segunda-feira, abril 30, 2018


Continuando a postagem de ontem, sobre a apresentação das músicas na casa do Paulo, As Vizinhas de Trás – o deus das coisas simples (a despeito de minha tentativa de explicar onde estávamos suspensamente localizados) foi sobre o que estávamos literalmente suspensos. Eu vejo isso na foto que Pedro fez delas, ladeadas pelo azul do tótem, que é o centro de nosso barco, mas que ali na arrumação, ficou meio na beira dele. O centro é a beira. Mas, dentro do show, eu não poderia ver. E não pude me situar.
Depois, na volta pra casa, surgiu o assunto da suspensão dos automóveis, um assunto da mecânica deles - A mecânica (em grego Μηχανική, em latim: mechanìca, ou arte de construir uma máquina) é o ramo da fisica que compreende o estudo e análise do movimento e repouso dos corpos, e sua evolução no tempo, seus deslocamentos, sob a ação de forças, e seus efeitos subsequentes sobre seu ambiente – e era isso que, pretensiosamente, eu queria falar, da mecânica dos shows De Casa em Casa, que é o barco que estamos a navegar, assim, de seu percurso afetuoso pelas salas dos amigos. Mas, aí, eu não soube ser objetivo ali, em meio à emoção das músicas, nas suas marolas e ondas vivas. Nesses assuntos, eu nunca soube ser.
Daí, sua melhor situação é a foto que Pedro fez.
Vejam:



domingo, abril 29, 2018

A Música do Sábado com Diário da Piscina por Paulo Barbeto.

Ontem, antes ou depois do De Casa
em Casa no Paulo, o Felipe disse, meio uma pergunta, meio afirmando, que ontem
seria o nosso último De Casa em Casa. Eu confirmei e deixou de ser uma pergunta
naquela hora. E eu me lembro de ter dito pra os-as meninas-os da Cabeça de
Porco, antes de eu começar a mostrar as músicas, da dificuldade que era
localizar aquele momento nosso ali, porque ele descendia de muitas situações e
isso, me fazia ficar na dúvida, inseguro, de como explicar ele. E eu queria
explicá-lo, sei lá, que era pra ter a sensação de que a gente se suspendia de
algum lugar, quer dizer, mesmo suspensos e vagando, a gente tava iluminando um
lugar, que é uma palavra que tem aparecido muito, desde que Vitor Wutzki trouxe
ela pra aqui, pro apezinho, de onde estou falando, se liga.
Então, a verdade é que, ontem,
não foi a última vez. Porque ainda temos dois choros pela frente. Um deles com
Vitor, em SP. E outro com o Fernando, em Itaipava. Mas é que esse é um momento
de dúvida, porque de todas as situações que ele decende, não sabemos qual delas
é a mais potente e qual vai prevalecer.
O Simon, que nos deu a alegria de
estar nos dois últimos De Casa em Casa, junto a outra alegria de tocar pra o
pessoal da Cabeça de Porco, disse numa hora, uma coisa sobre política do desejo
– e somente ele saberia falar disso melhor – mas de qualquer modo, considerando
o que ele falaria, não estamos localizados num final e  não é o último.
E escolhi A Música do Sábado
(Kali c/luís capucho) para subir no meu canal, porque no finalzinho dela, pedi
a Paulo Barbeto que lesse um dia do Diário da Piscina (É editora/2017). E
fiquei emocionado com isso, olhando agora. Quero guardar.


Vejam:

sábado, abril 28, 2018

 Sábado passado, depois que apresentamos as músicas em sua sala, a Kai me deu duas rosinhas brancas pra colocar na minha camisa de fazer shows. Disse que simbolizavam ela e a Pavão. Também para o De Casa em Casa hoje, nesse sábado, no Paulo, na Lapa do Rio, aprontei para o nosso barco a carranca As Vizinhas de Trás – o deus das coisas simples.
Vejam:

sexta-feira, abril 27, 2018

a música do sábado - luís capucho

Estamos chegando ao fim com os De Casa em Casa.
Desde o primeiro deles, em janeiro desse ano, que têm sido
muito especiais cada uma das salas dos amigos que visitamos. E que deixou o seu encanto, muito íntimo deles e particular na gente. No meio do caminho – eu já nem me lebro direito quando e parece que sempre foi, é assim - entrou para o nosso triste a gaiato navio das apresentações, o Felipe Abou, com sua bateria
mirim, vermelha.
Para o De Casa em Casa, amanhã, no apezinho do Paulo,
estaremos apenas eu e ele. Mas nos juntaremos ao Vitor Wutzki outra vez, dia 19, em SP, na Mostra Todos os Gêneros, do Itau Cultural, na Avenida Paulista. E no dia 26, o choro final, no 5.4 do Maurício. E, aí, é festa em Itaipava, quando nos ajeitaremos, eu e Fernando.
Ontem, ensaiamos aqui em casa “A Música do Sábado (kali
c/luís capucho)”. E pedi a Gabrielle que filmasse a gente no celular para mostrar. Porque ela vai estar no livro do Ramon Nunes Mello, a ser lançado em maio.
Vejam:
"Tente entender o que tento dizer: poesia / hiv
aids"
textos críticos de Alexandre Nunes de Souza, Eduardo Jardim e Denilson Lopes
imagem de capa de Leonilson, "34 com scars"
projeto gráfico e capa de Omar Salomão
editoras: Ana Cecilia Impellizieri Martins e Maria de Andrade

"Uma coletânea de poemas em torno do tema hiv/aids não deixa de ser uma radiografia da trajetória do vírus e suas repercussões no corpo, na sociedade e na própria poesia, desde os anos 1980, momento que marcou a explosão da epidemia, até as experiências da chamada “era pós-coquetel”. Os noventa e seis poetas reunidos na edição – organizada por Ramon Nunes Mello, com título
emprestado de uma crônica de Caio Fernando Abreu – rompem o silêncio a que essas siglas  ficaram confinadas pelo estigma, medo e preconceito, criando um novo imaginário e provocando novas expressões e reflexões sobre o vírus e a linguagem."

Vejam:

quinta-feira, abril 26, 2018


Aqui, quieto comigo mesmo, os De Casa em Casa encurvando para o final e abrindo caminho para outras coisas de que a gente não sabe ainda, o apezinho ainda de janelas fechadas, “As Vizinhas de Trás – o deus das coisas simples” pronta, para ser a carranca do nosso navio no apezinho do Paulo, sábado, agora, na Lapa, onde eu e Felipe Abou aportaremos com nossos apetrechos de música, enquanto o passarinho engaiolado do apartamento-térreo canta o hino do Flamengo, vou compondo esse parágrafo pra te avisar, pra você ir, pra você passar lá.... porque você não passa lá, por que você não passa lá? Você sabe onde ele mora, vou te dar o endereço, que é pra você passar lá!

ABR28

De Casa em Casa no Paulo


  • Sábado às 20:00 – 21:00
    Daqui a 2 dias
  • Rua dos Inválidos, 185, apto. 312, edifício Rio Assú, Lapa // Telefones: 97142-7193, 3923-5492

quarta-feira, abril 25, 2018

Lua Singela - luís capucho

Desde que o Cinema Orly foi publicado, em 1999, pela Ficções de Interludio, que eu sinto as maravilhas acontecerem pra mim. Então, depois disso, eu me pego pensando em qual maravilha virá, agora? Eu tou dizendo assim, mas eu sei que as maravilhas são resultado de uma vibração coletiva, uma energia em que neguinho vai chafurdando, eu também, junto, e, de repente, aparece o resultado disso que é uma maravilha pra mim.
Quando o Cinema Orly foi fechado e estivemos lá para filmar o Peixe - do Rafael Saar -, eu tive uma crise de choro de que eu não conseguia sair. Ver o cinema ali, aceso, apodrecendo sem ninguém, me deixou muito emocionado. Fiquei um tempo dentro daquilo, chorando, e foi uma coisa boa, no final. Nesse dia, conhecemos a Caroline Valansi, que foi quem tinha nos aberto o cinema em decomposição pra gente fazer o filme. E ela nos contou que tinha uma coisa muito forte ali dentro, ele tava vazio ali, mas a vibração existia, o assombro tava lá, a maravilha.
Depois do Diário da Piscina(É editora/2017), a maravilha foi os De Casa em Casa. Fizemos o primeiro no Sirineu Ciro, depois Claudia MaiaMárcio Caminha, Babel - Gilberto de AbreuLeonardo RiveraEraldo Brandão, Casa 46 – Madame Liza – Eduardo Nahum Ochs, Audio Rebel, Alexandre PortoBruno CosentinoKai Lani e, agora, que Vitor Wutzki precisou de um hiato, vamos chegando ao fim. Faremos um último no Paulo Barbeto, apenas eu e a bateria-mirim do Felipe Abou Mourad.
Cada um dos nomes que eu citei aqui, incluindo os músicos e Pedro Paz, abre para um coletivo inesquecível de pessoas que foram nos assitir em cada sala, varanda e quintal. E isso tudo é muito foda. Não tenho como agradecer. Eu nunca tenho como agradecer, porque é de minha natureza mais pedir do que dar. Também não vou chorar, porque essa maravilha, diferente do Cinema Orly, ela é real pra caramba, como vocês podem ver, a gente tocando Lua Singela no De Casa em Casa na Kai Lani. E o cinema, vocês sabem, é fantasia.
Também porque teremos dois choros finais: um dia 19 de maio, em SP, na Mostra Todos os Gêneros, do Itau Cultural. E depois, apenas eu com a sanfona do Fernando Bastos Trigo de Negreiros, em Itaipava, dia 26, no níver do Maurício Kiffer.


sábado, abril 21, 2018


Eu escrevia cartas pra o Edil no final dos anos 80 e começo dos anos 90. Também escrevia essas cartas pra o Ciro, pra o Sacramento, para a Claudia. Comecei com as cartas, logo que me alfabetizei, aos sete anos. Mamãe me ditava o que ela precisava dizer para o José Maria e, depois, colocava no correio.
Suas cartas, que ela me ditava, eram curtas, eu me lembro. E em primeiro lugar falavam de saudade. Diziam que desde que ela o vira pela última vez, que... e, aí, eu escrevia como escutava, em maiúscula: Deus que te vi pela última vez, que...
O Edil por três De Casa em Casa, leu essas cartas que lhe mandei na juventude. Eu fiquei com um pouco de vergonha, achando uma bobagem todo aquele meu assunto que eu criava nas cartas, ocos, só pelo prazer de escrever e, então, perder um pouco de minha tristeza jovem. Mas o Edil disse que eram cartas de poeta e leu de um modo muito emocionado, bonito, porque ele é um poeta e leu poeticamente e chorou, porque não há um outro modo de um poeta ler uma carta. Então, todos os amigos que escutaram a leitura, acharam minhas cartas muito bonitas. Eu que não consigo fazer ideia do que elas sejam, também, com eles, as achei bonitas, assim.
Estou dizendo isso, porque ele me deixou todas as cartas que lhe escrevi e nesta semana, li algumas. Uma delas, a que achei mais legal, falava de bolinhos que mamãe fazia e comíamos na cozinha, fritos na hora. Esse era o único assunto da carta e eu dizia de meu desejo de que comer aqueles bolinhos, fosse como aquela lembrança que eu tinha, de olhar para as rolinhas ciscando a palha de arroz, quando eu não era nem mesmo um menino ainda, era um bebê, e o sol era um sol branco, azul e dourado, inclinado sobre elas, as rolinhas.
Só, que o desejo não se realizou, não fosse a carta. As rolinhas estão até hoje pastando sob o sol branco, azul e dourado. Os bolinhos só estão na carta.

quinta-feira, abril 19, 2018

Inferno - luís capucho

Como eu disse aqui para meus silenciosos leitores, o showzin
na Kai Lani, no Choveu!, no sábado, seria apenas eu e Felipe Abou na sua
bateria-mirim. Mas para nossa alegria, Vitor Wutzki adiou sua passagem para
Campinas, e seremos os três, outra vez.
As nossas apresentações nos De Casa em Casa têm sido uma
maravilha pra gente que participa, pra mim, e têm deixado boas lembranças em
nós todos, das salas modificadas pelo nosso barco.
É certo que as lembranças são um lance subjetivo e que pode
haver de elas serem mais gostosas em nossa alma, do que foram gostosas na hora
em que estavam concretamente rolando nas casas dos amigos. E isso é pouco
importante.
Pedro registra o que a gente depois mistura de real e
fantasia, no seu celular. Eu amo esse que ele fez da Varanda do Alexandre.
Venham todos! É na Tijuca, é na Kai, é na Choveu, na Pavão.
É no céu, no vento, na nuvem. Vejam:



quarta-feira, abril 18, 2018

Eu acabo de ver aqui no facebook que o Rafael Saar fez checkin na Alemanha, rumo a esse Festival de cinema. E a Dilúvio Produções me emplacou no adjetivo fabuloso. Eu achei engraçado ficar junto desse adjetivo. Eu acho engraçado que eu me aproxime de qualquer adjetivo. Porque eles são decisivos, mas não decidem nada, porque a verdade é que não têm poder, são agregados, adjacentes e, por isso, ficam por pouco tempo, não esquentam cadeira, volúveis ou volateis que são.
Fora isso, eu peço para os amigos, como eu, focarem coisas boas pro Rafael lá, pro filme, pra tudo ir se desencadeando do jeito mais bonito, porque é isso que acaba valendo no fim. Mesmo que bonito seja também um frágil adjetivo...rs.
 
A boa notícia é o projeto Peixe - Fish selecionado pelo programa Lovers Goes Industry - Work In Progress, do Lovers Film Festival - Torino Lgbtqi Visions na Itália!
O filme é dirigido por Rafael Saar e traz o fabuloso Luís Capucho como protagonista.
Na imagem, still lindo da fotografia de Matheus Rocha.

terça-feira, abril 17, 2018

Mais uma Canção do Sábado e Vai Querer? - luís capucho

A Mais uma Canção do Sábado é uma poesia linda que o
Alexandre fez pra eu musicar. Ela fala de coisas que eu diria andando pela
cidade, como as coisas que eu disse em A Música do Sábado, que Kali C Conchinha
me ajudou a musicar e que abre meu disco Cinema Íris.
No Poema Maldito, a Mais uma Canção do Sábado está apenas na
voz e violão, registrada pelo Felipe Castro. Mas aqui, no De Casa em Casa, no
quintal do Bruno Cosentino, ela está pela segunda vez, além de meu violão e do
baixo do Vitor Wutzki, acompanhada pela bateria butô do Felipe Aboud.
A gente emendou a Mais uma Canção do Sábado com a minha
música Vai Querer? que fiz a partir de um poema da Suely Mesquita e que nos deu
muita alegria, quando o Wado gravou num dos seus discos. Eu contribuí no poema
da Suely, além da melodia, com o título e com o refrão, que eu descolei de uma
música do finado Luiz Melodia e também de minha época de vendedor de picolé,
quando eu gritava pra o infinito, andando pelas ruas do verão de Cachoeiro do
Itapemirim, o Aêêêêh, quem vai querer? Mas o Wado não curtiu, porque não canta
o refrão, no seu A Farsa do Samba Nublado. Também, ela aqui ganhou um coro do
Vitor.


Vejam:

Essa semana o navio De Casa em Casa vai estar sem um de seus marujos, porque o Vitor Wutzki precisa voltar a Campinas. E seremos eu e Felipe Abouna sua bateria-mirim, apenas. Nos juntaremos ao Vitor, outra vez, em maio, porque segundo as previsões que pudemos fazer, as correntes do mar e as posições dos astros no céu sem tamanho, estarão propícias de novo a essa junção, a nossa volta, e outra vez, cada um de nós de dentro de nossas próprias turbulências, pororocaremos juntos, onde o fluxo das coisas e nós, nos levarmos.
Nesse sábado, agora, nosso De Casa em Casa vai estar na Kai Lani, menor, mas não menos vibrante, forte, colorido e benfazejo. E estou muito contente, porque isto é meio um desenrolar para outra coisa de minha participação na peça Cabeça de Porco, dirigida pelo Diêgo Deleon, onde a Kai foi soldado, santa, cafetina, atriz.
Nosso De Casa em Casa vai abrir ou reabrir o Centro Cultural privativo dela e da Pavão – Choveu - e isso agora é um convite pra vocês, os amigos, virem nos ver. Traga seu come, seu bebe e seu fume. Vamos passar o chapéu pra contribuição livre. Kai vai fazer batida num preço camarada.
Venham todos!


domingo, abril 15, 2018

Ontem, o celular do Pedro tirou essa foto da gente, depois de uma tarde de sábado no estúdio do Martin, pra fazer um disco meu. Isso é uma coisa que vem de desdobrando dentro dela mesma e, ao mesmo tempo, vem se desdobrando em outras coisas, de modo que o disco que se pensou no início, vai ser outro e, antes disso, bem no início mesmo, como acontece nas células embrionárias, que pegam dois caminhos, duas direções, já havia acontecido de, desse mesmo tronco, ter se desdobrado também o disco Crocodilo, geminado a esse disco da foto, o Homens Machucados.
Eu tava dizendo para o Vitor, ante-ontem, enquanto caminhávamos para um dos ensaios, dizendo nas palavras de ante-ontem, mas agora em outras, que eu estava atento a esses desdobramentos e que eu os sentia a minha revelia e também, não. Isso, porque somos muitos. Nessa foto somos da esquerda pra direita e depois voltando por cima: Milosz, Bruno, Vitor, Hudson, Felippe, Pedro, eu, Mari e Martin.
Vejam:

sábado, abril 14, 2018


Desde que começamos os shows De Casa em Casa, a cada um deles, tem feito parte do cenário, além do tótem, que é um lance que vai revezando, modificando, sendo outras coisas e, hoje, tenho sentido ele como um mastro de navio – e isso faz sentido com o que descobrimos no programa Escuta, do Rafael Julião - https://www.youtube.com/watch?v=_mf1plY6_zg - quando relacionamos todas as faixas do meu Poema Maldito, com sua capa e também com sua primeira música “La Nave Va”, uma parceria minha com o finado Manoel Gomes. E, então, desde que começamos os De Casa em Casa, que é esse navio de porto em porto amigo, que temos, além de seus mastros, o tótem e o liquidificador que ganhamos, uma As Vizinhas de Trás, como carranca para nosso barco. Cada um dos amigos foi visitado com uma carranca diferente. E, ontem, terminei de fazer a carranca que usaremos no apê da kai Lani : As Vizinhas de Trás – A filha de Burger.
Fora isso, nesses últimos De Casa em Casa, seremos apenas eu no violão e Felipe Abou na sua bateria.
Vejam:


sexta-feira, abril 13, 2018


Tenho faltado um pouco aos treinos de natação, às aulas, por conta dos ensaios de musica que tenho feito. E, ontem, porque poderia ir, me planejei e tal. Por toda semana eu estava satisfeito, porque, ontem, eu poderia ir.
E, aí, aconteceu uma coisa incrível, ruim e boa.
Já tem um tempo que tenho pedido na piscina para correr um pouco na água. Porque, fora da água, eu tenho feito pequenas corridas para pegar o ônibus já de saída ou para atravessar a rua, quando tem trânsito. Então, pedi pra treinar na água, pra ir aperfeiçoando essas minhas pequenas corridas.
Só que, ontem, apesar de meu planejamento, me atrasei pra sair, o ônibus tava com defeito no lugar de fazer as digitais e parava longos minutos em cada ponto. Quando saltei, muito atrasado, pensei: vou correr.
E comecei.
Em vinte e dois anos, foi a primeira vez em que me dispus a correr de verdade, não pra atravessar a rua ou para pegar o ônibus.Me postei no lugar em que se posta quando vamos correr e dei o comando, corrida. Só que o corpo, como o de um velho cavalo, apenas trotava, enquanto eu dava o comando de velocidade pela segunda, pela terceira vez, ele apenas trotava. E acontecia, quando eu comndava maior velocidade, que as pernas fraquejavam e doíam, parecendo que eu não conseguiria. Aí, eu insisti e pensei, vou apenas trotar, não vou explodir. E avancei meio quarteirão. Andei um pouco e de novo repeti o trote de pernas bambas e fracas, mais meio quarteirão. O que ando, do ponto de ônibus até a piscina em 15 minutos, fiz em 8, correndo, trotando, meio cambo, mas firme no cambo.
Moral da estória: começando do zero, outra vez.


quinta-feira, abril 12, 2018

eu quero ser sua mãe - luís capucho

O Bruno Cosentino tem uma gravação muito linda de Eu Quero Ser Sua Mãe, no seu disco Corpos São Feitos pra Encaixar e Depois Morrer. E mostramos a música em seu jardim, em nosso último De Casa em Casa, do dia 7 de abril. No dia 20, a gente segue o barco e o porto da vez será o apezinho da Kai Lani, na Tijuca.
Tem umas coisas que vão se ligando, sem que a gente se dê conta de que estão acontecendo naquela direção. Vou explicar: faz tempo, mostrei Eu Quero Ser Sua mãe pra Ju Martins. E depois ela fez uma gravação linda dela em seu disco Heyô. Mas no dia em que lhe mostrei a música, ela me disse ser muito parecida com as músicas do Rogério Skylab. Embora eu não tivesse visto sentido nisso, um tempo depois o Rogério disse que adorava Eu Quero Ser Sua Mãe. E, daí, muitas outras pessoas, por isso, conheceram a música. A verdade é que há muitas ligações entre as coisas de que a gente não se dá conta. Ao mesmo tempo, a existência delas parece bobagem e milagre.
Vejam:

domingo, abril 08, 2018

a masculinidade - luís capucho

Ontem, fizemos o nosso décimo primeiro De Casa em Casa, no
Bruno. O próximo será na Kai Lani e a nossa alegria é sempre grande, esticando
o verão do Vitor, energizados pela bateria mirim do Felipe Abou, emocionados
nas cartas do Edil, filmados no celular do Pedro.


Vejam:

sexta-feira, abril 06, 2018

Víde Retrato #2 - Luís Capucho

Amanhã, faremos o nosso décimo segundo De Casa em Casa, no
quintalzinho do Bruno. E pela segunda vez, estaremos juntos à bateria mirim do
Felipe Abou. Eu vou dizer que é uma política muito feia, essa da justiça
brasileira, que mandou prender o Lula, um político que saiu e que chegou na
gente trabalhadora, porque a gente vê que, como são safados e com cara de
safados os políticos, ele não se safou. O mesmo eu penso de Dona Dilma.
Fora isso, eu conto com vocês pra assistirem a nossa
bandinha amanhã. Já combinamos que o Edil lerá as cartas dos anos 80-90 que
mandei pra ele. São cartas muito juvenis, dramáticas, com laivos de suavidade,
que à distância dos anos que se passaram, são pura bobagem, mas todos que
ouviram disseram haver poesia nelas. E o próprio Edil me disse que a poesia
delas são a despeito do sexo. Por isso são lindas! He he he” <3
Do Bruno eu só ganho presentes.
O último foi esse vídeo-retrato que Ana Rovati fez.
Vejam:


quinta-feira, abril 05, 2018

Víde Retrato #2 - Luís Capucho

Um episódio que me aconteceu na praia de Icaraí, enquanto
fazia hora para nadar e que, depois, contei pra o poeta espanhol Tive Martinez
– na edição ficou parecendo que contei a estória para o próprio louvadeus
sagrado – e que virou Poema Maldito dele, do Tive, depois virou música minha,
depois título de disco produzido pelo Felipe Castro, e que virou retrato,
agora, pela Ana e Bruno.
Agradecido demais por tantas voltas.
Vejam:


quarta-feira, abril 04, 2018

Inferno - luís capucho

À medida que minhas apresentações das músicas vão se
sucedendo – e umas acontecem muito importantes e dentro da situação de cada uma
das pessoas que vão nos assistir - embora haja aquelas pessoas importantes que
nunca pensam em nos assistir e, assim, as músicas não ganham importância alguma
para elas – e, por isso, vou concluindo coisas a seu respeito, a respeito das
apresentações... e primeiro de tudo sou grato demais, desde o início, onde tudo
começou, sou grato, porque tudo veio dar onde estamos agora, o tótem vermelho e
azul do Alan, como o mastro de um navio que tem ido de porto em porto, nas
salas dos amigos, eu, acompanhado de outros marujos-guerreiros, o Pedro, o
Vitor, o Abou.
Nosso navio só tem encontrado alegria por onde passou
liquidificando as vibrações, nóis navio, nóis cortejo, nóis amor. Desde o
primeiro deles, no Ciro. E o último, no Alexandre.


Vejam:

terça-feira, abril 03, 2018


Para abril temos três shows do De Casa em Casa confirmados. O último deles, seremos apenas eu e a bateria do Felipe Abou, porque Vitor já estará se preparando para Portugal, onde ficará por alguns meses.
Como vocês sabem, para nossa última apresentação, minha Camisa de Fazer Show ganhou um retalho de roupa da estrombólica Maria Bethânia. E gostei do modo em que na minha roupa, o também estrombolismo de sua roupa, passa meio batido e tudo.
Para o próximo show, o universo ainda não me encaminhou um enfeite. Mas logo ele despontará pra mim, eu sei. Sobre essa minha roupa, sempre os amigos têm aludido ao trabalho de embalsamamento do Arthur Bispo de Rosário, acho que pela ideia mesmo da roupa e por causa de seu aspecto de pobreza. Mas do que eu mais gostei foi da lembrança do Marcio, de que ela tem o mesmo fundamento das roupas dos cangaceiros de Lampião. Porque funcionavam como um brasão, um escudo, uma armadura, ao mesmo tempo física e espiritual. Uma coisa que blinda a gente.
Vejam:


segunda-feira, abril 02, 2018

O primeiro flyer que Lucía fez para esses nossos shows De Casa em Casa era uma estrada muito longa e deserta que no final levava a mim mesmo. Depois, Vitor atualizou ele colocando-me de janela aberta aqui na sala do apezinho e com As Vizinhas de Trás nas paredes. Agora, para as apresentações de abril, ele me colocou dentro do carro na estrada deserta da Lucía, com um espelho que olha para trás. De verdade olharei muito ainda para esses shows que os amigos estão me dando de presente em suas salas, varandas, terraços e quintal. Que venham muitos mais. Eu preciso aprender. Eu é nóis!