Manhã fresquinha que ta aqui, hoje.
Tem uma lembrança deliciosa que essas manhãs mais frescas
trazem, que é a lembrança da beira das casas, quando eu me levantava e saía pro
quintal. Eu ficava rente à parede, em sua sombra, brincando na terra embaixo
d’alguma janela e, leit@r, não sei se você sabe disso, mas ali, rente à parede,
no lugar onde, quando chove, as goteiras caem do beirado de telhas, a terra do
quintal, com o tempo, vai purificando, a água das goteiras de tanto cair ali no
mesmo lugar, vai limpando a terra, filtrando a terra, lavando, de modo que o
barro da terra fica tão lavado e limpinho, que fica, onde caem as goteiras,
aquela montoeira de pedrinhas lavadas, mas tão pequenas as pedrinhas, que fica
aquela areia fina concentrada de pedrinhas, que a água da chuva lavou. E deixou
como que o sumo puro do barro do chão, quer dizer, areia. Então, de manhã, eu
ficava brincando ali, no frescor das pequenas covas do sumo do barro, areia
lavada, cada goteira uma cova, deixada ao lado das paredes da casa, no quintal.
Ta ligado?
É noizi...
2 comentários:
tô sentindo daqui o cheiro do sumo puro de barro do chão. é noize.
...rs.
Postar um comentário