quinta-feira, outubro 29, 2015

É amanhã, leit@r, que eu e meu comparsa, Felipe Castro, nos esparramos dentro do nosso Poema Maldito, ao vivo, no Bar Semente, às 20 horas.

quarta-feira, outubro 28, 2015

Então, leit@r, eu aqui no Blog Azul, cotidianamente, mais ou menos nesse horário... já vai pra mais de uma década isso e os que, por ventura, vieram aqui no início, sabem que esse era um blog coletivo, um coletivo de mulheres chamado Bolsa Nova, a que eu carinhosamente chamava de Blog Rosa.
Depois, quando ganhei o bichano, porque somente eu continuei a frequentá-lo, quis que ele fosse o Blog Azul e, assim, é.
Estou falando dos primórdios daqui, porque a ideia era mesmo essa, a de divulgar na internet o trabalho artístico do pessoal, especialmente, o trabalho de música. No fim, a gente acaba ficando livre, o bom leit@r sabe.
E, voltando aos primórdios, pra lembrar, o show é depois de amanhã:



terça-feira, outubro 27, 2015

Ontem, à noite, tivemos um ensaio portas abertas aqui no apezinho. Quando digo portas abertas, quero dizer os dois apezinhos, leit@r, de portas abertas. Pedro tirou fotos e, ontem, serviu também para que decidíssemos o roteiro. Assim, as ideias todas que sobraram, ficarão rondando o nosso papel e entrarão ou não pra ele, à medida que as forças forem se fazendo, forem se decantando, forem se discernindo e, aí, o show, como o buraco negro que é, vai trazendo a bichana definitivamente pra dentro dele, ou não, porque esse mesmo processo de forças que atraem ideias para dentro dos ensaios, dos shows, também expele elas, silencioso leit@r, um liquidificador.
O bom leit@r sabe que o Poema Maldito é uma construção de minhas composições –algumas em parceria - com intervenções do Felipe, lacrada por último com o pessoal que entrou no nosso crowdfunding, inclusive o cantor Ney Matogrosso, que se juntou a nosso clã pra que o disco físico viesse à luz. Eu acho perigoso falar em clã, que é um lance segregador, de escolhidos e tudo. Mas essa é uma ideia para a gente liquidificar também...
O post ta ficando grande, vou parar...



segunda-feira, outubro 26, 2015

Essa foto foi o Edil quem tirou, num de nossos ensaios portas abertas aqui no apezinho. Ela representa o leito, a cama, uma vaguíssima avenida, por onde o rio da melodia corre no Poema Maldito, ao vivo. Ou, se pensarmos em mais espaço, o berço por onde o brilho da melodia escorre, por onde ela vai desbravando os terrenos, os lugares, bandoleira, encouraçada, as mãos armadas por raiva e desafio, como dizia Sueli Costa/Tite de Lemos, a cem mil anos-luz debruçada, proscrita, mas o que fazer, nós queremos, nós queremos, nos queremos...


domingo, outubro 25, 2015

Ontem, vimos, pela primeira vez, Fernanda Montenegro, viva, pertinho da gente. Estávamos eu, Pedro e Julia. A Julia tinha acabado de apresentar-se no “6 modelos para jogar”, um espetáculo de teatro em que somos levados a um clímax, sem que tenha havido antes um enovelamento das coisas que se mostraram, então, tinha uma expectativa como enredo, eu achei, ta se ligando, silencioso leit@r, e o clímax veio daí. É muito lindo ter um clímax, um êxtase, um enlevo, de surpresa, sem que estivéssemos nos dando conta de que tava rolando uma preparação pra ele, o tempo todo, e a gente sem se dar conta.
Então, de repente, sem preparo algum, apareceu Fernanda Montenegro. A gente tava se despedindo na porta do teatro Sesc- Copacabana. Ela veio devagar, como se participasse de um cortejo e todos abismados olhamos pra ela, que foi indo lentamente para o interior do teatro. Todos abismados e em enlevo. Que coisa!
Vejam:


sábado, outubro 24, 2015

Luís Capucho - Mamãe me adora

Já faz muitos anos que fiz a música “Mamãe me adora” e
mostrei pros amigos. Foi quando, pela primeira vez, me relacionaram a Jean
Genet, um Jean Genet da MPB. Depois, quando apareceu o Cinema Orly, esse foi
mais um motivo de me linkarem a sua literatura de escritor bandido. Eu não
tenho nada de bandido, o silencioso leit@r sabe, e muito me apraz ser comparado
a ele, por ser bom, por ser belo e por ser uma literatura que vai se criando à
margem e, por isso, tem alguma possibilidade de ampliar seu centro, trazendo-o
para as bordas, ta ligado?
Quando eu tinha treze anos, fiz uma longa entrevista com
mamãe enquanto ela fazia almoço – foram vários dias. E, no quartinho onde
dormíamos, escrevi sua biografia, do jeito como ela tinha contado. Depois,
bolei com aquilo.
Piquei o caderno, onde escrevia, em pedacinhos miúdos e
joguei fora, pela janela. Sempre que me lembro disso, visualizo os pedacinhos
de papel rodopiando no vento, até ao chão. Mas a verdade é que não olhei pra
eles, apenas joguei fora.
Em 2012, lançamos o “Mamãe me adora”, o livro. Acho que é
meio realizar o que aos 13 anos, havia tentado. Mas, não. O livro conta apenas
um trecho de tempo que corresponde a uma viagem de ônibus. É uma história de
meu ponto de vista e não o de mamãe. Não sei ser mamãe. No meu euísmo não sei
ser ninguém, leit@r.
 

sexta-feira, outubro 23, 2015

Conheci o Tarcísio Buenas na vez em que lançamos o Lua Singela.
O Tarcísio é roqueiro e gosta de literatura, então, o Lua Singela, que ele achou numa loja de rock em Salvador, chamou sua atenção e de uns seus amigos e tudo. Por conta disso, estive em sua cidade pra me apresentar, no Rio Vermelho, com produção dele.
Atualmente, ele está morando em São Paulo e está ligado ao Cemitério de Automóveis, a que, por coincidência, outro amigo que fiz por causa da música, também se liga, o Rodrigo.
Pelo correio chegou seu livro, do Tarcísio, aqui em casa. E, por causa disso, ontem, me droguei, pra homenagear o seu “18 de maio, quanto tens por dizer...”.
Sei que foi uma reação pueril essa de abrir o vinho e de fumar, pra escutar rock and roll no youtube, silencioso leit@r, mas sei lá, esses lances precisam ser comemorados. Não é sempre que um da nossa laia, fura o cerco e aparece com seu livro na superfície.

Vejam:

quinta-feira, outubro 22, 2015

Fizemos outro ensaio portas abertas no apezinho, ontem.
A questão é sempre a mesma, encontrar o pulso das músicas.
A gente não é enfermeira desastrada que fica furando, furando, furando, silencioso leit@r. O caso é que tem música que resiste um pouco em nos dar sua veia. Porque as músicas não sabem, mas quando vamos na veia, tudo se alegra. Mesmo que seja triste, estar na veia, entrar no coração, na mente delas, deixa o sangue bom demais:

quarta-feira, outubro 21, 2015

Algo Assim - Luís Capucho

O Pedro adora tirar fotos, fazer selfies, fotografar o Rio de Janeiro quando ele anda pela cidade, fotografar outros lugares por onde vai,
outras pessoas, bichos, pedras, árvore, mar, tudo, e postar pra gente ver. Ele é um homem rosa, o leit@r sabe. Eu, no meu euísmo e independente da bilirrubina, sou pálido.
Não somos em nada parecidos, em nada, mas desde o início,
perguntam se somos irmãos. A gente nem precisava ter inventado que somos primos, boníssimo leit@r.
Eu sei dos meus lugares míticos, porque sonho com eles transformados e repetidamente. E assim é com Marapé-Paquetá e com a cabeça de porco, onde aparecem, dentro de paredes, grandes cemitérios, de catacumbas imensas, lustradas de velhice, de muita velhice, velhice demais, assim, catacumbas eternas, com sua morte eterna.
Essa noite sonhei com uma briga com ele. Estávamos na cabeça
de porco. 
Por isso, vou postar essa foto que ele fez.
Estávamos em Paquetá e simulávamos a vez em que fizemos o
vídeo de 
Algo assim (Mathilda Kóvak/ luís capucho) para as filmagens do Peixe, de Rafael Saar:


Algo assim
(Mathilda Kóvak/ luís capucho)

Com isso eu era pra estar
Magoado, deprimido
Com isso eu era pra estar
Chateado, enlouquecido
Eu era pra morrer enforcado
Tomar veneno, me jogar da ponte
Algo assim, algo assim
Mas não estou nada Luís
Estou mais Claudia, mais Lestat
Em meu juízo final, fui o único juiz
Eu resolvi me perdoar
Com isso eu fiquei um pouco Cazuza
Com isso me tornei um pouco Brás Cubas
Um pouco Indianna Jonnes
Um pouco Indianna Jonnes
Algo assim, algo assim
E quero roubar um pouco de dinheiro
E quero matar um pouco de inimigo
Quero amor, muito amor
Algo assim pra eternidade
Algo assim, algo assim
Algo assim.






terça-feira, outubro 20, 2015

Nas fotos, a gente não é a gente, porque a gente mesmo, a gente não sabe o que a gente é, leit@r, porque a gente vai mudando, eu fico bem grilado com isso, com não ter controle e tudo. O instante existe e é fugidio pra qualquer lugar. E parece que a direção não é a gente quem ta no comando, ta ligado? 
Então, foto é ficção igual romance.

Essa foi o Bruno quem tirou:


segunda-feira, outubro 19, 2015

Sueli Costa - 1975 - Retrato (Completo)

Eu gosto muito da Suely Costa, que conheci quando estava
adolescente. E o post de hoje vai ser ao som dela. Tenho ouvido bastante que o
meu Poema Maldito faz chorar, que ele é muito triste.
Quando conheci a Suely Costa e que eu tinha conhecido os
discos do pessoal que faz música pra classe média no Brasil, que chamam MPB,
tive muita dificuldade em assimilar essa melodia mais pensada que acompanha a
poesia das letras. Eu até cheguei a dizer isso uma vez pro ACM e, aí, ele me
disse que o Milton Nascimento é considerado um grande melodista e tal. Eu
concordo com isso, hoje, mas naquela época, eu tive muita dificuldade de achar
a melodia ali nas músicas da MPB, porque a chave para chegar na beleza delas é
diferente da chave que eu tinha e que eu encontrava muito rapidamente, quando
ouvia por exemplo as músicas do Fernando Mendes.
Então, tenho pensado nisso, de a minha música ser triste,
triste de fazer chorar, com sua melodia de MPB, sua melodia de classe média, que
hoje sei entender bem, tenho a chave pra apreciar a beleza dela, ta ligado, bom
leit@r?
O que quero dizer é que ouço esse “triste” que me dizem do
Poema Maldito, como bonito. Uma beleza e uma tristeza que, sem modéstia, não
consigo entender. Talvez, porque a tristeza esteja tão naturalizada em mim, que
eu não perceba que meu ponto de partida, seja ela, ta ligado?


Vejam:
Sexta-feira, teve ensaio de portas abertas aqui no apezinho, as minhas portas e as portas do apezinho do Pedro, ali atrás, de amarelo. Nosso ensaio foi maravilhoso, de músicas arrebentadas e também de músicas já alinhavadas, bom leit@r, já prontas pra o que a gente quer mostrar. Então, os próximo ensaios antes do show, irão servir para trazer de volta para o ponto delas, as músicas que se desmancharam. O silencioso leit@r saiba que o ponto das músicas é importante e que quando fazemos elas nos shows, ter chegado em seu ponto nos ensaios, não é garantia de nada, porque a bichana pode desandar na hora de a gente fazer, no show.
Quer dizer, ontem, a gente sacou que entrar no horrível das músicas, é muito importante pra que a gente traga elas de volta pra beleza delas. Isso, dito assim, parece papo de doidão, mas o importante foi a gente ter sacado isso, que é uma coisa que a gente percebeu ensaiando, e que o silencioso leit@r, porque a gente abriu as portas de nossos apezinhos, teria sacado também, se tivesse tido a oportunidade de entrar por nossas portas abertas.
Felipe tirou essa foto que me mostra um pouco antes de ele entrar nas músicas comigo.
Vejam:

sábado, outubro 17, 2015

sexta-feira, outubro 16, 2015

Lá no interior, de onde venho, era comum, quando pequeno, eu ouvir as mulheres dizer com orgulho, que fulano nunca tinha ido ao médico e, aí, bom leit@r, eu achava bonito aquilo e o fulano ficava honrado pra mim, quando as mulheres comentavam isso.
Antigamente, lá no interior, era assim, e eu adoraria ter a honra de nunca ir ao médico.
Esse ano, além das minhas consultas de praxe, tive que ir ao médico muitas outras vezes e aumentaram os remédios e tudo. Até tivemos que adiar o último Poema Maldito. Que coisa!

Hoje, com Felipe, ensaiaremos o show do dia 30, no Bar Semente, e estaremos moles no roteiro. O leit@r sabe, água mole em pedra dura...

quinta-feira, outubro 15, 2015

Ontem, ensaiamos o Poema Maldito, ao vivo, pra ir atarrachando as peças que ficaram soltas ou que estavam soltas, ou que se soltaram, essas coisas que a gente faz, quando vai mostrar um lance outra vez. E, aí, ele vai se modificando, saído de quando foi registrado no disco, o bom leit@r sabe.
O roteiro que escrevemos, ontem, é praticamente o do show anterior. Mas ele vai se modificando, à medida dos ensaios. Por exemplo, eu tinha feito um planejamento para o show que fiz, voz e violão, em Salvador. Mas quando chegou na hora, fui tomado pelas circunstâncias que rolaram e fiz tudo diferente.
O Felipe chegou a tocar nisso, quando estava no ponto do ônibus para ir embora. Disse que sentia falta de uma estrutura mais fixa, onde a gente pudesse se prender. Não sei, não soube o que dizer assim imediatamente e logo o ônibus levou ele.
Quer dizer, o roteiro é meio essa estrutura. Mas a gente, quando passa as músicas através dele, é mole.

Vejam:

quarta-feira, outubro 14, 2015

Não é que eu esteja bem confuso. Não estou nada confuso embora me sinta no meio de uma confusão. Então, quando escrevo confusão, essa palavra abre a imagem na minha cabeça de quando me coloco na janela do quarto e vejo o visual de casas subindo o morro. Na foto é uma coisa chapada, mas vendo aqui da janela, aquela parte azul dela, que é o céu, o silencioso leit@r sabe, é atordoante, porque estou na minha janela e aquilo, que é o céu azul de que estou à beira, é como um rio que se vê sem que a gente saiba nadar, tipo, eu não sei voar, leit@r, e me sinto atordoado.
Eu já disse que o meu medo de morar num edifício era o desejo, de repente, de me jogar pela janela. Mas aqui no apezinho, vejo que não. A confusão, o desejo, de repente, são outros, estão ligados?
A confusão me abre outras janelas também, por exemplo, a janela de quando eu perguntei à médica sobre a minha uveíte e ela disse:
- Mas a uveíte é um livro de muitas páginas, luís, e pode ser muita coisa e tal... – e não gostei disso, porque é a minha uveíte, é o meu olho e tou conseguindo ler. Mas, já pensou?
Também quero lembrar ao leitor nosso show:

Vejam a foto:

terça-feira, outubro 13, 2015

Depois que eu tive me tratando da uveíte que me pegou o olho, tive de dar um tempo n’As Vizinha de Trás. O pessoal tem me perguntado como vai o olho. Fiz o tratamento, o leit@r sabe. Tenho muita dificuldade com médicos, problema de comunicação, e não sei direito ainda. Talvez, eu não saiba dizer, porque a médica também não sabe, sei lá. Ela ta me acompanhando, tenho consultas agendadas de cada vez que vou nela. O fato é que o olho esquerdo não voltou, ficou embaçado. A médica disse que a uveíte pegou uma área nobre dele, a retina. Não sei. Não é um problema que o óculos resolva, porque não é o um problema de refração, eu acho. Na próxima consulta é que vou perguntar... acho que o problema foi porque a minha uveíte não doeu, aí, demorei a procurar socorro.
Pedro tá me entusiasmando a voltar com As Vizinhas... e vou voltar mesmo com o embaçamento, silencioso leit@r.
Tenho algumas comigo que espalho pelas paredes da casa. Eu adoro essa que ainda tenho, especialmente a Vizinha de fundo azul.

Vejam:

segunda-feira, outubro 12, 2015

Quando mamãe começou a trabalhar na casa de Dona Odaléia, foi lá que a minha direção tomou viço, que o meu caminho começou a criar matéria, verdade, foi quando ele começou a engrossar, sem que ninguém tivesse se dando conta. A gente não tem foto dessa época, pra que eu possa mostrar ao leit@r, então, vai só o texto. Essa conformação de corpo que tenho agora, naquele tempo, eu não tinha. Eu era um menininho de seis anos e o leit@r sabe que a configuração de todas as coisas se modificam, vão se modificando sem nunca mais parar de se modificar. Na casa de Dona Odaléia mamãe tinha um corpo. Dona Odaléia tinha um corpo. E mamãe tinha sido contratada pra cuidar do corpo entrevado da mãe de Dona Odaléia, que era uma senhorinha que vivia de boca escancarada deitada numa cama de solteiro de um quarto penumbroso.
E achei on line essa foto do trabalho do artista Flavio de Carvalho com que quero exemplificar o post de hoje:



As músicas têm uma pulsação, o bom leit@r sabe.
Não sei ler partituras, mas a pulsação das músicas pode ser escrita nelas e, aí, cada pessoa que saiba ler, vai poder interpretar aquela pulsação a seu modo. Então, leit@r, as músicas estão em algum lugar fora das partituras com o seu pulso e, aí, quando eu tiro elas de lá e faço a interpretação delas, sei que pode haver interpretações melhores que as minhas, mesmo que eu me tenha como autor das bichanas. O que eu quero dizer é que o jeito original de as músicas pulsarem, ele deve  ficar, seja qual for a interpretação.
Então, o disco Poema Maldito é um jeito meu de interpretar o pulso das músicas que encontrei. Eu não sei de onde as músicas vêm. Sei que não vêm das partituras. Tem uma música que diz que o baião e o chachado vêm debaixo do barro do chão. “Mais uma canção do sábado” minha música com letra do Alexandre Magno e que é parte do repertório desse CD, deve vir desse mesmo lugar, música e letra, e almeja por mais espaço, o leit@r que já ouviu, sabe.
Ao vivo, o Poema Maldito é diferente, embora como disse, seja o mesmo pulso. Tenho a impressão de que a ajuda do Felipe para tocar comigo as músicas, define melhor a pulso delas, clareia, sei lá, coloca a gente mais dentro e elas ficam mais visíveis, pra usar uma palavra da moda de que gosto, as bichanas ficam mais empoderadas.
Claro, a gente parte sempre do que se fez no disco. E também partimos do que fizemos nos shows anteriores. Essa foto é de um dos shows do Bar Semente, que repetiremos no dia 30 de outubro:
https://www.facebook.com/events/1046326178719770/

domingo, outubro 11, 2015

Domingão de louvor na igrejinha batista quase em frente ao apezinho e daqui a gente ouve. Chegamos a frequentar por um tempo, porque mamãe tinha uns calores, uma falta de ar, um lance meio claustrofóbico que deixava ela afobadíssima, e a gente tinha de sair de casa, ficar andando pela rua aqui e tudo. Um dia de uma crise dessas, a igreja tava aberta e a gente entrou. O pessoal veio receber a gente, o pastor fez uma oração e ficamos fiéis aos cultos. Mas, depois, sem mamãe, não vou mais. Ela fez amigos lá, eu não.

Eu gostava dos hinos.

sábado, outubro 10, 2015

POEMA MALDITO com passarinhos - Luís Capucho/Tive.

Eu ainda morava na Casa de Trás que posso olhar aqui da
Janela do Apezinho, quando pedi ao Pedro que me filmasse com seu celular,
enquanto eu tocava o Poema Maldito, minha mùsica com Tive Martinez. Naquela
época, eu nem imaginava ter esse disco, porque eu imaginava ter terminado a
minha possibilidade de discos no Cinema Íris, o disco que a gente tava
divulgando, leit@r.

Mas vendo agora o video que pedi ao Pedro que fizesse livremente, vejo que ele
embriona o Poema Maldito que o Felipe fez. Por que a ideia dele é deixar tudo
simples, cru, o bairro entrando pela casa com seus sons imprevistos e tudo
mais.

Vejam:

sexta-feira, outubro 09, 2015

Hoje a gente iria apresentar o Poema Maldito, ao vivo, no Bar Semente.
A gente tem vindo de alguns shows, sei lá, eu estou melhor hoje, mas quando pra os ensaios, eu fui arrumar a casa e a coluna deu um tranco repentino, na lombar. Daí pra depois, eu fiquei igual a uma serpente que tivesse sido atingida nas vértebras e para cada movimento que eu fazia, o veneno da dor corria saindo de minhas costas e eu ficava como que estrebuchando, gritando ai, e o silenciosíssimo leit@r sabe, eu estou melhor, mas na segunda-feira adiamos o show, porque mesmo que eu estivesse melhor hoje e mesmo que o nosso show já estivesse ensaiadinho, a gente precisava tocar ele um pouco antes, porque o que estava ensaiadinho era o show anterior e esse show já é outro e foi adiado... quer dizer, ficamos tristes.
O Pedro e a Aline estão decidindo por uma data nova e assim que eles tiverem, começaremos tudo outra vez.
Eu já disse, o Poema Maldito é uma tribo, mas Rafael simbolizou o bichano na junção de minha cara com a do Felipe, de modo que para esse show, nos enfiamos dentro do tótem com que Alan Lanzé nos presenteou, e estávamos divulgando assim.

Vejam a foto original de tudo:

“Seja uma igreja, seja um cinema o Orly me beija.”
(Cinema Orly - luís capucho)
Em 1999 foi publicado um livro, pelo selo Ficções de Interludio, chamado Cinema Orly, de minha autoria, que se tornou um cult da literatura marginal urbana da cidade do Rio de Janeiro. Alguns anos depois, em 2005, o Grupo Ativista Gay Arco-Íris deu-lhe o 5º Prêmio Arco-Íris dos Direitos Humanos por ter considerado que de suas páginas de ilusão, que falam das aventuras sexuais do narrador dentro do cinema pornô, saiam reivindicações por um mundo mais justo, humano, melhor.
Por isso, quando em edital da Prefeitura do Rio de Janeiro, foi contemplado o projeto de filme-documentário sobre minha obra lítero-musical, de Rafael Saar, intitulado “Peixe”, incluímos a lembrança do Cinema Orly entre as outras coisas que irão ser lembradas no filme.
Por coincidência, eu tinha recebido, há pouco, uma mensagem de Caroline Valansi, que me felicitava pelo livro de que ela soube e de que ela gostou muito, por ter lhe permitido conhecer um lugar de sua família a que ela não tinha tido acesso. Ela me disse que se tivesse sabido que era daquele jeito, teria ido também ao cinema e me perguntou se eu gostaria de visitá-lo. O cinema tinha sido fechado como cinema pornô e a Caroline estava promovendo encontros dentro dele, para aproveitar o espaço com o pessoal de cultura, um lugar que tinha polarizado grande quantidade de energia, que estava toda lá, e ela pensava em aproveitar isso de algum jeito.
Tudo se encaixou e era do que precisávamos.
O Rafael Saar tinha escolhido todo o mês de julho para gravarmos, entre os meus livros e músicas, grande parte das cenas do filme, o seu documentário-ficção “Peixe”.
No dia 3 de julho, a equipe toda estava com Caroline dentro do cinema. Usavam máscaras pra se proteger do cheiro mofo de subsolo.
Nesse dia, escrevi em meu Blog Azul:
“Fiquei emocionado demais, quando entrei hoje no Cinema Orly pra gravar umas cenas do filme documentário de Rafael Saar, Peixe, que tem como fio condutor a minha obra lítero-musical, o leit@r silencioso sabe.
A Caroline Valansi foi quem nos recebeu, foi quem permitiu à gente olhar o cinema no esqueleto, sem as bichas todas que compunham o seu universo de ilusão.
Então, eu parei logo depois que desci a escadaria e fiquei chorando ali na cabeceira das poltronas. Era apenas o delírio das poltronas sem ninguém, as luzes acesas, o cheiro de porão do Orly, no vazio, lindíssimo, lindíssimo, lindíssimo!
Aí, o Rafael veio, me acariciou nas costas e depois começou a monitorar o que se tinha de fazer para que se construísse o Peixe.
O Dudu (Eduardo Cantarino) fez uma foto do momento em que eu declamava um trecho da letra de Cinema Orly - música parte da narrativa do livro – diante da atriz pornô Savannah e de um cara que estava para gozar em suas costas.”


quinta-feira, outubro 08, 2015



Escritor, cantor, compositor e violinista, Luís Capucho graduou-se em Letras pela UFF em 1988, além de ter feito pós...
Posted by on Quarta, 7 de outubro de 2015
A Helizete me mandou essa indiazinha do Amazonas, bom leit@r!

Linda demais!

quarta-feira, outubro 07, 2015

Quando estive em Salvador para o Desfazendo Gênero, telefonei para o editora Rocco para encomendar uns Ratos que eu levasse comigo. Fui surpreendido com a notícia de que os livros estão esgotados. Inicialmente, fiquei triste, mas depois, curti estar livre, 2000 Ratos libertados pelo Brasil, nos sebos, nas estantes, no lixo e tudo, porque, por exemplo, aquele blogueiro que disse o Rato ser um livro podre, deve ter jogado fora no lixo.
Então, leit@r, meus livros estão esgotados, mas tenho uns últimos Cinemas Orlys e Mamães me Adora comigo. Só não tenho Ratos.
Agora, preciso achar que o Diário da Piscina ficou pronto, pra dar um jeito de publicar.
Fui.

Luís Capucho - Eu quero ser sua mãe

Aqui do apezinho, fico
pensando, olhando na internet, fazendo as músicas,
As Vizinhas de
Trás
, os livros, e fico vendo que os meus trabalhos têm um movimento, bom e
generoso leit@r. Os trabalhos têm uma energia,
uma força neles, que eles vão indo e tudo e, mesmo quando fico achando que ta
tudo parado, eles estão rolando, só que isso não aparece pra mim, o leit@r sabe.
A intenção em dizer
sobre isso, é falar do disco 
Cinema Íris, que foi produzido pelo Paulo Baiano e que lançamos em 2013.
É um disco que teve a direção artística de meu parceiro Marcos Sacramento e
teve sua música título por um bom tempo na mira do Ney Matogrosso e, aí, porque
é de sua natureza – dele e dela - estar solto, a bichana ficou solta, até que
sua força decida outra vez por ele ou ele por ela.

Fora isso, outra das músicas do disco, a “Eu quero ser sua mãe”, teve um clip
estrelado por Pedro,
que foi o Rafael Saar quem
fez. Não contei pra ninguém a estória da música, que foi deixando de ser chocha
pra mim, à medida que fui vendo que tem gente que ama ela.

Vejam:

terça-feira, outubro 06, 2015

Luís Capucho - Poema Maldito (2014)

 É como seu eu fosse uma folha ao vento no galho da árvore e
que na hora do show a folha que sou, tivesse sido despencada da árvore ou,
senão, a pétala tivesse sido despetalada da flor da árvore, leit@r, aí, é por
isso, por causa de ser parecido com isso, que se tem a sensação de estar em
queda, abismo abaixo, a árvore ou a flor que nos dava segurança, abandonadas, e
a gente sozinho – pétala, folha - ali no espaço e tudo e o aprendizado está em
conseguir, curtindo a música que tou apresentando, navegar no vento sendo a
folha caindo, sendo a folha ou pétala voando ao vento, sem a árvore e sem a
flor, incompleto e sozinho de verdade, ta ligado, boníssimo leit@r?




É só uma sensação e isso, eu sei, é porque sou tímido e tudo,
mas quem não vai gostar de voar, de ser a folha caindo, a flor se despetalando,
a pétala caindo da flor, a folha caindo da árvore, e de ter um vento, que é
assim um espírito, uma alma, um ser que é suavíssimo, embalando você?
É isso que a gente vai aprendendo com os shows e foi isso o que
eu senti, e que tentei dizer e o Felipe registrou o que eu falei, logo depois
que gravamos La nave va(luís capucho/manuel gomes), a primeira música do nosso Poema
Maldito:

sexta-feira, outubro 02, 2015

maluca

O Lua Singela é o meu primeiro disco produzido por Paulo
Baiano e lançado pela Astronauta discos. Os amigos vieram com os instrumentos
para completar as estradas que o Baiano construiu pra passar as melodias.
Então, no meio do assunto veio uma questão, porque o Baiano teve a idéia de que
eu gravasse a Maluca. Eu não queria, porque eu achava que a versão legal, era a
do disco “Antigo”, de onde Cassia Eller tirou a versão dela para o “Com você me
mundo ficaria completo”.
Mas, leit@r, quando ficou pronto, achei bem legal.


Vejam:

quinta-feira, outubro 01, 2015

Eu vi umas imagens que o Rafael digitalizou pra o nosso filme Peixe, em que não reconheci mamãe. Fiquei imaginando quem era aquela mulher que eu achei tão linda e diferente que estava se fazendo passar por mamãe. Eu tava achando ela linda e maluca como é mamãe, porque ela dizia que não morri e tudo.
Também eu estava irreconhecível e louco, nessas imagens em que mamãe aparece. Eu dizia que não iria falar nada e que tirassem a câmera de mim. Eu sempre achei que eu não tivesse autoridade alguma pra mandar em ninguém, mas naquelas imagens eu ordenei que parassem de me filmar.
Então, quando apareci no colo de mamãe que me acarinhava os cabelos, eu vi que éramos nós dois e, aí, leit@r, fiquei muito emocionado.
Fui.

O Poema Maldito é o disco em que tenho estado mais à vontade.
Eu sempre fico muito tenso, quando vejo os artistas falando de seus trabalhos, especialmente, os atores, que têm uma desenvoltura enorme pra falar, aí, eu fico tenso, olhando pra eles na televisão, nas entrevistas, e vendo como são inteligentes e tudo.
O que quero dizer é que é preciso estar à vontade no trabalho e, porque eu sou um pouco travado, enrustido, por vezes, ensimesmado, tenho um pouco de dificuldade de fazer esse ajuste, de atarrachar direito essa porca, pra estrutura não tremer, ficar firme, inteligente, assim, tudo solto, sem ranso colocando sombra, ta ligado?
Eu sei que rola um “euísmo” nesse negócio de ser artista, a gente fica com a gente mesmo por muito tempo, vai ficando meio pirado, vai se enrolando nas próprias voltas e, aí, tem artista que manda você se fuder, porque o “euísmo” deles chega ao extremo, o bom leit@r sabe, mas eu digo como “Deixa” aquela letra que cantei no disco do Rogério Skylab:


https://youtu.be/75HNZeTNK7M?t=9m37s