Quando nascem, minhas melodias
são improvisos, que eu aprisiono nos acordes fixos do violão. Depois de um
tempo, deixam de ser os bebês de moleiras frágeis e ficam fortalecidas na forma
que eu dei. Isso vai se relacionando com muita coisa, porque a melodia fixa, de
moleira dura de bebê, ao ser executada, vai se insinuando nas brexas do tempo,
do dia, da minha pessoa, e fixa assim, parada, vai fazendo parte de um outro
improviso que não é mais o seu.
Daí que mesmo parada e presa, ela
se renova a cada execução. E, como eu disse, isso se relaciona a muitas coisas.
Uma coisa relacionada a isso, que eu me lembre agora, é a máscara que vai se
criando no rosto da gente, uma crosta na nossa cara e que vai nos dando a forma
de uma mulher ou de um homem ou de uma bicha ou de sapatão. Também a crosta que
se forma na cara das professoras e professores. E que os egípcios colocaram em
suas tumbas, muito parecidas com a Lygia Fagundes Telles, muito principalmente,
se ela fumasse um cigarrinho de palha.
Fora isso, aprendi a fazer
biomassa de banana verde, pra renovar meus intestinos, que os antibióticos
estão ferrando.
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