sábado, outubro 19, 2013


Consegui desbastar um pouco do amontoado de papéis que estavam sobre a mesinha que tenho na sala. Eu gostaria de deixar a mesa totalmente vazia, mas sobraram alguns livros sobre ela que não tenho onde colocar. Eu sei que vou achar um lugar pra eles, porque isso é o que quero. Mas preciso encontrar esse lugar, antes que eu amontoe outro tanto de papéis que entrarão por minha casa com o passar do tempo. Essa é uma questão, a de que estamos aprisionados naquilo que possuímos, que no século XIX, já atormentava o Henry David Thoreau. Isso a gente percebe quando lê seu livro Walden. Então, silencioso leit@r, ele foi morar numa cabana que construiu na floresta à beira do lago Walden, que era apenas um cômodo de 6 metros por 3, ta ligado?
Havia alguns outros moradores na floresta que eram velhos escravos alforriados e que, como Thoreau, sabiam não ter nada.
Quando estive em Cachoeiro dessa vez, numa conversa com meu primo Adão, ele me falou longamente sobre seu desejo de morar no mato. E me chamou.
- Mas não tem mais mato, hoje, por aqui, Adão?
- A gente faz, Luís! – ele disse. E, aí, me explicou sobre os efeitos maravilhosos de se fazer mato em torno à casa.
Fui.
reprodução da cabana de Thoreau


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