Eu me lembro, na época em que
frequentava escola, ter me envolvido muito prazeirozamente com um trabalho
escolar que relacionava a visão com força. Mais ou menos como cabelos, os olhos,
a força nos cabelos de Sansão, os olhos, algo como força na peruca. Daí, quando
o rei Édipo descobriu ter transado com a mãe, furou o próprio olho, como sinal
de que perdera o controle para a força do destino, algo assim, se sentindo
fraco.
O Rafael Saar, quando chamei pra
dirigir meu primeiro show Poema Maldito, pintou meu olho, um olho só, como o
olho furado do Édipo. Depois, isso ficou incorporado aos shows. Os Felipes que
me acompanharam ou que me acompanham nas músicas, se solidarizam comigo nesse
Édipo. Também, é uma singela homenagem à tradição do Secos & Molhados, em que
Ney Matogrosso foi vocalista. Olho
furado não tem cura, como dizia mamãe.
A Teuda Bara, quando foi mamãe em
uma cena rodada aqui em casa, me garantiu que eu não tinha-teria esse Édipo,
esse tipo que perde um olho pra si mesmo, para o destino. Agora, por último,
tenho pensado muito no sentido da força, que preciso ter, que não vou perder.
Pra suportar a luz de todo dia, cega.
Fora isso, minha uveíte voltou a
baixar minha visão do olho esquerdo. Não sinto dor. Marquei a médica para dia
15/junho.
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