quarta-feira, maio 11, 2016

Bruno Cosentino lança um álbum sexual, em letra e música
‘Babies’, seu segundo disco solo, traz canções próprias e inédita de Calcanhotto

Cosentino. Álbum une versos de erotismo explícito e rock cru e dançante - Daryan Dornelles / Divulgação

POR LEONARDO LICHOTE
11/05/2016 11:14 / atualizado 11/05/2016 11:15

RIO - Na capa de seu primeiro disco solo, “Amarelo” (2015), Bruno Cosentino mostrava seu peito nu, em preto e branco. Agora, em “Babies”, o que era sugestão se afirma declarado em vermelho, na expressão de gozo, com dedos, lábios e língua. A diferença visual reflete a própria diferença entre os álbuns, explica o compositor:
— “Babies” é como se fosse uma acentuação da parte sexual do “Amarelo”. Aquele era um disco sobre minha relação amorosa com a minha mulher, com os apelos eróticos do mundo ao redor, mas era mais contemplativo. Este é mais de ação, não só nas letras como também no som, que tem mais apelo ao corpo, à dança.
As letras de que fala Cosentino trazem versos como “O cheiro do seu sexo deixa um rastro/ E eu macho só não me acho só” ou “Se não sou mais do que um caralho duro/ Fiquem sabendo que ele é a flor, o fruto/ Toda pureza do meu coração de homem mau”. Um disco masculino no cenário da nova música brasileira, no qual o debate de gênero é frequente:
— Não me sinto participando desse debate coletivo, mas é meu tempo, acabo me inserindo nisso — diz o artista, que lança o disco hoje no Espaço Sesc. — O tema começou a me interessar quando casei e passei a dividir a vida com uma mulher, notar as diferenças. Fui me interessando pela permissividade dos homens gays no uso do corpo. Falando com Luís Capucho sobre seu livro “Cinema Orly”, onde gays se encontram, ele disse: “É um livro muito masculino”. Isso me abriu uma percepção sobre a diferença na sexualidade do homem e da mulher.
Como ele mesmo ressalta, a sonoridade — dada pela banda Exército de Bebês e pelo produtor Pedro Carneiro — conduz o espírito do álbum.
— Queria um disco bem cru, o que aparece muito claramente em “Electric fish” e “Nunca mais” — explica Cosentino. — O Exército de Bebês tem uma pegada de funk, de groove. E o Pedro Carneiro é um artista no estúdio, mais que um técnico. Ele tira um som pensando artisticamente, sobretudo.
O repertório do álbum inclui canções de Cosentino com parceiros como Omar Salomão, Márcio Bulk (que assina a arte do disco) e Eucanaã Ferraz — o poeta também é parceiro de Adriana Calcanhotto em “Nunca mais”. Cosentino gravou ainda uma parceria de Luís Capucho e Marcos Sacramento, “Homens flores”.

Bruno Cosentino (part. Marina Lima)

Onde: Espaço Sesc — R. Domingos Ferreira 160 (2548-1088).

Quando: Quarta, 20h30m.

Quanto: R$ 20.

Classificação: Livre.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/musica/bruno-cosentino-lanca-um-album-sexual-em-letra-musica-19277873#ixzz48NOckQKH 
© 1996 - 2016. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização. 

Nenhum comentário: