domingo, dezembro 30, 2007

Meu amigo de infância Marcos Sacramento foi destacado pela revista Quem, como tendo um papel importante na revitalização da Lapa, bairro essencial para vida cultural carioca, bom lei@r. Veja:


:

sábado, dezembro 29, 2007

Custei muito a dormir, ontem.
Raramente, isso me acontece, porque sou bom de cama, bom leit@r.
Imediatamente, veio-me à cabeça, nesse momento, outros sentidos disso que acabo de lhes dizer e, a verdade é, que para quem curte o meu estilo, eu sou muito, muito, muuuuuuuuuuuuuito bom de cama....he he he!
Então, continuando, sem dormir, eu fui pra uma área que tem nos fundos de minha casa e fiquei olhando a noite sobre os telhados vizinhos, olhando pra os outros prédios com seus apartamentos no escuro. Fiquei lá na área um tempão olhando e concluí muitas coisas.
Concluí muitas coisas, generoso leit@r, entretanto, as minhas atitudes, e isso tenho de lhes dizer francamente, porque além de bom de cama, me caracterizo pela franqueza extrema, franqueza quase burra, bem...franqueza burra...então, minhas atitudes não são, como supostamente meu leit@r espera que eu diga, resultado das conclusões que venho a tirar. Minhas atitudes são assim regidas por outro tipo de pensamento, e não os conclusivos, se é que serão meus pensamentos que me fazem ter as atitudes...he he he.
Bom, o fato é que fiquei pensando e concluindo e isso não me adiantou de nada e eu tou me sentindo uma bosta...rs....he he he!
Alguma entidade que estivesse, a minha espreita, observando, como quem fizesse dever de casa, no momento, estará rindo de mim.
Vai passar...rs.
Que coisa, leit@r!

sexta-feira, dezembro 28, 2007

O morador de rua está a cada dia mais rechaçado dos lugares mais legais e preferidos, na cidade de Nikity. Estão cercando tudo: as praças, os jardins públicos, as marquises dos prédios, tudo, tudo, tudo, bom leit@r... se irão cercar as praias?
- Não sei!
Em meu vale tem um morador de rua.
A vizinhança diz que é uma escolha, que se ele quisesse ter casa, seria só juntar-se aos seus, que moram no morro, com casa, comida e trabalho. Mas esse homem não quer. Prefere viver como o zumbi de minha rua, sempre tonto, olhos esbugalhados e sem força alguma, caído num canto qualquer. Está a cada dia que passa mais combalido. Vejo-o muitas vezes como um defunto, cor de defunto, quase sem respirar, estirado ao sol, na calçada de minha rua, no fundo de meu vale.
Outro dia descobri seu nome: seu Julinho!
- Que coisa!

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Estou hesitante sobre fazer alguma coisa essa semana intermediária entre o Natal e ano Novo que não seja ficar em casa a toa, sempre beirando o sofá, a cama, um copo d’água, um prato de comida, uma sobremesa, janelas abertas, a brisa e o sol, tudo, tevê com o som baixinho, os barulhos do bairro, longe, entrando...
Vou me dar esse presente!
Ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

quarta-feira, dezembro 26, 2007

Sobre a Copa de Literatura

http://copadeliteratura.com


Com o fim da CLB 2007, é hora de começar a pensar na CLB 2008. Verdade, o ano ainda não acabou, mas já temos uma lista bem grandinha de pré-candidatos - e nossos estimados leitores podem nos ajudar a escolher os dezesseis que terão a honra de disputar a segunda edição do torneio.
A enquete, é bom deixar claro, não tem valor científico nem força de lei: a decisão final sobre os concorrentes, como na primeira edição da Copa, será dos jurados. Mas a opinião do público vai ser um fator importante na hora dessa decisão. Cada votante pode escolher até dezesseis candidatos, mas atenção: apenas um voto é permitido por computador, então escolha os seus favoritos e vote em todos de uma vez. E, se algum livro estiver inexplicavelmente ausente da lista, avise-nos.


Que livros devem participar da CLB 2008?


O adorador, de Zeca Fonseca (Guarda-Chuva)
Ai, de Fábio Campana (Travessa dos Editores)
O amor não tem bons sentimentos, de Raimundo Carrero (Iluminuras)
Antonio, de Beatriz Bracher (34)
Babel Babilônia, de Nelson de Oliveira (Callis)
Birka - Terras civilizadas, de Georgia Figueiredo (Escala)
A boneca platinada, de Álvaro Cardoso Gomes (A Girafa)
Cão de cabelo, de Mauro Sta. Cecília (Língua Geral)
Casa entre vértebras, de Wesley Peres (Record)
Contramão, de Henrique Schneider (Bertrand Brasil)
A copista de Kafka, de Wilson Bueno (Planeta)
Corpocorpo, de Marco Antonio Gay (7Letras)
Corrida do membro, de Ubiratan Muarrek (Objetiva)
Dante no inferno, de Rubens Costa (Garamond)
Desamores, de Eduardo Baszczyn (7Letras)
O dia Mastroianni, de João Paulo Cuenca (Agir)
Entre as mulheres, de Rafael Cardoso (Record)
Era no tempo do rei, de Ruy Castro (Alfaguara)
Falta um cão na vida de Kant, de Fernando Reis (Objetiva)
O filho eterno, de Cristovão Tezza (Record)
Fugalaça, de Mayra Dias Gomes (Record)
A guerra dos bastardos, de Ana Paula Maia (Língua Geral)
Os insones, de Tony Bellotto (Companhia das Letras)
Louca por homem, de Claudia Tajes (Agir)
Lugares que não conheço, pessoas que nunca vi, de Cecília Gianetti (Ediouro)
O martelo dos deuses, de Felipe Machado (Artepaubrasil)
Morte no colégio, de Luis Eduardo Matta (Ática)
A muralha de Adriano, de Menalton Braff (Bertrand Brasil)
Música para quando as luzes se apagam, de Ismael Caneppele (Jaboticaba)
Na multidão, de Luiz Alfredo Garcia-Roza (Companhia das Letras)
Odete inventa o mar, de Sônia Machado de Azevedo (Perspectiva)
Olhos baixos, de Maria Helena Nascimento (Guarda-Chuva)
Paisagem com neblina e buldôzeres ao fundo, de Eustáquio Gomes (Geração Editorial)
Pistoleiros também mandam flores, de David Coimbra (L&PM)
Purgatório, de Mario Prata (Planeta)
Rakushisha, de Adriana Lisboa (Rocco)
Rato, de Luís Capucho (Rocco)
Réquiem, de Vera de Sá (Record)
Reviravolta, de Gustavo Bernardo (Rocco)
O roteirista, de Vinícius Pinheiro (Rocco)
Será, de Ivan Hegenberg (Ragnarok)
O sol se põe em São Paulo, de Bernardo Carvalho (Companhia das Letras)
Soldados do papel, de Miklós Palluch e Raul Paulo da Rocha (Ediouro)
Sonho de uma noite de verão, de Adriana Falcão (Objetiva)
Toda terça, de Carola Saavedra (Companhia das Letras)
Triângulo no ponto, de Eros Grau (Nova Fronteira)
Tudo que você não soube, de Fernanda Young (Ediouro)
Virgínia Berlim, de Luiz Biajoni (Os Viralata)
Zig zag, de José Carlos Somoza (Relume Dumará)
A chave de casa, de Tatiana Salem Levy (Record)
O homem dos sonhos, de Tatiana Maciel (Agir)
Nunca seremos felizes, de Jeferson de Andrade (Soler)
Maisquememória, de Marcelo Backes (Record)
Quadrondo, de Domingos Pellegrini (Record)
Olympia, de Fausto Wolff (Leitura)
Operação P-2, de Olivia Maia (Os Viralata)
Longe de Ramiro, de Chico Mattoso (34)
Um rio corre na Lua, de Ruy Espinheira Filho (Leitura)
As rapaduras são eternas, de Carlos Heitor Cony e Anna Lee (Galera Record)

Jurados

André Gazola
Antonio Marcos Pereira
Bruno Garschagen
Doutor Plausível
Eduardo Carvalho
Jefferson Maleski
Jonas Lopes
Leandro Oliveira
Lucas Murtinho
Luiz Biajoni
Marco Polli
Olivia Maia
Rafael Rodrigues
Renata Miloni
Simone Campos

segunda-feira, dezembro 24, 2007

sábado, dezembro 22, 2007

Esse ano, o Natal aqui em casa vai ser um pouco mais animado.
Minha vizinha de janela, a que pinta flores em Gigantismo, virá com o Bob.
O Bob ta de visual novo, aparou todo o pêlo do corpo, só deixando uma cabeleira negra no Crânio. Ontem, minha vizinha de janela, a que pinta flores, trouxe-o aqui pra mamãe ver. Ele estava vestido de Papai Noel, com um gorro vermelho de barras brancas e um vestidinho vermelho... .
Mamãe, então, começou a repetir, com uma voz mais fininha e carinhosa, como se o próprio Bob é quem falasse:
- Eu sou o Papai Noel, vovó! Eu sou o Papai Noel, vovó!
Bob não deu a menor importância para mamãe. Tinha descoberto uma formiga que andava no chão da sala e não tirou os olhos dela. Depois começou a latir pra bichana. Mas ela era tão minúscula que ele não pôde com ela. Ela foi andando pra baixo do sofá indiferente a ele.
Que coisa!
Os vizinhos que moram embaixo de minha vizinha de janela, também, virão para o Natal.
E Teresa vai trazer uma bacalhoada. Faremos um Natal comunitário.
Ta tudo certo!

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Minha vizinha de janela, a que pinta flores, foi comigo, a pé, até ao mercado fazer compras de Natal. Ela andava muito pequeno e rápido e enquanto andávamos conversando, fui fazendo, curioso, perguntas sobre os seus quadros:
- Nossa! Não sei! Você faz perguntas difíceis! – ela respondia, simplesmente. Depois disse:
- Esses meus quadros são de pintura decorativa e fazem parte de um estilo chamado Gigantismo que, agora, é moda. Mas gosto mesmo é de pintar paisagens...



quinta-feira, dezembro 20, 2007

Enigma natalino:

Ontem, estive na rua para comprar alguns cartões de Natal para mamãe.
Na porta da papelaria, ao lado da estante onde estavam expostos os cartões, estava um Papai Noel, mais ou menos do meu tamanho, um Papai Noel mecânico e com a cara de plástico.
Ele estava sob um sino de Natal e de seu interior saía uma música natalina com orquestra e tudo. A seus pés um pequeno cartaz pedia:
Não toque, frágil!
Fiquei olhando para o bichano, muito intrigado, porque ele requebrava ao som da orquestra, bom leit@r. Era incrível, um Papai Noel requebrando na porta da papelaria, ao som das músicas de Natal, como se fosse gente.
Que coisa!

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Continuação da correspondência entre Edil e Arícia:

ARICIA,

ano que vem é o ano do Rato?
O livro do Luís se chama Rato?
E anunciaram hoje que descobriram uma nova raça de rato, gigante!!

Será mais um sinal???

beijos saudosos,
EDIL
Bichos da Indonésia
Expedição encontra rato gigante

terça-feira, dezembro 18, 2007

Em troca de e-mails entre Edil e Arícia:


----- Original Message -----
From:
Aricia Mess
To:
Edil Carvalho
Sent: Monday, December 17, 2007 11:37 PM
Subject: RE:



Vote no Rato!

Afinal, agora entraremos no ano do Rato.

Deve ser um sinal!
bjs e boa sorte, querido.

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Acordei cheio de preguiça.
Pensei em ficar na cama até ao meio-dia, mas os barulhos da manhã me animaram a levantar. Tomei minha xícara imensa de café e mandei uma porrada de e-mails para divulgar a candidatura do Rato à Seleção Brasileira de Literatura.
Pedro virá aqui de noitinha, pois ele e mamãe estão preparando uns presentinhos pras crianças da vizinhança.
Que fofo!

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Aí, genoroso leit@r!
Fiquei muito feliz com a notícia que o Shiraga trouxe: o Rato está candidato à Copa de Literatura Brasileira. E eu tou pedindo a meu bom leit@r que vote no bichano pra que ele possa participar dela e ficar mais conhecido, se liga. Para que ele participe, precisa estar entre os 16 mais votados.
Desde já, agradeço seu voto, bom leit@r:

http://copadeliteratura.com/

obrigado,
luís.
Hoje, iremos ao médico. Nosso tratamento, agora, passou a ser na Fiocruz.
Estamos indo...

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Não pára de chover em Nikity, desde ontem à noitinha. Também pudera, estava fazendo muito calor.
O almoço com o pessoal da piscina foi muito legal, embora tenha ido pouca gente. O pessoal adorou ficar conversando, porque na piscina, enquanto nadamos, não há conversa.

É incrível como as mulheres ficam diferentes fora do ambiente da água.
E é incrível que essa diferença fique apenas por conta dos cabelos que, então, elas usam soltos, brilhantes, coloridos, secos. Seus cabelos transformam as mulheres em seres estranhos, irreconhecíveis, como se nunca as tivéssemos visto antes. Que coisa!

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Muito calor em Nikity City e a cidade toda enfeitada para o Natal.
Ontem, fomos ver um filme sobre Edith Piaf e gostamos bastante.
Hoje, vou almoçar com o pessoal da piscina.
Sob algum ponto de vista que não seja o meu, generoso leit@r, tudo se torna inteligível.
Deixei um scrap pra Drica Novo para ver se ela me ensina a atualizar meu site e, então, que eu possa colocar nele uma janela sobre meu livro Rato, pois que só aparecem lá o Lua Singela e o Cinema Orly.

Espero que ela possa me ajudar.
Eu tinha pedido ao Valentim, mas acabou que os acontecimentos foram rolando e a despeito da boa vontade dele em me auxiliar, nada aconteceu.
Que coisa!
Mudando o assunto, mas sendo o mesmo assunto, às vezes, fico pensando em bolar uma estratégia para seguir com relação a minha vida de artista e devo mesmo fazer isso e não deixar que tudo role ao leo. Eu sei que uma música, um livro, têm força própria e que seguem seu próprio caminho independente de mim e tal. Essas coisas são seres com independência, bom leit@r, e mesmo que eu sinta ciúme ou seja que sentimento for, eles seguem o caminho deles e eu que me foda.
Mesmo assim, gosto de pensar que estarão sempre comigo e que dependem de mim para irem, tão se ligando?
Por isso, preciso parar num canto e tecer meus planos para 2008.
Vivaaaaaaaaaaaaaa!
Vivaaaaaaaaaaaaa!
Vivaaaaaa!

terça-feira, dezembro 11, 2007

Não sei o que aconteceu que minha exclusão do Orkut, não rolou.
Pode ser que ela ainda vá acontecer, mas por enquanto, consigo entrar lá. Apenas, uma vez ou outra, aparece uma janela dizendo não ser possível abrir a página, mas se tento uma segunda vez, abre.
É possível que eu esteja vivenciando aos últimos estertores de minha vida no Orkut, entretanto, não há nisso drama algum, pois logo que eu queira, entrarei outra vez...crio outra conta e terei outra vida...
O motivo porque eu quero sair de lá, é porque eu não quero mais, e isso explica tudo, generoso leit@r. Quero me esconder num canto, como um gato que pensa que vai morrer...deixa quieto.
Ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Eu e Pedro fomos ver, ontem, aqui em Nikity, o espetáculo de Elisa Lucinda, Parem de Falar Mal da Rotina. O teatro estava cheio e, no final, todos aplaudimos de pé. Todos adoramos...
Um senhor que se sentou na fileira de poltronas imediatamente atrás da nossa, ao ouvir Elisa Lucinda cantar, gritou para sua mulher, que estava a seu lado:
- Ela canta chorando?
- Quem? – a mulher perguntou pasma.
- Ela, a Elisa – ele disse apontando.
Fiquei na minha, olhando para Elisa e ri comigo mesmo da observação do senhor mal-humorado. Quando Elisa começou a argumentar sobre o erro de alisarem cabelos crespos, ele, então, gritou muito mais alto:
- CABELO COM HENÈ FEEEEEEEEDE! – silêncio total, a platéia inteira do teatro lotado estava toda dominada por Elisa Lucinda e não entendeu muito bem aquela bola-fora do homem mal-humorado.
Elisa estava muito à vontade, repetia as cenas e pedia mais aplausos. Todos nos divertíamos muito. Uma senhora a nossa frente gritou:
- Elisa, você é maravilhOOOOOOOOOOOOOOOOOOOsa!
No final, esperamos no hall do teatro para falar com ela. E falamos.
Em casa, comemos um sushi do Pedro.
Ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Deverá cair um toró hoje, em Nikity.
Os ratos sumiram, não sei o que houve, que não têm aparecido mais na varanda. Que fiquem onde estão, claro.
Me lembro de ter visto um rato europeu, certa vez, ele atravessando uma rua na beira do Danúbio. Ratos são todos iguais, que coisa!
Valfredo separou dois livros para mim: Reinações de Narizinho e Banquete.
Amanhã, eu e Pedro iremos a Papucaia, onde moram meus ex-alunos e onde morei também.

É que o Paulo tem um projeto de despoluição do Rio Macacu e pediu que fôssemos lá pra tirar fotos do bichano para ele criar uma comunidade no Orkut e, assim ir conscientizando o povo de seu intento, se ligou, leit@r?
É isso aí!

!Que lindooooooooooooooo!



quinta-feira, dezembro 06, 2007

O calorsão abraçou Nikity City.
Agora, dias refrescantes somente em abril, maio...
Adoro as lembranças que me vêm em manhãs abrasantes como as de hoje.
Minha terra, onde nasci, era quente como aqui, que delícia!
Ontem à noite, decidi excluir minha conta do Orkut, mas ela continua lá, não sei até quando. Vou sair, não quero mais. Só me preocupa a possibilidade de não mais conseguir postar aqui no blog azul, porque, agora, é tudo uma coisa só: google, blogspot, orkut, you tube, tudo...
Que coisa!

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Fátima, minha vizinha de janela que pinta flores e de quem já falei algumas vezes aqui para meu bom leitor, deu-me algumas fotos de seus quadros para mostrar. Ela os vende numa feirinha de artesanato que todo sábado é montada no Campo São Bento. Vejam:

E vejam Wado, no youtube, cantando minha música com Suely, Vai Querer?:


Vejam também, a minha versão:





terça-feira, dezembro 04, 2007

Fizemos uma árvore e Natal para colocar na sala.
Pedro é que tinha tido a idéia e ela ficou rolando por nossas cabeças.
Eu já disse para meu bom leit@r que meus vizinhos são flutuantes, que volta e meia um deles vai embora e vem outro no lugar e tal.
Pois, então. Quando uma de nossas vizinhas, daquelas que eram mais antigas, morreu e a família resolveu que iria embora daqui, deixou para mamãe um pé de jasmim, que isolado num pequeno vaso, ficou raquítico, ficou morre não morre e tudo.

Houve ano em que o pobre até deu três florzinhas brancas e quase sem cheiro, bom leit@r.
Esse ano ele secou, mas minha vizinha de janela, a que, já avisei a meu genoroso leit@r, pinta flores, resolveu cuidar das plantas de mamãe e o jasmineiro despontou com algumas folhas.

Então, eu disse pra Pedro:
- Esse pé de jasmim, Pedro...o que acha? – e ele nem pensou muito, não. Decorou o bichano com bolas de Natal, leit@r.

Ficou um mimo!...
Ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!!!

segunda-feira, dezembro 03, 2007


Dois de meus ex-alunos, Paulo e Vivianne, hoje, casados e com dois filhos, vieram me visitar no sábado.

Trouxeram o Airton e o Leonardo e a sobrinha do casal, Vanessa.


Mamãe preparou uma galinha com angu, deliciosa para almoçarmos e Pedro veio e tornou tudo muito mais legal, leit@r.

Saímos todos, depois do almoço, para ir ao MAC. Encontramos esses meninos no caminho e Pedro fotografou. Um deles, o japonesinho, tava também em Paquetá, leit@r, quando fomos comemorar o níver de Pedro.
Eterminamos tudo no shopping.
Pedro tirou muito mais fotos e tem muito mais, mas preciso ir nadar...

sexta-feira, novembro 30, 2007

Vou recomeçar a ler o Dom Casmurro do Machado de Assis, pois comecei a ler faz meses e parei. Eu gostei do ambiente das casas, leit@r. De Botafogo daquele tempo. Parece até que eu reconheço, mas não pode. Botafogo naquele tempo, não pode, pois não fiz ainda sequer 50 anos.
Pow...50 anos...que coisa!

quinta-feira, novembro 29, 2007

Essa noite estive sonhando que estava a escrever meu novo livro e que o escrever era, ao mesmo tempo, ler o que estava escrevendo aquela escritora que tem os cabelos, assim, muito velhos, como se seus cabelos fossem do tempo das esfinges do Egito, aqueles cabelos milenares, leit@r, como são os cabelos das madames de toda Zona Sul, ta ligado? Como é mesmo o nome dela? Ah, lembrei: Ligia Fagundes Teles.
Abaixo, eu e Pedro em Paquetá:




quarta-feira, novembro 28, 2007

Mathilda Kóvak e Suely Mesquita lançam juntas livro na Travessa de Ipanema

Attention, please:

No próximo domingo, dia 02, na Travessa de Ipanema, a caixa de Pandora vai se abrir e, de seu interior, sairá o livro que fará par com "Alice no país da maravilhas", na história da literatura infantil: "A caixa de Pandura." De quebra, um pocket-show de inesquecíveis cinco minutos, com o trio "Enciclopedistas Ciclistas", composto pelas autoras e pelo dono da livraria, Pedro Montagna. Apareçam com ou sem seus petizes! Beijos.

Lewis Carrol (mensagem psicografada)

terça-feira, novembro 27, 2007

Ontem, mamãe disse:
- Os passarinhos estão agitados. Vai chover – e hoje o dia amanheceu fechado.
Fizemos um passeio lindo, eu e Pedro, em comemoração a seu níver. Fomos até a ilha de Paquetá, onde nunca tínhamos ido antes. Para os nossos olhos de turistas, a ilha é quase um sonho com seus pedaços lindos na beira do mar, os pássaros e seus habitantes, como que habitantes da roça, leit@r, sem trânsito de automóveis e os casarões velhos, assim, o ambiente da ilha fazendo a gente ficar em estado de imaginação, ta se ligando, bom leit@r?
Sinistro, aí!

sábado, novembro 24, 2007

Estou muito feliz, porque muito aos pouquinhos e muito devagar, minhas melhores músicas vão aparecendo pro grande público. Só não estou ótimo, porque com a volta dos remédios, meu rim começou a dar sinal de vida, coisa que ele jamais poderia fazer.
Meu rim tinha de trabalhar quietinho, filtrar meu sangue muito bem e em silêncio, submisso, sem que quisesse nenhum reconhecimento por seu trabalho. Tem que trabalhar, pow! Nada de querer aparecer, de ficar me dizendo: olha, eu estou aqui, bebe mais água, tenha mais cuidado e tal.
Agora, vou na casa de meu amor!

É isso!

terça-feira, novembro 20, 2007

A simone é uma amiga que fiz quando estudei na UFF. E quando fui na festa dos UFFssauros eu a reencontrei. Ela foi no meu show e comprou meu disco. Hoje fui surpreendido por um vídeo que ela fez do Algo Assim. Veja, generoso leit@r, que singelo:

Algo Assim

A simone é uma amiga que fiz quando estudei na UFF. E quando fui na festa dos UFFssauros eu a reencontrei. Ela foi no meu show e comprou meu disco. Hoje fui surpreendido por um vídeo que ela fez do Algo Assim. Veja, generoso leit@r, que singelo:

Tem feito dias frescos em Nikity City.
Preciso esvaziar meu computer, que ta muito cheio.
Apareceu um filhotinho de taruíra na parede de meu quarto.
Hoje é feriado de Zumbi, aqui no Estado.
Geraldo me disse que Zumbi é o Tiradentes da raça negra.
Eu achei segregacionista haver um prêmio apenas para artistas brasileiros negros, na televisão. E Celso concordou e falou que é contra a cota de negros pra universidade. Ele falou:
- Então, tinha que haver uma cota para asiáticos ou índios...
Que coisa!

segunda-feira, novembro 19, 2007

Hoje, avisei ao pessoal da piscina sobre o Amor é Sacanagem no Programa do Jô.
A maioria disse que vai assistir. Mas o Paulo disse que não curte o Programa do Jô, porque ele não gosta de gente debochada. Disse que o Jô, mesmo quando entrevista pessoas sérias, é debochado e ele não curte.
Quando eu estava vindo embora, ele ainda disse:
- E olha que ele nem pode debochar tanto, porque ele adora dar aquele bundão dele! – e fui saindo, querendo gargalhar...rs.

sábado, novembro 17, 2007

A Marga deixou um recado em minha comunidade do Orkut, vejam, é sobre minha música que a Clara ta cantando:

Marga
programa do Jô, dia 20 terça-feira
Clara Sandroni no programa do Jô, terça-feira, dia 20 de novembro, cantando "Amor é Sacanagem", música escolhida pelo programa!

quarta-feira, novembro 14, 2007

Nikity City começou a enfeitar-se para as festas de final de ano.
Então, é Natal!
Hoje, Pedro apareceu na piscina, tirou muitas fotos e filmou um pouco.
Agora, à noite, iremos juntos para um festival de curtas promovido por um barzinho daqui. Estou animado para estar, finalmente, na rua, porque aqui dentro de casa ta muito calor.
Vejam a fera:

Luís Capucho

terça-feira, novembro 13, 2007

Minha ex-aluna e, agora, amiga de correspondência, Vivianne, criou no Orkut uma comunidade para mim:

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=41627869

Eu e Pedro fomos ver Pai e Filho, um filme russo que tem uma estética estranha, de sentido truncado.
Eu disse:
- Esse cinema é muito cult.
- Esse filme é um sonho – Pedro concluiu.

segunda-feira, novembro 12, 2007

Quinta-feira vi o melhor show de Marcos Sacramento.
Sentamo-nos, eu e Pedro, na elegante arquibancada, onde se assiste a corrida de cavalos, e ficamos esperando ele entrar à nossa frente. Atrás de onde ele ficaria cantando com os músicos estava a pista de corrida, invisível na noite, e longe, cheios de luz, a concentração dos edifícios da Gávea.
Logo à entrada, um grupo de garçons serviu-nos uma taça de champanhe.
Eu estava tenso, como ficamos tensos ao ver a apresentação de um amigo.
Meu bom leit@r que tenha amigo artista, irá entender sobre a tensão de que falo, assim, ver alguém de nossa intimidade a expor-se pra muita gente e tal.
Ninguém é perfeito e eu estava tenso.
Sacramento chegou com os músicos. Tinha aquele riso sardônico típico dele, quando não há nada engraçado. Não disse nada e começou a cantar.
Fiquei olhando, com olhos críticos de amigo. E tenso.
Então, as peripécias todas que Sacramento sabe fazer na voz, as peripécias todas de corpo que ele se deixa fazer acompanhando os desenhos de sua voz na melodia foram me soltando, eu fui me abrindo, relaxando, fui me sacudindo a alma nos solavancos dos sambas, fui me repicando, me brecando, me gingando, me sambando dentro e aqueles sambas todos tão tristes e, contraditoriamente, tão serelepes, foram me emocionando, me emocionando e eu comecei a chorar na música da Fátima Guedes e, outra vez, naquela música que falava das fichas nervosas.
Nesse momento, na arquibancada aberta para a noite, nas mesas em torno ao palco, ninguém mais conversava entre si. Ficaram todos ligados no Sacramento. Ele tava arrasando, bom leit@r!
Que lindo!
Que coisa!
Senti, quando Eleonora, a meu lado, enxugou sua lágrima.
Pedro estava filmando.
Quando saímos, comemos um X-tudo na praça do Jóquei e pegamos um ônibus de volta pra casa.

quinta-feira, novembro 08, 2007

Outro dia nublado e vontade de fazer nada.
Não tenho mais feito música, mas tenho tocado um pouco de violão.
E tenho tido idéias para um terceiro livro. Ficará bom.
Amanhã, será dia de levar minha mãe ao médico.
À noite, iremos ver Marcos Sacramento cantar, no Jóquei.

Vou nadar...

quarta-feira, novembro 07, 2007

Mais um dia quase chuvoso em Nikity.
Iria ficar na cama até mais tarde, mas um de meus vizinhos colocou o rádio alto e meio dessintonizado em meus pobres ouvidos. Ninguém merece...
Preciso ir no mercadinho em frente a minha casa comprar algo pro almoço.
Vou comprar giló e inhame.

E ovo.

terça-feira, novembro 06, 2007

Estou convocando meu generoso leit@r para que vá no site do Marcos Sacramento e clique no pedido da música Desconsideração para ser tocada na MPBFM:

www.marcossacramento.com.br

segunda-feira, novembro 05, 2007

Está chovendo em Nikity, o que me faz lembrar do implicante do senhor Mavinho, que dizia que meu blog era meteorológico.
Estive, como nunca fiquei antes, por um tempo enorme, diante de meu Word aberto e branquíssimo, sem saber o que dizer a meus generosos leit@res para, no fim, decidir que iria falar, com grande cabimento e sem receio algum, sobre a chuva que agora, deliciosamente, barulha em minha janela.
Essa chuva que barulha branda e que é tão linda, bondoso leit@r, tão linda!
Vivaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
Vivaaaaaaaaaaaaaa!

domingo, novembro 04, 2007

sexta-feira, novembro 02, 2007

Eis o link:

http://br.youtube.com/watch?v=d_1I4C3DBMQ&locale=pt_BR&persist_locale=1
Mathilda escreveu:

"Queridos amigos, admiradores e/ou detratores:

Aqui vai o link para inolvidável e inefável momento de minha retumbante carreira de popstar, que durou exatamente 48 horas. Explico: fui convidada por meu amigo e parceiro, Zeca Baleiro, a participar de seu Baile. Rumei pra SP, no dia 15 último. Aportei no estúdio, para ensaio, com pontualidade britânica. Errei tudo, como de costume, mas o Zeca dizia: "tá muito bom, Mathilda. Tá ótimo." E eu: "sei bem, seu safado, que isto faz parte de um plano sórdido pra demolir minha promissora carreira de estrela da cena pop..." Mas ele jurava que não, que eu estava me saindo muito bem... Rossana, sua empresária e minha amiga também, já havia cantado a pedra de que eu tinha um quê de Lucille Ball, mas não podia supor que realmente iria encarnar Lucy Maguila Guilan, e Zeca, por sua vez, Ricky Ricardo, com tanta fidelidade.

Na terça-feira, dia 16, data de minha estréia triunfal, dirigi-me ao Carioca Club - o que, por si, só podia ser uma sacanagem comigo, né? - e passei som, ainda errando as três canções que iria interpretar: "Fiz esta canção", minha e do Baleiro; "Banho de lua", sucesso de Cely Campello, a quem queríamos homenagear, como a maior roqueira paulistana de todos os tempos, e "Mosca na sopa", que eu inventei que queria cantar, pra honrar a memória de meu antecessor, Raul Seixas, que nascera no mesmo dia 28 de junho em que fui dada à luz, e na mesma hora, mas 15 anos antes. Sentia-me uma predestinada, porque fui de carona até São José dos Campos, com uma amiga, e, em seguida, peguei um táxi até SP, com um, pasmem!, fã de Raulzito, que foi me contando a vida inteira do ídolo e cantarolando suas músicas. Portanto, estava convencida de que Raul me abençoava, eu, que, como ele, sou profeta do Apocalipse. Eis que, no dia 16, como dizia, vou pra casa da Rossana, tomo um banhozinho e volto ao clube, cheirozinha, pra dar a pinta que esperavam. Entretanto, ao entrar na Cardeal Arcoverde, onde o grande acontecimento se daria, me deparo com um engarrafamento às dez horas da noite e guardas desviando o trânsito da rua, que se via às escuras. Pra resumir: um ônibus, ao desviar de um bêbado, batera num poste, acabando com a energia elétrica justo do quarteirão onde eu iria me apresentar. Rossana liga: "Mathilda, o que você fez?" Eu jurei que não tinha nada a ver com aquilo, porque, sim, é verdade, sou capaz de causar desastres, tais como tirar uma rádio do ar, como fiz nos anos 80, ao esbarrar num botão, mas nada assim que pudesse deixar a Eletropaulo de fios desencapados em pé. Persuadi o guarda a me deixar adentrar a rua, sob o argumento de que eu iria cantar com o Zeca. O guarda abriu passagem para o meu táxi. Cheguei ao clube e encontrei o Zeca e os músicos todos, cabisbaixos. O roadie me deu uma sacaneada: "foi você, Mathilda. Foi você." Enfim, só nos restou afogar as mágoas em whisky com redbull. Nossa mãe! Saí dali, quicando, não sem antes querer convencer a tropa a abrir os portões do lugar ao público já ali aglomerado, para fazermos um show acústico a luz de velas, que, argumentei, seria avant garde pura, o primeiro da era do apagão energético... e só ouvi a indefectível sentença: "cala a boca, Mathilda!" Fomos todos, no breu, numa procissão de carros, terminar a noite em Vila Madalena. O show, por sua vez, transferido para a terça seguinte.

Não houve ensaio e eu cheguei pra passagem de som às cinco. Errei tudo, de cabo a rabo. Mas o Zeca tornou a dizer: "tá soando muito bem, Mathilda. Tá bem I love Lucy." E lá fomos nós pro camarim. Tinha, finalmente, um camarim só meu, com meu nome na porta e uma estrela. Achei o máximo! Estava me sentindo a própria Liza Minelli, à época de "Cabaré". E comecei a testar figurinos, regando tudo a algumas latinhas inocentes de cerveja, pois que Rossana já havia me lembrado os efeitos deletérios da combinação diabólica de scotch com testículos bovinos sobre meu organismo vulnerável. Quando finalmente acertei a indumentária, um traje que chamei de pomba gira cyber, faltava apenas uma música pra que eu, at last, fizesse minha rentrée nos palcos da Paulicéia. O Zeca cantou minha música, Mary Shelley, e, enquanto ele descrevia o "monstro" inventado por mim, entrei passando um desdorante debaixo das axilas e fazendo pose de fisioculturista. A platéia rindo. O Zeca olhou pra mim, com aquela cara de quem pergunta:"mas você já entrou?" Posto que o combinado era eu entrar na vinheta "Mathilda, Mathilda...", de Harry Belafonte, que os meninos e ele, tão gentilmente, haviam preparado para meu emocionante irromper . Mas tudo bem. Dancei ao som da vinheta, que emendou com "Fiz esta canção", que vocês podem ver, ao clicar abaixo, no link. Fiz tanta zona no local, que até o Zeca cantou por engano "eu sou a sopa que pousou na sua mosca..." Mas, ainda assim, foi uma noite de glória. Dei autógrafos aos fãs. Posei pra fotos. E ainda fui chamada de gostosa pelos menininhos de vinte anos. Meu ego ejaculou aquela noite, terminada, outrossim, no Genésio, com direito a um encontro breve com a genial Grace Gianukas, que foi chamado, pela Adriana, assessora de imprensa do Zeca, de "quando malucas se encontram..."

Uma fã do Zeca gravou parte deste mico e eu agora confirmo o que sempre suspeitei: nasci para o palco, mas não para cantar. E, sim, para bailar, porque, mesmo desafinando, atravessando, como vocês podem notar, não perdi o rebolado. Divirtam-se, pois, com este momento em que Zeca Baleiro e Mathilda Kóvak puseram Fred Astaire e Ginger Rogers, se não no chinelo, numa pantufinha acolchoada. A star is a bore. A starlet is born! Beijos, meus amores! Vocês são ma-ra-vi-lho-sos, ui!

quinta-feira, novembro 01, 2007

O remédio do coquetel para Aids, que comecei a tomar faz, talvez, dois meses, não tem me dado mais o efeito de “vaquinhas amordaçadas”, cujo episódio, meu bom leit@r há de se lembrar ainda.
E costumo tomar o bichano na hora de dormir.
Mas ante-ontem, por causa do calor que em Nikity City começou a fazer, fiquei na sala vendo televisão com mamãe e com a vizinha de flores na janela e, disso, meu bom leit@r também há de se lembrar, minha vizinha de janela, que pinta flores.
Então, quando deu a hora em que costumo dormir, tomei o remédio, mas fiquei na sala vendo tevê.
Minha mãe e a vizinha mais fofocavam que viam televisão, mas eu estava concentrado no programa, se liga.
Então, de repente, me senti petrificado no sofá. Olhei para mamãe e para a vizinha, olhei para a televisão. Estava tudo normal na sala, a única mudança era eu estar, de repente, sentindo-me petrificado no sofá. Comecei a pensar como eu faria para sair dali sem que elas percebessem meu estado de pedra. Queria me jogar em minha cama e me esquecer nela. Então, disse de supetão:
- Boa noite – e me agarrando pelas paredes vim para meu quarto. E me joguei na cama feito uma pedra gostosa.
Que delícia!

quarta-feira, outubro 31, 2007

Ontem, eu estava almoçando, quando a Ana veio me dizer que tinha um homem no telefone querendo falar comigo. Era o Roberto, de Natal, RN, perguntando se eu tinha o Cinema Orly pra ele.
- Tenho, sim. Posso te mandar pelo correio – e, então, peguei o endereço e dei a minha conta pra ele fazer o depósito.
O Cinema Orly está ficando cada vez mais raro. Até mesmo para mim, está difícil conseguir.
- É. Um dia tinha de acabar – mamãe disse com tristeza.

terça-feira, outubro 30, 2007

Meu quarto, nessa manhã, amanheceu repleto de minúsculas asas de cupins. Fiquei imaginando pra onde terão ido, vivos, os corpozinhos dos cupins sem asas. Pensei em qual dos móveis terão escolhido para o ninho e, futuramente, a destruição.
Que coisa!

segunda-feira, outubro 29, 2007

O meu pote de café puro é com um pouco de açúcar, Bia.
Essa hora da manhã, em que tomo o meu pote de café, é deliciosa em meu quarto.
Discirno essa delícia em meio aos pensamentos que me perturbam, logo que acordei. Dormi muito bem à noite, mas assim que abri os olhos, os pensamentos vieram, como vieram os gritos insistentes dos pardais ao redor da casa.
Não irei explicar, a meu bom leit@r, que pensamentos vieram me tumultuar a manhã e espero que ele seja generoso, assim, como eu próprio necessito ser generoso comigo, e esperemos, com paciência, que todos os pensamentos se acomodem a uma única direção e que os acontecimentos que prometem o dia, ajudem a conglomerá-los num único fluxo para que eu siga tranqüilo.
Que coisa!

sábado, outubro 27, 2007

Vou tomar uma xícara enorme de café puro.
Mamãe está muito irritada.
Está um sábado gostoso, com brisa, sol e céu azul.
A cidade ta linda, linda!
Liguei o ventilador para que mamãe fique na sala, dei-lhe água, liguei a televisão para ela.
Estou tomando meu pote de café.
Vou tomar um banho...

sexta-feira, outubro 26, 2007

Abriu uma tarde linda de sol, fresca.
Ontem, na chuva, fomos assistir ao show de Luciana Pestano, no Saloon, em Botafogo.
Ela me disse que show de roque é assim mesmo, que não ouvimos direito o que dizem as letras das músicas. Senti falta. Sou um ouvinte de música, se liga...
Num momento, Luciana se encheu de perceber que tava todo mundo falando enquanto ela cantava e, então, pediu desculpas, mas ela gostaria de que fizessem silêncio pra ela cantar...fizeram.
Pedro disse que éramos ouvintes mais velhos e que eu, principalmente, tinha cara de crítico. Voltamos para casa falando sobre o show, falando de nossa certeza de que Luciana será uma grande estrela...
Não fui nadar
.

quinta-feira, outubro 25, 2007

Valfredo deu-me de presente o filme Império dos Sentidos.
Ontem vimos, eu e Pedro.
É uma tragédia de amor e sexo em que o princípio do prazer e o princípio de morte estão juntos. Eros e Thanatos no mesmo lugar, tão se ligando? Pulsão de vida e de morte juntas, se liga...
Pedro, com razão, achou nojento.
É uma grande história de amor, onde o desejo dos amantes é levado às últimas conseqüências.
Acordei na madrugada pensando na beleza da aventura daqueles dois japoneses.
Que maravilha!

quarta-feira, outubro 24, 2007

Outro dia de chuva.
Mamãe está tossindo muito e não melhora, apesar dos remédios.
Disse:
- A morte está perto de mim, Luís.
- Não fale assim, mãe – eu disse como quem vai chorar.
- Mas vou deixar você bem...e vou tranqüila. – ela finalizou. Depois, ali mesmo onde estava, na minha frente, tirou toda a roupa e, arrastando-se até à porta do banheiro, entrou para seu banho. Fiquei olhando seu corpo de 80 anos, visto de trás, e, sentindo o mistério da vida, vim blogar.
É isso.

terça-feira, outubro 23, 2007

Dia de chuva e pássaros gritando ao redor da casa.
Mamãe levantou melhor das pernas, está mais animada.
Gritou:
- Luííís, você vai nadaaaar?
- Vooooooooooooouuuu!!!

segunda-feira, outubro 22, 2007

O calor começou a permanecer em Nikity City mesmo nos dias sem sol.
Hoje, o dia está como um homem apaixonado sem ver seu objeto de paixão. Todos queremos que as nuvens que se meteram entre a cidade e o sol vão embora e o céu fique livre outra vez.
O vento trabalha nelas, o próprio sol trabalha nelas, os pensamentos trabalham nelas e, possivelmente, as bichanas cedam até o final do dia e apareçam lua e estrelas pra nós.
E que a visão refresque a noite.
Ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

sábado, outubro 20, 2007

Estou ouvindo o Zé Geraldo num disco que o Valfredo me deu.
Conheci o Zé Geraldo cantando uma música antiga, mas que nunca tinha ouvido antes, chamada Senhorita. Falei pro Valfredo com tanto entusiasmo que ele me deu um disco.
Tou ouvindo...
Saí daquela onda que eu tava ontem.
Luciana Pestano, a Tigra, vai fazer um show no dia 25 de outubro, bom leit@r:

Divulgação do Show de Luciana Pestano

sexta-feira, outubro 19, 2007

Acordei sem vontade para nada, hoje, e fui nadar.
Quando estava a entrar pelo portão, Nice disse:
- Hoje, não tem.
Então, sem entender muito, voltei, dei meia volta e vim andando pela praia, pensativo, embaixo do céu muito cinza e o vento batendo nos edifícios.
E me vieram recordações de minha adolescência, quando o mundo me cercava com suas nuvens, assim, o veludo das nuvens querendo me acariciar com sua maciez, mas me apavorava tanto naquela época e sofria tanto por nada, apenas por estar vivo.
E fiquei andando nesse dia um pouco frio, pensando que, depois de tanto tempo passado, desde que me tornei adolescente, continuo vivo e está tudo bem...
Andei um grande pedaço pela praia antes de pegar o ônibus e quando ele veio e me sentei em sua poltrona, fiquei olhando pela janela e as pessoas andando pelas calçadas me lembravam pessoas de filmes.
Vou reagir!

quinta-feira, outubro 18, 2007

sexta-feira, outubro 12, 2007

Nosso show foi um sucesso!
Os amigos foram e nós fizemos um troço bonito, decolamos.
O Daniel, dono da livraria, disse para repetirmos o show em novembro e ficamos muito animados.
Todos vieram nos parabenizar.
Conheci a Eugênia, que viveu com Cássia Eller.
Ela disse:
- Poxa, que show bacana, no meio de tanta caretice, seu show é um deleite! – então, eu disse que não tive tempo de ser amigo da Cássia Eller e Eugênia falou:
- Vamos ser amigos, então.
- Ta combinado.
Luciana Pestano arrebentou e surpreendeu a todos os meus amigos que não a conheciam. Ficaram todos de queixo caído, literalmente...he he he!
Tiramos fotos, nossos convidados arrebentaram e Kali C., infelizmente, não pode ir, mas Xarlô cantou, lindamente, minha parceria com ela: O Castelo.
Depois, quando Pedro colocar trechos do show no youtube, darei os links.
Vieram velhos amigos de escola, outros velhos amigos de outros lugares, parceiros da música e muita gente que me conhece dos meus livros.
Minha vizinha de janela, que pinta flores, foi com mamãe.
Ela disse:
- Eu esperava que fosse bom, porque te ouço cantar da janela, mas foi muito melhor!
Mathilda Kóvak cantou Auréola conosco e sua vibração é sempre muito gostosa para mim, bom leit@r!
Depois, viemos embora eu e Pedro e fizemos um mexido maravilhoso com as coisas que estavam prontas na geladeira. Que alegria!
Ciro foi, adorou!
Claudia foi.
Fernando filmou.

Eduardo fotografou. Muita gente, Ruth foi...
Pedro se animou. Ele disse:
- Estou aprendendo...ainda serei um excelente produtor, viu?
Ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!


E fotografou:



quarta-feira, outubro 10, 2007

Ontem, fizemos nosso último ensaio.
- O último ensaio nunca é legal – Luciana disse quando terminamos.
Xarlô foi e ensaiou com a gente minha música com Kali C., O Castelo.
Estamos prontos.

segunda-feira, outubro 08, 2007

Estivemos na praia, ontem.
Ficamos quase na beira das pedras do canal que divide Itaipu de Camboinhas. Nos sentamos num quiosque que tinha suas cadeiras adentrando pela areia da praia. Levei uma revista e fiquei lendo.
Então, reconheci um cara que sempre vejo na rua. É um cara muito forte e tava enturmado com outros rapazes muito fortes, todos meio gays, assim, aqueles gays grandalhões e encorpados. Eu disse:
- Pow, não sabia que ele era gay!
- É michê – Pedro falou..
- Michê?
- É. Esses caras são.
Então, foi anoitecendo e as pessoas da praia foram, aos poucos, indo embora. A praia foi ficando vazia e do quiosque ao lado, os caras fortes e grandalhões misturaram-se a outros caras mais pequenos, mas tão fortes quanto e começaram a rebolar, assim, à moda baiana, meio a dança da garrafa, misturada à dança do ventre e nós ficamos olhando e curtindo.
Um casal de namorados saiu da areia e entrou na água, agarrando-se.
Ficamos um tempo curtindo aquela hora bonita, em que a luz sobre o mar está linda, o sol se pondo, as pedras do Rio de Janeiro vistas do outro lado do mar e as bichas evaporando-se ao lado, na areia.
Quando saímos da praia, o dono do quiosque desculpou-se pelas bichas.

- Hein?

domingo, outubro 07, 2007

Nosso show será nessa semana.
Será, com algumas alterações, o mesmo show que eu e Luciana fizemos há um tempo atrás e que levamos, uma vez, para Campinas. Colocaremos as novidades que o tempo trouxe: meu livro novo, músicas novas...
Luciana diz que ficou melhor, concordo.
Além disso, como estamos perto de casa, dessa vez, teremos a participação dos amigos Kali C., Xarlô e Mathilda Kóvak.
Ontem, tivemos nosso melhor ensaio.

sábado, outubro 06, 2007

Minha casa é muito clara, tem muita luz, é uma casa aberta pra o céu, bom leit@r.
Daí, que tem vento e calor, se faz calor. E frio, se frio.
E fica no fundo de um vale.
Por isso, a luz que bate nas telhas e que entra pela porta e janelas, vem do céu e, por tabela, reverberam das colinas que a cercam.
Entre as árvores da montanha, pelos barrancos, barracos de alvenaria, a cada dia, são construídos. E minha rua, abaixo, no vale, é um escoadouro de gente.
Daí, que adoro morar aqui.
Já morei em outras casas sem luz, onde a penumbra, as sombras que se formavam e que se evoluíam por dentro delas, davam a idéia de coisas escondidas, de preciosidades que se malocavam na meia-luz e que poderiam ser surpreendidas a qualquer busca.
Mas nesta minha casa no fundo do vale a luz não deixa que os segredos sedimentem-se pelos cantos. Escoam logo pra rua e todos ficam comentando, sem nenhuma necessidade de busca, de bisbilhote.
Eu é que não ligo.
Eu é que nem sei.
Não me interessa, não importa!

sexta-feira, outubro 05, 2007

Estou com minha sinusite dolorida e meu rim, que sei apenas da existência por causa de minhas aulas ginasiais, está se fazendo sentir. Vou beber água...
Fiz uma entrevista ontem na Fundação Oswaldo Cruz com a intenção de transferir meu tratamento de Aids pr’aquela clínica e ser melhor monitorado.
Segunda-feira saberei a resposta.
Estou com papadas sob meu olho esquerdo e ontem fui dormir 9 da noite. E acordei 9 da manhã. Preciso dormir muito, bom leit@r. A papada melhorou.
Talvez, vá na praia amanhã...

quarta-feira, outubro 03, 2007

Ontem, tivemos um ensaio. Nosso show, finalmente, alçou vôo.
Há um tempo, pensei, sobre coisas que escrevo, que é necessário assumir os defeitos, para que eles fiquem assimilados, por exemplo, na totalidade de um parágrafo e, dessa forma, amalgamados na estrutura do texto, meio que fiquem despercebidos.

Ou mesmo, que fiquem gritando...
Pensei em dizer sobre esses troços criados assim, que têm a estética do defeito. Pensei numa estética, assim, do defeito, e, depois, pensei, que já existem tantas coisas pelo mundo que, é possível, que essa estética, na qual pensei, já faça parte de algum movimento artístico, desses movimentos que sempre surgem de tempos em tempos, assim, sem ninguém programar, surgem, como mato no quintal abandonado.
E o nosso show, finalmente, ontem, decolou.
Sobre minha música, e sobre a forma de cantar a bichana, é mais difícil que eu pense nessa estética, porque música é mais coletivo que parágrafos e exige harmonia, que ele não exige tanto assim, em sua solidão.
Mas, certamente, que me sinto melhor, se não exijo tanto e assumo os defeitos dela. Com os defeitos ela sobrevoa melhor o mato do quintal abandonado e seu vôo é mais perfeito. Plana mais... perigosamente, sacou?
É isso...

sábado, setembro 29, 2007

Ensaio III


Ta frio.
Acordamos por volta do meio-dia e mamãe tava na sala conversando com os jeovás.
É um casal de Jeová que vem, aqui em casa, uma vez por semana catequizar mamãe.
Tomei o meu pote de café puro e daqui a pouco irei almoçar.
À noitinha, faremos outro ensaio do show, eu e Luciana Pestano.
Nosso último ensaio decolou, já disse para meu bom leit@r. Há alguns acertos a serem feitos, por exemplo, quanto à minha imprevisibilidade de ritmo. Isso sempre acontece, quando toco com os amigos. Os incautos, pensam logo que não tenho lógica, que não tenho matemática, que sou egoísta e que não presto atenção nos outros. Mas essa interpretação a meu respeito é de gente sem paciência, é uma visão apressada a meu respeito, pois que sou um cara muito ligado nos que estão comigo e tenho uma lógica muito legal, uma lógica, assim, uma simetria, que é ótima de estar junto, ta se ligando, meu bom leit@r, pois que tudo é apenas uma questão de acerto, comum a tudo que se junta...rs.

quinta-feira, setembro 27, 2007

Sinto-me descansado outra vez.
Como, mais ou menos, já disse, pela manhã, é um momento em que estou forte, potencializado.
Cheguei a pensar, por um tempo, que, assim que recomeçasse com os remédios do coquetel para a Aids, o meu desânimo, que me vem sempre que tenho de sair de frente ao computer, a minha preguiça em fazer as coisas mais práticas do meu cotidiano, iria sumir, pois que os remédios me deixariam mais são, se liga...
Mas ainda não aconteceu assim. Pedro disse:
- Os remédios precisam de um tempo para agir, sei lá...
Então, é isso...
Vou ensaiar!

quarta-feira, setembro 26, 2007

Ensaio II


Hoje o ensaio decolou.
Quase que, como Kali C. sugeriu, sobrevoamos o castelo em forma de dragão.
Demos uma alavancada no bichano, sem querer estamos numa outra fase dele, mais próxima do que será mesmo o show no dia 11 de outubro, nas Casas Casadas, em Laranjeiras, às 19 horas.
Será muito simples o show, basicamente, um show autoral, para mostrarmos nossas músicas quase que em seu esboço, em seu esqueleto ou, assim, eu diria, em seu miolo...rs.
Pedro envolveu-se. Será, assim, como que um produtor.
Iremos começar a pensar num flyer.
Iremos ver se conseguimos documentar. Talvez, role uma documentação daquele pessoal do Canal Brasil, mas,talvez, consigamos uma documentação nossa também.
Ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Frio ainda.
Esse deverá ser o último frio do ano, bom leit@r.
Sonhei com mamãe essa noite. Que entramos numa horta de uns evangélicos para roubar quiabo. Eu carregava mamãe pelos barrancos e nem sentia o seu peso. Mamãe gritava que ia cair e eu dizia autoritário:
- Não cai, não. Deixa...- e saia carregando-a através dos barrancos, fugindo do olhar dos evangélicos. Roubamos uma sacola de quiabo com jiló.
Agora, de manhã, quando contei meu sonho pra mamãe, ela disse:
- Não é um sonho bom, não. Sonhar com terra é doença – mas, tenho quase certeza de que mamãe decifrou o sonho, inventando, que ela curte inventar e, pela manhã, deveria estar de mal-humor...

terça-feira, setembro 25, 2007

Frio.
Sinto-me descansado.
De manhã, é uma hora ótima, porque só começo com os remédios depois que almoço. E o remédio que é foda, o tal Efavirens, tomo somente à noite. E ainda tem o pote de café puro, que bate no estômago feito um bálsamo.
Bem...
É isso aí!

segunda-feira, setembro 24, 2007

Mudou o tempo.
O mar estava cinza e crespo, bonito.
Peguei um pouco de chuva, quando chegava em casa.
O motorista do ônibus disse:
- Se rolar uma tsunami, eu me salvo, pois moro muito longe do mar – e saltei.
Estranhamente, seu comentário veio a se juntar certeiro às minhas últimas preocupações, bom leit@r, não me vaie, por favor, mas tenho pensado, com seriedade, se minha casa será atingida por uma onda gigante, se ela vier.
Nos últimos dias, no ônibus, rumo à piscina ou vindo dela, tenho calculado minuciosamente, o terreno, os declives e aclives das ruas, construções e colinas, entre minha casa e o mar de modo a saber se, acaso, venha a onda gigante, serei atingido.
Quando saltei do ônibus, no meio da chuva, fiz meu o comentário do motorista, pois tinha acabado de concluir que a bichana não chegará até aqui. Morrerá antes, uns dois quilômetros, ao menos.
Ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh
!

domingo, setembro 23, 2007

Ensaio I...


Nosso ensaio avançou um pouco, mas ainda não é a praia ensolarada com pássaros voando sobre os peixes. Nem mesmo os peixes submersos ainda é. É ainda, como disse outro dia, minhoca rastejante.
Algum leit@r desavisado ou leit@r implicante há de pensar pra si mesmo, sem ao menos deixar um comentário, que show meu com Luciana, dado os nossos temas e dado o nosso jeito ou estilo, nunca mesmo seria praia ensolarada com pássaros a vigiar do alto os peixes submersos. Esse leit@r pensará consigo próprio e quase perverso, mas apenas descuidado, que nosso show nunca sairia mesmo, de minhoca rastejante. E há aqueles leit@res, que, por descuido, até prefeririam ver nosso show por assemelhar-se às tais minhocas rastejantes.
Mas nosso show vai voar, bom leit@r, o bichano vai voar. Dê-nos apenas um pouco mais de tempo, que precisamos...

sábado, setembro 22, 2007

Ensaio...


Daqui a pouco irei ensaiar com Luciana Pestano, a Tigra.
Levarei meu capodastro, meus livros e meu caderninho, onde fiz um primeiro roteiro do show.
Tocaremos, basicamente, músicas minhas, pois Tigra não quer mesmo misturar suas músicas ao show, imagino, porque logo estará fazendo shows de lançamento de seu cd, previsto para 2008.
De suas músicas faremos “Anjo”, que nem sei fazer parte de seu disco, Tigra.
Admiro demais o jeito como ela toca e canta minhas músicas.
Estamos fazendo O Amor é Sacanagem(luís capucho), Romena(luís capucho- Suely mesquita), Máquina de Escrever( luís capucho- mathilda kóvak) das que ela mais gosta.
Do que eu mais curto, bem, é foda, meu gosto é flutuante, pulula feito borboleta em jardim florido ou meu gosto é feito pessoa dispersa, hiper-ativa, sem concentração, se liga, é apenas meu gosto, quanto às músicas ensaiadas, especificamente, para esse show.
Porque minha personalidade mesmo é, assim, digamos, meio obssessiva, na boa, sou cabeça dura, me fixo nas coisas e vou até o fim. Sou linear, não sou fragmentado. Não é a toa que curto escrever romances, não ferra... ou que faço músicas com início, meio e fim, não fode!
De repente peguei esse tom, assim, meio agressivo. Que coisa!
Voltando ao meu gosto pelas músicas do show, estou curtindo muito Ponto Máximo, parceria com Sacramento e Cinema Íris, apenas minha.
Vou lá...

sexta-feira, setembro 21, 2007

Enquanto estávamos assistindo à peça do Melamed, avancei meu rosto para os ouvidos de Mathilda e cochichei:
- Entendi porque ele quis tanto saber o que era Retropitalismo. Ele é retropicalista!
- Nós é que não somos retropicalistas – Mathilda cochichou de volta.
Me distraí bastante com a peça, que é um misto de musical e declamação poética. Depois, fomos conversar num desses bares modernos que ficam naquele quarteirão do CCBB. Márcia Medeiros estava conosco e falamos da peça e da vida.
Ficamos de nos reencontrar noutras vezes.
Ehhhhhhhhhhhhhhhhhh!

quinta-feira, setembro 20, 2007

Um dia desses, na Presidente Vargas, vindo do médico, vi um cartaz do Michel Melamed propagadeando uma peça de teatro chamada “Homemúsica”. Falei com Mathilda e iremos hoje, se Deus quiser...rs.
Tenho uma idéia para um novo livro, tenho tido idéias para novas músicas, mas se por um lado tenho a segurança de saber fazer, a segurança que ganhei com as músicas e livros que já fiz, também tem a inquietação que traz a falta de novidade, o meu leit@r ta se ligando? Por isso começo a entender aquela onda da qual já ouvi falar, de artistas que trocam de nome e de canal artístico, assim, a cada momento são artistas de um tipo: ora atores, ora pintores, ora músicos, ora escultores...porque, assim, têm sempre a motivação da surpresa, do inesperado, o que na minha opinião, é essencial nas obras artísticas.
Mas também admiro muito compositores como Rita Lee ou poetas como Mário Quintana, que conseguem fazer músicas ou poemas sempre frescos, como se nunca antes tivesse feito música ou poesia, se liga...
Mas também, se apenas tenho as idéias e não paro para fazer...
Tenho que trabalhar, pow!

quarta-feira, setembro 19, 2007

Ontem, tivemos, eu e Luciana, nosso segundo ensaio.
O bichano não se aprumou ainda, rasteja pelo chão feito uma minhoca gritando: eu quero voaaaaaaaaaaaaaaaar!
Embora já tenha ficado um pouco mais leve, ainda é um troço rastejante, generoso leit@r. Para imaginar que ficou mais leve, podemos pensar numa minhoca sinuosa dentro d’água, mais leve, mas sub-reptícia, mais leve, sub-aquática, assim, sem peso dentro, o peso todo fora.
Temos que tirar o peso de dentro e o peso de fora. Eu quero voaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaar!
Pedro está se mudando definitivamente para Nikity. Como ele próprio diz, está deixando de ser campônio para ser um caiçara. Vai morar em minha rua.
Eu quero voaaaaaaaaaaaaaaaarrrrrr!
Que alegria!

terça-feira, setembro 18, 2007

Briguei com uma das visitas de mamãe.
É uma das amigas doidas que mamãe fez na igreja batista. Foram várias coisas que foram se acumulando, mas no dia em que ela apareceu aqui com um pedaço de mamão que encontrou no lixo do mercadinho, meio apodrecido, e deu de presente a mamãe, fiquei furioso, fiquei fuleiro e comecei a gritar com ela. Ela gritou de volta comigo, me encarou, mais fuleira ainda que eu e fiquei quieto.
Mamãe não me deu razão, disse que era só jogar o mamão fora, não precisava brigar. Mas como já disse a meu generoso leit@r, os episódios desagradáveis com essa visita vieram se acumulando e eu explodi, assim, um fuleiro meio bacana, se ligou?
Pois, então...

segunda-feira, setembro 17, 2007

O Efavirens não mais me causa efeitos psicológicos.
Agora somente um mal estar físico, que espero conseguir resolver.
Esta noite perdi o sono e fiquei com raiva do médico que está me enrolando, insistindo para que eu fique tomando essa bosta por mais um mês.
Somente hoje comprei os remédios para enjôo. Quem entende?
Ficou frio em Nikity.
Mamãe é muito sociável, está sempre com visitas.
Eu prefiro ficar quieto, na minha. Sou um expectador, meu espírito é contemplativo.
Foda-se!
Todos gostam de mim.
Ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

sábado, setembro 15, 2007

Na quinta-feira que passou alinhavamos, eu e Luciana, o que será o nosso show nas Casas Casadas. Basicamente será o nosso velho show acrescido de textos do Rato e Cinema Orly, mais uma ou outra música nova.
Decidimos também por nossos convidados: Kali C., Mathilda Kóvak, se estiver no Rio e Xarlô.
Porque temos um show anterior pronto, fomos bastante rápidos para alinhavarmos esse. Assim que estivermos com o bichano melhor aprumado, avisarei ao Bigode, que, como já disse, gostaria de me entrevistar a respeito de meus livros para um piloto de programa GLBT que será apresentado ao Canal Brasil.
O Bigode me disse que uma passeata gay homenageará Laura di Vison, que morreu esse ano e eu, que andei muito pelo Boêmio, na década de 80, onde Laura era mestre de cerimônia, fiquei mais reflexivo...

É o bicho!

sexta-feira, setembro 14, 2007

Ontem, foi meu primeiro ensaio com Luciana Pestano, a Tigra, para um show que faremos nas Casas Casadas dia 11 de outubro.
Eu e Tigra já fizemos alguns shows juntos, crus, apenas nossas vozes e violões e até viajamos com o show: tocamos em Campinas.
Nesse show de agora, como as Casas Casadas é um centro cultural, iremos tocar em sua livraria e colocaremos bastante Cinema Orly e Rato, lidos entre as músicas.
O show foi oferecido para Mathilda Kóvak, mas papo vai, papo vem, farei agora com a Tigra e em novembro com Mathilda no mesmo lugar. Lá é muito chique, tem bons equipamentos e estamos animados.

Casas Casadas:

quarta-feira, setembro 12, 2007

Não vou nadar hoje.
Acordei ressacado de Efavirenz.
Sei que é uma bobagem, que eu bem poderia ir, que nadar melhoraria meu estado físico e minha alma apreciaria melhor a paisagem vista da janela do ônibus, na volta pra casa.
Está um dia lindo!

terça-feira, setembro 11, 2007

Hoje recebi um telefonema do cineasta Luís Carlos Lacerda, o Bigode. Ele me disse que junto com o Jean, do Big Brother, está montando o piloto de um programa GLBT para o canal Brasil e disse que gostaria de me entrevistar a respeito de meus livros.
- Mas eu tenho um disco, não podemos inseri-lo no assunto? – perguntei. Então, o Bigode adorou e ficou conversando comigo como se já me conhecesse e combinamos de fazer a entrevista mais pra frente, em outubro.
Fiz as compras do mês.
Influenciado por Pedro e porque mamãe está cada vez mais uma velhinha incapaz de estar na cozinha, bom leit@r, e porque, finalmente, mamãe rendeu-se, fiz a janta: um macarrão. Ela comeu adorando...
Estou cansadíssimo.
Até amanhã...

segunda-feira, setembro 10, 2007

Estive no médico, hoje.
Reclamei do Efavirenz, pedi que trocasse por causa dos enjôos, mas ele disse que eu suportasse por mais um mês. Aceitei. Passou remédios pros enjôos.
Antes da consulta, fui num bar desses que os coreanos vendem salgadinhos e comi uma coxinha com caldo de cana. Quando saí da consulta, no mesmo lugar, comi outra coxinha com o caldo de cana, outra vez.
Os coreanos que dirigem a lanchonete são extremamente autoritários com a disciplina dos empregados e são quase mal-educados com os coitados. Mas a lanchonete ta sempre cheia, apesar da antipatia do jeito dos patrões. Não gostei deles. A coxinha é que é deliciosa. Comi em silêncio e lambuzei a bichana de mostarda e quetichupi. Delícia total!
Enquanto rolava a consulta, marcamos alguns exames, que são para ver as taxas de vírus e defesa de meu sangue. Depois, decidiremos como vai ficar...

sexta-feira, setembro 07, 2007

O Antônio Carlos Miguel é crítico de música do Jornal O Globo e tem um blog on line, do mesmo jornal, em que fala de músicas e livros. Um dia desses comentou sobre o disco Cassiopéia, falou de minha música “O Amor É Sacanagem”, e noutro comentou sobre meu livro Rato. Então, deixei-lhe esse comentário:


Nome: luis capucho - 7/9/2007 - 14:45

legal, ACM, que tenha curtido o Rato!E também minha música que a Clara gravou.Fiquei contente também de ter sido um empréstimo do Ezequiel Neves....rs.obrigado,luís. E ele respondeu:

Resposta:

Salve, Capucho, pois é, Ezequiel me aplica de boas coisas (e vice-versa). Parabéns por "Rato". abs

quinta-feira, setembro 06, 2007

Meu amigo Glauco Lourenço fez um disco independente. Sou fã!
Ele mandou um e-mail de divulgação que repasso aqui no Blog Azul, bom
leit@r:


Caros amigos,


Meu CD ABALO SÍSMICO está à venda na Modern Sound, Livraria Empório das Letras (Cine São Luiz), Livraria da Travessa e Livraria Argumento.

Vocês poderiam me ajudar a divulgar por e-mail através da lista de vocês? Estou organizando uma “corrente” para informar sobre o lançamento enquanto ainda não tenho datas para shows. Quando encaminharem, por favor, peçam para os seus amigos continuarem a corrente.

OBRIGADO!

Abaixo, algumas informações sobre o CD, um trecho do release escrito por Mathilda Kóvak, e 2 clippings de críticas escritas por Antônio Carlos Miguel (O GLOBO) e Tárik de Souza (JB), que apareceram nos jornais nos últimos dias. Tem também um link para quem quiser ouvir antes de comprar.

Abs,
Glauco



“ABALO SÍSMICO”
O CD DE ESTRÉIA DE GLAUCO LOURENÇO


Totalmente independente, o CD reúne 12 músicas inéditas de autoria do compositor e cantor Glauco Lourenço, com letras de Suely Mesquita e Mathilda Kóvak. Os arranjos foram feitos por Glauco, João Gaspar (violões e guitarras), Bruno Migliari (baixos) e Edu Szajnbrum (bateria e percussão). Participam ainda: Marcos Nimrichter (acordeom), Nikolas Krassik (violino), Eduardo Neves (sax soprano e flauta), Carlos Fuchs (piano), e Suely Mesquita (voz) em participação especial.
O CD, dedicado a Joni Mitchell, foi produzido e teve direção musical do próprio artista, foi gravado e mixado por Rodrigo Castro Lopes no ZAGA Estúdio, e masterizado por Luiz Tornaghi. As fotos no encarte foram tiradas por Ana Paula Oliveira e o design da capa é de Ana Laet Com.


Em breve, “Abalo Sísmico” estará nos palcos, no show do lançamento do CD, que está à venda na Modern Sound, na Livraria Empório das Letras (Cine São Luiz), Livraria da Travessa e Livraria Argumento.


Ouça músicas do CD “Abalo Sísmico”, de Glauco Lourenço em
www.myspace.com/glaucolourenco



“Bebop pop silvícola, terremoto em sensurround, geopoética... tudo isto é
‘Abalo Sísmico’, CD de Glauco Lourenço

Uma fenda geológica está prestes a irromper no solo brasileiro. Camadas tectônicas se desacomodarão. O tremor vai atingir o globo terrestre de ponta a ponta. Trata-se de "Abalo sísmico", CD de estréia do compositor e cantor Glauco Lourenço. O epicentro será em todo o atlas geográfico universal, que irá se dividir drasticamente, como poucas vezes a história logrou registrar.”... Mathilda Kóvak

OBS: As matérias dos jornais não consegui copiar aqui, bom leit@r!





terça-feira, setembro 04, 2007

Fui nadar.
Fez um dia lindíssimo!
Dei braçadas fortes, animado. Curti muito meu desempenho, minha disposição, a despeito da ressaca causada pelos remédios. Devo estar me aclimatando a eles.
Ontem, Marcos Sacramento veio jantar conosco.
Fizemos vários videozinhos de palhaçada, bem ao estilo de meu amigo de infância. Mas ele, sério, não me autorizou colocar na internet. Ficaram lindos, eu fui o câmera!
Ele fez uma música linda, no meu estilo, pra eu cantar. Tenho de aprender…

segunda-feira, setembro 03, 2007

Tinha pensado em meu próximo show solo convidar Mathilda Kóvak para uma participação. Pensei em amordaçá-la e chamar para o palco, assim, vestida de protestante, tirar a mordaça para que ela cantasse e colocar novamente, quando terminasse a música.
Contei-lhe meu desejo e ela ficou reticente...
Depois concluí que as vaquinhas metafísicas e amordaçadas com flores, reveladas pelo Efavirens, eram Mathilda Kóvak!
Mas quando falei-lhe de minha conclusão no telefone, ontem, disse que não, que ela não poderia ser uma vaquinha amordaçada e que as vaquinhas eram os vírus HIV. E Pedro me disse que elas estão amordaçadas para protegerem-se do Efavirenz.
Achei tudo muito lógico!

domingo, setembro 02, 2007

Os barulhos do domingo cercam minha casa de sentidos.
Não presto atenção a nenhum desses sentidos e não vou com eles. Fico paralizado aqui diante do computer e escrevo em meu blog azul.
Acho que essa música que vem de algum vizinho é do filme Titanic, mas não estou certo. Os pardais gritam. Gosto do domingo. Não deu praia, hoje.
Hoje falei com Mathilda e com Regina, minha amiga que vive em Londres e que teve um bar, dos escuros, em Papucaia. Fazia poesias. Numa das intermináveis quantidades de noites que estive em seu bar, inspirei-lhe essa:


Faces

Essas faces desbotadas e macias como as noites - Mornas noites.
Noites desesperantes...Infinitas noites...
Faces mansas, faces imponentes, outras tímidas e inexpressivas.
Faces e noites confundidas num embuste misterioso.
Esse embuste eremítico com sabor de nada.
E outras faces e outras noites lançadas ao precipício.
Noites sombrias, noites muito frias. Noites quentes e pegajosas.
Tão nuas e desfolhadas são essas noites e essas faces!
- Odeio essas noites imperturbáveis! Odeio essas faces -
- Amo essas faces e me perco nessas noites -
E espero o amanhecer me reinventar e traduzir uma face minha e que seja única...Uma face com uma cara e expressão.
Descobrindo o medo, o sexo, o asco, o prazer - Desamparados!
Expressões adulteradas na cara dessas faces descoradas e inúmeras!
Faces devoradas pelo meu contemplar e em toda a parte.

sábado, setembro 01, 2007

Fiz a abobrinha que imaginei num de meus devaneios pós-efavirenz.
Saiu, exatamente, como eu tinha imaginado, uma delícia absoluta! Comi com arroz…depois, Pedro pegou aqueles palitos de comida japonesa e comeu também, pura.
- Ficou crocante como eu gosto – ele disse.
Mamãe também comeu…com arroz.
O Efavirenz, não sei se já comentei com meu bom leit@r, lembra-me as ratazanas de Crixivan, que putrefavam em meu estômago expelindo gás.
Talvez, por ser mais moderno ou porque eu esteja mais aclimatado a remédios, é mesmo, apenas uma lembrança. Também, diferente das cápsulas de Crixivan, que eram engolidas de duas a duas, três vezes ao dia, o Efavirens, tomo apenas um comprimido antes de dormir.
Quando chega a hora de engolir o bichano, quando abro o vidrinho com uma quantidade deles e avisto-os, os fluidos todos que existem em torno a meu corpo e que são meu calor, minha respiração, ganham velocidade e movimento de um temporal. Fico mais quente e toda a minha alma rejeita o coitado que vou engolir. Meu estômago endurece e fecha-se. É a lembrança do Crixivan.
Ontem, antes de engolir, antes de fechá-lo em minha boca, fechei, abocanhei um desses bichanos em minha mão, dei-lhe meu calor, agasalhei o coitadinho por um tempo, deixei que minha mão suasse sobre seu corpo amolecendo-o de ternura e somente depois engoli sob goles de água. Então, fui dormir…
Que coisa!

sexta-feira, agosto 31, 2007

Hoje saiu no JB

Por e-mail - Clara Sandroni
Depois de projetos sobre as obras de Sinhô, Baden Powell e autores antigos, Clara Sandroni inventaria as diversas formas de amor em seu novo CD autoral, Cassiopéia.

O que diferencia seu trabalho "autoral de intérprete" dos discos com a obra de Sinhô ou Baden?
A esses CDs (Sinhô, Notáveis desconhecidos, Saravá Baden) chamo de projetos. São parcerias que têm uma estética definida. Cassiopéia chamo de autoral porque tudo é escolha minha, as canções, os músicos, os arranjadores e também palpito nos arranjos. Neste CD até toco violão em cinco faixas.

Por que autores como Mathilda Kóvak, Luís Capucho, Paulo Baiano e Carlos Fuchs, incluídos no CD, permanecem pouco conhecidos?
Carlos Sandroni, Maria Olívia, Luiz Tatit... É difícil para o mercado absorver novidades e a contestação do status quo. Mas a arte cult influencia silenciosamente. E em algum momento ela aparece com a força de quem está aí há tempos.

Em qual corrente se situa na MPB?
Sou cada vez mais eclética e me deixo influenciar por tudo. Por outro lado, cresci ouvindo João Gilberto e seus discípulos, Clube da Esquina, Elizeth Cardoso, Vinicius e Baden, Fagner, Rita Lee, e mais recentemente esta turma toda que você cita.
[ 31/08/2007 ]

Faz um sol branco, de inverno.
Mamãe conversa com seu Valmir sobre as dificuldades da saúde, do cuidado com que precisamos nos precaver das doenças. Conversa sobre o proprietário de nossa casa, que morreu no início do ano.
- Se morrer, não volta mais - ela disse.
Seu Valmir não está na sala, conversa com mamãe de pé, na escada.
Pedro foi ao banco.
Ao meio-dia iremos ao médico-cardiologista do posto de saúde do bairro. Levarei para o banco de espera uma edição de 1942, do Dom Casmurro. É uma edição em que a grafia das palavras da língua portuguesa é toda diferente da que se grafa hoje em dia no Brasil. Isso é legal, porque ajuda-nos a recuar melhor no tempo e quase estar no Rio daquele tempo.
Antes, eu estava curtindo um livro dele em que o Rio de Janeiro está cheio de chácaras em torno à enseada de Botafogo, com carros puxados a cavalos e bondes cortando a cidade.
Aqui mesmo em Nikity City, que naquela época era chamado de Praia Grande, deveriam ser maravilhosos os bairros do Ingá e Icaraí, que hoje, com suas muralhas de edifícios e as praias sujas, têm a beleza maravilhosa da nostalgia, assim, da eternidade…
Passo por essas praias todos os dias em que vou nadar e o mar junto da areia é tão lindo, precioso e vivo como o sol. Não vai morrer, se liga…