Estava pensando, ontem, à noite,
sobre o vento que entrou por minha janela. Veio uma corredeira de vento mais
frio e parou. Então, eu me lembrei de um ano novo, talvez, 2016, na Praia de
Icaraí, em que uns quinze minutos antes da virada, veio um vento, agradável no
verão, que pela intensidade dele, dava pra ver que seu corpo tinha a
envergadura de toda a praia. Era um corpo enorme, um bloco enorme de vento que
pegava toda a extensão da praia, talvez, a cidade inteira.
Mas o vento que entrou, ontem,
correndo por minha janela, não parecia estar no vale inteiro. Não tinha na
minha impressão, um corpo grande assim. Eu estava muito atento a seu som, e
percebia seu tamanho por ele. Parecia ser um vento que tivesse nascido no outro
quarteirão, dentro do vale mesmo onde moro, um vento pequeno, que pudesse caber
dentro de outro vento. E que parecia morrer logo aqui, dentro do apezinho.
Fiquei muito atento ao corpo dele e meio com medo, quando ele tilintou uma
garrafa, sem que parecesse ser ele. Depois, ainda sem parecer que fosse ele,
uma lata soou, antes que ele tivesse morrido totalmente.
Isso foi, ontem.
E tinha pensado em fechar a
janela...
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