quinta-feira, agosto 16, 2018


Tem umas formigas que moram dentro de meu teclado. Elas são mínimas, muito pequenas mesmo, e com meu olho de toxoplasmose eu vejo que elas têm uma penugem, são formiguinhas mínimas e cabeludas, como caranguejeiras.
O meu teclado está comigo há pouco e elas já moram nele. Também tinham ninho no meu antigo teclado, porque Pedro abriu pra consertar e elas estavam lá.
Sei porque elas moram no meu teclado. É que sempre tem uma xícara de café aqui em frente a ele. Isso é perfeito pra elas. Ficam próximas à comida. Quando deixo uma xícara de café vazia aqui, mas borrada com uma lâmina só de líquido no fundo, depois, elas dominam a xícara, pra comer e beber o pouco de doce que fica na louça, no restinho do café.
Aqui, no vale onde moro, também os cupins se encavernam nas coisas da casa. Esses bichos miúdos, que vivem em colônia, a gente não pode saber ao certo, mas devem estar muito atentos à gente, tipo, nos vigiar os passos, os costumes, o jeito na vida, pra que saibam exatamente em qual lugar da casa vão se concentrar pra criar suas cidades cavernosas.
Também, vêm abelhas atraídas pelo restinho de café nas minhas xícaras. E elas são meio bobas, porque eu já sei que terei de salvá-las, já sei que vão se lambuzar de café e lambuzadas não conseguirão sair do fundo da lama de café que fica na xícara. Eu pego uma caneta e as tiro, pra que elas se sequem na mesa e tomem rumo.
Também sou bobo. Pra mim, as abelhas que vêm aqui, são fadas!

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