quarta-feira, julho 21, 2010

Comecei a ler Amor de Perdição.
Fiquei interessado, porque uma de minhas professoras disse que o escritor português Camilo Castelo Branco escreveu o livro na prisão, onde tinha sido internado por crime de adultério. E acrescentou:
- Ele disse que foi o tempo de prisão, o mais angustiado de toda sua vida - pronto, sou romântico, fiquei curioso.
De início, não conseguia visualizar o que lia, acho que estranhei um português de verdade narrando. E ainda um português narrando lá do meio do século XIX, o que ainda é mais carregado.
Eu sei que língua escrita não tem sotaque, lê-se igual o escrito em língua portuguesa seja em qual tempo ou canto for, no Brasil, Africa ou Portugal. Mas eu tava achando difícil.
Então, no terceiro capítulo comecei a enxergar Simão sobre o cavalo, excelentemente masculino (não o cavalo, mas ele) e comecei a ver Teresa, que achei muito parecida com Capitu, assim, uma prima lusitana, mais séria, concentrada, mas mulher igual e sem cavalo. E comecei a ver a complicação da história e tudo.
E achei o máximo as argolas chumbadas nas paredes que davam pra rua, onde eram estacionados e presos os cavalos pelas rédeas. E a rua estreita, que separava as casas de Simão e Teresa. E Rita, a simpática irmã caçula de Simão, que me lembrou Phoebe, a irmãzinha de Holden, o cara d’O Apanhador no Campo de Centeio, com quem eu, certamente, não me entenderia. Nem com Holden, nem Phoebe, nem Simão, nem Rita, nem Teresa, que são pessoas apenas para serem lidas, felizmente.
Fui...

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