Ontem, fiquei junto ao Pedro organizando a sessão “Imprensa”
do site que o maravilhoso e encantado Rafael Saar fez pra mim. A gente não
conseguiu atualizar totalmente, ficaram algumas poucas coisas pra serem
colocadas no final da semana que vem. E a gente ficou emocionado com a estória
se fazendo assim, numa envergadura artística, o leitor entende, uma envergadura
que é maior que a envergadura de meu corpo cotidiano e tudo.
Isso é um lance de que eu gosto muito, eu sempre disse isso,
que eu adoro. Ver que meu trabalho – de novo, tenho de falar em trabalho – vai
ficando um bolo maior, na lembrança do ditado que mamãe, maravilhosa e
encantada, gostava de repetir: o diabo só caga em monte grande!
Então, o meu monte vai se preparando cada vez mais como um
lugar bacana pra o diabo fazer suas necessidades he he he!
E a primeira vez que fui citado num jornal, foi quando, numa
matéria sobre o Retropicalismo de Mathilda Kóvak, na folha de São Paulo, fui
comparado ao Jean Genet da MPB.
Depois, no Globo aqui do Rio, numa matéria de capa, do ACM, fui
alçado à poeta maldito, isso em 97, e eu apareci de boné na foto, porque os
remédios tinham caído com meu cabelo um pouco...rs.
Aí, começaram a vir os livros, os discos e vez ou outra, um
outro estado, uma capital, ía me descobrindo. Tudo documentado nas matérias e
tal. A gente ficou acompanhando, enquanto recolocava as postagens de Rafael no
site...
Dentro disso, faz pouco, fiz umas apresentações, voz e
vioão, de minhas músicas, no Bar Semente, em que as intitulei ‘Ocupa Capucho’.
E na minha explicação para a ocupação, eu me via dizendo de meu sentimento de
que isso não era suficiente e tudo. No show do Loki Bicho, em SP, eu também
dizia de um outro jeito, do meu sentimento de insuficiência das coisas, sob a
forma de eu ser um cara travado. Eu sempre sinto isso, que eu tou travado. Porque
eu sinto que eu poderia pegar o fio da meada de tantos lugares, que fico na
indecisão, inseguro, se o lugar que eu pegar, vai dar certo, se vou conseguir
linearizar a partir dele, ta ligado, leitor?
No fim, se eu não me estresso com isso, dá tudo certo e tudo
flui. Mas eu estresso. Por isso que adoro aquela gíria que desceu do morro,
acho que dos centros evangèlicos: Ta amarrado! Que é um lance que eu sinto
desde a época adolescente, no Buraco, onde a gente se encontrava.
Então, eu adorei, ter cantado logo no ínicio, depois de
pegar o bastão com o Gustavo Galo, na Lua Singela, ter cantado a ‘Soltando o
dia preso’, minha parceria com o Renato França, que como eu já disse, é uma
letra adolescente que dei pro Giba e que há pouco ele me mandou escaneada e
fizemos a música. Porque, depois de cantá-la no loki, eu ía dizendo da minha
impressão de travado, ao mesmo tempo em que as músicas íam soltando tudo,
leitor.
O post ta ficando grande, e você sabe, melhor, não.
Vejam o que a gente ta aprontando: