Ontem, a gente viu o programa da última polêmica, agora, do
jesus gay. Achei que a rapazeada zona sul do Rio, que faz o programa,
homofóbica como a outra rapazeada zona sul que jogou bomba no prédio deles. Por
muito tempo, a buceta da mulher era, para o cristianismo, a metáfora do
demônio, o sexo criador, que se confronta com o ato divino da criação, era o
pecado do homem. Agora, o sexo viado, silenciado por séculos, entrou na roda e,
com a buceta da mulher naturalizada, virou o sexo pecador, o demônio no deserto
de Cristo. Me poupem.
sábado, dezembro 28, 2019
Crocodilo
A Crocodilo foi que ganhou o nome do disco. E que no fim,
definiu sua capa. A gente fica fazendo um monte de elucubração pra montar algo e,
no final, os pedaços todos que contribuíram para a coisa inteira são apenas
vestígios, talvez, desimportantes. O caso é que por conta de o disco ter cada
uma de suas faixas espalhadas por artistas-compositores diferentes e por conta
de haver essa música “Crocodilo”, eu tinha pensado no corpo de Osiris espalhado
pelo Nilo. Também poderia ter pensado num Frankstein ou ter pensado numa outra
coisa, outra música para nomeá-lo, e, a verdade é, que o caso é este, a ideia
do disco e de seu nome é do Felipe Castro, produtor de meu anterior “Poema
Maldito”.
definiu sua capa. A gente fica fazendo um monte de elucubração pra montar algo e,
no final, os pedaços todos que contribuíram para a coisa inteira são apenas
vestígios, talvez, desimportantes. O caso é que por conta de o disco ter cada
uma de suas faixas espalhadas por artistas-compositores diferentes e por conta
de haver essa música “Crocodilo”, eu tinha pensado no corpo de Osiris espalhado
pelo Nilo. Também poderia ter pensado num Frankstein ou ter pensado numa outra
coisa, outra música para nomeá-lo, e, a verdade é, que o caso é este, a ideia
do disco e de seu nome é do Felipe Castro, produtor de meu anterior “Poema
Maldito”.
Eu também de um tempo pra cá tenho pensado nisso, nas coisas
que a gente pensa e faz e sente e vê, sei lá, todas as coisas que têm como fim
a produção de uma música, de uma capa, de um disco, que como disse no início,
pode ser mesmo desimportante, mas que pode como satisfação, dar valor pra o
lance da gente, o que me lembra aquele ditado de mamãe: o que engorda o gado é
o olho do dono. Também me lembra o que ouvi de um distribuidor de música uma
vez: ultimamente, uma música pra ter escoamento, precisa de um texto. Também,
um diálogo de um filme que vimos esta semana, em que o jornalista chama uma
artista de impublicável por ela não saber explicar a sua performance. Também me
lembra Jesus, quando pede perdão pra os que não sabem o que fazem. Mas sobre a
Crocodilo, essa minha música, eu não sei o que dizer, gente. É uma música que fiz,
ué.
que a gente pensa e faz e sente e vê, sei lá, todas as coisas que têm como fim
a produção de uma música, de uma capa, de um disco, que como disse no início,
pode ser mesmo desimportante, mas que pode como satisfação, dar valor pra o
lance da gente, o que me lembra aquele ditado de mamãe: o que engorda o gado é
o olho do dono. Também me lembra o que ouvi de um distribuidor de música uma
vez: ultimamente, uma música pra ter escoamento, precisa de um texto. Também,
um diálogo de um filme que vimos esta semana, em que o jornalista chama uma
artista de impublicável por ela não saber explicar a sua performance. Também me
lembra Jesus, quando pede perdão pra os que não sabem o que fazem. Mas sobre a
Crocodilo, essa minha música, eu não sei o que dizer, gente. É uma música que fiz,
ué.
Ouçam:
A jornalista e curadora de música Mônica Ramalho tem um perfil no Instagram #laranjaéacordovestidodela onde expõe capas de discos do ano. Fiquei orgulhoso de o Crocodilo ter aparecido lá. Para os que, acaso, queiram se inteirar de quem tem feito música por aqui, vale conferir:
https://www.instagram.com/laranjaeacordovestidodela/
https://www.instagram.com/laranjaeacordovestidodela/
terça-feira, dezembro 24, 2019
Antigamente
Ainda sobre a Antigamente, me lembro de tê-la feito, quando
mamãe ainda estava viva e morava comigo na Casa de Trás, que posso ver da
janela, aqui, do apezinho onde moro agora. Comecei a fazê-la como quem fosse
contar uma lembrança, mas enquanto lembrava, foi ganhando autonomia e se
transformou numa construção independente da lembrança, uma novidade pra mim,
uma coisa que foi brotando a partir dela mesma, uma música, um texto, enfim.
mamãe ainda estava viva e morava comigo na Casa de Trás, que posso ver da
janela, aqui, do apezinho onde moro agora. Comecei a fazê-la como quem fosse
contar uma lembrança, mas enquanto lembrava, foi ganhando autonomia e se
transformou numa construção independente da lembrança, uma novidade pra mim,
uma coisa que foi brotando a partir dela mesma, uma música, um texto, enfim.
E fico feliz de ter pessoas que vêm me dizer que gostam
dela, porque isso vai se tornando parte do seu corpo, como se fosse uma cola,
um troço que servisse para torná-la mais firme, mais forte, mais definida, viva,
menos fantasmagórica, assim, pronta para sumir numa gaveta. O corpo dela também
ganhou essa substância que formam as coisas que têm vida, por conta dos
artistas que vieram contribuir nela, acho a brasa na ponta do cigarro, tudo.
dela, porque isso vai se tornando parte do seu corpo, como se fosse uma cola,
um troço que servisse para torná-la mais firme, mais forte, mais definida, viva,
menos fantasmagórica, assim, pronta para sumir numa gaveta. O corpo dela também
ganhou essa substância que formam as coisas que têm vida, por conta dos
artistas que vieram contribuir nela, acho a brasa na ponta do cigarro, tudo.
Antigamente (luís capucho)
ISRC: BR - ZHZ – 19- 00001
Voz e violão - Luís Capucho
Baixo e viola – Vovô Bebê
Guitarra – Victor Wutzki
Bateria – Vitor Wutzki
Sintetizador – Rafael Montorfano
Baixo fim – Ivan Gomes
Voz – Julia Rocha
Gravação e mixagem RJ – vovô bebê no estúdio do vovô
Gravação SP - Rafael Montorfano e Ivan Gomes no
Lamparina
Lamparina
segunda-feira, dezembro 23, 2019
Hoje
o Victor Lambert mandou no in box essa tirinha que fez para Antigamente, a
música com que começa o Crocodilo. Eu não o conheço ainda, mas ele é amigo do
Leonardo Marona. Vocês podem imaginar a minha alegria de ver a Antigamente na
sua tirinha, desse jeito, ne.
Sobre
a Antigamente, o Bruno escreveu:
Para ouvir é aqui: https://www.youtube.com/watch?v=lHkkpQBCiYg
domingo, dezembro 22, 2019
Num filme, ontem, A Grande Beleza, o diálogo era assim:
- Gostou da performance?
- Partes dela. Aquela caabeçada violenta me fez entender
muitas coisas. Vamos começar do início...
- Por que não do fim? Sabe Talita Concept gosta de provocar.
Não gaste energia, há
coisas mais importantes do que me provocar. E este hábito de falar na terceira
pessoa é insuportável. O que você está lendo?
- Eu não preciso ler, vivo de vibrações, frequentemente
extra-sensoriais.
- Abandonando por um instante a extra-sensorialidade, o que
você entende com vibrações?
- A poesia das vibrações não pode ser escrita com a
vulgaridadae das palavras.
- Tente, pelo menos.
- Sou uma artista, não preciso explicar nada.
- Então, vou escrever: vive de vibrações, mas não sabe o que
são.
- Estou começando a não gostar desta entrevista, percebo um
conflito.
- Como uma vibração?
- Como um chute no saco. Vamos falar de como o noivo de
minha mãe abusou de mim.
- Não. Eu quero saber o que é uma vibração.
- É o meu radar para interceptar o mundo.
- Seu radar... o que significa?
- Você é um pé no saco. Talita Concept quer ser entrevistada
por seu jornal, tem tantos leitores, mas você é preconceituoso. Escreva como
ela faz sexo com seu noivo, 11 vezes por dia, ele é um artista conceitual
talentoso, ele cobre bolas de basquete com confetes! É sensacional!
- Talita Concept fala de coisas que não têm o menos
significado. Tudo o que ouvi é porcaria impublicável. Acha que me encanta com
coisas como “sou uma artista e não preciso me explicar”. Nosso jornal tem um
núcleo de leitores cultos. Não queremos ser provocados. Eu trabalho para o
núcleo.
- Então, deixe-me falar sobre o meu sofrimento, mas como um
caminho indispensável do artista.
- Indispensável pra quem? Pelo amor de Deus, minha senhora,
o que é uma vibração?
- Eu não sei.
- Você não sabe.
- Você é um idiota obssessivo. Vou dizer à sua editora para
me enviar um jornalista de estatura mais elevada.
- Um conselho: quando falar com a minha editora, use muito
tato no conceito de estatura. Ela é anã.
sexta-feira, dezembro 20, 2019
Triste
Eu me lembro de há muitos anos alguém ter falado que minhas
músicas eram esboços de música. Eu nunca me esqueci disso. Eu posso até dizer
modestamente que são esboços, mas na verdade, não são. São músicas inteiras e
completadas na minha voz e violão. Como dizia mamãe, a pessoa que me disse isso
já foi pro inferno, não está mais entre nós. Mas me lembrei dessa estória, de
uma pessoa que se achava e que se foi pro inferno, por conta dessa
guitarra reagae que o Marcos Campello
colocou na Triste.
músicas eram esboços de música. Eu nunca me esqueci disso. Eu posso até dizer
modestamente que são esboços, mas na verdade, não são. São músicas inteiras e
completadas na minha voz e violão. Como dizia mamãe, a pessoa que me disse isso
já foi pro inferno, não está mais entre nós. Mas me lembrei dessa estória, de
uma pessoa que se achava e que se foi pro inferno, por conta dessa
guitarra reagae que o Marcos Campello
colocou na Triste.
Vejam:
quinta-feira, dezembro 19, 2019
Vovô Bebê é onde o meu disco ficou decantando, no seu
estúdio no Jardim Botânico, perto da Lagoa, o Crocodilo. Foi, na verdade, quem
concentrou o disco e que fez a produção das músicas Crocodilo, Edson do Rock,
Quando é noite, Virgínia e eu, e junto com o Bruno Cosentino, da Acalanto do
Amor. E foi um lance engraçado, eu tinha respondido a alguém com quem falava
aqui no facebook: pow, você ta me tirando? E, aí, numa de minhas idas até lá
pra resolver o disco, Vovô me perguntou se eu topava participar com ele de uma
das faixas do seu Briga de Família, a Saparada. Claro, ué!
Mas o modo de falar na música, estou mais descolado, quando
escrevo. Porque posso falar desse jeito, quando estou muito comigo,
profundamente comigo. É um lance mais íntimo, que não sei socializar e tal.
Lance só em família, que nem tenho he he he!
Então, gostei muito, porque pude levar pra superfície,
destravei, desenrusti. Além do que, o Vovô é pra mim, na minha singela
compreensão, um compositor de verdade, que tem inspiração na música, que tem
fluxo e fluência nela, no amor.
Vejam:
quarta-feira, dezembro 18, 2019
A Cérebro Independente, fiz pra o Marcos Sacramento cantar,
meu amigo e parceiro de muitos, muitos anos. Ele chegou a cantá-la em dois ou
três shows, mas depois ela caiu. Com ele, ficou um samba pauleiríssimo e uma
vez ele veio tirar uma dúvida comigo sobre a letra e conversamos dela. Hoje
acordei me lembrando disso: a libertação do corpo no samba e a liberdade de
pensamento, que são as coisas que se truncaram na letra e tal. Eu sempre acho
que as coisas não têm mesmo explicação e acho também que estou bem com isso. O
Lucas de Paiva foi quem produziu essa faixa pra mim e ficou uma maravilha,
vocês podem ver:
https://www.youtube.com/watch?v=qzUSemNuCXc&list=PLgKrU4qrSULrtC2_oRAhkpErAyMRB1xOu&index=2
sábado, dezembro 14, 2019
O narrador do Diário da Piscina é hiper-fã do Gilberto Gil.
Eu andei pensando sobre esse meu livro mais do que andei
pensando sobre os outros que fiz. Isso porque o escolhi como tema de meus
encontros nas escolas de cidades de alguns estados, promovido pelo SESC, no
projeto Circuito de Autores, nesse 2019.
O que encontrei na internet de mais inspirador para falar dele,
foi um trabalho da artista carioca Marília Garcia, chamado Tem País na Paisagem
- https://www.youtube.com/watch?v=qEQfXg4b9Ko.
Porque além do tema da repetição, o diário também brinca com essa palavra “país”,
que é uma palavra que fica boiando na água da piscina, como brincasse um
barquinho de papel.
Mas essa postagem é pra falar mesmo de Gilberto Gil - de
minha surpresa e alegria - cujo show é profetizado no meu Diário:
https://oglobo.globo.com/rio/bairros/reveillon-2020-gilberto-gil-fara-show-principal-da-praia-de-icarai-em-niteroi-24109505?fbclid=IwAR1i-opdXsqTEhIDJ9_LrY_hfh0ibaCp_H7zYomaFi1V9SUfJGcegrUA1Gc
quinta-feira, dezembro 12, 2019
Quando É Noite
Esse lance de lançar disco é uma coisa louca.
O último lançamento que fiz não foi de música, foi do livro
Diário da Piscina(editora É/2017). E, aí, foi legal, que conseguimos lançar nas
capitais do Sudeste. Saímos, eu e Vitor e Pedro e fomos. Em Sp, tivemos mais o
Tulio, a Julia e o Gustavo Galo. Aqui no Rio, o Prática de Montação, na Gamboa.
Em Vitória, no Sesc Gloria, com o Fabrício e David. Em BH, com João Santos, no
171. O livro é solitário, mas é um monte de gente. Então, foi um livro que
saímos lançando. Depois, ainda fizemos mais lançamentos dele no Circuito de
Autores, no projeto Arte da Palavra, do SESC, onde circulamos por várias
cidades dos estados da Bahia, Pará, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. Foi um
lance muito feliz!
Diário da Piscina(editora É/2017). E, aí, foi legal, que conseguimos lançar nas
capitais do Sudeste. Saímos, eu e Vitor e Pedro e fomos. Em Sp, tivemos mais o
Tulio, a Julia e o Gustavo Galo. Aqui no Rio, o Prática de Montação, na Gamboa.
Em Vitória, no Sesc Gloria, com o Fabrício e David. Em BH, com João Santos, no
171. O livro é solitário, mas é um monte de gente. Então, foi um livro que
saímos lançando. Depois, ainda fizemos mais lançamentos dele no Circuito de
Autores, no projeto Arte da Palavra, do SESC, onde circulamos por várias
cidades dos estados da Bahia, Pará, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. Foi um
lance muito feliz!
O Crocodilo, esse início de lançamento, tem sido apenas e,
por enquanto, virtual.
por enquanto, virtual.
Hoje acordei pensando nisso. Qual matéria física é essa do
meu disco, que nuvem é essa que começa e termina nele, com fumaça de cigarro?
meu disco, que nuvem é essa que começa e termina nele, com fumaça de cigarro?
Enquanto o livro é solitário, mas um monte de gente, o disco
Crocodilo é um monte de gente e solitário, no sentido de inteiro, integral,
único e tal. E também tive a sorte de os amigos estarem mostrando pros amigos,
tem umas pessoas incríveis que vieram falar comigo e tudo.
Crocodilo é um monte de gente e solitário, no sentido de inteiro, integral,
único e tal. E também tive a sorte de os amigos estarem mostrando pros amigos,
tem umas pessoas incríveis que vieram falar comigo e tudo.
Também, teve um menino de Pernambuco que apareceu do nada no
meu in box, com muita insistência e repetidamente, ele disse, pelo amor de
Deus, se inscreva no meu canal. Free Frire. Por conta da insistência, quis
saber com ele o que era isso. Ele disse que é um jogo. Pediu que eu pedisse a
todos os meus amigos que se inscrevessem no canal dele. Eu disse que não vou
fazer isso com meus amigos, mas eu próprio me inscrevi no canal dele.
meu in box, com muita insistência e repetidamente, ele disse, pelo amor de
Deus, se inscreva no meu canal. Free Frire. Por conta da insistência, quis
saber com ele o que era isso. Ele disse que é um jogo. Pediu que eu pedisse a
todos os meus amigos que se inscrevessem no canal dele. Eu disse que não vou
fazer isso com meus amigos, mas eu próprio me inscrevi no canal dele.
Voltando ao Crocodilo, eu queria que os amigos ouvissem e
mostrassem pra quem acharem que vai gostar. O Vovô Bebê foi quem produziu,
incrível, a Quando é noite, que vou mostrar, hoje, junto de Acalanto do Amor as
de que mais gosto. O Bruno Cosentino disse:
mostrassem pra quem acharem que vai gostar. O Vovô Bebê foi quem produziu,
incrível, a Quando é noite, que vou mostrar, hoje, junto de Acalanto do Amor as
de que mais gosto. O Bruno Cosentino disse:
“Outro tema que salta na audição de Crocodilo é a tristeza.
Como disse, a meu ver, o canto de Luís é um canto da saúde; então, a tristeza —
doença da alma — é seu avesso; tratada, no entanto, de modo investigativo, pois
sempre acompanhada de uma reflexão mansa e inquieta, que, por sua vez, a
ultrapassa. Esse é o motivo principal de duas canções do disco: “Quando é noite”
e “Triste”. Na primeira, um blues, ele canta: “Quando é noite e tenho de compor
os meus pedaços/ como se eu fosse depois da explosão da vida, do mundo, da
existência louca” ou “e a gente vê que vai perdendo tudo/ e a gente vê que não
entende mais nada/ a gente vai se envergando, se envergonhando, a gente vai se
retesando, a gente vai ficando muito triste”. Mas a noite, metáfora da
tristeza, é, de repente, atravessada pelo som de uma “guitarra alheia”, que
chega, portanto, acidentalmente. O som, que poderia ser apenas ruído,
reiterando o caos interno que vive o personagem, contém, no entanto, um
princípio organizador: “mas muito dentro dos mínimos requebros”. O ritmo, ainda
que um resquício mínimo dele, convoca o corpo à dança, ao ritual, e o harmoniza
com o cosmos e a vida coletiva, isto é, o retira de dentro de si e o devolve ao
mundo: “Ai, a alegria do voo dos pássaros lá fora/ e o brilho frio das
estrelas”; trecho da letra acompanhada de melodia que emula o livre movimento e
a dinâmica dos pássaros no céu.”
Como disse, a meu ver, o canto de Luís é um canto da saúde; então, a tristeza —
doença da alma — é seu avesso; tratada, no entanto, de modo investigativo, pois
sempre acompanhada de uma reflexão mansa e inquieta, que, por sua vez, a
ultrapassa. Esse é o motivo principal de duas canções do disco: “Quando é noite”
e “Triste”. Na primeira, um blues, ele canta: “Quando é noite e tenho de compor
os meus pedaços/ como se eu fosse depois da explosão da vida, do mundo, da
existência louca” ou “e a gente vê que vai perdendo tudo/ e a gente vê que não
entende mais nada/ a gente vai se envergando, se envergonhando, a gente vai se
retesando, a gente vai ficando muito triste”. Mas a noite, metáfora da
tristeza, é, de repente, atravessada pelo som de uma “guitarra alheia”, que
chega, portanto, acidentalmente. O som, que poderia ser apenas ruído,
reiterando o caos interno que vive o personagem, contém, no entanto, um
princípio organizador: “mas muito dentro dos mínimos requebros”. O ritmo, ainda
que um resquício mínimo dele, convoca o corpo à dança, ao ritual, e o harmoniza
com o cosmos e a vida coletiva, isto é, o retira de dentro de si e o devolve ao
mundo: “Ai, a alegria do voo dos pássaros lá fora/ e o brilho frio das
estrelas”; trecho da letra acompanhada de melodia que emula o livre movimento e
a dinâmica dos pássaros no céu.”
vejam:
quarta-feira, dezembro 11, 2019
A primeira coisa que coloquei na minha Camisa de
Apresentação foi o breve que mamãe me deixou. Depois, à medida dos shows, fui
acrescentando as outras coisas. E num dia que o Alan esteve aqui, colocou uns
babados de linhas douradas, uns babados dourados, no breve. Depois, o breve
ganhou uma escama caída da roupa de sereia do ídolo Ney Matogrosso. Depois,
umas bolinhas, bolinhas em tons vermelhos e um tanto translúcidos, que foram de
Dona Lidia. E, assim, ele vai indo.
Eu apresentei umas músicas no final de semana que passou no
Salão da Paula, com ela e Eduardo tocando comigo. Depois, coloquei a camisa no
cabide e pendurei na janela do Salão. Uma hora, uma moça veio elogiar e eu corri pra
explicar. Comecei a explicação pelo breve, mas na segunda frase, era tanta
coisa, que não me veio nada à cabeça. Desisti e fiquei quieto. Ela saiu. Aí,
veio outra moça, acariciou o babado e disse, é uma sereia! Então, fez todo
sentido que eu tivevesse parado de falar para a primeira moça, porque essa era
a explicação que eu ainda não tinha. Se a moça que veio falar primeiro não
tivesse ido embora, era o que eu falaria. É uma sereia!
Fora isso, a cabaninha que eu e Pedro fizemos para a foto de
capa do Crocodilo:
terça-feira, dezembro 10, 2019
O Intervenção Urbana é um programa de internet pr’aqueles
que são interessados em música. É um orgulho pra mim participar como
compositor, com as minhas músicas, e é um orgulho estar no meio do repertório
de artistas que é do gosto do Shiraga, porque a gente acaba se interessando por
todo mundo que ele toca. Também, eu sei, que ouvir um artista pela primeira
vez, um artista, uma música que não conhecemos, pode acontecer de a gente não
apreender de vez e, aí, fica aquela coisa de você ficar olhando de fora, meio
sem jeito e tal, sem saber se vai pra dentro, se não vai. Mas o programa do
Shiraga é de primeira. Logo no início das músicas você já quer entrar e ficar.
Entra aí:
segunda-feira, dezembro 09, 2019
Virgínia e Eu
A “Virginia e Eu” é no clima do Virgínia Berlim [uma
experiência] do Luiz Biajoni, para a comemoração de seus dez anos de
publicação. E eu fiquei feliz demais, porque o Pedro resolveu voltar a fazer
seus clipes de minhas músicas. E mais feliz, porque a Romilda Martins Soares
topou entrar na viagem dele. E achei tão bonito o clima que ficou, a encenação
dela, os retratos dela no celular do Pedro, uma maravilha!
experiência] do Luiz Biajoni, para a comemoração de seus dez anos de
publicação. E eu fiquei feliz demais, porque o Pedro resolveu voltar a fazer
seus clipes de minhas músicas. E mais feliz, porque a Romilda Martins Soares
topou entrar na viagem dele. E achei tão bonito o clima que ficou, a encenação
dela, os retratos dela no celular do Pedro, uma maravilha!
O Bruno Cosentino diz assim dessa última faixa do Crocodilo:
“Na faixa Virgínia e Eu, produzida por Pedro Carneiro
(também última a entrar na coletânea), Luís constrói uma melodia circular por
adições de versos. De modo intuitivo, pequenos trechos de uma longa frase são
acrescidos de outros, que ora são repetidos por inteiro, ora não, o que cria
uma sensação de devaneio envolta pela fumaça que aqui se torna palpável,
revelando, ao fim, como que se descortinando por detrás da vista enevoada, dois
personagens, e a pergunta: “o que aconteceu entre Virginia e eu?”
(também última a entrar na coletânea), Luís constrói uma melodia circular por
adições de versos. De modo intuitivo, pequenos trechos de uma longa frase são
acrescidos de outros, que ora são repetidos por inteiro, ora não, o que cria
uma sensação de devaneio envolta pela fumaça que aqui se torna palpável,
revelando, ao fim, como que se descortinando por detrás da vista enevoada, dois
personagens, e a pergunta: “o que aconteceu entre Virginia e eu?”
Pedro Carneiro é Vovô Bebê.
domingo, dezembro 08, 2019
Por Mauro Ferreira
Jornalista carioca que escreve sobre música desde 1987, com passagens em 'O Globo' e 'Bizz'. Faz um guia para todas as tribos
Luís Capucho, voz dos marginais, expõe sombras da noite no álbum 'Crocodilo'
Artista já prepara outro disco autoral com músicas inéditas, 'Homens machucados', para 2020.
06/12/2019 12h59 Atualizado há um dia
Maria Isabel Oliveira / Divulgação
A voz rouca de Luís Capucho – produto da incoordenação motora deste artista que desde 1996 convive com sequelas de doença provocada pela infecção do vírus da Aids – sempre ecoou o lamento triste e solitário dos que vivem à margem.
Álbum autoral de músicas inéditas que Capucho lança nesta sexta-feira, 6 de dezembro, Crocodilo reverbera a densa poética existencial deste cantor, compositor, escritor, artista plástico e poeta que versa sobre o amor e o sexo praticados no submundo, nas sombras do lado escuro e gauche da vida noturna.
Artista de origem capixaba radicado em Niterói (RJ) desde....
https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2019/12/06/luis-capucho-voz-dos-marginais-expoe-sombras-da-noite-no-album-crocodilo.ghtml
sábado, dezembro 07, 2019
Como vocês podem ver, estou exultante por conta de meu disco
novo Crocodilo, enfim, estar disponível na internet pra os amigos ouvirem. É
uma coisa assim. Na verdade é um disco coletivo, cheio de artistas dando estofo
pras músicas. É cheio de detalhes, que terei o prazer de ficar contando, amiúde,
pelos dias e tudo.
A última faixa do disco, produzida por e no Vovô Bebê, se
chama Virgínia e eu. É uma música que tem o ambiente de um livro que li do Luiz
Biajoni, o Virgínia Berlim. Mas eu tinha me esquecido como eu fazia pra
tocá-la. Então, eu amo demais o Vitor Wutzki, porque ele me ensinou como eu
fazia. Além de melhorar a música pra mim, coisa que os artistas fazem.
Quem é de violão, Vitor é professor.
Vejam:
sexta-feira, novembro 29, 2019
O Rogério Skylab tinha feito um
elogio à Eu Quero Ser Sua Mãe, música do Cinema Ìris e, na minha cabeça, foi
por isso que a Jôsy veio no meu in box e elogiou o disco ou a música e ficamos
conversando, é muito legal poder conversar com quem gosta da gente, e ficamos
amigos de internet e depois, o Douglas, que era seu namorado na época entrou na
conversa e ficamos todos amigos virtuais. É uma coisa delicada, cheia de dedos
e também de perder a mão, a gente resolver contar assim a estória de uma
música, porque tem muita emoção dentro, vocês sabem. Mas o fato é que um dia o
Douglas, que era namorado da Jôsy, me disse que era aniversário de namoro com a
Jôsy e que tinha feito um poema pra ela, se eu musicaria.
Eu disse que, sim.
O disco Crocodilo é um disco que tem
cada uma de suas faixas produzida por um artista da música especial e diferente
entre a cidade do Rio de Janeiro e a cidade de São Paulo. Então, cada música
tem uma estória particular que se mistura com a estória de sua produção, e cada
música tem uma longa estória. O Bruno Cosentino é quem tinha dado a ideia de
distribuir as músicas pelos artistas do Rio e SP e foi ele quem ficou de
produzir o poema do Douglas pra Jôsy, Acalanto do Amor. A música foi das
músicas do disco, a última a ficar pronta. O osso dela é o meu voz e violão,
que o Pedro Fonte cercou com uma bateria osso e que definiu todo o restante dela. Eu adorei demais a bateria dele, porque ela cercou com o máximo de
amplitude, enlargueceu total a estrada por onde passou a melodia, circulou a
melodia toda numa circunferência grande, essas coisas que a gente não sabe
dizer, e que ficou depois com os vocais-maravilha e outros intrumentos andantes
do Vovô Bebê dentro!
Além disso, escolhi essa música
pra fazer um video e fomos à praia semana passada, eu e Rafael Saar, porque a
praia serve de pretexto pra muita coisa, inclusive para fazer um video do
Acalanto do Amor. Fizemos uma primeira parte e a outra vai ser aqui no
apezinho, com Will.
quinta-feira, novembro 28, 2019
Faz um tempo estivemos aqui no facebook fazendo campanha
para a derrubada do veto presidencial à lei Renato da Matta, que é uma lei que
desobriga aos HIVs aposentados de novas perícias, já que é sabido dos efeitos
colaterais dos antirretrovirais e da qualidade de doença degenerativa, que é a
AIDS. Os amigos arrasaram na ajuda, enviando e-mails para o congresso pedindo a
derrubada do veto. Ajudaram muito. O veto foi derrubado e a lei ta valendo.
Só que a lei não retroage e quem teve a sua aposentadoria
cassada está às voltas com a justiça pra fazer a lei valer, fazer com que a lei
seja pra todos. Isso é de uma incompreensão grande, criar uma lei que não
abrange a todos que teoricamente são abrangidos por ela. A página Sobreviventes
da AIDS - https://www.facebook.com/SobreviventesdaAIDS/
- é que mantém a denúncia do descalabro, porque tudo isso é como um tiro na
cabeça de uma população já frágil. Não podemos deixar isso quieto!
quarta-feira, novembro 27, 2019
Então, continuando sobre os muitos dedos, há também o seu
contrário, que é perder a mão. Então, eu fico sempre na sombra disso, no leque
que se abre entre esses opostos, que são lugares onde estou, mas onde em algum
sentido não quero estar e noutro sentido, sim.
Então, eu estava aqui olhando a vida e nas vezes em que fico
aqui – nós até estávamos falando disso, eu e Pedro – chega um momento em que a
gente quer sair de tudo, não quer ir, quer parar. Isso é uma coisa que acontece
com todos, de querer sair, se sumir e tal. Mas isso não é uma coisa triste,
não, porque é normal, ne. Então, eu fico aqui embalado pela internet, pelo
devaneio, mas sei que existe a possibilidade de sumir também, quer dizer, de
não ir em nenhuma direção, de escapulir, de transcender o movimento das coisas,
o tempo dos enredos e tal. É uma coisa que tenho comigo e que a melhor tradução
disso foi a Iracema quem falou um dia, em SP, ela disse: Não sou abrigada!
O papo é que tou seduzido na idéia de lançar o meu disco
novo, um disco virtual, o Crocodilo, eu tou na boca disso. Então fico no leque
entre o cheio de dedos e o perder a mão. Ao mesmo tempo que com um “não sou
obrigada!” aureolando a coisa, o Crocodilo de boca aberta, cheia de dentes e
tudo.
Nisso, no meio e durante essas coisas, eu e Pedro fizemos
uma foto:
terça-feira, novembro 26, 2019
Esse lance de fazer um disco, um livro, fazer um quadro, é
coisa de gente cheia de dedos, porque essas coisas são muito ricas e muito
juntas, muito ligadas dentro da gente, então, eu fico no esforço de voltar pra
mim, de voltar pra os dedos de minha mão que, depois, vão aparecendo outros e
fico cheio outra vez. Quer dizer, eu sempre acho que não farei mais música, que
não farei mais livro. As Vizinhas de Trás, não, porque elas são sempre a
repetição delas mesmas, mas as músicas e os livros, que acho que não aparecerão
mais, acabam aparecendo de novo e estou na boca de abrir a boca do Crocodilo,
sua boca cheia de dentes, as mãos cheia de dedos e, depois, volto de novo a
ficar desdentado, e volto a ter dentes e dedos. Assim, rico outra vez!
quinta-feira, novembro 21, 2019
Ontem, à noite, estive olhando
pra minha sala, pras caixinhas de som que eram do João - irmão do Pedro - e que
temos usado nas apresentações das músicas. Eu estava olhando pra elas e esse
negócio de ter uma casa em ordem, é uma questão pra mim, esse lance de ter um
lugar que é fora de mim, mas não é, porque tenho sido um cara que fica muito em
casa e tal. Quer dizer, eu me movimento muito aqui dentro, no apezinho, ao
mesmo tempo que o apezinho é motivo de meus pensamentos se moverem, o meu âmago
se mover, meus sentimentos se moverem também.
Por exemplo, minha Vizinha de
Baixo deu-me de presente uma cortina azul de plástico. É o presente mais lindo
que ganhei nos últimos tempos, talvez, no tempo de toda a minha vida. Parece
exagero, mas não é, não. Então, eu pensei em ter todo o resto do apezinho em
função dessa minha cortina de plástico azul, uma coisa parecida como o modo com
que fui completando minha Camisa de Apresentação, quer dizer, tudo em função de
um breve que mamãe me deixou e que é o seu centro.
Daí, que se eu quiser que o meu
apezinho seja um complemento de minha cortina azul de plástico, tenho que
conseguir outro lugar pra ter guardadas as caixinhas de amplificacão, ta ligado?
As caixinhas de amplificação que são um dos presentes mais lindos também que
ganhei do João:
quarta-feira, novembro 20, 2019
Durante as vezes em que andamos
apresentando as músicas pelas casas dos amigos e a que demos o nome “De Casa em
Casa”, o Edil, quando iríamos apresentar as músicas no Marcio, disse que tinha
uma surpresa. Eu disse a ele que nos surpreendesse na abertura das músicas e a
surpresa foi a leitura de cartas que lhe mandara nos anos 80, 90. Suas
leituras, que eram muito teatrais, fez, depois, parte de alguns outros De Casa
em Casa, no Eduardo, no Bruno, por exemplo. Depois, seis dessas cartas foram
publicadas no meio do ano, na Revista Amarelo, numa edição cujo tema era
“arquivo”.
Quando estivemos em Vitória para
o show no Centro Flutuante e para a conversa no Thelema CT, surgiu uma conversa
de publicar essas cartas, que são um registro mais perto do meu corpo, daquilo
que auto-ficcionei em meus livros Cinema Orly, Rato, Mamãe me adora... daí, que
tou digitando as cartas e entrando nesse mundo que hoje é ficção pura, porque
só existe ali naquelas cartas, saindo daquelas letras.
Fora isso, tenho estado às voltas
com os preparativos para lançar, tornar público, um disco que preparamos. É um
disco com uma história muito do bem, um disco coletivo, em que participa uma
cambada de outros artistas da música da cidade do Rio de Janeiro e da cidade de
São Paulo. Como os outros discos que tenho, esse é um presente. Me desejem
sorte, plis. Chama-se Crocodilo! Quero conseguir ainda esse mês que ele fique
na internet pro povo ouvir. Queria a ajuda
de vocês pra que o máximo de pessoas saibam que ele existe. O Felipe Castro,
que fez o Poema Maldito comigo, está preparando a capa.Tou ansioso aqui, nos
últimos preparativos, alinhavando tudo, não quero perder nada e ninguém!
sexta-feira, novembro 15, 2019
sexta-feira, novembro 08, 2019
fala pra ele que eu mandei um abraço - língua bifurcada
O Língua Bifurcada (Tulio e Felipe) uma dupla pós-punk,
pós-pornô, queer, pós-maldito que tocou no Centro Flutuante – Vitória, comigo.
Estou nomeando-os dessas palavras modernas e ainda os nomearia de outras palavras
e tudo. Mas sem palvras também é bom.
pós-pornô, queer, pós-maldito que tocou no Centro Flutuante – Vitória, comigo.
Estou nomeando-os dessas palavras modernas e ainda os nomearia de outras palavras
e tudo. Mas sem palvras também é bom.
Vejam no sentido:
https://www.youtube.com/watch?v=AhNL1pcJO4I&feature=youtu.bequinta-feira, novembro 07, 2019
Fonemas
Eu tinha pedido a meus parceiros que me dessem letras muito
simples, pra que eu pudesse traduzir num acorde só, que eu tinha conseguido
reaprender no violão. Pedi letras que não tivessem emoção nem pensamento com
curvas ou altura, pra que eu pudesse traduzir na minha voz reta, causada pela
incoordenação motora de minha língua, sequela de um coma por neurotoxoplasmose,
por HIV.
simples, pra que eu pudesse traduzir num acorde só, que eu tinha conseguido
reaprender no violão. Pedi letras que não tivessem emoção nem pensamento com
curvas ou altura, pra que eu pudesse traduzir na minha voz reta, causada pela
incoordenação motora de minha língua, sequela de um coma por neurotoxoplasmose,
por HIV.
Aí, quando eu consegui fazer dois acordes, Marcos Sacramento
me deu a Fonemas.
me deu a Fonemas.
Vejam:
quarta-feira, novembro 06, 2019
A música do sábado
A Música do Sábado (Kali C Conchinha/luís capucho) foi de onde brotou a Mais uma Canção do Sábado ( luís capucho/Alexandre Magno), a primeira do Cinema Íris(2012) e a segunda do Poema Maldito(2014). Esse é o último registro dela, no celular do Pedro, em nossa apresentação de Finados no Centro Flutuante, Vitória – ES.
terça-feira, novembro 05, 2019
As duas apresentações que fizemos em Vitória no fim de semana – sexta, no Thelema ct e sábado, no Centro Flutuante, tiveram um grande sentido pra gente e Vitória, além desse nome lindo é uma cidade com uns recantos que são uma maravilha, quer dizer, Vitória não deve em nada às cidades de sonho, uma coisa que tenho comigo, alucinação e amor.
Agradecido demais ao Thelema CT e ao Centro Flutuante - Felipe Abou Mourad, Tulio (Língua Bifurcada), David Rocha, Ruth-Léa Souza Rangel e Fabricio Fernandez pelo papo sempre cada um na sua e juntos!
Agradecido demais ao Thelema CT e ao Centro Flutuante - Felipe Abou Mourad, Tulio (Língua Bifurcada), David Rocha, Ruth-Léa Souza Rangel e Fabricio Fernandez pelo papo sempre cada um na sua e juntos!
quarta-feira, outubro 30, 2019
A gente ta se preparando para ir à Vitória – ES para falar dos livros, no Thelema CT dia 1º de novembro e mostrar as músicas no Centro Flutuante no dia 2. O Fabricio Fernandez já tinha conversado comigo sobre os livros, na Biblioteca do SESC GLORIA, numa outra vez em que estivemos na cidade. Foi uma conversa muito legal, acho que antes ou depois de eu apresentar as músicas. Eu fico muito feliz de ir nas cidades grandes, nas capitais, apresentar a minha música e meus livros. Por que eu sou da roça e essas cidades - Vitória, Rio, SP, BH - estão relacionadas no meu fundo com a riqueza. Eu sei que esse papo parece uma bobagem, mas não é tiração de onda. Eu, de verdade, tenho esse olhar em que as cidades grandes brilham cheias de glória.
Fora isso, além dos outros amigos, vou rever Vitor Wutzki e Felipe Abou Mourad no Centro Flutuante das músicas, do tótem, do circo armado delas, do peito, da mão, do pé.
Rumenick Ococha, vc vai?
Fora isso, além dos outros amigos, vou rever Vitor Wutzki e Felipe Abou Mourad no Centro Flutuante das músicas, do tótem, do circo armado delas, do peito, da mão, do pé.
Rumenick Ococha, vc vai?
sábado, outubro 19, 2019
É uma alegria pra mim ter reconhecida a força e importância
social dos livros que fiz até agora. Isso é uma coisa que me surpeende e que,
em alguma medida, me atemoriza, porque mesmo que a literatura faça de minha
vida um livro aberto ou a música, eu mesmo, que habito nesse corpo onde estou,
não sou seguro assim, fixo assim, amarrado assim, como um livro ou música é
fixo e pode ser decorado, duramente decorado. Eu sou a parte macia da coisa,
mole, derretida... he he he!
https://sesc-sc.com.br/site/cultura/os-escritores-luis-capucho-es-e-celso-borges-ma-aportam-em-sc-pelo-projeto-arte-da-palavra-sesc
quarta-feira, outubro 16, 2019
Eu morei um tempo, quando era um menino, numa cidade que
tinha o nome de Marapé, uma cidade pertinho de Cachoeiro do Itapemirim e que,
hoje, tem o nome de Atílio Viváqua, um antigo político parente da Luz Del
Fuego.
Marapé ficou pra mim como um lugar mítico meu, porque Marapé
não está mais onde está Atílio Viváqua e uma vez, Marapé esteve em Paquetá,
quando estivemos lá, eu e Pedro. Já encontrei Marapé também na minha rua, que,
às vezes, Marapé vem e a amendoeira que tem em frente ao apezinho, se cobre,
envolve-se de Marapé e fica castanheira, porque em Marapé as amendoeiras são
castanheiras. Mas lá, em Atílio Viváqua, não existe mais Marapé. Da vez em que
estive lá, não tinha. Só na frente de nossos apezinhos e em Paquetá, é que
ainda existe um pouco. Mas Marapé mesmo, o muito de Marapé, não sei mais onde
está. Talvez, tenha ido parar em Belém. Quando estive lá, para o Arte da
Palavra, esse projeto do Sesc que me levará semana que vem a Santa Catarina, vi
Marapé, que estava lá, um sonho, uma cidade que vai voando, flutuante, uma
nuvem.
Havia cobras verdes no cafezal e, ontem, tirei essa foto.
Chama-se cobra cipó:
segunda-feira, outubro 14, 2019
A gente foi ver a exposição do ai wei wei e no caminho,
tirei fotos. Também tirei algumas da exposição. É uma coisa que eu já tinha
reparado, quando tiro foto d’As Vizinhas de Trás, a impressão é a de que são
mais belas nas fotos. Outro dia fiquei feliz, porque minha última As Vizinhas
de Trás – Girafa, ficou mais bonita ao vivo.
Então, eu tenho reparado que a coisa que eu fotografei,
recortada na foto, como que fica completa e melhor de ver, recortada, centrada
ali, na moldura que a margem fotográfica faz. Isso aconteceu com a Praça XV
também, o recorte da foto deixou a gente ver melhor do que vimos ao vivo, ela
inteira mostrada pra gente, a gente acabou não vendo direito.
Acontece também quando nos fotografam e podemos nos ver,
como quando olhamos no espelho. Não que fiquemos mais bonitos que ao vivo,
embora, talvez, fiquemos. Mas recortados na foto, podemos nos ver melhor do que
olharmo-nos num espelho. De qualquer modo, achei As Vizinhas de Trás – Girafa,
melhor, ao vivo:
sexta-feira, outubro 11, 2019
A coisa mais linda a janela do apezinho.
O Edil comentou com um mapa do céu e perguntei o que quer
dizer. Porque é meio como sentir o mar e não ver as coisas que estão dentro
dele. Então, embora a gente esteja dentro do céu, embora a gente respire o céu
e seja um seu habitante, a gente não sabe, como não consegue viver dentro da
água.
Vamos ver se o Edil responde:
quinta-feira, outubro 03, 2019
A gente, eu e Celso Borges, vai fazer nossa última
apresentação de nossos livros no projeto do SESC, Arte da Palavra. Fazemos
parte do Circuito de Autores e já passamos por cidades da Bahia, Pará e Mato
Grosso do Sul. Agora, serão três cidades de Santa Catarina: Joinvile, Canoinhas
e Jaraguá do Sul. O Celso tem apresentado seu livro “ O Futuro tem o coração
antigo” e eu o “Diário da Piscina”.
Tem sido um aprendizado grande pra mim, isso de apresentar o
livro acompanhado de minha pessoa. Porque um livro não supõe a presença de seu
autor e, especialmente, um diário é um tipo de escrita às escondidas e, por
isso, já está suposto o desajeito – pra mim é uma alegria - da publicação dele
e, depois, ainda vou junto, encarando a coisa, como diria o Rafael.
Então, tem a alegria de a gente ter sido reconhecido por uma
empresa que também é o Estado, como escritores donos do que dizer no processo
histórico em que estamos inseridos e tal. E a outra alegria de ser tão bem
recebidos por todos, desde o pessoal inteiro dos Sescs, às escolas, tudo. Na
confusão em que fico, não sei, talvez outra palavra que não confusão fosse
melhor, mas na confusão em que fico, não me lembro se foi numa escola da Bahia
ou do Pará, a diretora, em agradecimento ao meu depoimento de autor, veio com
uma caixa de sabonetes roxos pra mim! Foi entre os presentes que ganhei nos
últimos tempos, a coisa mais linda!
Vejam:
segunda-feira, setembro 30, 2019
Então, entonce, vosmicê, você, eu, tudo, meu corpo tentando
posição pra sempre sem fim, meu corpo eterna abstração sentado diante da tela
quadrada e pequena, como se chama isso, ecran, como se chama, tubo, se chama,
aqui, chama, visor, espelho.
Meu wi-fy chama-se auréola, como são auréolas as palavras,
como todas as coisas delicadas são um halo, são um falo, e bulem, sutilmente e
muito no fundo dentro de mim quanta aurora amarela e verde. Se são cobras os
meus cabelos, é preciso que homens acreditem e acreditando não tenham medo,
porque sem o medo dos homens, meus cabelos podem existir e ser minhas serpentes.
Com o medo deles, não posso existir tótem. Nessa semana irei ao Saara, quero
comprar minhas cobras.
Bom dia!
sábado, setembro 28, 2019
Tou fazendo ess “As Vizinhas de
Trás – Girafa”.
Girafa é uma música que fiz sobre
o fato de eu e mamãe ficarmos, os dois, vendo TV em nossa sala. Então a música
salta dessa estória que tenho com mamãe e entra noutra, que é a estória do
disco Crocodilo, que estou perto de lançar na rede.
O disco Crocodilo é um disco-lado
b das músicas que escolhemos para um outro disco chamado Homens Machucados.
Todas essas estórias desdobram-se em outras novas estórias, mais simples ou
mais enoveladas, mais finas ou volumosas, mais fáceis ou não. Mas fiquemos ou
voltemos à estória de As Vizinhas de Trás – Girafa.
Ela será entregue à Claudia Castelo Branco, que foi quem
produziu a música Girafa, do disco Crocodilo, desdobrado do disco Homens
Machucados, em breve lançados, enredados no éter da internet.
Às Vizinhas que faltam fundo,
darei fundos rosa e verde. A última delas, que não aparece na foto, tem cabelos
vermelhos. E Claudia foi quem produziu essa faixa, Girafa, do disco, Crocodilo,
onde colocou um piano inacreditável, vocês ouvirão, logo.
quarta-feira, setembro 25, 2019
A Vida é livre (luís capucho)
Nós tínhamos feito um show no loki bicho em São Paulo, sem
P.A. Então, surgiu de eu oferecer aos amigos tocar nas suas salas. Chamei Vitor
Wutzki, se poderia estar comigo, porque tendo outro instrumento que não eu
mesmo com meu violão, isso daria mais corpo nas músicas e, em consequência,
mais prumo na gente para apresentá-las.
P.A. Então, surgiu de eu oferecer aos amigos tocar nas suas salas. Chamei Vitor
Wutzki, se poderia estar comigo, porque tendo outro instrumento que não eu
mesmo com meu violão, isso daria mais corpo nas músicas e, em consequência,
mais prumo na gente para apresentá-las.
Isso de me sentir mais aprumado, começou mesmo, depois que
fiz o Poema Maldito com o Felipe Castro e depois de ele ter topado apresentar
as músicas do disco comigo.
fiz o Poema Maldito com o Felipe Castro e depois de ele ter topado apresentar
as músicas do disco comigo.
Então, tomar prumo ou tomar rumo, tem a ver pra mim com
ficar com mais volume e, por isso, vibrar maior, ter mais pujança, uma coisa
assim plena, cheia, inchada, soberba, que é também chegar junto, quer dizer,
isso só começa a funcionar comigo, se não estou sozinho. Daí, que gosto de
apresentar as músicas com mais pessoas além de mim mesmo.
ficar com mais volume e, por isso, vibrar maior, ter mais pujança, uma coisa
assim plena, cheia, inchada, soberba, que é também chegar junto, quer dizer,
isso só começa a funcionar comigo, se não estou sozinho. Daí, que gosto de
apresentar as músicas com mais pessoas além de mim mesmo.
Também, esse lance de mostrar as músicas foi se desdobrando,
crescendo e diminuindo, aumentando e baixando, subindo e descendo, de modo que
os De Casa em Casa tiveram vários formatos, eu e vitor, eu e felipe abou, eu e
paulo barbeto, um e outro e todos ao mesmo tempo incluindo o lucas.
crescendo e diminuindo, aumentando e baixando, subindo e descendo, de modo que
os De Casa em Casa tiveram vários formatos, eu e vitor, eu e felipe abou, eu e
paulo barbeto, um e outro e todos ao mesmo tempo incluindo o lucas.
A verdade é que o pulsar das coisas, mesmo que tenha virado
purpurina e, principalmente, por isso, não pára a vibração cada vez mais sutil,
pra sempre mais, mesmo que jogada pra baixo do tapete, na escuridão, no
esquecimento.
purpurina e, principalmente, por isso, não pára a vibração cada vez mais sutil,
pra sempre mais, mesmo que jogada pra baixo do tapete, na escuridão, no
esquecimento.
Foi tudo muito lindo. Tocamos na claudia, marcio, eraldo, liza,
paulo, leo, marcela, gabriel, eduardo, suzana, vini, alguns bares e centro
culturais autônomos, na casa do alexandre, do bruno, da kailane, SP, BH e
Vitória.
paulo, leo, marcela, gabriel, eduardo, suzana, vini, alguns bares e centro
culturais autônomos, na casa do alexandre, do bruno, da kailane, SP, BH e
Vitória.
Eu tou falando isso, porque achei bonito esse registro de A
Vida é Livre, que fizemos no nosso primeiro De Casa em Casa, em janeiro do ano
passado, na casa do meu amigo, Ciro, em Nova Friburgo, registrado no celular do
Pedro:
Vida é Livre, que fizemos no nosso primeiro De Casa em Casa, em janeiro do ano
passado, na casa do meu amigo, Ciro, em Nova Friburgo, registrado no celular do
Pedro:
sábado, setembro 21, 2019
Serpente (bruno cosentino/luís capucho)
A minha estória com os discos e livros é um tanto surpreendente. Eu só lancei o meu primeiro disco, depois que me verti num homem sequelado. Minhas sequelas motoras decidiram o diapasão em que eu seria ouvido, lido, exposto. Eu tava falando com o Maurício do medo que eu tenho com os livros, de minha exposição, que é um medo com a música também e, aí, ele foi à medida que o assunto ía indo, me mostrando o lugar da pessoa que lê ou da pessoa que escuta e mostrando que a exposição, o medo, tá aí, como ele disse, no livro, na música e não em mim e tal.
É um lance confuso, porque ta em mim também.
Esse é um assunto, na verdade, pra falar de um disco que eu e Bruno Cosentino estamos maturando fazer. A gente já começou a fazer as músicas. E dizem que hoje, com a modernidade da tecnologia é facílimo fazer disco, mas não é bem isso. Então, de meu primeiro disco pra o segundo se passou dez anos. E, agora, tou com dois discos engatilhados o Crocodilo e o Homens Machucados. Vão sair, espero!
Mais esse que tou fazendo as músicas com o Bruno.
Eu tava aqui em casa, um pouco longe da luz. Aí, gravei a Serpente. E coloquei no youtube.
Vejam:
terça-feira, setembro 17, 2019
Parado Aqui - Ave Nada
O Ave Nada é um alongamento do que o Prática de Montação
começou na peça Cabeça de Porco, o resultado de meus livros e músicas juntado a
elas, eles. Isso é uma coisa que me honra muito, poder dialogar de igual pra
igual com essa geração depois/antes/depois da minha, uma maravilha, uma
anarquia, uma perdição?
começou na peça Cabeça de Porco, o resultado de meus livros e músicas juntado a
elas, eles. Isso é uma coisa que me honra muito, poder dialogar de igual pra
igual com essa geração depois/antes/depois da minha, uma maravilha, uma
anarquia, uma perdição?
Pra quem não viu, um trecho, no celular de Pedro, no final
de semana que passou:
de semana que passou:
domingo, setembro 15, 2019
sábado, setembro 14, 2019
Hoje armamos nossa tenda Ave Nada.
Venham!
AVE NADA
(vitor wutzki/luís capucho)
Com três anos de idade
Eu desapareci
No terreno vizinho
No final da curva, o Sol
Passageiro ou motorista
Voo dentro
do seu voo
Voo fora
da asa
14 de Agosto
eu não olho pra dentro de ninguém
A gravidade é muito longe
O dia me afoga
Uma piscina não
Faz isso
Peixe voa
Ave nada
O céu reflete
na água
Com três anos de idade
Eu desapareci
No terreno vizinho
No final da curva, o Sol
Passageiro ou motorista
Voo dentro
do seu voo
Voo fora
da asa
14 de Agosto
eu não olho pra dentro de ninguém
A gravidade é muito longe
O dia me afoga
Uma piscina não
Faz isso
Peixe voa
Ave nada
O céu reflete
na água
Talvez agora alguém na rodoviária
Espere Werther, Monga
Espere Don Juan
Espere alguém perdido
e com as mesmas intenções que eu
Espere Werther, Monga
Espere Don Juan
Espere alguém perdido
e com as mesmas intenções que eu
Peixe voa
Peixe voa
Peixe voa
quinta-feira, setembro 12, 2019
Quatro horas da manhã e tinha esse lua do outro lado do apezinho.
Nesse horário de agora, ela sobe à minha direita, à frente da cidade. Falar assim das posições da lua e das minhas, da cidade, me causa grande confusão, no apezinho, já que não houve nenhuma decisão sobre pra qual lado devo me voltar para considerá-las.
Então, às quatro da manhã, ela descia do outro lado. Nesse momento ela desponta e sobe no céu sobre o apezinho.
Vejam:
Nesse horário de agora, ela sobe à minha direita, à frente da cidade. Falar assim das posições da lua e das minhas, da cidade, me causa grande confusão, no apezinho, já que não houve nenhuma decisão sobre pra qual lado devo me voltar para considerá-las.
Então, às quatro da manhã, ela descia do outro lado. Nesse momento ela desponta e sobe no céu sobre o apezinho.
Vejam:
quarta-feira, setembro 11, 2019
O que me junta ao Prática de Montação é que tanto eu como ele, dramatizamos coisas pelas quais passamos. Isso de reviver a vida nas coisas que fazemos é uma libertação, porque é a vida pela segunda vez, baseada nela mesma, agora, filtrada ali no livro, na música, na cena, ali, suspensa, no Ave Nada, nas minúcias que o Paulo vai contando sobre aulas de natação, sobre o que é nadar. O Ave Nada é muito mais que a junção de minha música com o Diário da Piscina. Porque construir esse mundo, formar isso com o Paulo, faz com que os textos do livro e das músicas fiquem outro. Assim, talvez, agora, alguém na rodoviária espere Werther, Monga, espere Don Juan. Espere alguém perdido, com as mesmas intenções que eu... peixe voa.
domingo, setembro 08, 2019
Sábado que vem, apresentaremos um Ave Nada bem cruzinho, na
Casa Navi, em Vila Isabel e depois é o níver dele. O Pedro nos auxilia na
produção e vai haver também outras atrações, estão todos convidados. Vejam
plis, no evento: https://www.facebook.com/events/380641526187903/
O Ave Nada é uma segunda tentativa de juntar meus rocks. A
primeira vez, foi quando entremeei a narrativa do Cinema Orly das letras de
minhas músicas. O Ave Nada é o reverso disso, estamos colocando a escrita do
Diário da Piscina, nas músicas. Então, o Paulo encena o Claudio, narrador do
Diário da Piscina, enquanto entremeio sua encenação com a Inferno, a Parado
Aqui, a A Masculinidade, a A Vida é livre...
Venham, plis.
sexta-feira, setembro 06, 2019
quinta-feira, setembro 05, 2019
Maluca | Luis Capucho
Porque hoje está um dia triste de chuva aqui em Nikity, faz
sentido que eu blogue, agora a minha música Maluca. È um registro de fevereiro
desse ano, quando estivemos na Casa Torta, em Campinas, SP. Nós havíamos
combinado um show na capital, no Cemitério de Automóveis e esticamos até Campinas,
onde dividimos o show com a Gabriel Edé e o Gustavo Galo.
sentido que eu blogue, agora a minha música Maluca. È um registro de fevereiro
desse ano, quando estivemos na Casa Torta, em Campinas, SP. Nós havíamos
combinado um show na capital, no Cemitério de Automóveis e esticamos até Campinas,
onde dividimos o show com a Gabriel Edé e o Gustavo Galo.
Quem fez o registro foi Fabio Shiraga, do Limeira Colorida.
Éramos eu, Vitor Wutzki, Felipe Abou e Lucas Parente.
Éramos eu, Vitor Wutzki, Felipe Abou e Lucas Parente.
sábado, agosto 31, 2019
Poema Maldito - luís capucho
Poema Maldito, ontem, participação no show do Bruno
Cosentino, em Botafogo, no Audio Rebel.
Cosentino, em Botafogo, no Audio Rebel.
quinta-feira, agosto 29, 2019
Essa foto Pedro tirou no dia em que apresentamos as músicas,
eu e Felipe Abou, no kit do Paulo Barbeto. A foto centrada n’As Vizinhas de
Trás, não é pra mim exatamente a lembrança que ficou. Porque o modo como eu
vinha me relacionando com as músicas e o modo como elas, por elas mesmas, junto
aos livros e Vizinhas, estavam para ser executadas, foi o que resultou naquele
encontro com os meninos e meninas do Paulo, quer dizer, a Prática de Montação.
E sabe aquilo de o baseado ser apertado acabada a
apresentação, tipo, a noite começa depois? Então, foi assim.
terça-feira, agosto 27, 2019
Realmente, me sinto bem feliz por estar enturmado com outros artistas e nessa sexta que vem estaremos enturmadíssimos. Primeiro vou participar do show do Bruno Cosentino, que foi, depois de eu ter começado a apresentar mais as minhas músicas, responsável pela aparição de minha Camisa de Apresentação. Isso vai ser em Botafogo. Depois, vou me juntar ao Lucas Parente, no baixo, e Vovô Bebê, na guitarra, na Lapa, para abrir o show de Lucia Santalices. Também chamei ao Paulo Barbeto pra falar um trecho do Diário da Piscina, na Inferno.
Ôh Glória!
segunda-feira, agosto 26, 2019
Eu fico feliz demais e cheio de entusiasmo quando outros
artistas da música me elogiam gostando das minhas. Isso é uma coisa antiga e
não é que eu fique mostrando-as só entre nós, amigos compositores. É que acho
que sou mais tímido e somente depois do Poema Maldito é que comecei com os
shows com alguma constância.
É uma coisa difícil, requer um investimento subjetivo, sair
mostrando elas. Requer também um investimento de grana e isso eu não fiz, e não
há nada nem ninguém que tenha aparecido para empreender isso, digo, com
dinheiro. Eu tou falando assim, porque gerar essa vibração interior para
mostrá-las, tem muito a ver com esse coletivo de outras pessoas artistas que
aparecem pra mim e que me ajudam, sem saber, pra que eu forme em mim, como
dizer, a chama de mostrá-las?
Então, é um fluxo de coisas que vão se achando e se formando
e eu fico abismado, sim, porque há artistas pra quem isso não é uma questão,
que pra mim, vai se formando pra sempre. Então, cheguei a um lugar e esse, ao
mesmo tempo que se forma e se auto-ocupa, vai se deixando em outro e é esse o
movimento. Ontem, eu e Pedro, fizemos esta foto:
Luís MMXIX
sexta-feira, agosto 23, 2019
Um dia frio assim e vou poder não sair de casa e tomar um
banho quente. Hoje 23 de agosto de 2019 faz 23 anos de meu coma que modificou
radicalmente a direção da minha vida, porque fiquei com a sequela motora, hoje,
amainada. Fora isso, eu e Sacramento, num show que os amigos fizeram no teatro Carlos Gomes, pra pagar a conta do hospital:
quinta-feira, agosto 22, 2019
Depois das desaposentadorias e tudo o mais acontecendo a
gente continua a vida torturada aqui atento aos absurdos, de tal forma que a
chuva caindo em torno ao apezinho agora não vai inundar o vale, não vai afogar
os vizinhos de baixo, os de trás, os bichos todos no entorno, os passarinhos
nas gaiolas do vizinho de trás do de trás?
quarta-feira, agosto 21, 2019
Eu tou curtindo demais que meus livros e músicas tenham
chegado ao lugar onde estão, quer dizer, talvez, agora, seja só mesmo deixá-los
vibrar por eles mesmos, enquanto estou a me preparar pra dar um jeito na casa.
Entre isso e sair para mover algo na rua Miguel de Frias. Entre isso e preparar
o meu almoço. Entre isso e os próximos livros e músicas.
Sobre o lugar onde estão, quero dizer que ficaram sem
moverem-se para trás, ganharam posição no halo das coisas vivas, foram pro
alto, pro céu, entre as órbitas de outros corpos etéreos, como fazem as coisas
mortas.
É isso aí!
segunda-feira, agosto 19, 2019
Eu, no violão, e Eduardo, na guitarra, olhando para Paulo
Barbeto dramatizando a leitura do Diário da Piscina, no Salão da Glória e
Paula, sob o olhar da última. Para ontem, minha Camisa de Apresentação ganhou
de Elizângela duas medalhinhas: uma Nossa Senhora da Penha e a outra, Nossa
Senhora das Graças.
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