quinta-feira, julho 15, 2010

Eu vinha no ônibus a caminho de casa e passava pela ponte, vindo do exame de sangue e de fezes e de urina e havia sentado na minha frente uma moça enorme, que eu reparei, quando se sentou, porque era uma mulher muito gostosa e grande, linda, os cabelos presos no alto da cabeça, me lembrava a Regina e tudo.
Do meu outro lado tinha um cara vestido de terno, desses caras muito limpos, grandes, que parecem ter sempre acabado de se barbear, mas eu não tinha reparado nele, só me dei conta, quando a menina grande e gostosa ficou incomodada com o rádio que ele tava ouvindo. Eu gosto de escrever e de contar histórias, assim, em silêncio, pro leit@r, porque me organizo melhor, se liga, se fosse ao vivo era tudo desorganizado, como foi na hora em que a moça gostosa desorganizou aquela viagem de volta pra casa, e a gente não sabia o que iria acontecer, porque ela chamou o cara que tinha acabado de se barbear e disse:
- Dá pra desligar o rádio?
- Vou baixar...
- Eu quero que você desligue. Ta me incomodando. Lá na frente ta escrito que é proibido rádio no ônibus – e, aí, bom leit@r, ficou uma discussão e outro cara, que estava enturmado, sentado lá atrás, também ligou o rádio. A moça grande se levantou, foi lá atrás e pediu que desligasse o rádio e ela teve a maior sorte, porque acabou a bateria do rádio do cara enturmado. E o cara que tinha acabado se barbear, saiu do lugar dele e se enturmou com o cara enturmado lá de trás e eles ficaram falando da mulher gostosa que não queria ouvir rádio, quer dizer, ficou muito tenso e era melhor ficar ouvindo rádio, talvez...
Mas acontece que a moça de cabelos presos no alto tinha razão!

Um comentário:

Lu Caruso disse...

eu também acho muito chato gente ouvindo rádio no ônibus, porque música pega a gente pelas costas e não tem como a gente não ouvir. Aí acontece que se você está pensando em alguma coisa, ou querendo resolver uma questão, a música invade tudo e você é obrigado a pensar com interferência daquilo que está ouvindo, ou pelo menos eu não consigo me isentar do que a música causa. E na maioria das vezes, as músicas que as pessoas gostam de ouvir nos ônibus, não tem nada a ver com as coisas que eu queria pensar.