Dizem que nada acontece por acaso, porque tudo tem sentido e
se encaixa de algum jeito com o que a gente ta vivendo. Não que as coisas
precisem ter sentido, porque também elas podem ser aleatórias e funcionarem do
mesmo jeito, quer dizer, não irão deixar de existir por isso. É bem horrível,
quando se quer dizer alguma coisa e, aí, a pessoa fica dando volta, inventando
estória, tentando valorizar o que vai ser dito e tudo. Então, eu já disse logo
o que eu tava pra dizer: que nada é por acaso. E não há como ter prova disso,
mas a estória é a seguinte:
O Xarlô me deu uma calça dourada para eu usar nos shows
Poema Maldito. Ela precisava de uma bainha, de uns ajustes. Eu pedi a minha
Vizinha do apezinho de baixo, se ela saberia ajeitar. Ela falou que sim, a
bainha e pences ela saberia. Então, ela disse pra que eu descesse com meus
sapatos, que era para fazer a altura da bainha direito. Peguei o tênis e a
calça e desci. Depois, voltei aqui no apezinho por algo de que não me lembro.
Ela fez essa foto no espelho, um duplo. Só vim a saber no dia seguinte, quando
me mandou por e-mail: um tênis duplicado,
vazio, sozinho e duplo.
Mil coisas, leit@r:
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