Tem umas formigas que moram
dentro de meu teclado. Elas são mínimas, muito pequenas mesmo, e com meu olho
de toxoplasmose eu vejo que elas têm uma penugem, são formiguinhas mínimas e
cabeludas, como caranguejeiras.
O meu teclado está comigo há
pouco e elas já moram nele. Também tinham ninho no meu antigo teclado, porque
Pedro abriu pra consertar e elas estavam lá.
Sei porque elas moram no meu
teclado. É que sempre tem uma xícara de café aqui em frente a ele. Isso é
perfeito pra elas. Ficam próximas à comida. Quando deixo uma xícara de café
vazia aqui, mas borrada com uma lâmina só de líquido no fundo, depois, elas
dominam a xícara, pra comer e beber o pouco de doce que fica na louça, no
restinho do café.
Aqui, no vale onde moro, também
os cupins se encavernam nas coisas da casa. Esses bichos miúdos, que vivem em
colônia, a gente não pode saber ao certo, mas devem estar muito atentos à
gente, tipo, nos vigiar os passos, os costumes, o jeito na vida, pra que saibam
exatamente em qual lugar da casa vão se concentrar pra criar suas cidades
cavernosas.
Também, vêm abelhas atraídas pelo
restinho de café nas minhas xícaras. E elas são meio bobas, porque eu já sei
que terei de salvá-las, já sei que vão se lambuzar de café e lambuzadas não
conseguirão sair do fundo da lama de café que fica na xícara. Eu pego uma
caneta e as tiro, pra que elas se sequem na mesa e tomem rumo.
Também sou bobo. Pra mim, as
abelhas que vêm aqui, são fadas!
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