terça-feira, agosto 14, 2018


Eu gosto muito de ver os videozinhos que Pedro faz de minhas apresentações. Dois amigos já se surpreenderam ao saber desse meu gosto. É que eu tenho um lance com a ordem das coisas. Por causa disso, eu não subo todos eles no youtube. E mesmo que eu tenha um lance com a ordem das coisas, o meu canal ainda é muito o caos.
Hoje, estava vendo um desses vídeos que ele, o Pedro, fez da primeira vez que fizemos o Ave Nada na Casa Sapucaia, em Santa Teresa e fiquei emocionado. Não subi no youtube na época, porque fiquei na dúvida e, agora, que iremos repetir, acho que ainda vamos melhorar, acho que conseguiremos mais ordem, não sei.
É que eu aprendo sobre fazer as apresentações, se as olho de fora, nos vídeos. E, embora não seja a ordem, propriamente, o que tenha me causado emoção ao rever o que fizemos da primeira vez, no Ave Nada,  porque eu nem sabia de sua existência naquela vez, foi ter descoberto que ela havia, o que me deixou marejado os olhos e, depois, comecei a fungar, no nariz.
A cena é o Paulo Barbeto lendo o dia 25 de julho de 2000, do Diário da Piscina, enquanto Felipe enrola um cigarro de fumo de rolo e eu espanco o acorde de Ave Nada ( Vitor Wutzki/luís capucho). Esse é um dos primeiros dias do Diário e é onde eu conto que Marcelina tinha me explicado que nadar, com o tempo de prática, seria como se eu tivesse caminhando e devaneando o pensamento em qualquer coisa. E, aí, digo outra vez, que isso é como voar. Então, a ordem não está apenas em nadar, andar, voar. Mas, sei lá, achei que todo o resto da cena se ordenou com isso, no caos, no centro, na coisa, no Ave, no Nada.
 E me emocionei. Sou muito grato.

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