O show de Marcos Sacramento, ontem, cantando o repertório de Assis Valente foi de aplaudir de pé. Eu, que sou um expectador silencioso e apenas aplaudo de pé, me senti engraçado quando soltei uns urros no final. As mocinhas, tipo, zona sul e as senhorinhas, que imaginei do centro da cidade, estavam incontidas nas cadeiras do Teatro Carlos Gomes. Tinha um mulato, na minha frente, com um olhar de entendido em samba, meio além, abstraído, que disfarçava o batucar do coração mascando um interminável chiclete. Tinha uma moça a meu lado empinada na cadeira, sem encostar-se no espaldar, e fazia sinuosidades com a espinha como uma serpente encantada por flauta. Tinha uma senhorinha ao lado do rapaz do chiclete que cantava o refrão e batia palmas. Sentindo o clima ao nosso entorno, Pedro disse: - Sacramento tem de fazer show onde se possa dançar- e, ai, silencioso leit@r, urrava de felicidade. Em casa, demorei a dormir. Acho que incomodado pela remotíssima lembrança da última vez que estive no Carlos Gomes, de cadeira de rodas e saído do hospital. Tenho uma foto. Por que neguinho tirou foto minha desse jeito? Que coisa!
terça-feira, março 29, 2011
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