HOMENAGEM DA CÂMARA
Dedicamos a Medalha José Cândido de Carvalho ao escritor e compositor Luís Capucho. A medalha homenageia os que contribuem para o engrandecimento sócio-cultural da cidade. A importância da vida artística de Capucho é relevante na luta por identidade e direitos da população LGBT. Saiba mais: http://bit.ly/homenagem-luís-capucho
2 h ·
LUÍS CAPUCHO RECEBE HOMENAGEM DA CÂMARA
Dedicamos a Medalha José Cândido de Carvalho ao escritor e compositor Luís Capucho. A medalha homenageia os que contribuem para o engrandecimento sócio-cultural da cidade. A importância da vida artística de Capucho é relevante na luta por identidade e direitos da população LGBT. Saiba mais: http://bit.ly/homenagem-luís-capucho
Bruno Cosentino - Homens Flores
Tem show do Bruno Cosentino, nessa semana que vai entrar. E pra quem quer chegar já com as músicas na cabeça, pode baixar o disco aqui:
https://brunocosentino.com/
Sua Homens Flores (luís capucho/Marcos Sacramento) é a minha última alegria, o meu terreno onde com seu Exército de Bebês ele semeia as flores, no fundo, bem no fundo, da caverna do meu coração.
Vejam:
https://brunocosentino.com/
Sua Homens Flores (luís capucho/Marcos Sacramento) é a minha última alegria, o meu terreno onde com seu Exército de Bebês ele semeia as flores, no fundo, bem no fundo, da caverna do meu coração.
Vejam:
https://www.youtube.com/watch?v=w3PCnyOY5aw
quinta-feira, maio 05, 2016
Tom Gangue - Não me sinto à vontade #WebFestValda2015
Ontem, eu iria me drogar outra vez, mas o tempo frio e as
pessoas, me fizeram ir pra cama mais cedo. Na idade em que estou, a energia
baixa logo e não existe mais o ímpeto por gastar ainda o que sobrou do dia, pra
depois ir deitar. Na verdade, não sobra nada ou o que sobra é muito pouco e
tudo.
De qualquer modo, tinha pensado em beber e fumar e ficar
aqui meio jogado na sala, meio no computador, meio olhando pela janela, assim,
cumprindo o destino de um cara que ficou só em casa, que já fez tudo o que
tinha de ter feito durante o dia e, aí, o que ainda restava pra gastar, ía
detonar, ficando doido.
Antigamente, eu queria morrer toda noite e eu fazia isso,
sabe. Andava cambaleando por minha rua até à cama em meu quarto, onde morgava,
sobejando o vazio cavernoso e preto do meu espírito de bêbado, drogado.
Aí, leit@r, que coisa! Nunca fui assim!
O texto é só pra mandar o papo reto e subterrâneo da tímida Tom
Gangue.
Vejam:quarta-feira, maio 04, 2016
Antony and the Johnsons - Crazy in love
A primeira vez que ouvi o Antony and the Johnsons achei um
som elaborado demais, uma voz toda certa, uma música toda certa, tudo na pauta, tudo centrado no eixo, assim, no equilíbrio brilhante, no sapatinho e tudo certo. Mas olhando agora os vídeos do cantor(a) que aparecem no youtube, vejo que tudo é muito além da elaboração, ela, ele desconserta tudo sem errar e as músicas ficam muito mais lindas.
som elaborado demais, uma voz toda certa, uma música toda certa, tudo na pauta, tudo centrado no eixo, assim, no equilíbrio brilhante, no sapatinho e tudo certo. Mas olhando agora os vídeos do cantor(a) que aparecem no youtube, vejo que tudo é muito além da elaboração, ela, ele desconserta tudo sem errar e as músicas ficam muito mais lindas.
Vejam:
terça-feira, maio 03, 2016
Luis ANTONIO et ROLANDO "LES ETOILES" DE FEVRIER 1976
Ontem, fiquei ouvindo essa dupla incrível de MPB. Feliz demais de terem acontecido, de terem se encontrado, de terem se enfiado na tradição de nossa música do jeito como se enfiaram, meio na tradição banquinho e violão e na tradição drag, assim, um’As vizinhas de trás – les etoiles:
Vejam:
segunda-feira, maio 02, 2016
A moça não tinha um dos olhos e usava muleta pra poder andar
equilibrada. Eu sei dela, porque sentou-se a meu lado. Quando olhei, vi que
tinha semblante de hospício e pensei muito dentro de mim mesmo: vou ficar
quieto.
Quando ela sentou-se a meu lado com seu semblante de
remédios calmantes, esperávamos ser atendido no serviço social do Bolsa
Família, que é junto com o pessoal que precisa renovar o Passe Livre, a
gratuidade nos ônibus urbanos.
Éramos umas vinte pessoas sentadas, um exército de
estropiados, todos muito conscientes de seus direitos e conscientes de que para
chegar ao final de nossa via sacra com sucesso, seríamos dificultados ao máximo.
Aí, ela disse que precisávamos bombardear o Palácio da
Alvorada com todos os canalhas lá dentro, e que a gente, os brasileiros, precisava
aprender a votar. E contou que ela tem chorado de raiva, quando os motoristas
arrancam e não deixam que ela entre no ônibus pra ir no Hospital do Câncer, que
é no Rio de Janeiro. Cada um tinha uma estória pra contar e todos contavam suas
estórias pra quem estivesse ao lado.
Eu tou contando aqui, no Blog Azul. E não consigo contar
direito.
Fui.
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