Eu sempre acho que há uma coisa mais acertada, mais real,
verdadeira e tal, mas a gente vai sendo jogado daqui pra lá, de lá pra cá, e
não tem muita noção do que acontece e como curto vir aqui escrever, para isso, pra
pensar, pra tentar saber, a gente tem de parar um pouco, se perder um pouco da
situação e tudo.
Hoje, enquanto preparava o meu desjejum me veio à cabeça a
ideia de que, se não tenho nada, se sou um pobre coitado, abobalhado e fraco, é
porque meus antepassados não construíram nada que me deixassem, pra que eu
pudesse ter já de partida um trampolim bem alto. Logo depois, pensei que não
era isso, porque esse pensamento é apenas um dos que separei de outros, aos
montes, que eu poderia ter pensado como verdadeiros. Porque se eu modifico o
meu ponto de vista, não serei mais um pobre coitado, abobalhado e fraco, e meus
antepassados terão me deixado uma riqueza tão grande, mas tão grande, que eu
nem consigo supor, porque não vejo, dentro da escuridão de meu corpo quente.
Aí, eu mesmo penso comigo: mas se eu não vejo, não há... e
sempre acho que esses meus textos diários do Blog Azul são, a cada dia, o
começo de uma nova ou mesma estória que interrompo.
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