Acho dificílimo falar de mim
mesmo, desse ponto nessa posição e altura do universo em que estou. Imagina,
falar outra coisa é quase impossível pra mim.
Daqui a 7 dias, acaba a primeira
fase do tratamento da uveíte. Depois, serão mais dois anos de bactrim, mas numa
dosagem menor. Tanto remédio assim e não ter como me safar deles, me deixou
triste, preocupado, com a perspectiva de ficar um velho caolho e com os órgão
internos, que metabolizam as drogas, baleados, mais baleados que os de todos os
velhos. Talvez, eu nem chegue a ser velho, velhinho, mas já que cheguei até
aqui, acho que vou um pouco mais, sim.
Na verdade, gostaria de me
abstrair disso, de mim, e prestar atenção n’outras coisas e tudo. Embora eu
saiba que isso aqui, falar, por exemplo, de meu rim possivelmente baleado, seja
uma abstração também. Isso que transformo em palavras, em assunto, aqui no
blog, não sou eu na verdade. Eu mesmo sou um ponto qualquer perdido na cabala
de minha cabeça, na sua mandala. Então, eu tou conduzindo o post, agora, por
esse fio. Mas poderia pegar outro da mesma meada e que tivesse um outro jeito,
outro modo, cor e feitio de abstração, se liga.
Pode ser também, que eu não tenha
ficado mais triste por conta de saber que preciso ficar tomando os remédios,
mas que triste é um efeito deles. E, nesse caso, me refiro a fazer menos cocô
que o habitual, ter dor no estômago, peidar demais e ir ficando mais gordo
também.
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