Faz muito tempo, quando morava em
Papucaia, escrevia muito sobre minhas viagens de ida e volta, para vir estudar,
que eu ainda tava terminando a minha graduação na UFF. E lembro de ter usado
uma palavra pra me referir àqueles cortes nas colinas que as estradas fazem
para passar.
Depois, quis usar de novo essa
palavra e não consegui. Me vinha a imagem dela, sem forma definida, e eu
tentava pronunciar o som, mas o que me vinha não era suficiente. Ela vinha na
boquinha de garrafa e não terminava de sair, não saía.
Isso dela vir pra fora e eu
conseguir usá-la, aconteceu outras vezes, além e depois das vezes que utilizei
ela nos textos que escrevia sobre as viagens NiteróixPapucaia. E, na semana
passada, ela se prendeu outra vez dentro da garrafa, não saiu. Dei uma googada
no sentido, pra ver se ela estava, fui nos dicionários topográficos,
cartográficos e nada.
Quando Pedro apareceu, fui contar pra
ele da minha busca e da minha decepção. Aí, enquanto eu contava, ela veio e
botei pra fora: Talude.
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